Em primeiro lugar devo começar por dizer que não sou um fã. Gosto de duas músicas dele e já está (e não gosto mesmo nada do cabelo azeiteiro). Posto isto, quero prestar-lhe total solidariedade. Para mim, junto com a Dora Fidalgo e a Anabela, foi o mais profissional e afinado das semi. Achei a música que ele defendeu batida, mas ele foi irrepreensível na sua defesa. Tive a sensação de que já tinha ouvido aquela melodia milhares de vezes em outras canções. Às vezes é assim que somos traídos. Ouvimos algo que nos inspira e ao fazer diferente vamos colar-nos a um original que previamente serviu de inspiração. Já vi acontecer com músicos com quem trabalhei. Há exemplos como o "mmmmmm" da canção Frozen da Madonna e uma canção belga, ou uma canção da Tanita Tikaram que é igual em acordes a uma música do Pedro Abrunhosa (duvido que ela saiba quem ele é). Também tive de dizer a um amigo artista plástico que o trabalho que ele estava a desenvolver era quase igual à arte da capa de um álbum de uma cantora francesa de que gosto muito. Não chegamos a saber quem é o autor, mas no caso achamos extraordinário como duas pessoas a milhares de kms de distância podem ter tido uma ideia idêntica.
Agora factos. O Diogo Piçarra é um músico altamente popular a concorrer a um certame nacional que ficou debaixo do olho dos portugueses depois de uma vitória Internacional na eurovisão nunca antes obtida. Ninguém no auge da sua fama se arriscaria a perder a face e o momento com um plágio.
O que tenho lido online de jornalistas e comentadores de sofá e demais moralistas que, a meu ver, representam o pior da pseudo intelectualidade portuguesa fez-me interromper as férias para escrever este texto. A cobardia adora uma presa fácil e o Diogo Piçarra é a presa fácil do momento. Tenho sentido muita vergonha alheia e garanto que não é por ele. Acrescento que acho aviltante compará-lo ao Tony Carreira. É intelectualmente desonesto fazê-lo. Mas fácil.
Para finalizar, espero que o Diogo siga com a sua vida, com a sua carreira e tenha estrutura para ultrapassar este incidente. Foi miúdo e ingénuo no tratamento do assunto, mas revelou muita classe ao retirar-se, da forma como o fez. Volto a dizer que acredito que não plagiou e comigo nesta opinião estarão certamente pessoas com histórias de vida felizes, jornalistas que não têm necessidade de protagonismo moralista, espectadores interessados sem instintos predadores e/ou justiceiros (e claro fãs "die hard" que acreditam só porque o adoram).
O Diogo Piçarra nunca irá ler este texto (se sim... Diogo, esse cabelo tem de ir tá bem?), mas fi-lo por mim, para daqui a uns anos olhar para trás e poder lembrar-me que me expressei contra os "linchadores snifadores de sangue de presas fáceis".
E agora de volta às ferias :)
quarta-feira, fevereiro 28, 2018
quarta-feira, fevereiro 21, 2018
Linha Fantasma
Este filme brincou comigo até quase ao final. É um filme lento e quase tortuoso de se ver. Tive uma antipatia natural pelo personagem principal. E nos 10 minutos finais eis que é revelado o jogo mental a que fomos sujeitos. A capacidade e a incapacidade de sentir amor e as diferentes formas e manifestações do amor são o tema deste filme. Admiro a capacidade do Daniel Day Lewis de vestir personagens tão distintos. No filme o seu personagem é quase um não personagem, na medida em que é um dentro do outro. Parece confuso ao ser lido. O melhor é ver o filme. Confesso que tive momentos de grande antipatia pelo que estava a ver, mas os minutos finais alteram a perspectiva. Quase não gostei do filme e depois percebi que estava errado.
15/20
Mais Pedro Paixão
O cigarro é a mais perfeita metáfora da vida, uma breve combustão consumida em cinzas.
Pedro paixão, «A Rapariga Errada»
Pedro paixão, «A Rapariga Errada»
terça-feira, fevereiro 20, 2018
Nunca me tinham definido assim
«O Silvestre é um electrão livre». Assim me define o meu colega de física (tenho de ir ler uns livros para compreender a metáfora).
