sexta-feira, julho 26, 2024

Ou tudo ou nada

Queria experimentar uma sunga estreita (porque eu uso sempre as largas ao estilo brasileiro clássico) e em vez de comprar uma comprei quatro. Agora fico com quatorze em casa, o que significa que tenho de mandar algumas para outro paradeiro que isto é um despropósito.

Falta de noção.

Às vezes as pessoas deveriam ter a noção de que existem pesos relativos e que conforme a natureza da nossa relação com o outro, podemos (ou não) dizer certas coisas. O impacto de um mesmo comentário dito por duas pessoas diferentes é totalmente diferente. Há coisas que têm de ser acauteladas se realmente gostamos de outra pessoa e queremos que se sinta bem com a sua autoestima. 

Tirei ontem o aparelho dos dentes

Finalizou ontem um processo que durou 21 meses.  Quando tirei o aparelho senti-me, primeiro, despido. Depois sorri e não era bem a minha boca, então senti-me estranho. Parece agra que os dentes ainda estão à procura da sua posição final. Estou demasiado consciente das sensações bocais. Mas estou contente com o resultado. Demorei 15 anos para tomar a decisão e tenho de a agradecer ao Ex. Na realidade foi ele que me incentivou a mudar a única coisa que me incomodava em mim. Está tudo bem agora. Não há absolutamente nada que eu não goste em mim. Vivo bem contudo. Não acho grande graça aos cotovelos, mas quase nunca os vejo, por isso, tudo em alta.

quinta-feira, julho 25, 2024

PT Fofinho - V

Fiquei a sentir-me um bocado mal por não ter percebido que o avô do meu PT já tinha morrido. Ele, de facto, disse-me que nunca tinha viajado porque preferia passar o tempo livre com o avô. Mas a verdade é que me procurava dicas para viagens e estava a viajar e eu não liguei uma coisa à outra. No outro dia tivemos esta conversa:

pt: se tivesse um super poder qual gostava de ter?
eu: a sabedoria total de tudo o que existe. 
pt: a sério? não cria assim uma coisa menos individual?
eu: que poder é que tu gostavas de ter?
pt: eu gostava de  ter o poder de trazer pessoas de volta à vida. 
eu: mas isso porquê? para trazer de volta algum líder mundial histórico, alguém que mudou o mundo?
pt: não para trazer de volta o meu avô

Foi nesse momento que me toquei. Eu adoro aquele miúdo com corpo de action man. O avô foi quem o criou e ele tem uma lealdade aos seus amores extraordinária. Inspira-me tanto. E devo a ele a minha melhor forma física de sempre. Ele faz-me estimar-me.

quarta-feira, julho 24, 2024

Novas atribuições

Tenho novas atribuições no trabalho. Estou contente e expectante. Sei que vai ser trabalhoso, mas estou novamente nas relações internacionais puras e duras. Apesar do meu gosto particular por trabalhar com a América Latina, fiquei com os assuntos europeus, o que também não está mal. Pode ser faça uma boa rede de contactos e que novas perspetivas se abram.

Não percebo

Não percebo esta necessidade que as pessoas têm de postar fotografias no Instagram a dizer a temperatura que está. Who cares?!

terça-feira, julho 23, 2024

Na última sessão de psicoterapia

Cheguei a uma realização muito bonita na última sessão de psicoterapia. Apesar de saber que a minha relação com o Beto pode acabar por ele não ser capaz de sair da Madeira. Não estou amargo em absoluto. Aprendi imenso com ele ao longo destes 10 meses e permitiu-me viver a relação de namoro mais saudável que alguma vez vivi. A partir de agora sei exatamente como quero estar numa relação - o respeito, a partilha, a comunicação, a generosidade - e o que quero ser como parceiro para alguém.  É tão fácil dar tudo de mim num ambiente tão saudável. O Beto deu-me uma fasquia para a vida. Gosto muito de mim nesta relação e isso só é possível por estar com alguém "limpo".  Já tinha tido um homem muito parecido com o Beto na mesma nobreza de carácter, mas mais explosivo e extrovertido. Sem dúvida foram as melhores pessoas que namorei, mas natureza doce do Beto, saca tudo o que há para sacar de bom em mim. Já sei que tipo de relação saca o meu melhor até à última gota. Só posso estar grato por isso. Aconteça o que acontecer, saio daqui mais sábio e por isso melhor pessoa.

O fim de semana na Madeira

Este fim de semana na Madeira foi muito bom. Gosto muito das conversas que tenho com o Beto nas promenades. Parece que esses passeios nos deixam sempre muito confessionais. Fiz praia num sítio lindo e tive também a oportunidade de passar a tarde com um casal amigo, herdado da minha vida anterior lá na ilha, e foi simplesmente estupendo. Leve. A amizade verdadeira é à prova de bala. 

quinta-feira, julho 18, 2024

Descoberta

 Descobri hoje que existem mulheres em Portugal com 'Briolanja' como nome próprio.

Honestidade


 

quarta-feira, julho 17, 2024

Contagem decrescente

Mais um fim de semana na Madeira se aproxima. Espero que seja um dos bons. Estou com alguma expectativa porque  há bons planos pelo caminho, mas os planos são apenas um potencial de algo. Numa nota positiva, nunca pensei que a Madeira fosse tão grande como é. Numa nota negativa, nunca pensei que a Madeira fosse tão pequena como é. 

Tornar o mau em bom

Estando condenado a três dias de aborrecimento máximo, resolvi transformar o negativo em positivo e fiz uma atualização do meu blogue de arte, com quase quarenta novas entradas. O tempo morto tornou-se um tempo útil (happy face). 

Dormir

 Sabe mesmo bem adormecer com o Beto. É talvez a pessoa com quem mais gostei de adormecer até hoje.

terça-feira, julho 16, 2024

Direções da vida

 


I am Celine Dion

Acho que já tinha referido aqui no burgo que não sou exatamente um fã da música da Céline Dion, mas sempre gostei da energia dela. Alguém que ama a música (mesmo que possa ser pirosa), que não se leva demasiado a sério e exala uma aura de bondade e dignidade. 

Quis ver o documentário sobre a Céline porque tinha lido no Facebook que era muito bom e que ela era afinal surpreendente. 

O documentário é realmente surpreendente. Não é sobre a carreira dela (embora seja inevitável fazer esse percurso), é sobretudo sobre uma mulher diagnosticada com uma doença autoimune rara que a impede de fazer exatamente aquilo que define a sua identidade - cantar. Mas a doença também é debilitante e dolorosa. 

Acho que é aqui que a Céline Dion se destaca das outras celebridades. Os documentários apresentam em geral as pessoas no seu melhor, mesmo quando tratam as suas lutas e desafios, sempre sob a sua melhor luz.

No caso, a Céline mostra-se na sua face mais crua, com uma honestidade desarmante, porque não quer mentir mais e a imagem não é bonita. Ela usa uma metáfora de ser uma macieira que quase não dá maçãs e na fila para recolher as maçãs continua o mesmo número de pessoas de outrora. Ela sente-se um fraude. 

Mas não é tudo triste e duro. Há muita beleza na coragem dela, na perseverança e na luta que leva a cabo para conseguir amenizar a doença (porque vencer é impossível). Também é enternecedor ver como ela sempre viveu a música. A verdade com que acredita no amor, na força da vida. 

Depois de ver esta peça documental, o meu respeito por ela adensou. Até olho para o seu cancioneiro de uma outra maneira. E o título 'I am Céline Dion', é muito adequado. Mesmo quebrada continua a ser força, arrisco-me a dizer que talvez a mais digna das divas contemporâneas. Sem
dúvida a mais autêntica. 

Mais uma sessão

A sessão de ontem de psicoterapia serviu para comparar resultados (respostas) de um questionário sobre esquemas cognitivos, com um ano de distância O dado mais curioso acaba por ser algo que é recorrente em mim e que terá a ver com a minha história (eventualmente). Sempre que estou em paz e com ansiedade nula ou reduzida, isolo-me socialmente. Apesar de ser sempre sociável, não procuro contacto social. Sinto-me bem e feliz sozinho, começo desinvestir na proximidade social. Então acabo por ter de fazer um esforço para não perder o contacto com as pessoas do meu ecossistema. Outro aspeto curioso é o autossacrifício. Quando estou muito bem, é quando acabo por fazer coisas que não me apetecem fazer em prol dos outros. Normalmente este traço está associado a quem necessita da aprovação alheia, não se importando  de anular ou suprimir as suas necessidades em prol dessa aprovação. 

Mas no fim de contas o que interessa é que houve uma evolução interessante e que é muito mais difícil ficar ativado com coisas e pessoas. É o que se tem pretendido deste processo de psicoterapia. Manter as emoções pacificadas e não entrar em esquemas cognitivos desajustados e negativos.

Cute song.


What you know - Two Door Cinema Club

segunda-feira, julho 15, 2024

Emocional

Correndo o risco de parecer pedante diria que sou até bastante inteligente, mas tenho uma grande desvantagem: sou muito emocional. Os inteligentes racionais, são mais argutos e dissimulados, exímios no controlo. Perdi sempre quando encontrei pessoas inteligentes racionais. Alguns deixei de os ver faz um bom tempo e continuo a perder. As pessoas emocionais não conseguem ser neutras nas suas narrativas e a verdade raramente o é. Mas a emotividade é inimiga da crença.

