quinta-feira, maio 27, 2021

Coisas que me irritam

No saber distinguir o uso das palavras aderência e adesão. Ainda hoje uma atriz agradeceu a "aderência das pessoas" ao projeto. 

quarta-feira, maio 26, 2021

Saudável de corpo e mente

 


O Lenny Kravitz faz hoje 57 anos. Acho que é um exemplo acabado da expressão mente sã em corpo são. E claro, se há alguém com esta forma física e forma de estar aos 57, então há esperança para todos. Viva os 50 e mal posso esperar por ver os 60. É uma inspiração. 

terça-feira, maio 25, 2021

Coisas chatas

Ontem o Macaquito bateu com o meu carro. É sempre uma chatice daquelas, pelo facto em si e pelo facto de ele se sentir responsável por estragar propriedade alheia. Só não acontece a quem não anda na estrada. Do meu lado a grande chatice mesmo é ter de tratar dos sinistros com as seguradoras (tira-me anos de vida).

Festival Eurovisão

Este ano gostei de alguns países: França, Suíça, Islândia, Lituânia, Itália. Achei que os Black Mamba estiveram estupendos (apesar da canção ser um bocado morna).

sexta-feira, maio 21, 2021

Desenterrar os anos 90 - 13


It ain't over 'til it's over - Lenny Kravitz 

Quando é que percebemos que deixámos de ser carreiristas?

Quando nos acenam com um emprego a receber 8000 euros limpos em Paris e a única coisa que nos vem à cabeça é o transtorno que pode causar à família. 

quinta-feira, maio 20, 2021

Desenterrar os anos 70 - 12


Big yellow taxi - Joni Mitchell

quarta-feira, maio 19, 2021

Belo artigo de Patrícia Reis sobre mão de obra ilegal

Abaixo deixo um excerto relativo à situação portuguesa, mas fala de uma outra coisa que é a banalização do mal e do efeito choque durar segundos. Pode ser lido na integra aqui.

Para mim mostra também que não há esquerda e direita, há bons governos e maus governos. No nosso caso somos um país mal governado desde sempre. 

«O que mais choca é saber que os diversos governos, direita e esquerda, visitaram, em várias ocasiões, as quintas onde estas situações se prolongam e... nada. Não aconteceu nada (...) Vivemos num país de voyeuristas, pois, e de cuscas. Não vivemos num país onde a dignidade da vida humana tem um limite abaixo do qual não vai. Isso não temos. Há sempre uma alma a recordar-me que, num país nórdico qualquer, isto nunca aconteceria. Nada de ilegalidade, de exploração laboral, de tráfico de pessoas. Quero lá saber, francamente, o que me importa é o que andamos nós a fazer. A ver passar a miséria dos outros? (...) Durante uns dias falamos de Odemira, falamos de condições paupérrimas de vida e depois partimos para outra direção. Como se não fosse importante manter a mão na ferida, como se não fosse crucial resolver.»

terça-feira, maio 18, 2021

Perder a fé

Tal como um cirurgião no ativo não pode sofrer de Parkinson, os lugares cimeiros da vida pública não devem, também, ser ocupados por pessoas de fraca decência ou moral duvidosa. Isto faz-me perder a fé. É assim que se perdem batalhas, porque quem perde a fé retira-se. 

Lembro-me muito das palavras da minha professora de inglês do 12º ano. Ela tinha perdido a fé (tinha 48 anos) e precisava de nós (miúdos de 18 anos) para acreditar, da nossa vontade de mudar as coisas. Éramos o futuro. Quase 30 anos depois, tenho menos 1 ano que ela, e se calhar vou mais longe no descrédito. 

Contudo, ao contrário dela, não me sinto infeliz por não acreditar nas organizações, por não me rever nos comportamentos de colegas no trabalho, por não me rever no população portuguesa em geral. Há mais vida. 

E não me sinto derrotado ou desistente, a minha perda de fé simplesmente me diz que existem outros sítios onde aplicar as minhas energias e o que de melhor puder dar. Não há drama nenhum nisto. 

segunda-feira, maio 17, 2021

sábado, maio 15, 2021

Bruno Nogueira sobre Maria João Abreu

«A tragédia da história da Maria João Abreu, contém nela própria uma beleza nem sempre fácil de ver nestes dias escuros.