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trabalho
segunda-feira, fevereiro 19, 2018
A Hora mais Negra
Este filme biográfico pode quase ser reduzido, no interesse, à magistral interpretação de Gary Oldman que se transfigura graças a uma brilhante equipa de caracterização, mas fundamentalmente a um cuidadoso trabalho de pesquisa sobre postura e maneirismos. No que respeita a filmes políticos, já vi outros que me conseguiram fazer sentir a tensão de uma melhor forma, como se não soubesse o final da história. Não obstante, é um filme competente e uma boa ilustração da quente Primavera de 1940 quando o Reino Unido era ainda a única oposição credível a Hitler na Europa.
14/20
Once he was hot, now he is not...
Lembrei-me do Pedro Paixão que foi um triunfo literário nos anos 90. Nunca deixou de escrever, mas por alguma razão saiu do radar das pessoas, não porque ele tivesse mudado, mas porque talvez as pessoas sim (ou os críticos ou as editoras). Nunca tendo sido o meu escritor fetiche (como o Afonso Cruz), ele tinha frases verdadeiramente brilhantes.
"Já não se pode fumar em nenhum lado. O desamor é bem mais devastador, e no entanto não é proibido."
Pedro Paixão
Paloma Faith
Paloma is back! Não exactamente por ter editado o álbum The Architect em Novembro de 2017, mas porque existe uma coerência sonora arquitectada em torno de estilos diferentes que constituem um produto homogéneo que é quase gráfico (o que pode ser comprovado nos vídeos dos dois primeiros singles do CD). Eu andava preguiçoso para ouvir o álbum, mas recebi um "empurrãozinho" do Adolescente Gay que me chamou a atenção para o terceiro single. Em baixo podem ouvir as três canções lançadas na rádio e que sabe desenvolver curiosidade para ouvir o álbum.
O festival da canção 2018 foi..
Meh...
ps. chateou-me ser tudo pseudo brasileiro-jazz-delicado. a ver se a segunda meia final traz diversidade. Não queiramos ser o Sobral v2.0.
sexta-feira, fevereiro 16, 2018
Black Panther
Tinha muitas expectativas sobre este filme. Também fui um grande fã das histórias do Pantera Negra e depois do desastre dos X-MEN, e das restantes adaptações da Marvel que não respeitam minimamente as histórias originais, a minha reacção poderia ser muito má. Foi todo o contrário. A história foi modernizada sem prejuízo do conteúdo dramático dos personagens, o humor não é cabotino, a intensidade dramática está presente, os efeitos especiais opulentos e totalmente justificados e, esteticamente, o filme é muito bonito, para além de dar relevo a dois grupos normalmente muito maltratados na nossa sociedade: os negros e as mulheres.
O empowerment feminino é uma das bandeiras do filme, assim como as pontes entre povos e a ideia de que somos todos uma "imensa tribo". Os actores têm uma grande qualidade e o argumento está muito bem encadeado e totalmente credível (sem aquele tipo de cenas que aparecem apenas para justificar uma luta ou um efeito especial), resultando num filme muito bom onde apenas um ou outro "lugar comum" quase cortam a experiência de uma ou outra cena. Gostei mesmo muito. Uma surpresa estupenda. Melhor do que esperava e ainda com alguns segundos (após os créditos do filme) para dar uma "facadinha" ao Presidente Trump.
17/20
quinta-feira, fevereiro 15, 2018
Falta de respeito
Há mais de duas semanas escrevi à chefe de divisão dos recursos humanos para me esclarecer sobre o descanso compensatório do trabalho aos fins de semana e feriados. Não existe uma política clara e eles não se pronunciam. Numa formação sobre Trabalho em Funções Públicas o tema foi aflorado e claro está somos prejudicados. Enviei-lhe a informação referida na formação e pedi que a confirmasse ou então que me dissesse qual é a política da casa acompanhado da respectiva lei que a fundamenta. Até hoje não obtive resposta por email e não me atende o telefone. Podia ser apenas um, «vou averiguar» ou «de momento não tenho tempo». Para mim é uma falta de respeito e se até amanhã não obtenho uma resposta vou plantar-me à porta dela e claro, sempre com o telemóvel a gravar a conversa como é meu hábito quando falo com chefias para não darem o dito pelo não dito. Já meti uma no sítio quando lhe disse que "alguém" tinha gravado o que tinha dito e que a gravação estava disponível.
