Férias

Começo amanhã o meu primeiro período de férias com o Beto. Estou bastante entusiasmado. Será uma road trip por Espanha, de Mérida a Ávila, passando por todas as cidades históricas da Raia. Entretanto, também já decidimos o destino das próximas férias no fim de Fevereiro. Uma escolha do Beto, que foi crescendo em mim e faz todo o sentido agora.

Sasquatch

Eu aparo o pêlo do peito de 3 em 3 semanas. Sou um rapaz bem peludo e há bastantes anos que o faço. Acontece que o Beto me pediu para não aparar o pêlo para ver como ficava. Ainda vou a meio caminho e já percebo porque é que comecei a aparar. Se eu andasse sem roupa na rua poderia ser confundido com o Sasquatch (vá, rapo o cabelo e continuo a aparar a barba, senão era mesmo).

Estranho mundo

"Estranho mundo este em que um dia de chuva nos preocupa como se fosse uma guerra e uma guerra nos parece tão banal como um dia de chuva. É tênue a linha que se separa o inverno do inferno."

Ricardo Marques, jornalista do Expresso.

Nota: Não encontrei a fonte, mas a citação está atribuída a Ricardo Marques, jornalista do Expresso. Seja sua ou não, é infelizmente e devastadoramente verdadeira. 

Divórcio

Terminei o último vínculo que mantinha com o meu Ex. Na semana passada assinei a cedência de quotas  da minha parte da empresa ao atual namorado dele. É assim uma passagem de testemunho do passado para o futuro. Na realidade eu era apenas um sócio não executivo, necessário para constituir estas empresas que ajudam a racionalizar rendimentos, imputando despesas e reduzindo impostos.

Não me incomodava fazer parte, mesmo depois de acabar, talvez até existisse um certo apego nostálgico. Quando ele arranjou outra pessoa, passou a fazer menos sentido eu ainda fazer parte da empresa, mas quando chegou a minha vez de me apaixonar, então começou a ser muito incómodo para mim. 

De certa forma, era como se o meu novo namorado não tivesse a minha exclusividade, como se estivesse emocionalmente com ele e ainda casado com outro. Assim, foi como o assinar dos papéis de divórcio. Foi aqui que as coisas realmente acabaram - dado a que nem temos uma relação de amizade.

A minha anterior relação não foi mesmo nada fácil de acabar para mim. Eu sabia que tinha de vir embora de algo que me fazia mal - mas que, por alguma razão, me estava entranhado até aos ossos. Existiram avanços e retrocessos, mesmo depois de ter acabado, até que se deu. 

Aqui e agora existe o Beto. Estou 100% ao lado dele.

Tudo o resto é passado. 

Música tremenda de boa

One of your girls - Troye Sivan

MEG 2: O regresso do Tubarão Gigante

Mega fiasco. Gigante desperdício de meios.

8/20

Desenterrar os anos 90 - 27

Cannonball - The Breeders

Coisas que custam

Estava no café dentro do supermercado e uma senhora velhota disse "ó menina, pode tirar-me uma bica?". De seguida mudou de ideias dizendo que já voltava se pudesse. Eu continuei a comer o meu bolo e, passado um bocado, olhei para as caixas lá ao fundo e vejo a senhora a deixar coisas na caixa porque não tinha dinheiro para pagar tudo. Fiquei mesmo triste com isto. Idosos a passar necessidades transtorna-me imenso. Penso sempre que poderia ser a minha mãe, se estivesse ao lado dela, tinha pago o que lhe faltava. 

Agora já está

Respondi a um twitter do Presidente Biden a chamar-lhe hipócrita a ele aos líderes do países politicamente/economicamente poderosos. Quem têm poder para acabar com esta sangria que se passa na Palestina, e não se importam um pêssego com isso. 

Um amigo meu  disse-me, hoje, que não quer saber deste conflito porque não é conosco, eles que se matem lá porque nós estamos na Europa. Isto deixou-me bastante chocado. Porque se um dia formos nós a estar sob ataque e sem defesas, quem pode ajudar também pode dizer "é lá com eles, eles que se entendam ou se matem".

A falta de empatia por seres humanos deixa-me azedo. Um conhecido disse-me "os árabes nem têm os mesmos costumes que nós, são culturalmente diferentes, os israelitas é que são como nós". A verdade é que eu nem gosto de visitar países árabes por não concordar com muitos aspetos da cultura, mas porra, são pessoas. Antes destas merdas da religião, somos todos pessoas. E os governos de Israel se não espalham o terror há décadas (com a honrosa exceção de Yitzhak Rabin e Shimon Peres), não sei então que fazem.

Se Espanha invadisse Portugal, o mundo árabe estaria a cagar-se para nós, mas trata-se de uma questão moral e se os outros são imorais eu tenho de ser imoral só porque sim? Não temos cinco anos de idade e não vamos andar no "eu vou fazer-te a ti o que fazes a mim". 

Na realidade eu devia estar descansado a curtir a minha vida pacata num país pacato, mas há gente a sofrer desnecessariamente em África, no médio Oriente, na Ásia e quando sei disso toca-me, quando é um atropelo enorme aos direitos fundamentais (e quando percebo que algo poderia sem feito a esse respeito) toca-me ainda mais. 

