domingo, abril 29, 2007

Dia 27 de Abril

Estive contigo. Já não ia onde estás há muito tempo. Precisava de falar contigo, de te sentir mais perto do que no meu pensamento. É tão esquisita esta necessidade do ser humano de um suporte físico para sentir proximidade. Se bem que te trago sempre comigo, às vezes preciso desse gesto impossível. Estender a mão e tocar-te. Falar-te com voz alta. E tu, será que me consegues ouvir? Aqui ou onde estás?

Pessoas acontecimento

Se há pessoas que são fantasmas, há pessoas que são acontecimentos. Não acontece muitas frequetemente (creio), mas ao longo da nossa vida, por vezes, conhecemos pessoas que nos viram o mundo ao contrário, fazem-nos de algum modo reescrever a gramática da nossa vivência, das nossas acções, das nossas crenças. Podem ficar, podem partir, podem ser efemérides, mas o seu efeito jamais se apaga das nossas vidas. Quando penso nisso, acho que estou na terceira de uma dessas vagas. É uma sorte e faz-me sentir humilde encontrar pessoas que são um acontecimento per se. Aliás, sinto-me humilde perante as características e qualidades de muitas pessoas que tenho conhecido e que tenho a sorte de ter no meu círculo de acção. Há pessoas que entram nas nossas vidas e há pessoas que acontecem nas nossas vidas. Há pessoas que são um acontecimento.

As Vampiras Lésbicas de Sodoma

Se ontem voltei ao cinema, hoje voltei ao teatro. E que belo retorno. Adoro as produções da Companhia Teatral do Chiado, não consigo deixar de pensar que é a revista do século XXI, ou seja, muita sátira social e política sobre a nossa sociedade, sem nunca deixar de fazer um humor muito inteligente e vivaz.
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O facto de estar no segundo ano de exibição apurou o material e o entrosamento dos actores, que diversas vezes, entram em situações de improviso. Fiquei estupefacto com a capacidade interpretativa da Rita Lello, que é uma comediante de mão cheia. Só a conhecia da televisão onde faz novelas para a TVI e onde o seu talento não brilha. Como ela mesmo diz na peça «o teatro é uma arte e a televisão... a televisão é um electrodoméstico». A peça é verdadeiramente insana e deliciosa. Uma comédia muito à frente.
18/20

O Caimão



Depois de 20 dias sem ir ao cinema (sim, porque entre redecorar uma casa com direito a bricolages diversas e pinturas e ir aqui e ali, passa um tempão) voltei às lides da 7a arte com o último do Nanni Moretti. Não foi exactamente o que eu estava à espera. Tinhas alguns aspectos interessantes de sátira política, mas tinha alguns dos tiques que eu mais detesto nas comédias italianas. juntando a tudo isto o efeito 6ª feira à noite, última sessão, o filme ainda me fez fechar o olhito uma ou outra vez. Acho que o filme deve ser melhor do que eu o achei.

13/20

quinta-feira, abril 19, 2007

Obrigado


... por seres uma fonte apoio inesgotável e por tanta positividade. Acho fantástico que alguém seja assim tão energético e feliz. Será que te puseram alguma coisa no leite, lá na Ilha dos Amores? Estou a ser pateta. Sou um pateta sabes? The best things...

Mudanças

Diz-se que as mudanças interiores produzem mudanças exteriores, que as mudanças exteriores produzem mudanças interiores. A mudança produz mudança, contudo há que estar atento porque demasiado dinamismo pode produzir imobilidade por oposição (esta foi para ti Saltarico ou deverei chamar-te Aristóteles de serviço? A propósito... estou a fazer a minha sorte.)

Responsabilidade, maturidade

É possível, trabalha-se, adquire-se.

Saudades

Tenho saudades de algumas coisas, de pessoas concretas e em concreto. Tenho saudade de tocar e ser tocado por algumas das pessoas que não estando presentes fisicamente o estão de outra forma. Já dizia o Richard Bach que a distância a que estamos de alguém tem a envergadura de um pensamento. Pois bem, não estou distante. Mas apesar desta certeza há sempre uma certa insegurança sobre ter alguém distante de nós. Nestas coisas da distância nem sempre somos bilaterais nos sentimentos. A consciência disso não me impede de nada. Sou como um monge no Butão, que é um sítio óptimo para passar férias. Por isso, se alguém precisar de férias apite que eu largo a batina por umas horas e vou para a night abanar o couro cabeludo (sim, porque cabelo... ). Um grande beijo a todos (um abraço para os mais púdicos).

300

Com tanta crítica negativa, referências ao fascismo mais elementar, violência demasiado gráfica e gratuita, etc., etc., só me restava ir ver o filme. E fui. Confesso que não me deixei abalar por nenhum dos (pré)conceitos adquiridos previamente à visualização do filme. O filme pareceu-me uma interessante transposição de banda desenhada para a tela. Gostei muitíssimo da imagem e dos efeitos especiais, mas nunca senti que estivesse perante a mais puras das realidades históricas. Não creio que o filme pretendesse ser outra coisa senão a adaptação fiel da obra de Frank Miller. Por esta mesma razão o argumento é algo simplista e o filme pouco matizado em termos de emoções. Cumpre com aquilo a que se propõe... entreter. Não servindo como exemplo total do que é ser-se heroí, do que é a honra, do que é a cobardia (e outros conceitos adjacentes), é óptimo para lançar o debate.

