quarta-feira, abril 30, 2008
Kalama Sutta
Não acredites em tradiçôes apenas porque elas são antigas e seguidas há muitas gerações em muitos lugares.
Não acredites em nada apenas porque muita gente fala do mesmo.
Não acredites em nada apenas porque te é mostrado o testemunho escrito de um sábio.
Não acredites em nada apenas porque que te fascina, pensando que pela sua qualidade extraordinária deve ter sido inspirado por algo divino.
Não acredites em nada apenas porque se presume a seu favor ou porque o costume de muitos anos te inclina para que consideres algo como verdade.
Não acredites em nada meramente pela autoridade dos teus mestres ou pregadores.
Não aceites nenhuma doutrina por reverência, sem primeiro a testar como o ouro é testado pelo fogo.
Contudo, se depois de apertada reflexão, acabas por concordar - com a razão e a experiência - que algo é conducente ao bem e ao benefício de ti mesmo e de todos em geral, aceita-o como verdadeiro e molda a tua vida em acordo.
Esta foi a resposta de Buddha a quem lhe perguntou como saber qual a verdade entre tantas coisas, muitas vezes antagónicas, ditas por deuses, sábios, profetas e homens santos.
Hoje alguém me desejou tempo. Foi a primeira vez.
Desejo-te tempo para superares obstáculos
Desejo-te tempo para planejar e realizar
Desejo-te tempo para o doares aos outros
Desejo-te tempo para te encontrares
Desejo-te tempo para te encantares
Desejo-te tempo para aprender e acertar
Desejo-te tempo para recomeçar, se fracassares
Desejo-te tempo para crescer e amadurecer.
Desejo-te tempo para poderes voltar atrás
Desejo-te tempo para amar e seres feliz.
Desejo-te tempo, muito tempo.
terça-feira, abril 29, 2008
Mais notas de frigorífico
Notas de frigorífico
Asa
Para mim uma das grandes revelações de 2008. Asa é uma uma cantora das realidades quotidianas, com sensibilidade folk/r&B jazzística que cruza o melhor de Tracy Chapman, India Arie e Joan Baez. Nascida em Paris e criada em Lagos (Nigéria), Asa expressa em inglês e yoruba a experiência africana com particular sensibilidade e consciência social. Aqui há soul (alma).Áustria: Caso do pai incestuoso
Este caso deixa-me arrepiado até aos ossos; um pai que enclausura a filha em condições sub-humanas num porão durante 24 anos e a viola repetidamente, resultando dessas violações 7 filhos (3 dos quais com 19, 18 e 5 anos, a viver também enclausurados juntos da mãe).
Para além da tragédia pessoal das vítimas. Acho que isto devia servir para colocar em causa alguns lugares comuns da nossa sociedade e percebermos de uma vez por todas, que nada é garantido e as generalizações são efectivas para questões de senso comum e nada mais do que isso.
1 - A família é sempre o local mais seguro para a criança
2 - Os pais têm sempre amor inato pelos filhos
3 - A criança precisa de um pai e de uma mãe para viver em equilíbrio
4 - Não há maior amor que o amor dos pais pelos filhos
Enumerei apenas 4 princípios (muito outros poderiam ser enumerados) que não são universais, porque as excepções aos mesmos são demasiadas para poderem ser entendidas como excepções. A realidade é bem mais complexa do que pai+mãe+filhos = viveram felizes para sempre. A santidade da família é um valor, não é uma prática. Os diamantes são muito valiosos, mas quantas pessoas possuem diamantes?
Frases célebres de filmes 2
Mães e PCs
Vestida para casar
Gosto muito da Katherine Heigl. Não a perco na Anatomia de Grey e depois da brilhante comédia Knocked Up, mais vontade tenho de a ver actuar. Por isso lá fui ver este filme que sabia, à partida, ser fraco. Não me enganei. Ela está muito bem, mas o seu desempenho não é suficiente para levar o filme às costas. O filme é tão mau, tão sem graça, tão lugar comum que, contas feitas, devo ter sorrido três vezes e consegui rir uma vez. Que desperdício de recursos. A realização é sofrível e o argumento dá alguns nós ao estômago. É mesmo um filme para americanos, daqueles que chafurdam em pipocas e que consomem qualquer filme que não exija mais do que um neurónio para descodificar.10/20
segunda-feira, abril 28, 2008
Sobre o fim-de-semana
When everything goes incredible
And all is beautiful
And one of those things
That used to get you down
Now have no effect at all
Cause life is beautiful
(m.ciccone)
Digamos que este excerto descreve na perfeição o sentimento que este fim-de-semana provocou em mim. Agora sim, reconheço alguma verdade à menina da TV Cabo quando ela diz «há coisas fantásticas, não há?». Há sim senhor, fins-de-semana como este que passou.
domingo, abril 27, 2008
Seria Jesus um traquina? Ou a Virgem maltratava menores?