O que eu estou a precisar é de ir para os copos. Agora já devem andar os serviços secretos que vasculham a internet a ver tudo o que eu disse e fiz nos últimos 20 anos. Mas tinha de dizer o que estava a sentir. Às vezes tenho destas coisas.  Agora já está. 

Saudades do Beto

Diz que não há uma sem duas, nem duas sem três. No caso do Beto ele é o terceiro em muitas coisas e diz que à terceira é de vez. É também a minha terceira relação à distância e isso não é agradável. Ao lado do Beto percebi a beleza que existe na Madeira e a elevada qualidade de vida. A ilha tem tudo aquilo que ele necessita e gosta, o continente nem por isso. 

Apesar de me faltar na ilha uma certa diversidade de atividades culturais, não ponho de lado ir viver para lá (se a nossa relação continuar a dar certo) mas isso não poderá acontecer a curto prazo, por isso espero que nós consigamos solucionar. Acredito que sim. Nunca tive uma relação com uma comunicação tão franca e aberta.  

Por agora é uma relação de fim de semana e há dias em que a saudade aperta mais porque ele é alguém cuja presença se faz sentir, e claro, positivamente. 

Mistério em Veneza

Apesar de não ter achado estupendo o último tomo deste franchise (Morte no Nilo), acabei por ir ver este «Mistério em Veneza» e fui surpreendido pela positiva. Onde o último foi apenas "agradável" de ver, este foi eficiente e bastante interessante. 

O filme não se ficou pelo simples mistério policial, elevou-se pela introdução de uma componente sobrenatural que lhe confere uma aura gótica e nos confunde durante o processo de dedução de Hercule Poirot sobre os crimes em investigação. ter Veneza decadente como cenário resulta maravilhas para incutir no expectador uma certa subjetividade quando ao que está a observar.

Apesar de ter percebido quem era o/a assassino/a perto do final, não retiro nenhum mérito ao filme que soube manter várias possibilidades em aberto sem que isso pesasse no argumento ou na direção dos atores. As personagens são sólidas e consistentes, a história também. O filme não sendo uma maravilha da Sétima Arte entretém bastante. 

15/20

Histórias de São Francisco, é uma minissérie da Netflix inspirada  nos livros de Armistead Maupin, Não é exatamente um "coming of age" da personagem mais nova representada por Elliot Page, porque assenta na diversidade de narrativas intergeracionais de todos os personagens principais, cruzadas com uma diversidade Queer raramente vista em séries ou no cinema, mas que funciona. Aqui o velho encontra-se com o novo, a antiga geração LGBT encontra a nova geração LGBTQIA+, ora chocando de frente ora sendo o complemento ideal para o futuro que aí vem.

Talvez eu esperasse uma história mais forte, talvez eu não tenha simpatizado com nenhum dos personagens (o que raramente me acontece), talvez eu não conheça São Francisco o suficiente para achar que o que vi não deverá fazer jus à cidade. 

Fiquei com um gosto de comida ensossa na boca. É colorido e diverso; aplaudo a diversidade representada e a coerência que manteve, mas é curta em emoção. 

Instagram

Aderi ao Instagram em Outubro de 2012. Nem sabia o que meter no perfil, por isso a primeira foto foi a manete das mudanças do meu Honda Jazz. É engraçado pensar no que o IG era naquela altura e no que é hoje. O mundo mudou brutalmente em 11 anos. 

After Life

Gostei bastante desta série, já com algum tempo, que quebra com muitos estereótipos do que é televisivamente atraente. Há toda uma aura de "realismo" nas personagens, nos cenários e talvez por isso toque tanta gente porque são "pessoas reais" que ali estão retratadas. 

A premissa é simples, o processo de luto de um homem que perdeu a sua mulher para o cancro de mama. Há lágrimas, risos, frustração, tristeza, raiva, aprendizagem/sabedoria e beleza. 

Esta série de comédia dramática é e será sempre um objeto magnífico e extremamente provocador - como o Ricky Gervais sabe ser. 

De novo - o conflito na Palestina

As pessoas que falam com o coração na boca por verem as notícias que os telejornais vendem com o adicional efeito de choque para garantir audiências, deviam ir pesquisar um bocadinho da história da Palestina, vá... assim desde a primeira guerra mundial. Talvez assim percebessem, a quantidade de barbaridades que andam a dizer. São apenas 100 anos de história, há resumos, podem ler num instante. 

Não estou com Israel, tão pouco com o Hamas

Israel tem todo o direito de existir como nação, mas é  um estado carrasco há dezenas de anos que exerce o terror a conta gotas sobre o povo palestiniano. O Hamas é uma organização terrorista que conseguiu ganhar o apoio dos palestinianos de forma inteligente, com um programa social que dava comida e água a quem quase nada tem (porque a opressão na Palestina é, também, sobre o controle de recursos escassos como a água e terra cultivável). E assim se doutrina, se domina.

