sexta-feira, maio 31, 2024

O que fez a Jennifer?

Um documentário sobre um crime de homicídio sobre dois imigrantes vietnamitas insuspeitos, a única testemunha e sobrevivente foi a filha traumatizada. Mas, a história não acaba aqui. Neste caso não posso falar da "fucked up America" porque o homicídio foi no Ontário, mas pode sempre dizer-se "fucked up youth".

Dançar Para o Diabo: O Culto 7M do TikTok

Um documentário sobre um culto gerido pelo fundador da equipa de gestão a que pertencem bailarinos do Tik Tok. Grita fucked America all over. É um bocadinho assustadora a forma como os jovens se predispõem por fama e dinheiro a certas coisas e depois como a manipulação acontece.

segunda-feira, maio 27, 2024

Acho um pouco triste

Acho um pouco triste quando não consigo ter afinidade com uma pessoa que não é má ou impertinente ou irritante, simplesmente porque não me identifico com nada dela. Sinto apenas desconforto por não haver nenhum ponto de contacto ou por ser obrigado a ter de agir em conformidade com a linha de ação dessa pessoa para manter uma relação de cordialidade. A tensão de obliterar-me nesse contacto, acaba por ser uma violência, mas por outro lado sinto uma culpa por essa falta de afeto e afinidade que me impele a continuar a ligação cordial que me anula. Às vezes podemos ser tão contraditórios.

domingo, maio 26, 2024

O caso Ontreau: Um pesadelo francês

Vi este documentário pensando que era um daqueles grandes julgamentos de algo que parecia muito mais pequeno e resulta em muitas condenações. Nada disso. Vi uma das maiores baralhadas da justiça que já observei até hoje, de tal forma que ninguém, fica a saber quem é realmente culpado, se a justiça foi feita ou não. 

Ali serviu-se tudo menos justiça - acho que aquelas crianças abusadas mereciam mais (mais apoio, mais atenção), mas os inocentes também não mereciam o que passaram. E é por isto que eu tenho pesadelos com a justiça portuguesa (e em geral), porque os juízes são seres humanos e a maior parte deles muito falha.

A única coisa positiva que consegui tirar do horror que é este caso, é que não é apenas em Portugal que a justiça é uma treta; num grande país como a França, a coisa não anda melhor. 

A Operação

A operação da minha mãe ocorreu nesta sexta feira. O trauma das anteriores fez com que tivesse um ataque de nervos quando viu por momentos e depois voltou a estar completamente sem ver. Tiveram de a tranquilizar e disseram que era normal e que até ao final de domingo estaria a ver.  Chegou domingo e ela está a ver. Já viu as horas no relógio. 

Tudo isto é de uma importância extrema. Ela recupera a sua vida como sempre a conheceu e nós ficamos com o coração aliviado por sabermos que nem sempre podemos estar lá. O meu mundo hoje tornou-se muito mais mais bonito.

quinta-feira, maio 23, 2024

Coisas que se encaixam

Quando voltei ao meu atual local de trabalho, depois de estar fora 4 anos, sempre pensei que iria sozinho para um gabinete que sempre gostei. Quando voltei ele, tinha sido ocupado. Entretanto desocupou, mas eu tinha vergonha de dizer que gostava de ir para outro gabinete sozinho, não fossem pensar que era por causa do meu colega, que muito estimo (apesar de estar sempre com frio e eu com calor e termos uma gestão difícil do ar condicionado). Hoje a minha chefe veio pedir-me que ocupasse a sala que eu sempre desejei e que vou poder decorar ao meu gosto. Porque gosto de me sentir em casa no trabalho. Bela notícia.

quarta-feira, maio 22, 2024

Conversas

Acabei de ter uma conversa bastante longa com um Judeu sobre Gaza. É bom perceber que existe em Israel muita gente que não concorda com o Governo. E ele explicou-me também a origem do termo Sionismo e o que significa para ele. Tudo fica diferente na boca de alguém que tem empatia. O extremismo não devia ter lugar em lado nenhum e não devia de ter o direito de adulterar, deturpar e utilizar estandartes do bem. Esses estandartes tornam-se símbolos do mal e o ódio nasce pelos maus e pelos bons. 

Pedi-lhe desculpa pelo meu mau uso da palavra e pelo ódio que lhe associei. Apesar de eu ser alguém que defende as suas ideias com ferocidade, sinto-me muito bem quando me mostram que estava enganado acerca de algo. Agora sei mais uma coisa que me foi explicada sem agressão. E nunca mais direi que o Sionismo é uma coisa horrível. O Governo de Israel não é Sionista (na verdadeira origem da palavra) é apenas extremista e assassino. 