Falta a calma para o embuste ao inteligente emocional. E os embustes bem narrados podem durar anos. 
Gosto muito da escrita da Martha Medeiros e há um poema dela (Quando chegar aos 30) que está a bater certinho com os meus 50, quem sabe também um dia baterá com os 90. 

...
quando chegar aos 50
serei livre, lindo e forte
terei gente boa do lado
saberei um pouco mais do amor
e da vida quem sabe.


e quando chegar aos 90
já sem força, sem futuro, sem idade
vou fazer uma festa de prazer
convidar todos que amei
registrar tudo que sei
e morrer de saudade.

O Homem com 1000 filhos

Este documentário da Netflix tem tanto de interessante como de assustador. No caso remete para a indústria da inseminação artificial e dos bancos de esperma. A facilidade com que um homem ludibriou os serviços (e vendeu serviços online) para poder ser pai de um enorme número de filhos que agora estão espalhados numa região contigua e que representa um enorme risco de consanguinidade no futuro. A ver.

Aceita que dói menos

Tenho a perfeita consciência de que não podemos agradar a gregos a troianos e que o amigo de um é inimigo do outro. Mas continua a chatear-me muito que se passe por cima do sofrimento alheio sem pelo menos reconhecê-lo. Vamos supor isto:

Eu tenho um amigo que arranja um namorado. O meu amigo não se porta nada bem com ele e eu até testemunho e até lhe digo que ele deveria sair daquela situação. O outro acaba, despede-se de mim e sem pedir nada da minha parte eu digo que quero continuar a vê-lo. Depois percebo que o meu amigo (que comigo é porreiro, apesar do que fez ao namorado) não gosta muito que esta ligação exista e como o outro até está longe o melhor é ir desaparecendo de mansinho da vida do outro, assim como quem não quer a coisa para o meu amigo voltar a confiar em mim e o outro achar que foi um afastamento progressivo e natural. Isto aconteceu-me, mas fui eu o que viu alguém desaparecer de mansinho.

Continuo a achar difícil de engolir que as agendas pessoais de cada um sejam mais importantes que a verdade ou a justiça, ou simplesmente a transparência. Acho reprovável que uma pessoa vá atrás de outra, que não lhe pediu nada, para lhe fazer juras que não pretende cumprir. 

Viver num mundo verdadeiro e justo é complexo. Nem todas as pessoas de que gostamos têm poder de encaixe para tal. É difícil e faz-nos perder coisas. A maior parte das relações entre pessoas obedece a estratégias para obter o máximo das pessoas e das situações. Mesmo que isso signifique ser injusto e/ou enganador para terceiros. 

Só tenho de aceitar que este é o mundo em que vivemos e que não há volta a dar. Há de haver sempre pessoas com interesses que se sobrepõem à justiça ou à verdade, quanto mais não seja para se protegerem ou para terem o mínimo de chatices. Isto acontece até com governos (que são entidades supra) por isso com pessoas mais ainda. 

O mundo não é um lugar de verdade, apesar de ela existir no mundo. Só tenho de integrar a realidade e vai fazer menos confusão. Compreender que é assim já o faço, não concordo apenas que prometamos a terceiros coisas que não fazemos intenção de cumprir. E se por acaso inicialmente até tínhamos intenção de cumprir, quando deixamos de ter damos uma justificação e partimos. Não fingimos que está tudo bem e saímos de mansinho. 

Há sempre uma parte de nós que clama por justiça pessoal ou universal, porque quando deixamos de acreditar num mundo justo ou em amizades justas, então o que resta para acreditar? Ao mesmo tempo, tudo isto é apenas um processo depurativo e é por isso que embora não deixe de ser triste a falta de transparência, por outro lado é a fruta podre a cair sozinha da árvore. Deixando o que é sano. No final de contas tudo é aprendizagem e contributo para uma vida melhor. E só está ao meu alcance o controlo da  minha palavra e das minhas ações. 


quarta-feira, julho 10, 2024

OMG

Mais uma semana a conviver com académicos. Estão tão fora de tudo. Incrível. Estou mesmo em dificuldade em manter-me acordado. Divagação e mais divagação. Dessem-me dinheiro por cada preciosidade que oiço. 

sexta-feira, julho 05, 2024

Escolhas

Eu não me importo nada de não ser uma escolha de alguém para ser íntimo. Eu também não escolho toda a gente. Na realidade, os meus íntimos são até bem poucos. 

Jurar pelo meu pai

Quando algo é mesmo muito sério e existe uma dúvida, eu juro pelo meu pai. O meu pai é a referência mais sagrada e mais importante da nossa família. O significado do meu pai é tão puro para nós que jamais usaríamos o nome desta pessoa que amámos (e amamos) tanto em vão. Não o faço recorrentemente, apenas quando acho que há uma desconfiança irracional a pairar no ar. 

Na minha última relação acabei por perceber uma coisa,. Quem nunca teve uma referência assim importante na sua vida, quem nunca foi amado como o meu pai nos amou e cuidou enquanto família, quem nunca teve algo de sagrado na sua vida e quem e incapaz de sentir o tipo de amor que eu mãe e irmão sentimos pelo meu pai (e pela sua memória), nunca vai perceber a importância da jura e a verdade que trás agarrada a si. 

quinta-feira, julho 04, 2024

Pensamentos aleatórios

Entre ter de conviver três dias inteiros com a comunidade académica e chupar pregos, acho que chupar pregos acaba por ser uma atividade mais aliciante.

O que vai volta...

Tento sempre guiar as minhas ações com base na empatia pelo próximo e vejo que é a abordagem certa. Antes da pandemia ajudei uma colega que estava sozinha a fazer um trabalho hercúleo e deu-me pena ir embora e deixá-la ali a trabalhar "solo" a ir sabe-se lá a que horas para casa. 

Estou à quatro dias no pior processo de avaliação que fazemos aqui no trabalho, estou 10 a 12h colado a uma cadeira a gerir uma reunião que sou eu a projetar a plataforma e o único com autorização para fazer alterações.

Hoje nem tive 20min para comer e ir ao WC. Ela passou este piso e viu que era eu que estava na sala. Ia almoçar e perguntou se eu vinha. Eu disse que estava em agonia, nem café conseguia tomar. Ela foi à rua e trouxe-me um café e um pastel de nata e depois é que foi almoçar.

ps. sempre gostei de ruivos

quarta-feira, julho 03, 2024

Aniversários

Foi sensivelmente há 1 ano que o Beto entrou na minha vida como conhecido, lá para o fim de agosto era um amigo e lá para o fim de Setembro era namorado. Foram três meses de uma descoberta feliz que me apanhou de surpresa, e contra a qual lutei ativamente. Ainda bem que perdi. 

sexta-feira, junho 28, 2024

Será que não usa gel?

Como é possível que um utente do meu gym, um jovem francês musculado a beirar os 30 (diria), cheira super mal a suor e depois de sair do banho  continua a cheirar a suor (tipo leite azedo). Não deve usar gel, penso eu.

Nada = Nada

Chego ao trabalho hoje e tenho o parque de motas preenchido por dois carros e o polícia um pouco mais abaixo a falar ao telemóvel. Fui ter com ele e disse que os carros estavam a tapar todo o estacionamento e que deviam ser rebocados, eles respondeu-me que não tinha visto os carros a estacionar e continuou a falar ao telemóvel. E é isto. Estacionei a mota em cima do passeio, onde a polícia embirra, sem outra opção. Estamos entregues aos bichos.

quinta-feira, junho 27, 2024

O que eu gosto desta canção de 1989


Real Love - Jody Watley

Amor e paixão

Diz Platão, filósofo grego, que a paixão é o desejo de vislumbrar algo que não consiste na realidade essencial, ou seja, é o contentamento em viver-se com um ideal imaginário. A paixão é capaz de alterar aspetos do nosso comportamento e pensamento da pessoa, que passa a demonstrar um excesso de admiração por aquilo que lhe causa paixão, assim como uma forte atração sexual. A impulsividade e inquietação também caracterizam este estado.

René Descartes, pensador iluminista, definiu o amor como uma emoção da alma que nos leva a uma união voluntária com quem nos faz bem. Costuma-se dar o nome de amor verdadeiro a um sentimento muito forte de afeto entre duas pessoas, um sentimento tão intenso que pode unir essas duas pessoas sob muitas circunstâncias, dificuldades e provações.

Ter lido estas duas definições pareceu-me o resumo das minhas duas últimas relações. Na anterior apaixonei-me perdidamente por alguém imaginário e na atual relação, não querendo minimamente ligar-me à pessoa em questão, acabei por desenvolver um enorme afeto pelo facto de ele me fazer bem. 