Em dia de visita ao museu Berardo, nada mais adequado que expor neste 'blog da casa ao lado' um dos artistas presentes na colecção (apesar da pintura aqui apresentada não constar). Max Ernst foi um dos artistas pertencentes ao movimento surrealista fundado por André Breton e foi excomungado pela igreja católica por ter produzido esta obra em 1926. Só aqui entre nós, acho que ele não se importou muito e a arte agradeceu.Os "nobres" portugueses
sábado, abril 26, 2008
A praia não é só sol
quarta-feira, abril 23, 2008
Tigerlily - Natalie Merchant
Passaram 13 anos desde que este álbum saiu. Já não me lembrava dele e hoje, a fazer zapping, cruzei-me com uma das músicas do álbum num programa sobre condenados à morte do canal Odisseia. Estava a dar um documentário que foi feito sobre uma das poucas mulheres serial killers da história dos EUA. A assassina pediu que o 'Carnival' fosse tocado na hora da sua morte. É a minha música preferida. A própria cantora autorizou que a música fosse utilizada no documentário quando soube que tinha trazido algum conforto à condenada dizendo «It's very odd to think of the places my music can go once it leaves my hands. If it gave her some solace, I have to be grateful». E desta forma o álbum voltou à minha vida. É belíssimo.Joaquim Cardoso Dias
levanto as mãos no meu sonho
e uma ferida de água nas pontas dos dedos
durará aqui como um beijo imaginado
lembrando correndo dormindo
falo da outra face dos rios
de coisas velozes como a terra onde dói um sorriso
onde a noite se dobra nítida ao fervor das sementes
onde o corpo adivinha essa cor rasgada nos lençóis
depois olho-te em segredo
respiro o que tu respiras
escrevo essas palavras adormecidas no ar.
terça-feira, abril 22, 2008
A conversa é como as cerejas
O amor e a vida real
«Dan in Real Life» foi traduzido para «O amor e a vida real» em Portugal. Não gostei nada do título, mas isso não me impediu de ir ver o filme que é um brilhante documento sobre as coisas simples e sobre aquilo que se sabe intimamente. Conhce-se alguém há 3 dias e sabe-se que essa pessoa é 'a tal'? O Dan tem 3 filhas, é viúvo, é escritor de uma coluna de jornal, pensa em todos menos nele próprio. tem uma família enorme que se junta no fim do outono e é numa dessas reuniões que a existência do Dan se altera. O Steve Carrel tem uma interpretação brilhante e o filme é uma comédia de costumes a não perder. Ficaram-me duas frases do filme para pensar, serão ambas verdades Lapalisse? Uma é «o amor é uma capacidade, não um sentimento», a outra é «toda a gente defeca».16/20
segunda-feira, abril 21, 2008
sexta-feira, abril 18, 2008
E que tal um bocadinho de política?
O amor é difícil
quinta-feira, abril 17, 2008
Ode à ambição
Which was fine with me.
Because I had rhythm, music, love,
The sun, the stars and the moon above,
Had the clear blue sky and the deep blue sea.
That was when the best things in life were free.
Then time went by and now I got plenty of plenty,
Which is fine with me.
'Cause I still got love, I still got rhythm,
But look at what I got to go with 'em.
Got my diamonds, got my yacht, got a guy I adore.
I'm so happy with what I got, I want more!
I got rhythm, music too, just as much as before
Got my guy and my sky of blue,
Now, however, I own the view.
More is better than nothing, true
But nothing's better than more, more, more
Nothing's better than more.
Each possession you possess
Helps your spirits to soar.
That's what's soothing about excess
Never settle for something less.
Something's better than nothing, yes!
But nothing's better than more, more, more
Except all, all, all
Except once you have it all
You may find all else above
That though things are bliss,
There's one thing you miss, and that's…
More! More! More! More!