A minha colega perguntou-me

A minha colega perguntou-me se eu gosto de rapazes mais novos. Na realidade dever ser essa a imagem que passo no momento porque os meus 3 últimos namorados foram todos mais novos, mas na realidade não é um gosto. Foi tudo uma casualidade, mas talvez o facto de os homens da minha idade terem medo de se aproximar de mim no sentido afetivo do termo tenha proporcionado este desfecho.

O meu primeiro namorado mais novo (16 anos) ocorreu por isso mesmo, porque não haviam pessoas da minha idade a querer uma relação monogâmica- que é o modelo com o qual me sinto confortável, apesar de aceitar qualquer um para terceiros. Eu não queria mesmo esta relação, mas família e amigos todos me disseram que eu estava a ser preconceituoso. Acabei por entrar nela e perceber que a idade (na maioria dos casos) não e apenas um número. Durou 7 anos, 3 mais do que devia ter durado, acabei por me perder um pouco de mim. 

O meu segundo namorado mais novo (17 anos) ocorreu porque me apaixonei por ele perdidamente, tanto que chegava a ter algum receio do futuro, de ser deixado. Além de achar que ele era o máximo, era fisicamente o meu ideal de homem, que ao contrário do que as pessoas pensam (pela minha fisionomia) não é um tipo musculado. Gosto rapazes morenos, de olhos caídos e narizes diferentes, com óculos de preferência e corpo normal. Aquele ar de rapaz estudioso. Ele era isto tudo fisicamente e ainda me parecia ser um ser humano excelente, logo, perdi-me de amores como um adolescente. Mas infelizmente o desenrolar da relação não foi nada do que me foi mostrado no início e ela terminou em menos de 18 meses. A idade aqui também não foi apenas um número.

O meu terceiro (e atual) namorado mais novo (18 anos). Aconteceu também por um mero acaso, mas talvez um acaso feliz. Começou tudo por uma amizade, e com a ideia de que ele era completamente errado para mim do ponto de vista amoroso. Eu coloquei-o logo no território de amigo pois não tínhamos gostos em comum e fisicamente achava graça apenas a ele ter um nariz muito diferente e os olhos caídos. É um homem serrano, com traços fortes, modos simples. Não, obstante aconteceu aqui o inverso  da relação anterior. Com o tempo apercebi-me de que como ser humano é uma pessoa sem igual, com valores nobres. O facto de ele ser de poucas palavras e de não se expressar muito bem deixa-o na "penumbra". Acabei por me apaixonar pela sua nobreza de espírito, pelos seus modos rudes mas educados, pela sua inocência perante a maldade humana. 

Durante o tempo que estive solteiro, perto de um ano, não apareceram homens da minha idade a querer pelo menos conhecer-me, bom... apareceu um francês de quem sou muito amigo hoje, mas que acha as relações à distância românticas e maravilhosas. Eu não acho relações à distancia românticas e até é um entrave à continuação da minha atual relação, que encaro como um privilégio. Cada dia que passa é um privilégio por poder ser passado com o Beto e aprender dele, a bondade, a pureza de espírito. Se tiver de acabar não vou ficar triste. Vou ficar alegre por ter tido esta oportunidade de ser o seu outro significativo durante o tempo que conseguimos. E feliz por ele também ficar a saber o que é ser bem tratado por alguém, ouvido, compreendido, tido em consideração. 

É bom mesmo que esta relação não acabe porque pelo andar da carruagem eles ficam sempre 1 ano mais novos. Não se sabe onde vai parar (medo). Mas sempre gostei de homens da minha idade, que tenham algum cuidado com a sua imagem, sentido de humor, espirito aventureiro e segurança em si mesmos. A insegurança já me arruinou duas relações.  Eu sou muito intenso, mas sou o que sou. Não vou deixar de agir com a minha normalidade para o outro se sentir seguro. Ninguém deve de deixar de ser quem é.


terça-feira, maio 21, 2024

Por causa do Beto

 Comecei a ver a série Bridgerton. 

Ainda temos o amanhã

Foi o filme com mais sucesso em Itália no ano de 2023. Consigo perceber, em contexto, o porquê todo os italianos reveem a história da sua família no filme. O filme chama a atenção para o problema enraizado do machismo nas sociedades ocidentais e da violência contra as mulheres seja ela física simplesmente simbólica. O filme homenageia o feminino e os rostos esquecidos de tantas famílias e o trabalho não reconhecido de tantas mulheres que são a estrutura basilar das sociedades. No final, mulheres tão diferentes estão juntas a realizar ao mesmo tempo o mesmo ato, o que revela que há algo de igual em todas elas. Todas têm direitos e todas contam.