13/20

quarta-feira, abril 11, 2007

Wish me...

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LUCK!!!

Inícios

Porquê se tende a atrasar o início das coisas? Quando existe algo de muito importante para fazer tenho a tendência de me armar em Rosalinda (o meu alter ego da limpeza) e lá limpo e arrumo gavetas, estantes, roupeiros e tudo e tudo e tudo... Depois quando está tudo arrumado, bem, começa-se a fazer o que se tinha de fazer e mais nada.

A arte de reconhecer

Nem sempre a boa vontade consegue tudo. É um bom princípio, é claro. A boa vontade e a disposição são 2/3 do sucesso, mas o outro 1/3 é a arte. Quando falta a arte, não importa a boa vontade que se tem e o maravilhoso estado de disposição. É simplesmente impossível realizar a tarefa. Perante a falta de arte, é preciso ser-se proficiente na arte de reconhecer. Só reconhecendo as limitações perante o problema é que se pode pôr em prática uma alternativa para o resolver. Quase todos os problemas práticos têm uma resolução, assim não nos falte a arte de reconhecer a incapacidade. Quem me dera ser mais 'artista' em algumas coisas, poupava-me uns dinheiros...

terça-feira, abril 10, 2007

Voar...


VOAR, VOAR,
VOAR, VOAR,
VOAR, VOAR...

segunda-feira, abril 09, 2007

O Bom Nome

Confesso que não sei muito bem o que escrever sobre este belíssimo filme de Mira Nair. Quando saí do cinema a minha cabeça brotava de coisas que queria escrever. Já não me lembrava da última vez que tinha chorado num filme. O filme entrou pela minha vida dentro, pela sua mensagem e pela sua consequência.

Foi um belo filme para o domingo de Páscoa, um dia de família. O filme fala sobre uma família, o seu crescimento, a sua sedimentação, o seu desmembramento, a sua regeneração. Fala sobre as consequências dos nossos actos perante aquilo que tomamos como certo. No dia de hoje, também a minha família se regenerou e fortaleceu.

É também um filme que fala sobre pontes entre velhos hábitos e novos hábitos, velhos mundos e novos mundos. Como pertencer sem nunca deixar de pertencer.

Por entre equívocos e certezas, fala-se de amor em estado bruto e agradece-se aos nossos pais a quem, muitas vezes e mesmo sem saber, devemos quase tudo.

17/20

sexta-feira, abril 06, 2007

Poetas chineses

Aqui há uns tempos passei num blog e descobri um pequeno poema de um poeta chinês. Quem espera o Confúcio do século XXI, desengane-se. Acho que vale a pena descobrir os novos poetas chineses. Gostei da linha. O meditativo e o minimalista encontram-se no meio de uma sensibilidade apurada pela observação quotidiana. Deixo dois exemplos:

Algumas pessoas não dizem muito
Não são nem mudas nem introvertidas
Dizem apenas o necessário
quando a cortesia o exige.
Flutando na superfície do discurso
é assim que vivem as suas vidas.
Algumas pessoas são como epitáfios
longos anos reduzidos a uma frase ou duas.
(H.D)

Quando nada acontece a chuva é um grande evento,
Quando um grande evento acontece a chuva é apenas pano de fundo.
Anos depois, quando tudo faz parte do passado
alguns lembram-se dele, outros não.
Mas a chuva volta sempre a ser um evento
enquanto cai sem nada acontecer.
(H.D)

O emprego

Tive uma conversa muito engraçada com uns amigos de amigos sobre o emprego e as relações que se mantêm no emprego. A maioria das pessoas compreende o local de trabalho como um lugar de competição onde as pessoas são dissimuladas e onde é impossível fazer amizades sinceras e verdadeiras. No local de trabalho não se passa nada para além de sorrisos de circunstância. Isto deu-me que pensar. Até hoje trabalhei em 4 sítios apenas. Mas ao fazer uma retrospectiva à minha vida profissional, acabei por perceber que foi no meio profissional que fiz grande parte dos meus amigos. Talvez mais de metade. Não sei se existe uma explicação lógica para isto, uma vez que aparentemente passa a ideia de que não se pode confiar demasiado em colegas de trabalho. Pois bem, os colegas de trabalho antes de mais são pessoas. E parto sempre do princípio da reciprocidade relativa que é «se eu estou numa situação com uma determinada intenção, é muito provável que mais pessoas também estejam». Por outro lado posso ter tido bastante sorte com as pessoas que têm passado pelo meu local de trabalho. Se calhar não há explicação para isto e sou apenas eu que sou um rapaz de sorte.

quinta-feira, abril 05, 2007

Bem vindo Tomate

Há mais um miúdo no meu círculo de amigos. Nasceu ontem, tem um ar muito sossegadito, é parecido com a mãe e chama-se Tomás (para mim vai ser sempre o Tomate). Há qualquer coisa de emocionante e belo em tudo isto. Há uma nova pessoa no mundo e tem-se a oportunidade de contribuir para que ela seja uma pessoa boa. É um processo maravilhoso. Estarei eu a ficar velho ou tou simplesmente com uma crise de lamechice?