quinta-feira, dezembro 22, 2022
A Isabel morreu hoje
segunda-feira, dezembro 19, 2022
Este Natal
sexta-feira, dezembro 16, 2022
Mais lenha na fogueira
O PT fofinho - II
Enquanto fazia sinais com os olhos para apontar discretamente para um tipo que treinava no ginásio, diz-me o PT:
"Olhe este atrás de mim, tem mais de 35 anos, não acha? Não gosta?"
Eu olhei e até gostei, mas tinha sérias dúvidas sobre ele ser gay, veste um bocado de cor, mas penso que é 'as far as it goes'. E expliquei-lhe.
"Olhe, mas com aquele de branco ficava bem servido. Já está no seu intervalo e eu já o treinei e é muito boa pessoa".
Não tenho coragem de lhe dizer que agora mesmo estou mais interessado em estar sossegado e passar tempo comigo do que arranjar um novo namorado. Mas continuo a achar que é terrivelmente fofo, por parte do PT, o querer arranjar-me alguém porque lhe falei das minhas frustrações afetivas durante os treinos.
quarta-feira, dezembro 07, 2022
Difícil de digerir
A mesquinhez é uma das coisas que me é bastante difícil digerir, especialmente em pessoas de quem gosto ou por quem tinha consideração.
terça-feira, dezembro 06, 2022
Dia 15
Dia 15 será o primeiro dia do resto da minha vida profissional. Diz-se que não devemos voltar onde não fomos felizes, mas eu volto. Volto porque já não sou a pessoa que era quando saí de lá há 3 anos. As minhas prioridades alteraram e a forma de ver o mundo também. Com esta história da Isabel percebi que ali tenho uma "família" e que não deixei de fazer parte dela.
Volto a um sítio onde já sei quais são os problemas e, entretanto, descobri um modo de lidar com eles de forma estável. Não ganho mais nem menos e ainda vou poder ter tempo livre para trabalhar para organizações internacionais em regime de voluntariado. Percebi que também não almejo a ser rico, o que tenho é muito confortável e não preciso de voltar a esganar-me mais para ter mais ordenado ou subir na carreira. O efeito aproximação dos 50 anos começa a fazer-se sentir.
O PT fofinho
Tenho um PT. Não é algo que desejasse, mas houve um mal-entendido com o rapaz que me fez o plano de treinos no ginásio e depois tive vergonha de dizer que não. Apesar do corpanzil, é um menino de 28 anos, muito discreto e muito querido. Nestes meses complicados acabou por ser um terapeuta também. É quase um coach motivacional (indeliberadamente) com a sua forma simples de ver a vida.
Tem uma relação de 8 anos com a namorada e isso enternece-me, que alguém consiga encontrar a sua cara-metade tão jovem. Agora quer também ver se arranja alguém adequado para mim entre os alunos dele no ginásio. Achei fofinho da parte dele, mas disse-lhe que as coisas não funcionam assim. Está muito otimista. Não obstante, soube bem saber que ele me tem em consideração. Acho que não largo este PT nunca mais, nem que seja pela conversa.
2022
Não sou uma pessoa dada a muitos balanços anuais. O que é certo é que este ano de 2022 foi dos fortes em termos de provações, provações essas que serviram para me restruturar a cabeça de uma forma que já não acontecia desde há mais de 10 anos.
Outubro e novembro foram os mensis horribilis com a minha mãe doente, as obras da minha casa a darem constantes problemas, a minha saúde a dar problemas, o trabalho a ser a pior desilusão de sempre, eu afastado do meu (gato que não pode estar comigo por causa do problema de saúde da minha mãe), o tumor da Isabel e, last but not least, a minha relação a dar as últimas. Esta foi mesmo a sensação de estar no "olho do furacão".
Mas como sempre o caos resolve-se pelas partes. Acabei a relação, despedi-me do trabalho, investi na saúde. Pude pelo menos mexer naquilo que eu podia controlar e o resto o tempo resolve, na medida do fluxo natural das coisas.
Percebi que o que realmente importa para mim e como tudo na minha vida deve ser estruturado em torno destas necessidades básicas: paz, estar saudável de corpo e mente, amar e ser amado, desenvolvimento pessoal, viver com leveza e humor.
É tempo de digerir e tempo de reconstruir o caminho.