O filme trata de coisas muito importantes, mas não creio que visualmente ou até narrativamente as opções tenham sido as melhores. Há partes muito boas e há partes que são momentos em si e que me fizeram sentir desvinculado do filme como um todo. A parte final conseguiu ser bastante claustrofóbica, e tiro o chapéu à realizadora por isso, mas o filme devia ter tido mais dois ou três minutos e a Délia devia entrar dentro de um comboio ou de um autocarro.

14/20

Schutter - Piano 2



Schutter - May Laude

Glance out a casement window - Piano 1



Glance out a casement window - Janet Redger

sexta-feira, maio 17, 2024

Big Brother

A semana passada abandonei o acompanhamento do Big Brother. Na realidade aquilo espelha bastante do que é atitude dos 20-35 perante a vida. Esta geração de portugueses não me deixa nada satisfeito. Faz-me sentir um desistente. Tenho zero esperança neles para edificar um país melhor. Os valores que têm são (em termos genéricos) assustadores. Para não falarmos do facto de serem pessoas iludidas (provavelmente pela incapacidade de digerir o excesso de informação a que têm acesso, por um lado, e os estímulos da sociedade de consumo fácil, pr outro). A anomia social está instalada.

A famosa e infame Catarina Miranda (pica-miolos por excelência) era alguém que tinha visão e inteligência e fazia um jogo deliberado, mas também ela cedeu à pressão, à incapacidade de tolerar sofrimento, à frustração de não ter o que espera quando o espera. O facto de ela ter "crashado" fez-me perder o encanto que poderia restar. 

Soube ontem que foi expulsa exatamente porque teve uma ação irrefletida derivada da pressão que não conseguiu aguentar, e semelhante à que tentava infligir. O mais curioso é que a pressão sobre ela infligida, nunca foi intencional. Ela estava preparada para a "maldade" do jogo não para sentimentos reais que alguém que ela simpatizes possa nutrir contra (ou mesmo a favor dela). Mais uma miúda que capitulou. São todos iguais, e nenhum deles é grande coisa no quadro maior da vida. Boa sorte a todos, mas suas pequenas esferas e que sejam felizes, que é o que todos andamos cá a tentar fazer.

Relações umbilicais

Isto pode ser um problema dos diabos. 

quinta-feira, maio 16, 2024

Profissão: Perigo

Não sendo uma maravilha da sétima arte, é um filme de ação inteligente com uma vertente cómica muito bem conseguida. O Ryan Gosling (além de ser um regalo para os olhos) nunca desilude. O filme tem "stunts" de primeira categoria, ao que não é alheio ao facto de o realizador ser um antigo duplo. O filme é uma ode ao trabalho de duplo, o que me parece muito nobre. A história é boa, faz sentido, e isso é o mais importante. O ritmo é bom e as piadas e as referências cinéfilas são muito bem conseguidas (foi mesmo o que mais gostei). 

Ps. O título original do filme "The fall guy" é um trocadilho giro que se perde no título português.

16/20

Dececionante

Como é que ninguém se preocupa com o que se passa em Gaza? Como é que ninguém quer saber ou tenta perceber o que ali vai. Este logro do antissemitismo invocado pelo Governo de Israel que apenas quer anexar Gaza ao território nacional não olhando a meio para isso. Netanyahu é o maior Nazi que o mundo conheceu desde Hitler, o seu modus operandi é exatamente o mesmo. Isto para mim é um desespero. Sempre que (mesmo evitando) não consigo escapar a uma notícia sobre o conflito. 

Volto a repetir ser judeu não tem nada a ver com o ódio que tenho a este governo de Israel. Um ódio que cresce de dia para dia e que não faz bem a ninguém. Os judaísmo é uma religião de paz, como todas as outras na realidade. Extremistas são as pessoas, que invocam o nome de Deus a seu belo prazer e o ódio étnico a seu belo prazer. O meu ódio é pelo primeiro ministro e por todos os que alinham com ele nesta insanidade (ou a desculpam), muitos milhares de judeus no mundo pedem a paz e muitos israelitas que são calados à força dentro do seu próprio país mais ainda. 