Amar... de novo

Sinopse: Para acalmar a dor pela morte do seu noivo, Mira Ray envia SMS com pensamentos soltos para o antigo número de telefone dele, que julga estar desativado. Contudo, esse número foi entretanto atribuído a Rob Burns, um jornalista musical que, incapaz de gerir a situação, não lhe responde e se vai deixando envolver na sua história de amor. Mais tarde, durante uma entrevista a Céline Dion, uma das cantoras mais românticas de sempre, Rob partilha o que lhe está a acontecer, explicando o quanto todos os dias anseia pelas palavras dessa desconhecida. É assim que os dois criam um plano para, discretamente, descobrir a pessoa por detrás daquele enredo.

O filme com as interpretações de Priyanka Chopra Jonas e Sam Heughan, não é mau. É apenas igual a tantas outras comédias românticas e previsível. O que vale realmente a pena é ter a Céline Dion numa representação de si mesma durante todo o filme e a candura com que relata algumas coisas da sua vida e do seu grande amor pelo marido. E não se pode se melhor ator quando as deixas são todas verdades no nosso coração.

14/20

quarta-feira, junho 26, 2024

Se calhar...

 Amanhã tiro o aparelho dos dentes, 20 meses depois de tudo ter começado. 

terça-feira, junho 25, 2024

Ser piroso em 2 segundos...


Fizemos uma foto daquelas pirosas "à la influencer" justamente para ser pirosos e agora temos todas as pessoas conhecidas a chamar-nos pirosos. Portanto, tarefa cumprida hahahaha...

 

segunda-feira, junho 24, 2024

Empréstimo

Fui emprestado por uns meses a outro departamento do meu Instituto. Não tenho tanto préstimo para eles como poderia porque simplesmente odeio o trabalho e o ambiente de trabalho. Não me identifico de todo e mesmo as coisas que sei fazer muito bem não me apetece fazer. Estou completamente em piloto automático, envolvimento emocional zero. E assim vai ser até agosto. Bah...

sexta-feira, junho 21, 2024

3 anos depois, mas antes tarde que nunca...



Keep me - Novo Amor

O meu big boy

O meu único irmão fez ontem 56 anos. Passámos uma noite muito simpática em casa dele, com a minha mãe e a minha sobrinha, e eu enganei-me no nome dele a cantar os parabéns (não sei como aconteceu, mas foi o riso geral).

Gosto muito do meu irmão, tenho tendência a ser muito protector com ele e ele apresenta-me como o irmão mais velho (apesar de eu ser 6 anos mais novo). A vida dele tem sido bastante instável profissional e sentimentalmente. Sinto que não consigo estar descansado, até o ver realmente estável. 

Tenho sempre aquela ideia, errada certamente, de que o mais velho tem de ter sempre mais juízo, mais sabedoria e ser mais organizado, mas não flui nessa direção.  Se o pudesse organizar eu, já ganhava o dia. Ando até com vontade de lhe arranjar uma namorada, porque acho que ele não escolhe bem (e os três casais que eu juntei têm sido um sucesso). 

No fundo o meu amor pelo meu irmão causa-me um bocadinho de desespero. Só quero que ele esteja seguro e bem. Mas ele é mais velho do que eu e não devo, em momento algum, andar a gerir a vida dele. Restam os conselhos e um ombro de mano. 

Madeira again.

Depois das férias entrei numa semana de trabalho daquelas que nos azedam até ao osso. Difícil e trabalhoso. Cheguei a 5a feira esfrangalhado e hoje dormi 3h, para poder apanhar o primeiro avião da manhã para a Madeira. O Beto insistiu em ir buscar-me e ficou tudo melhor. 

quinta-feira, junho 20, 2024

Billie Eilish no seu melhor


Birds of a feather - Billie Eilish

Limão

O meu gato está tão gordo. E como sempre a mesma quantidade de comida (que é pesada) faria se não fosse assim. Está a ficar muito menos ativo. Já não come as moscas e os mosquitos todos da casa.

quarta-feira, junho 19, 2024

Tesouros

Li hoje "é feliz quem tem o dom do contentamento". Já Lao Tzu dizia:

"A saúde é a maior posse. O contentamento é o maior tesouro. A confiança é o maior amigo".

Preconceito

Tenho um forte preconceito contra a comunidade científica em Portugal. A maioria dos nossos cientistas (com particular incidência nas Ciências Sociais - a minha tribo) são pessoas bastante desgarradas da realidade, fechadas na bolha académica e com dificuldade de compreensão do que não é "académico". A capacidade técnica dos mesmos é bastante limitada quando não se cingem ao seu objeto de estudo. Mas quando são chamados a fazer coisas como uma avaliação, perdem-se no académico e não saem do que é o seu dia a dia. Sempre pensei que um doutoramento daria elasticidade de pensamento, mas não.

terça-feira, junho 18, 2024

Férias na Andaluzia

Aproveitei esta semaninha dos feriados para fazer umas férias com o Beto na Andaluzia.  Um grande amigo (ex namorado) mora em Málaga e ficar com ele seria uma maneira de  visitar (matar saudades) e ao mesmo tempo poupar em aluguer de carros e estadias. Como estava a trabalhar ele emprestou-me o carro para andarmos (eu e o Beto) a visitar as povoações e algumas cidades emblemáticas da região.

Viajar com o Beto é sempre uma experiência muito bonita porque ele tem sempre uma abordagem humilde e grata pelo que está a viver. Como nunca viajou muito, cada sítio novo enche-o de um contentamento muito genuíno que me faz pensar nas coisas que realmente valem a pena e que podemos ser felizes com pouco. 

O périplo começou por Málaga. Visitamos as cidades de Córdoba, Ronda e Granada e as povoações de Mijas, Frigiliana, Nerja, Setenil de las Bodegas e Júzcar. A cereja no topo do bolo foi fazer o Caminito del Rey - a travessia de um desfiladeiro a 45 metros e no final a 105 metro de altura. 

A Andaluzia é uma terra cheia de beleza, faltou fazer o cantinho mais a este (Almeria), mas fica para uma outra vez, num fim de semana daqueles mais larguitos e vamos de carro (9h). Se o Beto vier viver para o continente, será muito mais fácil as nossas deslocações. Se ficarmos como estamos e acabarmos como amigos, teremos sempre recordações estupendas como as destas férias. Que bom foi tudo.

Os homens da minha vida

Não é todos os dias que temos oportunidades de estar no mesmo espaço com os melhores namorados que já tivemos. Estas férias em Espanha, fiquei em casa de um ex-namorado (que adoro) com o Beto e foi muito especial ver como eles o quanto se deram bem e o quanto gostaram um do outro. Gosto sempre de ver o Beto a sair do seu casulo com pessoas que não conhece, porque isso é muito raro (dado que tem uma natureza tímida). Foi um convívio estupendo e tocou-me de certa forma estar ao mesmo tempo com eles e perceber a sorte que tive ao cruzar-me com estes dois seres humanos. Sem dúvida nunca namorei ninguém com tão bom coração como eles apesar do Beto ser a água e o Fer ser o fogo. Mas quando duas pessoas têm o mesmo fundo só se podem dar bem. 

sexta-feira, junho 07, 2024

Descobri tarde, mas adoro



Matilda - Harry Styles

Acho esta canção verdadeiramente maravilhosa. Tão delicada no assunto que aborda e a deixar a personagem principal crescer ao longo da canção. Muito, muito bonito mesmo. O Harry Styles não desilude. É a Pop Star do momento, bem jeito de quando as estrelas ainda eram estrelas.

O cota

Foi engraçado estar a relembrar os "velhos" tempos com a melhor amiga do Beto. No início ela referia-se a mim como "o cota".  E até me ter conhecido achava que um "cota enxuto" só serve mesmo para umas quecas e depois é metê-lo a andar. Acabou por perceber que eu era uma mente muito liberal e às vezes até demasiado à frente para o estilo discreto e conservador do Beto (para eu ir com calma). Ainda não passou um ano e parece que já temos anos de convívio debaixo do braço. Agora sou apenas o Miguel. 

segunda-feira, junho 03, 2024

Fim de semana a não esquecer

Este fim de semana teve tanto de belo como de difícil. Passei quase um dia inteiro num dos meus lugares favoritos da ilha - a Ponta de São Lourenço e tive momentos de partilha muito bonitos. Talvez tenha feito a análise mais pura de sentimentos que alguma vez realizei. Por outro lado, existiram momentos duros. Se a decisão de vir para Lisboa é algo que provoca receio no Beto, depois de uns amigos dele terem acabado a "relação perfeita" de 7 anos, ele passou a ter pânico, estando num estado de grande ansiedade sobre o assunto. De repente, aquele cenário de acabarmos tudo no próximo ano começou a ganhar volume e eu fui forçado a encarar que a hipótese é mais forte que uma uma mera possibilidade. 

Ele adoraria que eu viesse para a ilha, podia ser já, e que começássemos a viver juntos aqui. Eu sou o que faz falta na existência dele como ela é... na ilha. Ao mesmo tempo que tudo isto torna o nosso futuro difícil, percebemos a intensidade do sentimento do outro e o respeito do outro com maior nitidez. Não é a primeira vez que acabo uma relação à distância com alguém de quem gostava muito. Curiosamente todas as relações à distância que tive foram com pessoas de quem gostei mesmo com muita intensidade. E quando nunca ninguém magoou o outro, o sentimento muda, mas fica. 