Ao assistir às inúmeras e comovidas declarações em reação à sua morte, percebe-se que o trunfo maior que temos enquanto por cá andamos, é o de nos multiplicarmos em amor. Parece piroso, parece até um clichê, mas resume-se a isso: Multiplicarmo-nos em amor. A Maria João parece ter alimentado afetivamente os amigos certos, e preenchido o peito dos familiares com matéria prima resistente e duradoura.

É certo que uma carreira bem sucedida é sempre uma belíssima recompensa para quem trabalhou tanto como ela. Também é certo que o grande público guardará na memória os seus trabalhos de atriz nas mais variadas áreas ao longo destes muitos anos.

Mas não tenho memória de muitos artistas dizerem, em fim de vida, que deviam ter trabalhado mais e melhor. O arrependimento tem sempre que ver com o afeto, esse bicho estranho.

O que resistirá ao tempo, e a tudo o que apaga a memória, é o afeto. A família, os amigos, os que trabalharam com ela e se sentiram melhores por a terem conhecido.

Para que lado pende a balança entre legado artístico e legado afetivo? A Maria João parece ter conseguido os dois, e, acreditem, é feito raro. Enquanto escrevo isto, lembro-me do António Feio. E deu-me muitas saudades. Também ele fez dessa balança peso equilibrado.

Não conhecia pessoalmente a Maria João, e só de ver a herança emocional que ela deixou aos seus amigos e colegas, já sinto uma pena tremenda de não o ter sido também eu.

Não torna o dia claro, mas ajuda a que chova um bocadinho menos.»


Achei uma reflexão muito bonita. 

sexta-feira, maio 14, 2021

Turismo Saudável (coisas extraordinárias)

Fiquei a saber que há uma semana atrás, na Roménia, começou um programa de vacinação para turistas. Quem visita o castelo do Drácula, recebe a vacina da Pfizer. 

quinta-feira, maio 13, 2021

O amor

Sempre olhei para o José Raposo e a Maria João Abreu como um dos exemplos mais bem acabados de amor. E por serem pessoas tão cheias de amor, separaram-se enquanto casal e construíram uma família maior ainda, juntando à original os novos cônjuges. Hoje essa família perdeu uma das suas raízes. Tenho muita pena por essa família e pelo amor que se perde. 

Tenho também muita pena pela Maria João Abreu. Há pessoas que admiro de longe e ela era uma delas. Tenho uma fraqueza por pessoas de bem, que espalham carinho, que espalham positividade, que espalham luz. 

Fazemos parte de algo maior, por isso ela vai continuar cá, viva durante muito tempo - tal como o meu pai, vivo nas vidas e memórias de todos os que tocou. Esta realidade conforta-me muito. Foi assim que aprendi a lidar com a morte. O amor fica, as pessoas que espalham amor ficam entranhadas na existência.

quarta-feira, maio 12, 2021

Humor brejeiro

 


Festejos do Sporting

Apesar de ter ficado muito contente com o título do Sporting, não deixo de sentir indignação pela permissividade face aos festejos nos moldes em que se desenrolaram. Na época em que vivemos é, no mínimo, triste e bastante vergonhoso. Nem a Câmara de Lisboa, nem a Administração Interna (tanta competência do Ministro Eduardo Cabrita) fizeram alguma coisa a respeito. As incongruências são mais que muitas. Os espetáculos culturais continuam fechados, os estádios fechados ao público, mas depois permitem-se milhares de pessoas em aglomerados, sem máscara, a consumir bebidas alcoólicas. 

terça-feira, maio 11, 2021

47 (+ 1 dia)

Resolvi tirar ontem o dia de férias e fiz bem. Aproveitei para estar em casa a relaxar, depois fui fazer umas compritas e à noite levei a família a jantar a um restaurante novo. Para a minha mãe é muito importante esta ritualística da celebração do aniversário. Assim, uma vez que a família está dentro do limite da DGS, lá fomos os 6 jantar, e foi muito bom. 