O que temos em ação são dois terroristas, o Hamas e o Estado de Israel (que tem o apoio ocidental pela sua posição geográfica estratégica para controlar tanto o mundo árabe, como a Rússia). Israel mata e oprime crianças e expulsa pessoas das suas terras para estabelecer colonatos, mas "vai fazendo". E dos árabes ninguém quer saber porque são o maus e extremistas. Mas há as organizações e o povo - que é independente do plano político. 

Pena tenho dos inocentes mortos em cada um dos lados.  

Hamas e Israel são ambos terror. As pessoas falam demasiado sem investigar, sem saber, reagindo apenas ao que vêem nas notícias - superficial e imediatamente.

True

"Some people bring out the worst in you, others bring out the best, and then there are those remarkably rare, addictive ones who just bring out the most. Of everything. They make you feel so alive that you’d follow them straight into hell, just to keep getting your fix."

Karen Marie Moning

E uma semana já foi

A primeira semana no novo trabalho passou tranquila, como achei que seria. Acomodação, gestão dos aspetos informáticos do funcionário, indicação de projetos e leituras a seguir. Para a semana intensifica, mas sigo em paz. O que é familiar sabe bem.

Kim vs. Kanye: The Divorce

Vi que este documentário estava disponível na HBO e achei que poderia ser interessante ver a génese e a implosão de um dos casais mais mediáticos dos últimos 10 anos. Seria a fama e o estilo de vida pop a razão mais plausível para o desfecho?

De certa forma foi curioso perceber que este casal era, em muito, um casal normal e que Kim Kardashian é mesmo uma boa mãe, apesar de ser um cérebro frio e calculista no que respeita a promover-se enquanto marca. 

Kanye West sofre de doença mental, a maior parte do tempo sem supervisão ou medicação e perde completamente a noção do real. Se antes o achava um idiota (apesar de musicalmente genial) agora tenho uma certa pena dele. É uma vítima de si mesmo e a implosão desta relação prendeu-se fundamentalmente com as consequências do seu comportamento errático. Podemos usar este documentário como um exercício de análise e de sensibilização para os efeitos da doença mental na vida quotidiana. 

Sem deixar de ser uma excelente mãe (que aliás procura manter junto dos filhos uma imagem positiva do pai, mesmo quando está a ser vítima de assédio constante) é, também, engraçado perceber como Kim Kardashian consegue sempre tirar dividendos das situações que está a viver. Um exemplo vivo de marketing. 

Sofia y la vida Real

Esta série documental da HBO chamou-me a atenção devido ao facto de saber muito pouco sobre a vida da Rainha Sofia de Espanha, a princesa grega que casou com o Rei Juan Carlos. Gostei muito do documentário que nos elucida bastante sobre a história da jovem democracia espanhola em particular os anos 70 e 80 onde se processou a transição do franquismo. 

No final acabamos a saber, na mesma, muito pouco sobre a Rainha Sofia, o que diz bastante sobre a personalidade da soberana, a educação que teve e o sentido de Estado associado. Aprendemos que ela confia apenas na irmã e em uma prima. Ninguém sabe muito sobre ela na corte para lá do pouco que demonstra. O curioso foi ficar a saber muito do processo dinástico espanhol, da transição para a democracia espanhola e sobre a queda da monarquia na Grécia. Vale a pena ver. 

Chegou-me tarde a febre... mas chegou!

Rush - Troye Sivan

The Windsors

Nunca ninguém me falou desta série, The Windsors, e foi por acaso que a descobri na Netflix. Como gosto de sitcoms e os episódios eram pequenos, pensei em ver um. Se não gostasse não fazia mal porque não perdia muito tempo. 

Trata-se de uma paródia satírica que conta a história da família real britânica (Os Windsor) em formato telenovela e com o melhor do humor inglês. Embora as histórias sejam completamente fictícias, são inspiradas em factos reais que todos conhecemos. Os membros da família real são retratados através de personagens estereotipadas (a vilã, a boazinha, o burro, o herói atormentado, etc.) e o resultado é hilariante. 

Fiquei agarrado à "tolice total" e a este cruzamento de novela mexicana com Britcom e devorei as três temporadas de seguida. Pessoalmente tenho um fraquinho pela Camilla Parker-Bowles (vilã), as Princesas Eugenie e Beatrice (tontinhas) e a Duquesa de York Sarah Ferguson (ostracizada bardajona). Mal posso esperar pela nova temporada. 

Talvez já fosse de prever

Talvez já fosse de prever que a minha admiração pelo Beto se iria transformar numa outra coisa. Ainda me lembro de ter escrito que ele era "uma pessoa bem formada, com uma inteligência emocional elevadíssima, uma humildade e alegria contagiantes" - e reafirmo.

A vida aconteceu e o Beto tornou-se ainda mais especial.

Do velho se faz novo.

Voltei ao Ministério da Ciência e Tecnologia e ao meu trabalho original. Já não sou a mesma pessoa que saiu daqui há 4 anos atrás e também não vou trabalhar com os mesmos projetos o que reveste tudo de uma aura de novidade. As experiências que tive entretanto também me trazem diferente a este lugar de sempre. Estou tranquilo. É o que mais importa.