É tudo muito grave e muito triste. Não só este conflito, mas tantos outros no planeta, mas este como outros em África é um genocídio. E o que me choca é o apoio da sociedade ocidental ao genocídio apenas porque os EUA apoiam Israel. Duvido que Barack Obama apoiasse. Enfim. 

terça-feira, maio 14, 2024

Terapia de florais

Entre 2006 e 2023 fiz terapia de florais (essências vibratórias) e foi uma experiência excelente. Quando comecei a namorar o Beto havia algo de estranho nos resultados. Era como se aquilo na me fizesse sentir nada. A minha terapeuta disse-me então que ele estava a regular-me. A energia que os dois estávamos a emitir um para o outro era mais forte que qualquer essência vibratória que eu pudesse tomar. A energia de amor é a mais forte. Ela dispensou-me de mais terapia. Disse que estava a ser redundante, em completo. Que continuasse assim, nesta vibração. E que lhe telefonasse de vez em quando só para dar notícias, porque como terapeuta não estava a precisar dela e ela esperava que eu não voltasse tão cedo a precisar.

Consulta de voz

No fim de novembro de 2022 durante o caos que estava a minha vida amorosa, profissional, a saúde da minha mãe, as obras mal sucedidas da minha casa, fiquei constipado. Logo a seguir morreu uma amiga de cancro no cérebro e eu perdi a voz. Fiquei afónico durante mais de um mês e depois perdi a capacidade de cantar. Foram mesmo momentos muito tristes, porque cantar é uma das coisas que me dá muita alegria, ando sempre a cantar seja onde for. 

Nunca recuperei totalmente a minha voz como era. Fiquei com um problema nas cordas vocais, mas neurológico. Elas não fecham totalmente o que faz com que eu perca os agudos quase todos e o falsete. Fiquei de fazer terapia da fala, mas uma coisa empurra outra e deixei passar demasiado tempo sem lhe dar continuação.  

Agora com a história do The Voice, por ter a voz adulterada, fui finalmente a outra consulta de voz. E a ver se recupero. Aparentemente sim, não sabemos é se em tempo útil para o programa. Mas vou na mesma, porque estou nisto para me divertir basicamente. 

O que fiquei a saber é que sou mesmo um baixo puro, com graves cavernosos. A terapeuta estava entusiasmada porque nunca tinha tido um baixo a fazer exercícios e estava a adorar a vibração no piano e nas paredes quando dava notas muito baixas, porque só tinha experimentado a vibração de notas altas e era completamente diferente. Sente-se mais no corpo e menos nos ouvidos. 

Kanervos

O dia da operação da minha mãe aproxima-se e e um misto de emoções. É a derradeira oportunidade de ela ver.  Não sei como vou reagir se a terceira operação não resultar. Não vou aguentar a deceção dela e a minha impotência perante a resolução da mesma. Por isso, há alturas que estou super confiante e ouras em que fico uma pilha de tensão. Em 10 dias é o que for (mas que seja bom).

50

No dia 10 de maio fiz 50 anos. O dia foi tranquilo, passei-o a passear a pé por Lisboa. Depois fui buscar o Beto e fomos jantar com a minha família próxima, num restaurante muito bonito e com comida deliciosa. Usei o meu Kilt azul para ver se trazia sorte a esta nova década. O bolo de última hora (porque não tinha conseguido ir comprar estava também delicioso. No dia a seguir fui para a aldeia com um casal de amigos e passamos lá o dia a dar uns mergulhos de piscina. Domingo estava a aterrar na Madeira para mais uma estadia longa por cá. E assim se passou. Foi um fim de semana com recordações bonitas.

terça-feira, maio 07, 2024

Só para não me esquecer

Levei a minha mãe (e o meu irmão) a almoçar à Casa Graviola no dia da mãe. A minha mãe estava linda, o sorriso era de felicidade pura. Por momentos até me esqueci que aqueles olhos azuis não veem. Na foto que tiramos para imortalizar o momento, eu e o meu irmão parecemos gémeos - com o esforço que fazemos para não nos parecermos um com o outro, não deixa de ser ironicamente divertido. 

Foi um dia feliz. Que bom que tenho esta mãe e este irmão, que bom que nos temos a todos.

Músicas para o The Voice

Escolhi as músicas abaixo para incluir na inscrição; três por achar que as canto bem e duas por achar que ficavam bem na minha voz, mas agora é uma questão de ver o que eles escolhem (e se me escolhem, que é o mais importante).


Wicked Game - Chris Isaak


Someone that cannot love - David Fonseca


I have nothing - Whitney Houston


If you don't know me by now - Simply red


Ouvi dizer - Ornatos Violeta

segunda-feira, maio 06, 2024

Animal de circo

É muito giro parecer jovem. Eu na realidade fico muito contente quando me dão menos 10 anos, por vezes menos 12 ou 13. Contudo, este sábado estive numa festa de anos temática, vestido de Hermes e a minha idade tornou-se numa espécie de atração. As caras de espanto, a admiração, etc. 