A procissão ainda vai no adro. Não me vou preocupar. Estou preparado para o que for e vou apenas viver o momento presente. Que é bonito. Cada coisa no seu tempo.

sexta-feira, maio 31, 2024

O que fez a Jennifer?

Um documentário sobre um crime de homicídio sobre dois imigrantes vietnamitas insuspeitos, a única testemunha e sobrevivente foi a filha traumatizada. Mas, a história não acaba aqui. Neste caso não posso falar da "fucked up America" porque o homicídio foi no Ontário, mas pode sempre dizer-se "fucked up youth".

Dançar Para o Diabo: O Culto 7M do TikTok

Um documentário sobre um culto gerido pelo fundador da equipa de gestão a que pertencem bailarinos do Tik Tok. Grita fucked America all over. É um bocadinho assustadora a forma como os jovens se predispõem por fama e dinheiro a certas coisas e depois como a manipulação acontece.

segunda-feira, maio 27, 2024

Acho um pouco triste

Acho um pouco triste quando não consigo ter afinidade com uma pessoa que não é má ou impertinente ou irritante, simplesmente porque não me identifico com nada dela. Sinto apenas desconforto por não haver nenhum ponto de contacto ou por ser obrigado a ter de agir em conformidade com a linha de ação dessa pessoa para manter uma relação de cordialidade. A tensão de obliterar-me nesse contacto, acaba por ser uma violência, mas por outro lado sinto uma culpa por essa falta de afeto e afinidade que me impele a continuar a ligação cordial que me anula. Às vezes podemos ser tão contraditórios.

domingo, maio 26, 2024

O caso Ontreau: Um pesadelo francês

Vi este documentário pensando que era um daqueles grandes julgamentos de algo que parecia muito mais pequeno e resulta em muitas condenações. Nada disso. Vi uma das maiores baralhadas da justiça que já observei até hoje, de tal forma que ninguém, fica a saber quem é realmente culpado, se a justiça foi feita ou não. 

Ali serviu-se tudo menos justiça - acho que aquelas crianças abusadas mereciam mais (mais apoio, mais atenção), mas os inocentes também não mereciam o que passaram. E é por isto que eu tenho pesadelos com a justiça portuguesa (e em geral), porque os juízes são seres humanos e a maior parte deles muito falha.

A única coisa positiva que consegui tirar do horror que é este caso, é que não é apenas em Portugal que a justiça é uma treta; num grande país como a França, a coisa não anda melhor. 

A Operação

A operação da minha mãe ocorreu nesta sexta feira. O trauma das anteriores fez com que tivesse um ataque de nervos quando viu por momentos e depois voltou a estar completamente sem ver. Tiveram de a tranquilizar e disseram que era normal e que até ao final de domingo estaria a ver.  Chegou domingo e ela está a ver. Já viu as horas no relógio. 

Tudo isto é de uma importância extrema. Ela recupera a sua vida como sempre a conheceu e nós ficamos com o coração aliviado por sabermos que nem sempre podemos estar lá. O meu mundo hoje tornou-se muito mais mais bonito.

quinta-feira, maio 23, 2024

Coisas que se encaixam

Quando voltei ao meu atual local de trabalho, depois de estar fora 4 anos, sempre pensei que iria sozinho para um gabinete que sempre gostei. Quando voltei ele, tinha sido ocupado. Entretanto desocupou, mas eu tinha vergonha de dizer que gostava de ir para outro gabinete sozinho, não fossem pensar que era por causa do meu colega, que muito estimo (apesar de estar sempre com frio e eu com calor e termos uma gestão difícil do ar condicionado). Hoje a minha chefe veio pedir-me que ocupasse a sala que eu sempre desejei e que vou poder decorar ao meu gosto. Porque gosto de me sentir em casa no trabalho. Bela notícia.

quarta-feira, maio 22, 2024

Conversas

Acabei de ter uma conversa bastante longa com um Judeu sobre Gaza. É bom perceber que existe em Israel muita gente que não concorda com o Governo. E ele explicou-me também a origem do termo Sionismo e o que significa para ele. Tudo fica diferente na boca de alguém que tem empatia. O extremismo não devia ter lugar em lado nenhum e não devia de ter o direito de adulterar, deturpar e utilizar estandartes do bem. Esses estandartes tornam-se símbolos do mal e o ódio nasce pelos maus e pelos bons. 

Pedi-lhe desculpa pelo meu mau uso da palavra e pelo ódio que lhe associei. Apesar de eu ser alguém que defende as suas ideias com ferocidade, sinto-me muito bem quando me mostram que estava enganado acerca de algo. Agora sei mais uma coisa que me foi explicada sem agressão. E nunca mais direi que o Sionismo é uma coisa horrível. O Governo de Israel não é Sionista (na verdadeira origem da palavra) é apenas extremista e assassino. 

A minha colega perguntou-me

A minha colega perguntou-me se eu gosto de rapazes mais novos. Na realidade dever ser essa a imagem que passo no momento porque os meus 3 últimos namorados foram todos mais novos, mas na realidade não é um gosto. Foi tudo uma casualidade, mas talvez o facto de os homens da minha idade terem medo de se aproximar de mim no sentido afetivo do termo tenha proporcionado este desfecho.

O meu primeiro namorado mais novo (16 anos) ocorreu por isso mesmo, porque não haviam pessoas da minha idade a querer uma relação monogâmica- que é o modelo com o qual me sinto confortável, apesar de aceitar qualquer um para terceiros. Eu não queria mesmo esta relação, mas família e amigos todos me disseram que eu estava a ser preconceituoso. Acabei por entrar nela e perceber que a idade (na maioria dos casos) não e apenas um número. Durou 7 anos, 3 mais do que devia ter durado, acabei por me perder um pouco de mim. 

O meu segundo namorado mais novo (17 anos) ocorreu porque me apaixonei por ele perdidamente, tanto que chegava a ter algum receio do futuro, de ser deixado. Além de achar que ele era o máximo, era fisicamente o meu ideal de homem, que ao contrário do que as pessoas pensam (pela minha fisionomia) não é um tipo musculado. Gosto rapazes morenos, de olhos caídos e narizes diferentes, com óculos de preferência e corpo normal. Aquele ar de rapaz estudioso. Ele era isto tudo fisicamente e ainda me parecia ser um ser humano excelente, logo, perdi-me de amores como um adolescente. Mas infelizmente o desenrolar da relação não foi nada do que me foi mostrado no início e ela terminou em menos de 18 meses. A idade aqui também não foi apenas um número.

O meu terceiro (e atual) namorado mais novo (18 anos). Aconteceu também por um mero acaso, mas talvez um acaso feliz. Começou tudo por uma amizade, e com a ideia de que ele era completamente errado para mim do ponto de vista amoroso. Eu coloquei-o logo no território de amigo pois não tínhamos gostos em comum e fisicamente achava graça apenas a ele ter um nariz muito diferente e os olhos caídos. É um homem serrano, com traços fortes, modos simples. Não, obstante aconteceu aqui o inverso  da relação anterior. Com o tempo apercebi-me de que como ser humano é uma pessoa sem igual, com valores nobres. O facto de ele ser de poucas palavras e de não se expressar muito bem deixa-o na "penumbra". Acabei por me apaixonar pela sua nobreza de espírito, pelos seus modos rudes mas educados, pela sua inocência perante a maldade humana. 

Durante o tempo que estive solteiro, perto de um ano, não apareceram homens da minha idade a querer pelo menos conhecer-me, bom... apareceu um francês de quem sou muito amigo hoje, mas que acha as relações à distância românticas e maravilhosas. Eu não acho relações à distancia românticas e até é um entrave à continuação da minha atual relação, que encaro como um privilégio. Cada dia que passa é um privilégio por poder ser passado com o Beto e aprender dele, a bondade, a pureza de espírito. Se tiver de acabar não vou ficar triste. Vou ficar alegre por ter tido esta oportunidade de ser o seu outro significativo durante o tempo que conseguimos. E feliz por ele também ficar a saber o que é ser bem tratado por alguém, ouvido, compreendido, tido em consideração. 

É bom mesmo que esta relação não acabe porque pelo andar da carruagem eles ficam sempre 1 ano mais novos. Não se sabe onde vai parar (medo). Mas sempre gostei de homens da minha idade, que tenham algum cuidado com a sua imagem, sentido de humor, espirito aventureiro e segurança em si mesmos. A insegurança já me arruinou duas relações.  Eu sou muito intenso, mas sou o que sou. Não vou deixar de agir com a minha normalidade para o outro se sentir seguro. Ninguém deve de deixar de ser quem é.


terça-feira, maio 21, 2024

Por causa do Beto

 Comecei a ver a série Bridgerton. 

