segunda-feira, julho 13, 2015

Ser mais "gay" ou não. Eis a questão.

Um ex-colega disse-me hoje à hora de almoço (de boa fé) que tenho de tomar atenção à minha forma de estar no novo departamento e que deveria dar a entender às colegas femininas que sou gay, uma vez que já se ouviram algumas coisas a respeito de mim enquanto "homem solteiro disponível" e elas podem levar a mal mais tarde eu tê-las levado ao engano. Segundo ele se eu não falo desses temas de que os homens heterossexuais não falam, não se percebe que sou gay e estou a mandar uma imagem enganadora. 

Ora bem. O meu antigo departamento sabia a meu respeito porque a convivência e intimidade o justificaram. Quando começámos a falar de esposas/esposos e namoradas/namorados, eu referi o meu namorado e ficaram todos a saber (com fotos, visitas, etc). Aqui ainda não tenho confiança sequer para perguntar  às colegas como foi o fim-de-semana, quanto mais de coisas que só fazem sentido em conversas onde existe uma partilha recíproca. Como até a intimidade acontecer naturalmente, eu não vou dizer nada de privado (a não ser falar do gato que tenho em duas fotos A3 na parede) acho que vou continuar a ser esse grande malandro enganador que não vem trabalhar de saltos altos e camisolas da Hello Kitty para ser mais evidente. 

14 comentários:

O Anfitrião de Lisboa disse...

"Elas podem levar a mal"? Wtf?
Levam mal se lhes pedires para apalpar as mamas!!
Esse teu colega tem a cabeça feita num nó, não?

silvestre disse...

Não sei se será só ele. Na realidade, ele disse-o de boa fé. Em 2006 passei por uma situação em que uma colega quando soube a meu respeito disse que achava mal que eu não dissesse o que era quando se pensava que eu era outra coisa, como se estivesse à frente de um agente infiltrado. Mas penso sempre que isso são casos isolados.

Marisa disse...

Isto porque passou a haver uma regra de socialização em que se tem que andar com um cartaz a dizer sou homo ou sou bi, ou sou hetero, para o quaso de alguém ter dúvidas e não se sentir enganado...

Superfunky disse...

O meu conselho, é que não tens de falar da tua vida pessoal ponto! Eu pelo menos o faço,não que tenha nada a esconder mas também não tenho nada a revelar. Como não quero que as pessoas com quem trabalho façam parte da minha vida, no aspecto de conviver na minha casa e com os meus amigos (salvo raras excepções 2 colegas), de resto não existe motivo pelo qual o fazeres. Mas isso é a minha atitude. Respeito todas tal como espero que respeitem a minha :)

No Limite do Oceano disse...

Raramente me fazem perguntas, apenas porque sou um osso duro de roer, que nem sempre é benéfico.

Miguel R disse...

.... Essa é novidade. xD
Sendo realista, quando uma mulher se interessa por ti, podes largar arco íris pelo rabo, que ela vai simplesmente dizer "é a forma de ser dele".
Sou um bocado como tu, das minhas intimidades falo só com algumas pessoas. estou há dois anos com a mesma equipa de trabalho e embora todos saibam da minha sexualidade só falo do assunto com duas ou três pessoas.

m. disse...

não precisas da hello kitty para nada. basta-te a pochette do Nélio.

silvestre disse...

@marisamaria: infelizmente também já vi o contrário. Heteros que trabalham ou convivem em meio gay e que os restantes implicam que tb têm de ser gay. O mundo está um lugar estranho.

silvestre disse...

@superfunky: eu até nem me importo de falar da minha vida pessoa, mas com pessoas com quem já estabeleci uma relação de proximidade, mesmo no trabalho.

silvestre disse...

@nolimitedooceano: eu costumava ser mais "fofinho", mas tenho-me afastado disso.

silvestre disse...

@miguelR: não tinha pensado em largar um arco-íris pelo rabo, mas soltar purpurinas enquanto falava estava no lote :-p

silvestre disse...

@margarida: a pochette do Nélio ia fazer-me fogagens debaixo do braço :-p

Lobo disse...

Isso é mesmo muito parvo desculpa lá. Ninguém engana ninguém nesse ponto. Temos todos 5 anos?

silvestre disse...

@namorado: aparentemente sim.