quarta-feira, fevereiro 14, 2018
segunda-feira, fevereiro 12, 2018
Jaymes Young
Tied down - Jaymes Young
Gosto mesmo muito do James Young. É um daqueles cantores sobre quem não percebo o facto de não ter sucesso global. O álbum que saiu em 2017 «Feel Something» passou despercebido, diria, mas a minha devoção à sonoridade electro-nu-soul continua. Deixo a música de entrada do álbum, na esperança de que alguém queira descobrir mais um pouco. Eu acho que vale a pena, mas os gostos de cada um a si pertencem.
sexta-feira, fevereiro 09, 2018
Aquele momento embaraçoso...
...Em que se abre a porta do elevador (que esperamos há 5 minutos) e está uma única pessoa lá dentro e um forte cheiro a... gases.
Out of this storm...
Cloud Riders - Tori Amos
Darling, what’s the blanket for?
Riding out this storm, we’ll be riding out this storm...
As Estrelas não Morrem em Liverpool
Este filme conta a história dos últimos dias de uma actriz da velha Hollywood, Gloria Grahame que nos anos 40/50 teve bastante sucesso e chegou a ganhar um Óscar. O argumento baseia-se na biografia escrita pelo seu último "amante" (28 anos mais jovem) que relata os últimos três anos da sua vida em comum.
Já li uma crítica do público que apelida o filme de rotineiro porque uma figura ímpar como a Gloria Grahame merecia outro tratamento. Estaremos a falar da mesma Gloria Grahame que sobreviveu a fazer teatro em pequenas produções e filmes de segunda categoria, completamente esquecida por Hollywood e pela maioria do grande público?
O que eu vi ontem foi um filme simples, intimista, com uma magistral interpretação da Annette Bening e uma excelente interpretação do Jamie Bell (que depois do Billy Elliot não me tinha voltado a impressionar). Há ali uma mulher a viver o crepúsculo vespertino da sua beleza e dos seus dias e um jovem homem que ama essa mulher.
O filme vai crescendo. Parece inócuo no inicio e vai crescendo em intensidade com a metamorfose da personagem principal e a revelação da intensidade contida do amor do seu parceiro.
Quem gosta de filmes americanos não vai encontrar aqui as luzes, o brilho, o espectáculo. É um filme sobre identidades e relacões. E eu achei maravilhoso porque senti tudo isso, o amor demonstrado e sentido. Foi cinema a que assisti. Uma realidade em que acreditei e da qual gostei mesmo muito.
18/20
quinta-feira, fevereiro 08, 2018
Frases profundas
"We’re all just walking each other home."
by Ram Dass
Gostei muito desta frase. É caso para dizer... Daaaaaass! :-P
Para o Anfitrião
Umas sugestões para ver se consegues olhar para a moça sem preconceito. Tudo sem vídeo porque se não lhe estou a olhar para a cara também é mais fácil abstrair-me da Kesha de sempre. A sugestão imagética é sempre muito forte.
Em baixo duas músicas mais, uma com os meus queridos The Dap-kings (que agora já não têm a maravilhosa e prematuramente desaparecida Sharon Jones) e, por último, a "Dylanesca" Bastards. Já me dirás se te mudei um bocadinho a impressão ou não.
Em baixo duas músicas mais, uma com os meus queridos The Dap-kings (que agora já não têm a maravilhosa e prematuramente desaparecida Sharon Jones) e, por último, a "Dylanesca" Bastards. Já me dirás se te mudei um bocadinho a impressão ou não.
Chems
Ainda por aí uma grande celeuma sobre usar chems para sexo e os perigos dos mesmos. Como eu sou uma pessoa antiga fico na dúvida se estamos a falar de coisas como cocaína e poppers ou se já é toda uma outra "travessa de comida". Alguém me quer ilucidar?
terça-feira, fevereiro 06, 2018
Mutuamente exclusivas ou nem por isso?