Ainda temos o amanhã

Foi o filme com mais sucesso em Itália no ano de 2023. Consigo perceber, em contexto, o porquê todo os italianos reveem a história da sua família no filme. O filme chama a atenção para o problema enraizado do machismo nas sociedades ocidentais e da violência contra as mulheres seja ela física simplesmente simbólica. O filme homenageia o feminino e os rostos esquecidos de tantas famílias e o trabalho não reconhecido de tantas mulheres que são a estrutura basilar das sociedades. No final, mulheres tão diferentes estão juntas a realizar ao mesmo tempo o mesmo ato, o que revela que há algo de igual em todas elas. Todas têm direitos e todas contam.

O filme trata de coisas muito importantes, mas não creio que visualmente ou até narrativamente as opções tenham sido as melhores. Há partes muito boas e há partes que são momentos em si e que me fizeram sentir desvinculado do filme como um todo. A parte final conseguiu ser bastante claustrofóbica, e tiro o chapéu à realizadora por isso, mas o filme devia ter tido mais dois ou três minutos e a Délia devia entrar dentro de um comboio ou de um autocarro.

14/20

Schutter - Piano 2



Schutter - May Laude

Glance out a casement window - Piano 1



Glance out a casement window - Janet Redger

sexta-feira, maio 17, 2024

Big Brother

A semana passada abandonei o acompanhamento do Big Brother. Na realidade aquilo espelha bastante do que é atitude dos 20-35 perante a vida. Esta geração de portugueses não me deixa nada satisfeito. Faz-me sentir um desistente. Tenho zero esperança neles para edificar um país melhor. Os valores que têm são (em termos genéricos) assustadores. Para não falarmos do facto de serem pessoas iludidas (provavelmente pela incapacidade de digerir o excesso de informação a que têm acesso, por um lado, e os estímulos da sociedade de consumo fácil, pr outro). A anomia social está instalada.

A famosa e infame Catarina Miranda (pica-miolos por excelência) era alguém que tinha visão e inteligência e fazia um jogo deliberado, mas também ela cedeu à pressão, à incapacidade de tolerar sofrimento, à frustração de não ter o que espera quando o espera. O facto de ela ter "crashado" fez-me perder o encanto que poderia restar. 

Soube ontem que foi expulsa exatamente porque teve uma ação irrefletida derivada da pressão que não conseguiu aguentar, e semelhante à que tentava infligir. O mais curioso é que a pressão sobre ela infligida, nunca foi intencional. Ela estava preparada para a "maldade" do jogo não para sentimentos reais que alguém que ela simpatizes possa nutrir contra (ou mesmo a favor dela). Mais uma miúda que capitulou. São todos iguais, e nenhum deles é grande coisa no quadro maior da vida. Boa sorte a todos, mas suas pequenas esferas e que sejam felizes, que é o que todos andamos cá a tentar fazer.

Relações umbilicais

Isto pode ser um problema dos diabos. 

quinta-feira, maio 16, 2024

Profissão: Perigo

Não sendo uma maravilha da sétima arte, é um filme de ação inteligente com uma vertente cómica muito bem conseguida. O Ryan Gosling (além de ser um regalo para os olhos) nunca desilude. O filme tem "stunts" de primeira categoria, ao que não é alheio ao facto de o realizador ser um antigo duplo. O filme é uma ode ao trabalho de duplo, o que me parece muito nobre. A história é boa, faz sentido, e isso é o mais importante. O ritmo é bom e as piadas e as referências cinéfilas são muito bem conseguidas (foi mesmo o que mais gostei). 

Ps. O título original do filme "The fall guy" é um trocadilho giro que se perde no título português.

16/20

Dececionante

Como é que ninguém se preocupa com o que se passa em Gaza? Como é que ninguém quer saber ou tenta perceber o que ali vai. Este logro do antissemitismo invocado pelo Governo de Israel que apenas quer anexar Gaza ao território nacional não olhando a meio para isso. Netanyahu é o maior Nazi que o mundo conheceu desde Hitler, o seu modus operandi é exatamente o mesmo. Isto para mim é um desespero. Sempre que (mesmo evitando) não consigo escapar a uma notícia sobre o conflito. 

Volto a repetir ser judeu não tem nada a ver com o ódio que tenho a este governo de Israel. Um ódio que cresce de dia para dia e que não faz bem a ninguém. Os judaísmo é uma religião de paz, como todas as outras na realidade. Extremistas são as pessoas, que invocam o nome de Deus a seu belo prazer e o ódio étnico a seu belo prazer. O meu ódio é pelo primeiro ministro e por todos os que alinham com ele nesta insanidade (ou a desculpam), muitos milhares de judeus no mundo pedem a paz e muitos israelitas que são calados à força dentro do seu próprio país mais ainda. 

É tudo muito grave e muito triste. Não só este conflito, mas tantos outros no planeta, mas este como outros em África é um genocídio. E o que me choca é o apoio da sociedade ocidental ao genocídio apenas porque os EUA apoiam Israel. Duvido que Barack Obama apoiasse. Enfim. 

terça-feira, maio 14, 2024

Terapia de florais

Entre 2006 e 2023 fiz terapia de florais (essências vibratórias) e foi uma experiência excelente. Quando comecei a namorar o Beto havia algo de estranho nos resultados. Era como se aquilo na me fizesse sentir nada. A minha terapeuta disse-me então que ele estava a regular-me. A energia que os dois estávamos a emitir um para o outro era mais forte que qualquer essência vibratória que eu pudesse tomar. A energia de amor é a mais forte. Ela dispensou-me de mais terapia. Disse que estava a ser redundante, em completo. Que continuasse assim, nesta vibração. E que lhe telefonasse de vez em quando só para dar notícias, porque como terapeuta não estava a precisar dela e ela esperava que eu não voltasse tão cedo a precisar.

Consulta de voz

No fim de novembro de 2022 durante o caos que estava a minha vida amorosa, profissional, a saúde da minha mãe, as obras mal sucedidas da minha casa, fiquei constipado. Logo a seguir morreu uma amiga de cancro no cérebro e eu perdi a voz. Fiquei afónico durante mais de um mês e depois perdi a capacidade de cantar. Foram mesmo momentos muito tristes, porque cantar é uma das coisas que me dá muita alegria, ando sempre a cantar seja onde for. 

Nunca recuperei totalmente a minha voz como era. Fiquei com um problema nas cordas vocais, mas neurológico. Elas não fecham totalmente o que faz com que eu perca os agudos quase todos e o falsete. Fiquei de fazer terapia da fala, mas uma coisa empurra outra e deixei passar demasiado tempo sem lhe dar continuação.  

Agora com a história do The Voice, por ter a voz adulterada, fui finalmente a outra consulta de voz. E a ver se recupero. Aparentemente sim, não sabemos é se em tempo útil para o programa. Mas vou na mesma, porque estou nisto para me divertir basicamente. 

O que fiquei a saber é que sou mesmo um baixo puro, com graves cavernosos. A terapeuta estava entusiasmada porque nunca tinha tido um baixo a fazer exercícios e estava a adorar a vibração no piano e nas paredes quando dava notas muito baixas, porque só tinha experimentado a vibração de notas altas e era completamente diferente. Sente-se mais no corpo e menos nos ouvidos. 

Kanervos

O dia da operação da minha mãe aproxima-se e e um misto de emoções. É a derradeira oportunidade de ela ver.  Não sei como vou reagir se a terceira operação não resultar. Não vou aguentar a deceção dela e a minha impotência perante a resolução da mesma. Por isso, há alturas que estou super confiante e ouras em que fico uma pilha de tensão. Em 10 dias é o que for (mas que seja bom).

50

No dia 10 de maio fiz 50 anos. O dia foi tranquilo, passei-o a passear a pé por Lisboa. Depois fui buscar o Beto e fomos jantar com a minha família próxima, num restaurante muito bonito e com comida deliciosa. Usei o meu Kilt azul para ver se trazia sorte a esta nova década. O bolo de última hora (porque não tinha conseguido ir comprar estava também delicioso. No dia a seguir fui para a aldeia com um casal de amigos e passamos lá o dia a dar uns mergulhos de piscina. Domingo estava a aterrar na Madeira para mais uma estadia longa por cá. E assim se passou. Foi um fim de semana com recordações bonitas.

terça-feira, maio 07, 2024

Só para não me esquecer

Levei a minha mãe (e o meu irmão) a almoçar à Casa Graviola no dia da mãe. A minha mãe estava linda, o sorriso era de felicidade pura. Por momentos até me esqueci que aqueles olhos azuis não veem. Na foto que tiramos para imortalizar o momento, eu e o meu irmão parecemos gémeos - com o esforço que fazemos para não nos parecermos um com o outro, não deixa de ser ironicamente divertido. 

Foi um dia feliz. Que bom que tenho esta mãe e este irmão, que bom que nos temos a todos.

Músicas para o The Voice

Escolhi as músicas abaixo para incluir na inscrição; três por achar que as canto bem e duas por achar que ficavam bem na minha voz, mas agora é uma questão de ver o que eles escolhem (e se me escolhem, que é o mais importante).


Wicked Game - Chris Isaak


Someone that cannot love - David Fonseca


I have nothing - Whitney Houston


If you don't know me by now - Simply red


Ouvi dizer - Ornatos Violeta

segunda-feira, maio 06, 2024

Animal de circo

É muito giro parecer jovem. Eu na realidade fico muito contente quando me dão menos 10 anos, por vezes menos 12 ou 13. Contudo, este sábado estive numa festa de anos temática, vestido de Hermes e a minha idade tornou-se numa espécie de atração. As caras de espanto, a admiração, etc. 

