quinta-feira, março 14, 2019

Categorias tipo dos autores de críticas destrutivas ao Conan Osíris

Como já disse aqui algumas vezes sou sociólogo de formação e trabalhei como investigador há bastantes anos. No meu trabalho tenho de lidar com análise de conteúdo e dadas as barbaridades que vejo escritas online contra o Conan Osíris fiquei curioso sobre o tipo de autor que as produz.

Atenção que não falo das críticas informadas, legítimadas e construtivas, falo sim das críticas fruto de ignorância, vontade de exposição, pura maledicência ou simples estupidez. 

Temos os velhos do Restelo (que não criticam apenas o Conan Osíris, mas tudo), temos os defensores da tradição e dos bons costumes (cujo pico é uma senhora que mais que Portuguesa é algarvia do Algarve, que é um país a sul de Portugal... ah e a Maria Vieira também), crianças e adolescentes que cresceram na era Kardashian e pensam que alguém quer saber da sua opinião (que tanto pode ser «o Conan é uma merda», «odeio bróculos» ou «a casa dos segredos é o melhor programa da televisão Portuguesa») e por fim um grande grupo que pode ser exemplificado pelo senhor do vídeo abaixo que diz «I’m Portuguese and if any of you understood the lyrics you would understand that it’s a piece of shit track with no meaning what so ever and that dancer is just to strange». Muito grosso modo ficam identificadas as categorias mais expressivas da crítica destrutiva.  




Não sei se estou a cometer uma infracção ou a ser pouco ético, mas o perfil é público e até apela (num dos vídeos) a que os visitantes subscrevam o canal e metam muitos likes nos vídeos. De certa forma até estou a ajudar à popularidade do canal (pelo menos entre as 10 ou 11 pessoas que me lêem :-p)

Quem sabe se esta tipologia traçada muito genericamente até não é verdadeira para as muitas caixas de comentários espalhadas pelo mundo virtual a que a "Portugalidade" tem acesso. Isto também é Portugal (e agora até podia acabar com um fado bem disposto, mas não tenho tempo.)

2 comentários:

Francisco disse...

Pois! Eu confesso que não achei piada particularmente a nenhuma música desta eurovisão, assim como não gostei da do ano passado e ficámos em último e tamém não gostei da do Salvador. e ele ganhou...

Tenho algumas teorias (minhas) porque é que ganhámos em 2017. Agora fico estupefacto quando o oiço a dizer que ele prostituiu-se com a eurovisão...


Quem era ele mesmo antes da eurovisão?! lolololololol

Enfim, em Maio ficaremos a saber em que lugar Portugal ficou...

De facto as opiniões são como os rabos e cada um dá a quem quiser ehehehehehhe

Abraço

silvestre disse...

Olá Francisco! Tens toda a razão quanto ao Sobral. Acho que literalmente cuspiu no prato onde comeu.

Este ano estou de novo entusiasmado com a nossa prestação. Fui fã do Sobral e sempre esperei um top3, ele tecnicamente é um grande cantor. Já a música que faz não surpreende é apenas correcta dentro do pop jazz.

O Conan não é um bom cantor tecnicamente. Mas a música que ele faz é muito boa. Junta escalas impossíveis e estilos, aparentemente inconciliáveis harmonicamente, numa única música. Confesso que não gosto de todas as canções, mas entusiasma-me de qualquer forma. Desafia-me imenso o cérebro, obriga-me a ouvir dezenas de vezes até perceber a racionalidade melódica.

O Igor Stravinsky viu a Sagração da Primavera ser arrasada por ser "música estranha", "um atentado melódico", etc. Era uma linguagem estranha que ninguém tinha ouvido. Hoje já se compreende.

No ano passado a música da Isaura era média. Não era diferente ou espetacular e devia ter sido cantada por ela (fiquei surpreso com o alcance vocal que tem). Não merecia um último lugar, mas pronto.

Este ano espero ver o Conan a ganhar um top 10. Mas o facto de haver muita gente a não gstar da música não tem problema nenhum. O que é diferente ou novo polariza. Conheço muita gente que não gosta. Todos temos uma zona de gosto, não é verdade? Eu por exemplo abomino reggae (em geral). Lógico que não digo que quem gosta de reggae é ridículo ou que reggae não é música (ou coisas piores que tenho lido online sobre a música do Conan). Olha, 20 anos depois consegui gostar de Nirvana. Na altura detestava, mas lá consegui perceber o Kurt e agora gosto muito. quem sabe me acontece com o reggae lá para os 80 anos hahaha.

abraço

ps. boa analogia a dos rabos ;)