Agora é esperar para ver se todo esta boa energia se vai colar a elementos mais estruturais da minha vida - particularmente naquela mudança que tanto necessito. Dedinhos cruzados e sigamos para bingo.

domingo, maio 09, 2021

Ministros Eduardo Cabrita e Mariana Vieira da Silva

A escala do "a sério?!" já não se aplica, é  mesmo um grande What the fuck!?? Não dá para rir, porque o caso dos emigrantes em Odemira é deprimente. 

Godzilla vs Kong

O meu retorno ao cinema podia ter sido mais auspicioso, mas o namorado estava com muita vontade de ver este filme e depois ele vai ver um dramalhão comigo. Então é assim, a oeste nada de novo; os efeitos especiais são muito bons, a história é simplista, há muitas explosões e lutas e no fim ganham os bons. 

11/20

sexta-feira, maio 07, 2021

Desenterrar os anos 80 - 12


If you don't know me by now - Simply red

Desenterrar os anos 80 - 11



I didn't mean to turn you on - Robert Palmer

A três dias dos 47

Normalmente, todos os anos por esta altura, ando a  ver se encontro um significado existencial para o ano que passou. Este ano nada. Tenho apenas uma enorme vontade de seguir em frente. Vejo este novo ano como uma porta de saída de um lugar apertado para outro mais aprazível. Apenas. Talvez não tenha gostado assim tanto da minha existência nestes últimos 12 meses. Deve ser por isso.

quinta-feira, maio 06, 2021

Novas Cartas Portuguesas faz 50 anos - IV

Excertos das Novas Cartas Portuguesas

Primeira carta última e provavelmente muito comprida e sem nexo

Digo-vos, pois, “boas festas”, que quando me acometo assim para nada, 
e apenas me deixo em herança o indispensável, 
então é cada dia, sem data que dos outros seja, o meu natal, 
onde me consinto existir sem esse esforço do claro que aos outros não parece matar.
E de onde me ponho, tudo reconheço e muito pouco escolho; 
um só pacto sempre adiado (…)
A postura da espera definitiva 
que desconversa dia-a-dia sem resolução com a esperança que insiste.
A diferença de sexos e outra,  diferença na condição humana (ah, les gros mots)
Faz lugares de vácuo onde não se passa nada.
Quanta força centrífuga  tem a roda, manas. 
Meu lugar não escolhido – mind you – é o centro, a asfixia provisória.
Na saga das famílias pedimos, pois, nós os ausentes,
desculpa por estas e por outras interrupções.
O programa é para ser alterado.

Novas Cartas Portuguesas faz 50 anos - III

Excertos das Novas Cartas Portuguesas

Terceira carta IV

Esta é uma exata e muito necessária, mas não total, leitura da realidade; 
necessária por bem agarrar este fulcro da questão, talvez até sua origem histórica,
e que tanto se quer escamotear na arengada promoção da mulher.
Mas a esta leitura é necessário acrescentar 
todos os sistemas de cristalizações culturais
que vieram sustentando, reforçando, justificando essa dominação da mulher 
(e não só essa dominação), porque a alteração da situação económica e política 
- que agora nela se baseia -
não traz necessariamente a destruição de todas as cristalizações culturais 
em que a mulher é imbecil jurídica, irresponsável social, homem castrado, 
a carne, a pecadora, Eva da serpente, corpo sem alma, Virgem-mãe, bruxa, 
mãe abnegada, vampiro do homem, fada do lar, 
ser humano estúpido e muito envergonhado pelo sexo, cabra e anjo, etc. etc. 
e digo, é tudo isto no presente, 
porque contra estas imagens nunca houve combate de raiz,
apenas se foram pondo em causa 
as consequências lógicas e práticas de algumas delas. 

Novas Cartas Portuguesas faz 50 anos - II

Excertos das Novas Cartas Portuguesas

Segunda carta III

Se fossemos nós existindo definidas – ou definindo os nossos limites? (…)
bem sabemos, entretanto, que nosso limite é só o tempo,
e que estamos sempre longe de nos definir até à nossa morte.
Absurda é essa ideia de se fazer das pessoas conjuntos fracionáveis,
e se nos dizem todos que absurda é a morte,
Como se compraz alguém de nos fixar num presente sem fim, 
num último retrato? (…)
Os homens sempre se teceram e sonharam no que é forma extrovertida, 
no que se erige (..)
Por isso dos poços e das profundezas nada sabem, nada nos sabem (..)
Também ainda não sabemos o que inventar,
de como abandonar essa definição pelos limites (…)
Cada uma sabe a medida do seu uso e da sua defesa, e  aí nos entendemos.