«More» by Stephen Soundheim
quarta-feira, abril 16, 2008
A fé
terça-feira, abril 15, 2008
O meu tesouro
Até onde deve ir a nossa sinceridade?
domingo, abril 13, 2008
Uma Segunda Juventude
Ora cá está um filme sobre o quela não vou poder falar. Porquê? Porque cheguei ao fim do filme com a sensação de que não percebi nada. No princípio, a história do filme parecia-me uma coisa, mas depois, a determinada altura, alguma coisa se passa e pensamos que não percebemos nada de 5/6 do filme. Seria injusto da minha parte dizer que não está filmado com bonitos planos (de vez em quando) e que o ponto de partida não é interessante, mas é demasiado «meta-filme». Sem querer parecer injusto, acho que o brilhante ponto de partida do filme (as questões do tempo e das suas dobragens, a existência do homem, as transmigrações da alma, etc) merecia um argumento senão melhor, pelos menos menos metafísico.11/20
quinta-feira, abril 10, 2008
Papéis invertidos
Acho engraçado como os papéis se invertem. Há muitos anos atrás, quase 34, foi ela que me ensinou os primeiros passos em muita coisa. Agora sou eu que lhe ensino os primeiros passos na informática. Às vezes repito as coisas várias vezes para ela interiorizar e quando estou a ficar frustrado, lembro-me da paciência que ela teve para me ensinar as contas de dividir. Ninguém conseguia ensinar-me e ela comprou um caderno novo para me motivar (com desenhos muito giros) e ficou das 22h até à uma e tal, quando já todos tinham ido dormir. Eu lá aprendi.
Ela tem o seu PC novo, com um wallpaper que gosta muito e fica maravilhada sempre que percebe que não se vai esquecer de uma coisa que aprendeu. Coisas que eu dou por adquiridas há tanto tempo ainda a fascinam, como as teclas de atalho e as teclas cursoras. Tudo caminha muito devagarinho com ela, mas com passos seguros. Estou orgulhoso. Deve ser isto que se sente com um filho.
quarta-feira, abril 09, 2008
terça-feira, abril 08, 2008
Tempo de tempestade
Quando o tempo está seco, o ar abafado e há uma energia densa no ar como se nada acontecesse, diz-se que vem aí tempestade. As tempestades não são necessariamente más. São apenas deslocações climatéricas muito fortes e rápidas. Se aplicar este princípio como uma metáfora para a existência, eu diria que estou a viver um tempo de tempestade em algumas dimensões da minha vida. Não se sente quase nada, tudo parece estagnado, mas no entanto sente-se que este vazio vai, de repente, ser preenchido. O processo vai ser violentíssimo, por certo, mas já ando a colocar tábuas nas janelas. O terreno está tão estéril que só mesmo a tempestade pode trazer a renovação. Cá a espero com serenidade, será precisa calma para minimizar prejuízos e viver a nova realidade.La Vie en Rose
Não sei muito bem o que dizer sobre este filme. Está em reposição no cinema Nimas e quis vê-lo depois da Marion Cotillard ter ganho o óscar de melhor actriz pelo mesmo. Embora considere que o realizador fez algumas más escolhas que poderiam fazer o filme ser melhor como um todo, fiquei sem palavras pela actriz principal. Há muito que não se via uma entrega de tal forma brutal a um papel. Não se vê nada da actriz na tela. Toda ela é Edith Piaf, por dentro e por fora. Toda ela é força, tumulto, fragilidade, decadência. Vale a pena ver o filme por esta interpretação magistral. Avisa-se que o filme não é próprio para quem gosta de filmes 'água com açucar'. A vida de Piaf foi dura e não foi bonita. Edith Piaf veio das ruas sujas, sórdidas e sofridas de Paris e há coisas que se agarram à pele.15/20
segunda-feira, abril 07, 2008
Baús
Era uma vez...
sexta-feira, abril 04, 2008
Nomes de estabelecimentos comerciais
quinta-feira, abril 03, 2008
Duas irmãs e um rei
Quem está à espera de um filme de grande rigor histórico, desengane-se. O filme não pretende retratar com precisão os factos históricos (por exemplo, o aspecto do rei que era ruivo), mas apresentar uma versão romanceada de uma época histórica precisa. 14/20
quarta-feira, abril 02, 2008
terça-feira, abril 01, 2008
Horton e o mundo dos Quem
Horton, a mais nova animação da Fox, é um filme sobre heroís improváveis e sobre a capacidade de ver o invísivel (tantas vezes confundido com o inexistente). É também um filme sobre sensibilidade e sobre a importância da diferença e do respeito que por ela se deve ter.Para além do que foi dito, da competência técnica/tecnológica e do quão engraçado o filme consegue ser por vezes, houve momentos em que eu me senti com falat de ar. Porquê? Porque na selva onde vive o Horton, vivem outros animais com incapacidade de ver e/ou ouvir invisível. Animais que são capazes de tudo para que não se altere o estado das coisas que conhecem, sendo por isso capazes de crueldades inimagináveis justificadas em nome dos bons costumes, dos valores, etc, etc. Isto não vos faz lembrar nada?
15/20







