atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
Enneagram Type 8 - The Challenger
Este fim de semana passei-o com o Beto. O Beto é um amigo recente (madeirense) que conheci através de outro cá do continente. Demo-nos bem desde o início, mas este fim de semana fez-me ficar rendido. Há muito tempo que não conhecia alguém tão especial. Curiosamente, as duas últimas pessoas que me fizeram sentir isto são também da Madeira (um casal).
O Beto tem aquela pureza das pessoas do interior que tiveram uma vida difícil, que lutaram por cada coisa que têm, e que não importa a dificuldade tiveram alguém que os amou incondicionalmente (no caso dele a mãe). É uma pessoa bem formada, com uma inteligência emocional elevadíssima, uma humildade e alegria contagiantes. Não houve um momento ao lado dele que tivesse sido mal passado.
O Beto comove-me com a sua candura. Não há dúvida de que a nossa empatia foi imensa. É tão fácil estar com ele, há tanto para conversar. Ele não sabe muita coisa de muita coisa, mas é de uma honestidade gritante e, sem ser no que remete à sua prática profissional onde sabe muito e pretende continuar a crescer, não tem medo de dizer que desconhece, que nunca ouviu. Mas quer saber, é uma esponja. E é de uma delicadeza extraordinária com o outro.
Dentro em pouco irei visitá-lo também à Madeira, pode dizer-se com segurança que o Beto ganhou um amigo para a vida. Tal como as outras pessoas especiais que conheci na Madeira. Sinto-me muito grato quando encontro pessoas que me fazem querer ser como elas.
No início chamava-lhe Kid, mas depois na brincadeira disse-lhe "tu és um rei, eu tenho é de te chamar King Beto". E ele é mesmo um Rei. Nobreza não lhe falta.
Estou na melhor forma física que já tive e compensa. Há muitos meses que não tomo Voltaren que só me dava cabo do estômago. Penso que esta musculatura adquirida ajuda bastante a suportar a minha coluna - que está feita em papas sinalizada para operação urgente desde 2019.
Enquanto conseguir evitar a operação (que será mais radical do que anterior que correu muito mal) fico bastante feliz. A maleita está cá, mas tirando umas quantas posições, consigo fazer bem a minha vida e tropeçar num degrau já não me obriga a andar uma semana a tomar anti-inflamatórios.
Tenho andado a pensar na Sinéad O'Connor desde a sua morte. No que foi a sua vida. Fala-se muito do movimento punk e dos que seguem a ideologia punk. São normalmente tipos (ou tipas) muito duros que com a idade acabam por serenar juntos dos padrões societais mais mainstream.
A Sinéad foi provavelmente o maior expoente do punk sem nunca se pensar enquanto tal. Nunca se vendeu ao sistema, disse sempre a sua verdade (mesmo quanto distorcida por algum ruído provocado pelas suas lutas com a saúde mental).
Sinéad O'Connor foi a maior Punk Rocker desta era.
O período que mais detesto são as férias da senhora da limpeza, para mais porque coincidem sempre com o momento mais forte de queda de pêlo do gato. Este sábado terei de tirar as luvas do armário e limpar, limpar, limpar.