Estou calmo porque tenho de estar. A minha mente tem de continuar lúcida e a funcionar corretamente se quero tentar meter algum bom senso nisto. A dor é inimiga da lucidez e eu recuso-me a senti-la, já chega de ceder às emoções. Se estou a aprender algo é isto.
1 comentário:
A dor é absolutamente parte da vida. Ela vem de muitas maneiras, todos os dias. Quer seja em coisas que nos apanham desprevenidos, mesmo pequenas, desapontamentos, desilusões, quer em algo tão impactante como a perda de alguém que nos é próximo. Quando sentimos dor, estamos a reconhecer que precisamos dessa pessoa para viver, que não a queremos deixar ir. Reconhecemos que essa pessoa faz parte da nossa vida. Que sem ela, foge-nos a alma e o coração, que o universo não faz sentido. A dor é inevitável porque está sempre à porta, mais cedo ou mais tarde. Não podemos controlar o mundo em nosso redor, e tudo muda tão depressa. Daí o devermos agradecer cada dia, um de cada vez. O sofrimento que a dor causa, esse sim, pode ser evitável. Esta é a parte difícil. Porque significa identificar a dor dentro de nós, o que ela representa e depois ver para além dela. Vermo-nos como que separados de nós mesmos. Caí no chão. Só tenho uma opção: levantar-me. Não serei o mesmo. Mas como dizes, usar a lucidez, escrever sobre a dor e o sofrimento, quando presentes, como fazes aqui. Claro que em privado, fazer uma analise ainda mais profunda, concreta e especifica. Por vezes faço essas analises a mim mesmo, e vou sempre dar às mesma amarras na alma: os sítios que causam sofrimento onde eu acredito estar encalhado. Mas estarei mesmo? Ou sou eu que acredito que estou? Aqui está uma das chaves para evitar o sofrimento causado pela dor: é mesmo verdade, 100%, aquilo em que eu acredito que me está a causar dano? Ou é a maneira como eu estou a pensar nisto? Se calhar misturei uma carrada de coisas num comentário desorganizado, mas espero que talvez possa ajudar de alguma forma.
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