A coisa começou a tornar-se pesada quando me tornei um jogo, vinha uma pessoa com outra pela mão e dizia "diz lá que idade é que ele tem?" e passado um bocado vinha essa pessoa com outra. E a cara de satisfação dos primeiros quando era revelada a idade verdadeira e tinham conseguido enganar o outro. É o que é, às vezes a discriminação positiva chateia. 

E os dados estão lançados

Inscrevi-me no The Voice. Mesmo com os meses meio ocupados até outubro e seja o que Deus quiser. A ideia é ter de novo a experiência televisiva e divertir-me - nada mais que divertir-me. Não quero ser cantor, isso para mim é mais do que certo.

sexta-feira, maio 03, 2024

A felicidade

A felicidade está mesmo em nós. O problema surge quando relegamos a gestão da mesma a terceiros. 
#amorproprio

Fim de semana cheio

Este fim de semana tenho uma festa e mais dois jantares. Fico sempre assoberbado quando tenho muita coisa. Acho que a festa vai ser bastante engraçada. O tema é deuses gregos e decidi ir de Poseidon, porque gosto do mar. Deverei ser o único vestido (ou pouco vestido) de azul. Vou tentar comer pouco nos jantares, algo levezinho. Quando passo três dias a comer fora, fico fora da minha zona de conforto. 

Send in the clowns



Send in the Clowns - Judy Collins


Isn't it rich? Are we a pair?
Me here at last on the ground,
You in mid-air,
Where are the clowns? Isn't it bliss?
Don't you approve?
One who keeps tearing around, one who can't move,
Where are the clowns?
There ought to be clowns?
Just when I'd stopped opening doors,
Finally knowing the one that I wanted was yours
Making my entrance again with my usual flair
Sure of my lines, no one is there.
Don't you love farce?
My fault, I fear
I thought that you'd want what I want
Sorry, my dear!
But where are the clowns, send in the clowns
Don't bother, they're here
Isn't it rich? Isn't it queer?
Losing my timing this late in my career
But where are the clowns?
There ought to be clowns
Well, maybe next year...

quinta-feira, maio 02, 2024

Murro no estômago

Há coisas que são como um murro no estômago. Para mais tarde recordar - online stuff e imaturidade. 

8 dias

Estou a oito dias de fazer cinquenta anos. Acho que consigo perceber porque é que as pessoas entram em modo balanço. Dos dezoito aos cinquenta passou tão rápido. Trinta e dois anos que parecem 10. Parece que foi ontem, mas não foi. Já aconteceu muita coisa, já vivi muita coisa e tenho a noção concreta de que a a segunda metade da minha vida vai passar a correr também (e que não chegará cinquenta anos). Tenho menos tempo e não sei bem em que condições físicas, o que me poderia colocar a apostar as fichas todas nos próximos 10 anos. 

Não obstante. A única coisa que mudou foi a consciência de finitude. Continuo com este estado tranquilo que alcancei em 2023, a mesma vibração de aceitação e de celebração de cada dia. Em 2008 descobri que era muito feliz e assim continuei até 2015 quando uma relação não muito boa me levou a ser um homem deprimido, alienado, vulnerável, à procura de corações nobres, alguém que me resgatasse. Este estado de alma, fez-me cair numa relação ainda mais desastrosa. E a verdade é que ninguém resgata ninguém. Somos nós que temos de ter amor-próprio. E o meu estava num penico. 

A partir de Fevereiro de 2023 comecei a minha regeneração e a pouco e pouco com as experiências felizes e o reatar de algumas amizades (como a do meu amigo médico, que me ajudou bastante a criar momentos leves  e alegres) estava a voltar a pessoa de 2008. Os meses passavam e a vida era sempre mais bonita e mais presente. Interessava sempre o momento presente, o estar aqui e agora. 

Por isso, mesmo agora, que dou conta de como tudo é rápido no fluxo do tempo, não deixo de estar tranquilo. Não sinto que tenha de correr, não sinto que tenha de me multiplicar. A minha prioridade é continuar a ser saudável e simples (mesmo no meio do complexo). O Beto disse-me, quando estivemos juntos a primeira vez, que gostava de mim por eu ser feliz com pouco. A isso acrescento que desejo o que tenho e o que posso ter, não desejo o que os outros têm ou podem ter. A comparação destrói mesmo o nosso sentido de "self". É este espírito que espero continuar a transportar nesta nova década. 

terça-feira, abril 30, 2024

O Kilt

No ano de 2023 resolvi fazer a passagem do ano com um Kilt vestido a rigor, estilo escocês. Pensei naquela máxima, se queres algo que nunca tiveste faz algo que nunca fizeste. Como esse ano foi um ano muito bom para mim (viagem imenso, voltei ao trabalho que queria, comecei a namorar o Beto, etc.) resolvi começar esta minha nova década também com um kilt. Ia vestir uns calções com suspensórios e laço, como tem sido costume, mas achei que realmente é uma melhor forma de começar a nova década e a segunda metade da minha vida. Só tenho de decidir qual dos dois kilts vou vestir e se o uso com botas ou com ténis.

Clueless

Gostava de participar no The Voice este ano e não faço a menor ideia do que apresentar. Dei-me conta que canto todas as canções no meu registo e que quando uso a cifra original ou está tudo muito grave ou muito agudo. Bolas.

Eu sou um Baixo com um a tessitura extensa ou sou Baixo-barítono (as opiniões dividem-se) e não é fácil arranjar canções que façam brilhar a voz. Normalmente acabo a cantar as divas do soul porque a minha voz encaixa na tessitura das sopranos na perfeição. 

Mas estou realmente inseguro no que devo levar. David Fonseca, Paulo Gonzo, Chris Isaak, Deolinda, Whitney Houston, Ornatos Violeta, dúvidas, dúvidas, dúvidas...

segunda-feira, abril 29, 2024

Coisas boas

A minha relação com o Beto já passou os sete meses. Já discordámos muito, mas nunca nos aborrecemos com nada entre os dois, porque aceitamos que os dois não têm de pensar da mesma maneira e o outro respeita essa diferença. Não pedimos ao outro que mude, e é fácil fazer cedências quando sabemos que a outra parte é também compreensiva. 

É mais fácil em Lisboa do que na Madeira, porque cá ao olhar de amigos e família, a nossa identidade como casal vem em primeiro lugar. Lá ele é antes filho e depois é que vem o casal. É difícil para mim ter uma pessoa que não nós os dois a definir o nosso dia a dia. É claro que aí a minha cedência tem um espectro bem mais curto, gerando uma enorme tensão. 

Mas a parte boa, é que existe sempre Lisboa e o relembrar das certezas que nos uniram. É tudo tão simples e tão doce. A nossa solução é mesmo Lisboa, se conseguimos ou não, o tempo o dirá. Não obstante, é sempre bom relembrar/sentir que somos uma equipa. Este fim de semana foi cá.
 

Coisas chatas

A operação da minha mãe foi adiada um mês. Quero continuar a manter o otimismo no processo. A cegueira total significa que a minha mãe não quererá viver mais. Como ela nos explicou, já viveu uma vida longa e independente. Recusa-se a viver dependente. 

Há portanto alguma tensão associada a este processo porque o amor que tenho à minha mãe só me faz aceitar a sua decisão por muito que me possa custar, mas eu e o meu irmão estaríamos a ser egoístas se não a acatássemos. Não podemos manter uma pessoa ao nosso lado só porque gostamos dela, se isso significar que ela é infeliz e que vive abaixo da dignidade que estabeleceu para si. 

Portanto as fichas continuam apostadas na operação. Que eu espero e preciso mesmo que corra mesmo bem.

quarta-feira, abril 24, 2024

Dilema

Quando alguém tóxico está presente na nossa vida por estar ligado a alguém realmente central, o que fazer? É que eu elimino tudo o que é tóxico da minha vida. 

Maioridade



Used to be Young - Miley Cyrus

Esta canção tem crescido em mim. Acho que é uma letra com a qual todos nós (de uma forma ou de outra) nos podemos identificar. Eu fui jovem muito tarde, porque sempre fui uma criança e um adolescente "velho". Foi na segunda metade dos 40s que me despedi da vida mais adolescente - não foi assim há tanto tempo. 


Left my living fast somewhere in the past
And took another road.
Turns out crowded rooms empty out as soon
There's somewhere else to go, oh.

You tell me time has done changed me
That's fine, I've had a good run.
I know I used to be crazy
That's 'cause I used to be young.

I know I used to be crazy
Messed up, but, God, was it fun
I know I used to be wild
That's 'cause I used to be young.