Novas Cartas Portuguesas faz 50 anos - I

O livro Novas Cartas Portuguesas é conhecido por muito mais pessoas do que aquelas que na realidade o leram. Na época da sua edição foi uma pedrada no charco e um documento fundamental para a visibilidade dos problemas das mulheres e para dar uma voz às mulheres; uma voz franca e desafiadora do status quo liderado e dominado pelos homens.

Por um imperativo profissional fui obrigado a ler o livro. Achei-o extraordinário em conteúdo, não necessariamente em estilo - acho que sofre de um certo pedantismo artístico que era típico aos artistas portugueses na época, quando as artes eram para os mais letrados. É barroco e difícil, mais um exercício para pares do que para o público generalizado. 

Ainda hoje, tenho a certeza de que muita gente desistirá de ler o documento. É mais fácil ler os milhentos artigos e teses de mestrado e doutoramento que o interpretam. Para mim é quase contraditório que uma reflexão tão interessante e importante sobre a condição feminina seja apenas para parte das mulheres. É quase um exercício burguês. 

Não obstante o que importa reter é que o valor intrínseco, independentemente do estilo, é imenso.  Podemos também ver que, volvidos 50 anos, alguns dos problemas identificados sofreram apenas mudanças cosméticas (mais do que outra coisa).  A ideia de mulher comercializada continua bastante atual. 

terça-feira, maio 04, 2021

Ciclos

É lógico que acredito em pessoas boas e no génio do ser humano. Mas também acho que as sociedades em geral (as ocidentais em particular) estão em movimento descendente e decadente. Acho também que vamos dar cabo do planeta, e este facto, em si, enche-me de tristeza.

Mas desdramatizando, o planeta Terra já enfrentou várias extinções da vida e voltou a renascer. Muitas civilizações também nasceram e morreram. Não parece tão mau se tudo for encarado como um ciclo. É dizer adeus a tudo o que conhecemos e outra coisa qualquer será.

Desenterrar os anos 70 - 11


Time in a bottle - Jim Croce

segunda-feira, maio 03, 2021

Descrença na Justiça

Sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF revela descrença generalizada. 

- Políticos não são devidamente fiscalizados (83%) 

- Justiça não tem capacidade para investigar se são corruptos (62%).

E nenhum dos nossos governos (à esquerda ou à direita) tem capacidade para dar a volta ao figurino porque, regra geral, o grau de qualidade dos nossos políticos é poucochinho. Acresce que a tradição cultural do nosso povo é olhar para o lado e esperar por Deus ou pelo D. Sebastião.

Trabalhadores imigrantes em Odemira

Os trabalhadores imigrantes em Odemira não existem há um ano existem há muitos anos e o Estado sempre soube (e as pessoas também) que eles trabalham em condições precárias e desumanas, mas enquanto a mosca não se agarra ao nosso prato vai-se enxotando com a mão. É um caso típico de hipocrisia generalizada. Por causa da COVID deixou de se poder olhar para o lado, mas a resolução do problema está a ser tão atabalhoada como a assunção do mesmo. No geral, nós portugueses, não somos assim tão bonzinhos como queremos fazer parecer. 

domingo, maio 02, 2021

Ministra Alexandra Leitão

Na escala do "a sério?!" , esta senhora é cada tiro um melro, cada cavadela uma minhoca. E para bom entendedor está tudo dito.

Alívio

Este dia da mãe foi vivido com uma paz diferente. A mãe já esta vacinada o que nos deu a possibilidade de a encher de beijos e sermos os filhos lapa do costume que a enchem de abraços. Os abraços sempre ajudam a perder algumas calorias do almoço, porque uma refeição em casa dela é para alimentar um regimento. Foi mais um dia feliz.