Wild hearts can't be broken - Pink
Even hearts made out of steel can break down - Madonna
Even hearts made out of steel can break down - Madonna
Para a Magg
Este fim de semana houve um jantar de bloggers e não tendo conseguido estar no dito a tempo inteiro ainda acabei por ir beber café (levando o respectivo). Tinha curiosidade em conhecer pessoas que ainda não sabia como eram fisicamente, sendo que conheço apenas o que escrevem e/ou a forma como se expressam. Logicamente o discurso escrito induz-me imagens que produzem uma figura imaginária. Não sei porquê imaginava o Mark com o cabelo castanho claro e mais comprido. Mas tu Magg (uso o «Tu» directamente para justificar o título :-p) és exactamente o que eu imaginava, apenas mais baixa, mas o cabelo, o semblante, os óculos, era o que tinha em mente. Só falhou o facto de achar que terias entre 1,75-1,80. Agora já sei :)
E continuando com o tema decorativo
Precisava de um quadro a bater com os novos tons do escritório, e como não me importo nada de meter as mãos na massa, fui buscar a inspiração a um pintor que adoro - Charles Green Shaw - e fiz uma versão de um quadro dele (é o terceiro quadro dele do qual eu faço uma versão). Ficou no mesmo canto do candeeiro por cima de um daqueles móveis metálicos do IKEA de duas portas que antes era vermelho e agora é beringela.
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Mais uma peça de mobília renovada (candeeiro)
A avó do meu namorado tinha numa prateleira (esquecido e cheio de pó) um candeeiro que me chamou à atenção. Achei que poderia ficar engraçado em cima de um móvel que também renovei. Gosto muito da ideia de poder dar uma nova vida a uma peça. A reciclagem agrada-me sobremaneira porque além de voltar a dar dignidade a um material obsoleto também sinto que estou a fazer a minha parte na poupança de recursos do planeta. Esta coisa do consumismo cego deixa-me doido. Voltando ao candeeiro, o resultado final agradou-me muito, mas toda a gente sabe que gostos não se discutem.
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segunda-feira, fevereiro 05, 2018
Os meus álbuns de 2017
Não sei se foram os melhores, mas foram indubitavelmente os que eu ouvi mais. Este ano de 2018 a ver se a "musiquinha" de dança volta à minha vida. Silvestre is in the house... :-p
Melodrama - Lorde
Rainbow - Kesha
Lust for love - Lana del Rey
Beautiful Trauma - Pink
Native Invader - Tori Amos
Semper Femina - Laura Marling
Ed Sheeran - Divide
Fake Sugar - Beth Ditto
CTRL - SZA
Listening Without Prejudice 2017 - George Michael
Freudian - Daniel Caesar
Parece que oiço muito mais música de meninas do que meninos. Os meus Grammy não iriam todos para o Bruno Mars. Quem sabe este ano os meninos ganham terreno às meninas. #batalhadossexos
A Forma da Água
Estava à espera que fosse extraordinário, mas é apenas muito bom. Uma fábula para adultos com boas interpretações e uma cenografia estupenda. Gostei de ver a Sally Hawkins ter o reconhecimento que merece. É, a meu ver, uma actriz subvalorizada que não tem tido papéis de protagonista à altura do que pode fazer e da sua personalidade "alternativa". Ainda me lembro do delicioso «Happy Go Lucky» onde faz de uma optimista que desespera toda a gente com o seu optimismo.
Perante um ser que não é humano, são exploradas várias facetas do nosso comportamento enquanto espécie (por intermédio dos diferentes personagens) e levantada a questão: o que é que nos torna humanos? O que é que nos humaniza. É sem dúvida um filme bonito que a todo o momento me remetia para a Amélie Poulin, talvez pelo estilo narrativo.
16/20
sexta-feira, fevereiro 02, 2018
O vídeo até está fofinho...
Mas alguém lhe devia dizer que aquele cabelo a faz parecer tão atarracada como a Teresa Guilherme, para não dizer cabeçuda. :-p
ps. pronto, já foi o meu momentinho superficial do dia.
The Post
Ou eu ando muito insensível ou faltou algo de pungente a este filme. Estou um pouco cansado do Tom Hanks a ser o Tom Hanks e, de certa forma, tenho de dar um aplauso à Meryl Streep por uma actuação bastante "contida". O filme em si sobre uma intriga política bastante interessante nunca acendeu. Acho que necessitava de ter sentido mais a tensão que a situação causou na época e pela qual os personagens passaram. Se aquilo que é representado no filme é a tensão real, então este episódio da história dos EUA (com impactos tão contundentes na relação entre classe governante e governados) foi ligeiramente aborrecido para mim.
13/20
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