Those wasted nights are not wasted
I remember every one
I know I used to be crazy
That's 'cause I used to be young.

terça-feira, abril 23, 2024

Um sério perigo na Madeira

Já é a segunda bebedeira de poncha que eu apanho. Definitivamente não posso beber mais de 3 (e mesmo assim passada uma meia hora só estou demasiado alegre). A poncha à pescador é um perigo sem dúvida nenhuma. 

sexta-feira, abril 19, 2024

Madeira

Mais uma temporada aqui na ilha do Beto.  Desta vez mais pequena, mas vai ser bom na mesma. Não obstante o ideal (porque não posso abandonar Lisboa) era ele vir rapidamente para o continente, mas ele recusa-se a ser apoiado financeiramente por mim enquanto não tiver um contrato de trabalho equivalente ao que tem agora. Vamos ver como corre, tem os seus princípios e eu respeito. Desde o início, sempre estivemos conscientes que existiam duas questões poderiam inviabilizar a nossa relação, o não viver na mesma casa é uma delas. Não aguento relações à distância, aviões e aeroportos. É a minha terceira relação nestas condições. Mas tudo isto é futurologia. 

Agora mesmo o que interessa  realmente são estes 6 dias na Madeira. Desfrutar e ser feliz por cá. Estou no aqui e agora.

quarta-feira, abril 17, 2024

Pessimismo

Fui acometido de algum pessimismo, relativamente à questão Z. O meu mantra de vida continua igual, apenas coisas que contribuam para o meu bem-estar físico, bem-estar psíquico e vibração positiva devem continuar na minha vida. Tudo o resto é dispensável. Aprendi há cerca de ano e meio que nem tudo o que queremos ou gostamos é bom para nós. Agora o que quero e gosto é a manutenção ou elevação do meu equilíbrio e vibração.  

terça-feira, abril 16, 2024

II most wanted



II most wanted - Beyoncé & Miley Cyrus

Gosto mesmo muito desta canção, acho que é uma belíssima ode à amizade. Podia ser um tema do filme Thelma e Louise e acho que a vou adotar como banda sonora da minha vida, há amigos que me passam no pensamento quando oiço:

I'll be your shotgun rider 'til the day I die
Smoke out the window flyin' down the 405
I'll be your backseat baby, drivin' you crazy
Anytime you like
Woah, I'll be your shotgun rider 'til the day I
'Til the day I die...

Coisas que não imaginamos que se possam passar connosco

Este fim de semana, aproveitando que o Beto não vinha, fui ao Porto para estar com amigos que não via há bastante tempo. Um dos meus amigos que está a passar por uma ressaca de uma relação que não acabou bem, depois de beber um bocado, começou a descompensar. Ora chorava, ora tentava telefonar ao ex, ora andava a beijar (ou ser beijado) por uma quantidade de rapazes. Quando saímos da primeira disco, ainda quis ir a outra que fechava pelas 6h. Toda a gente a dizer que ia para casa e claro eu quis ir com ele. 

Quando chegamos a essa discoteca, repetiu-se o mesmo. Eu ficava a uma pequena distância dele, porque ele encontrava pessoas que conhecia e depois era o mesmo, coisas demasiado indiscretas para o meu gosto, mas ia controlando e apoiando o possível. 

A dada altura ele disse  que queria ir embora, mas que eu podia ir para casa que ele ia com um dos indivíduos com quem ele se envolveu, o problema foi quando eu percebi que esse indivíduo na realidade estava num grupo de quatro que tipo matilha esperava lá fora. Aí, meti-me ao meio fui ter com o indivíduo e disse-lhe que acabava ali a cena dele, que o meu amigo veio comigo e ia comigo para casa. Ele ainda tentou agarrar no braço dele a dizer-lhe para ir e eu meti-me mesmo entre os dois, a dizer que o meu amigo estava todo fodido da cabeça e que por isso mesmo não ia a lado nenhum. Se se encontrassem noutro dia, em que eu não estivesse por perto não queria saber mas esta noite que se fosse embora, porque eu não saia dali sem o meu amigo, e que ele não pensasse que o contrário ia acontecer.

Entretanto eles lá foram embora e o meu amigo chateado comigo, que eu não tenho o direito de decidir por ele, que sou um castrador como a família, e ele só queria ir com o rapaz, etc. Lá o levei a pé para a casa, onde eu também estava, para ele levar vento na cara e ver se a racionalidade voltava no caminho. Não voltou; foi durante o caminho a chorar,  a falar do ex, depois a dizer que ia ter com o outro, depois a chorar outra vez. Enfim, cheguei a casa e meti-o na cama.

Não sou um púdico. Apesar de não querer participar nesse tipo de coisas, não tenho nada contra sexo em grupo e orgias. Cada um faz o que quer, mas acho que as pessoas têm de entrar numa coisa dessas sóbrias, a saber o que estão a fazer e não num momento de loucura e cegueira da bebedeira. Aquilo que testemunhei foi claramente um comportamento predador e isso deixou-me o sangue a ferver. Era nítido que ele não estava bem, e fui tentando respeitar a individualidade dele até não ter conseguido mais. Sei lá o que é que poderia ter saído dali. 

Podia ter-me saído mal, porque eles eram uns quantos e eu ainda tinha de acartar com um bêbado? É possível. Mas se não fizermos nada perante este tipo de situações que raio de pessoas somos nós. Fazia isto por um estranho, quanto mais alguém por quem tenho afeto. 

Depois de o meter na cama fui para a cama e acabei essa noite com as lágrimas a correrem-me pela cara abaixo, por ele e pelas pessoas que têm a cabeça feita em trampa por tudo o que já lhes aconteceu. Este fim de semana eu estive ali, em outro já não vou estar. Tenho mesmo muita pena de pessoas que estão meio destruídas emocionalmente e muita raiva de pessoas que se aproveitam de pessoas nestas condições. Foi isso, chorei de pena e de raiva. 

quarta-feira, abril 10, 2024

Dissociação

Ando completamente aéreo. Mas por volta das 18h, depois de sair do trabalho, fico mais focado.

segunda-feira, abril 08, 2024

Passos Coelho e o seu novo livro

É simplesmente assustador "Identidade e Família" é um manifesto que assim muito rapidamente promove o ataque ao direito ao aborto, o ataque ao direito à eutanásia, a legitimação da família tradicional como o único modelo de família válido, o ataque à ideologia de género, etc.

Tem a bênção da igreja e tem um artigo do João César das Neves (aquele senhor que diz que a mulher é feliz como doméstica a fazer a comida para a família e estas novas ideologias querem-lhe roubar isso). Quando pensamos que o Chega com 50 deputados é mau, mais uma coisita.

Tenho acompanhado o Big Brother (shame on me)

A Jacques saiu. Não sei se foi feita uma boa apresentação/explicação do que é ser não-binário, mas o nível de cultura e curiosidade da população em geral é tão baixo, que é até estranho que alguém como um apresentador de televisão não se vá informar corretamente sobre o que é, assim que sabe que tem uma concorrente que é. E que mesmo depois da saída da concorrente ainda faça perguntas muito cretinas. Não obstante, a própria interessada não defendeu bem a sua causa e o seu ponto de vista, diria eu. 

A Jacques não defendeu o seu ponto de vista, porque falou de um lugar de privilégio e de solipsismo. Não é somente um problema da Jacques contudo, é um problema social do presente Zeitgeist e, mais concretamente, apanágio das pessoas que nasceram desde segunda metade dos anos 90. É uma coisa muito millennial - todos nós temos direito à nossa individualidade e a fazer apenas o que nos faz felizes e confortáveis. E toda a gente acha que pode fazer tudo e a realidade é que não. 

Todos nós temos direitos. Eu também concordo que todos nós temos direitos. Mas ainda penso que os nossos direitos esbarram nos direitos alheios quando não coincidem com os nossos. Também sou o género de pessoa que continuo a fazer o que acho correto, sem me importar com o que pensam de mim (seja a trautear canções ou dar um passinho de dança em espaços públicos como um supermercado, seja a ir à casa de banho das senhoras se a dos homens está ocupada e eu preciso de ir. 

Percebo contudo que pode ser disruptivo e percebo que tenho de explicar coisas e conceitos sem tentar mostrar às outras pessoas que são burras. No caso da Jacques, em comparação, eu também sei o que são os sofistas, e ainda sei o que são os cínicos, os epicuristas, os estoicos, etc. E continuo a achar que o comportamento dela estava errado. Apesar de ser conhecido por dobrar regras, tenho o senso comum de perceber onde elas são estruturais (como uma parede-mestra) e não podem ser mudadas. Pode sim construir-se uma nova casa com sem paredes-mestras, flexível, mas é uma nova casa. É propormos a mudança de uma casa para a outra. Querer mudar à força a estrutura basilar de algo que não nos diz respeito apenas a nós (como a roupa que vestimos) é ou pueril ou petulante ou uma mistura dos dois.  

Também se muda por revolução, claro. Mas há lugares e lugares. Quando estamos normalmente inserido em meios que nos são favoráveis e em que toda a gente concorda connosco e nos diz que somos o máximo, acabamos por acreditar que temos uma missão quase messiânica de induzir a mudança ara aquilo que consideramos correto. 