A coisa começou a tornar-se pesada quando me tornei um jogo, vinha uma pessoa com outra pela mão e dizia "diz lá que idade é que ele tem?" e passado um bocado vinha essa pessoa com outra. E a cara de satisfação dos primeiros quando era revelada a idade verdadeira e tinham conseguido enganar o outro. É o que é, às vezes a discriminação positiva chateia. 

E os dados estão lançados

Inscrevi-me no The Voice. Mesmo com os meses meio ocupados até outubro e seja o que Deus quiser. A ideia é ter de novo a experiência televisiva e divertir-me - nada mais que divertir-me. Não quero ser cantor, isso para mim é mais do que certo.

sexta-feira, maio 03, 2024

A felicidade

A felicidade está mesmo em nós. O problema surge quando relegamos a gestão da mesma a terceiros. 
#amorproprio

Fim de semana cheio

Este fim de semana tenho uma festa e mais dois jantares. Fico sempre assoberbado quando tenho muita coisa. Acho que a festa vai ser bastante engraçada. O tema é deuses gregos e decidi ir de Poseidon, porque gosto do mar. Deverei ser o único vestido (ou pouco vestido) de azul. Vou tentar comer pouco nos jantares, algo levezinho. Quando passo três dias a comer fora, fico fora da minha zona de conforto. 

Send in the clowns



Send in the Clowns - Judy Collins


Isn't it rich? Are we a pair?
Me here at last on the ground,
You in mid-air,
Where are the clowns? Isn't it bliss?
Don't you approve?
One who keeps tearing around, one who can't move,
Where are the clowns?
There ought to be clowns?
Just when I'd stopped opening doors,
Finally knowing the one that I wanted was yours
Making my entrance again with my usual flair
Sure of my lines, no one is there.
Don't you love farce?
My fault, I fear
I thought that you'd want what I want
Sorry, my dear!
But where are the clowns, send in the clowns
Don't bother, they're here
Isn't it rich? Isn't it queer?
Losing my timing this late in my career
But where are the clowns?
There ought to be clowns
Well, maybe next year...

quinta-feira, maio 02, 2024

Murro no estômago

Há coisas que são como um murro no estômago. Para mais tarde recordar - online stuff e imaturidade. 

8 dias

Estou a oito dias de fazer cinquenta anos. Acho que consigo perceber porque é que as pessoas entram em modo balanço. Dos dezoito aos cinquenta passou tão rápido. Trinta e dois anos que parecem 10. Parece que foi ontem, mas não foi. Já aconteceu muita coisa, já vivi muita coisa e tenho a noção concreta de que a a segunda metade da minha vida vai passar a correr também (e que não chegará cinquenta anos). Tenho menos tempo e não sei bem em que condições físicas, o que me poderia colocar a apostar as fichas todas nos próximos 10 anos. 

Não obstante. A única coisa que mudou foi a consciência de finitude. Continuo com este estado tranquilo que alcancei em 2023, a mesma vibração de aceitação e de celebração de cada dia. Em 2008 descobri que era muito feliz e assim continuei até 2015 quando uma relação não muito boa me levou a ser um homem deprimido, alienado, vulnerável, à procura de corações nobres, alguém que me resgatasse. Este estado de alma, fez-me cair numa relação ainda mais desastrosa. E a verdade é que ninguém resgata ninguém. Somos nós que temos de ter amor-próprio. E o meu estava num penico. 

A partir de Fevereiro de 2023 comecei a minha regeneração e a pouco e pouco com as experiências felizes e o reatar de algumas amizades (como a do meu amigo médico, que me ajudou bastante a criar momentos leves  e alegres) estava a voltar a pessoa de 2008. Os meses passavam e a vida era sempre mais bonita e mais presente. Interessava sempre o momento presente, o estar aqui e agora. 

Por isso, mesmo agora, que dou conta de como tudo é rápido no fluxo do tempo, não deixo de estar tranquilo. Não sinto que tenha de correr, não sinto que tenha de me multiplicar. A minha prioridade é continuar a ser saudável e simples (mesmo no meio do complexo). O Beto disse-me, quando estivemos juntos a primeira vez, que gostava de mim por eu ser feliz com pouco. A isso acrescento que desejo o que tenho e o que posso ter, não desejo o que os outros têm ou podem ter. A comparação destrói mesmo o nosso sentido de "self". É este espírito que espero continuar a transportar nesta nova década.