Se tudo fosse tão simples, o mundo não era o lugar que é. Não são as Jacques da vida que o vão mudar, mas sim pessoas pessoas em tudo iguais à Jacques que até se vestem da mesma maneira que até defendem as mesmas ideias, mas têm uma visão de chapéu, uma cultura e/ou noção sociológica e antropológica amplas. Pessoas que estão fechadas no "eu", nas "pessoas que conheço", nos "amigos" não vão mudar nada mais que o seu próprio quintal. 

Acredito na mudança. E são pessoas como a mulher que aparece no minuto 5.35 do vídeo abaixo que mudam o mundo. O resto é um "espetáculo do La Féria".


Poesias

Li um post que falava de que quando amamos até somos capazes de escrever poesia. Isso fez-me lembrar de quando me apaixonei tão perdidamente por alguém que até lhe escrevi poemas - três poemas. A minha maior paixão e a minha maior desilusão. Há uma música da Garota Não cuja (parte da) letra me leva sempre para esse acontecimento:

Antes fosse mais calada menos louca e perturbada
Antes não mostrasse tanto, mas dormia o meu santo
E eu sem ter proteção nem medi o coração
Dei-o todo logo ali e ao dar tudo só perdi

Mas como o planeta Terra que enfrentou, pelo menos, 5 grandes extinções em massa, não fiquei estéril; fui "povoado" por outra forma de sentimento, com outras regras e com outra razão. Nunca mais houve poesia, mas há paz, cuidado, alegria e respeito. 

quinta-feira, abril 04, 2024

What What?

Estou com uma soneira brutal. E "clueless".

terça-feira, abril 02, 2024

Não somos santos

O nosso lado justiceiro clama sempre por justiça, seja ela poética ou não, sobre questões pessoais ou sobre questões que se passam no mundo. Quando não consigo fugir às notícias sobre Gaza (como foi o caso de hoje), só me ocorre um pensamento: gostava que o Netanyahu e todas as pessoas que apoiam a sua política sionista (israelitas ou estrangeiros) tivessem uma morte tão lenta e dolorosa, como o sofrimento injusto e gratuito que causam. A Bíblia diz que quem com um ferro fere, com um ferro será ferido, era fixe que existisse uma lei do retorno. Claro que sei que nada vai acontecer e estes agressores continuarão impunes, como o Putin, ou como os militares Birmaneses, ou como os governos ditatoriais Africanos, o Governo sírio, etc. Mas lá que gostava que estava gente fosse banida da face da terra gostava, e que no momento da sua morte percebessem que estavam a ter esse sofrimento por todo o mal que causaram. 

Dia D - Parte 2

A mãe tem uma nova cirurgia marcada. O prognóstico é bom para salvar a visão do olho esquerdo. O olho direito ficou com a visão comprometida para sempre, é sensível a luz e sombra mas sem ver. Interessa que os 9% de visão do olho esquerdo podem ir para valores perto de 80% se tudo correr bem. A esperança é a última a morrer dizem. Gostei muito do médico, deu-me confiança. 

Vidas Passadas

Fui ver este filme coreano um pouco por acaso (aqueles que começam à hora que a gente precisa). Gostei bastante. É um filme lento e filosófico sobre as noções de amor e de destino. Há um conceito coreano que diz que os casais ficam juntos quando há 8000 camadas de encarnações que os levam  aficar juntos para sempre. Nesta vida Nora e Hae Sung, são ideais um para o outro, mas parece que não é ainda o momento. Os dois caminha paralelamente, por vezes reentrando na vida de cada um. Na saída definitiva eles percebem que não é desta vida a sua vida em conjunto e "lamentam" a vida que poderiam ter tido, que em algum momento será a vida que hão-de ter. Serão eles mas não serão eles. Há uma melancolia velada que apenas no final rebenta numa torrente de emoção. O destino quase aconteceu aqui, mas não. 

16/20

quarta-feira, março 27, 2024

Dia D

Há ano e meio a enfrentar uma quase cegueira por motivo de uma operação mal sucedida, amanhã poderá ser o "Dia D" para a minha mãe. Vamos falar com um novo especialista. Pode ser que as coisas tenham solução desta vez. Venha a terceira operação e, se tiver de ser para ficar bem, que venha a quarta e a quinta e a sexta, etc.

Chateia-me mesmo que uma pessoa com 81 anos esteja a passar por isto, quando deveria estar a disfrutar pacificamente e com qualidade do tempo que lhe resta - alguém que não toma um comprimido para nada por ter uma saúde de ferro. Percebi bem a dor da minha mãe quando não conseguiu ver a comida no prato e teve de ser o meu irmão a dar-lhe à boca.

Mas cá estamos para ela porque esta mãe foi daquelas que nos protegeu e que lutou por nós, então vou lutar com ela e por ela. Até à lavagem dos cestos ainda é vindima, por isso nada de desistir. Que amanhã se abram novas perspetivas. 

Que grande molha

Nem com o impermeável me safei. Parecia o dilúvio universal.

Pobres Criaturas

Um filme fascinante. Os filmes de Yorgos Lanthimos são tudo menos convencionais e eu acho que tem faltado este sentido de aventura ao cinema - de um modo geral. Antes de mais, percebo o porquê do Óscar de melhor atriz principle para Emma Stone. A premissa de desempenhar um recém nascido no corpo de uma mulher adulta sendo na realidade mãe e filha e nenhuma das duas é impressionante. E ela conseguiu quase na perfeição oferecer um retrato credível. Voyeurístico e empirista o argumento expõe a natureza humana e o conhecimento do mundo a partir da criação de uma Eva (que se inspira - quem sabe - no Frankenstein de Mary Shelley) verdadeiramente recém-nascida, mas mulher adulta ao mesmo tempo.  As opções estilísticas entre o romantismo, surrealismo e diria até um certo steam punk, complementam na perfeição o ponto de vista filosófico do filme. Gostei muito. 

18/20

terça-feira, março 26, 2024

Chamava-se Pedro

O Pedro era um homem do meu ginásio. Era uma pessoa que falava a toda a gente "Boa tarde, como está?". Foi isso que colocou o Pedro "no mapa" para mim, a simpatia e a educação. Nunca troquei nada mais que cumprimentos com ele. Teria 1.90m ou pouco mais, uns 58 anos e bom aspeto. No final do treino comia uma banana. Soube agora que era arquiteto e uma pessoa de bastante sucesso. Tinha um sorriso amável e uma voz calma. O meu PT perguntou-me se eu sabia que o Pedro se tinha suicidado, ao atirar-se da varanda da sua casa (um 7º andar). Eu nem sabia que aquela pessoa com quem eu trocava 'bom dia', 'boa tarde' e 'tudo bem' se chamava Pedro. Sabia quem era, mas não sabia nada dele, nem o nome. É assim a vida, muitas vezes não fazemos a menor ideia sobre quem está no nosso raio de convivência e se estão bem ou mal emocionalmente, mesmo as pessoas mais próximas. Deu-me um sensação de tristeza, pensar no que iria no coração do Pedro, uma vez que na cara nunca ia outra coisa que não o sorriso afável. Que pena. 

segunda-feira, março 25, 2024

Aquaman e o Reino Perdido

 

Tenho apenas uma coisa a dizer deste filme...Blhac! Não gostei mesmo nada. O primeiro tinha sido giro.

7/10

A grande ilusão

Gostei bastante desta série de origem inglesa em streaming na Netflix. Não tive simpatia por todos os personagens, mas à medida que a trama se foi desenrolando, digamos que nem tudo era o que se pensava. Apesar de ter sido um crescendo, eu dira que o final foi um bocadinho um anticlimax. Acho que esperava mais. Não sei se no livro, a ação se passa da mesma forma que na série, uma vez que o argumento é a adaptação de um romance de 2016. Mesmo assim, eu aconselho, a narrativa não é americanizada o que é sempre refrescante nos dias que correm. Deu-me prazer ver. 

Diferença de capitais

Ao haver 18 anos de diferença entre os membros de um casal, é muito provável que os capitais de cada um sejam diferentes (cultura, finanças, etc.). O meu caso não foge à regra, e ambos estávamos muito conscientes disso quando demos o passo de avançar. Mas ao contrário do que me aconteceu em relações passadas, o Beto disse-me que não queria que eu lhe pagasse nada ou mudasse o meu estilo de vida, o que tinha de acontecer era ele trabalhar mais para fazer um vencimento mais parecido com o meu. O resultado é que ele trabalha que se "desunha", para fazer o tal dinheiro extra (após o horário de trabalho normal) e não poupa nada, ao contrário do que costumava acontecer. 

Como em tudo até hoje, ele cumpre sempre aquilo que diz, por isso uma mão tem mesmo de lavar a outra, ou seja, sou mesmo muito consciente de que ele merece ser compensado de todas as formas possíveis por tudo o que investe nesta relação. E o facto de (com ele) ser sempre tudo transparente, torna muito fácil a retribuição. 

Acabamos por viver muito bem com as diferenças nos capitais, nos gostos e nos consumos materiais e culturais, porque nos valores não há diferenças, mas sim comunhão. A vida ensinou-me que é um processo evolutivo e que nada obrigatoriamente permanece igual, por o isso o de hoje pode não ser o de amanhã. Agora mesmo, respeito, empatia e lealdade são valores comuns e facilitam tudo.