sexta-feira, agosto 29, 2008
Sim, isto é circo!!!
Penso que uma das melhores frases que li a descrever o espetáculo de ontem foi a do jornal Guardian «O NoFitState é como o Cirque du Soleil sem o efeito Disney e sem o desinfectante». É mesmo isto, é o circo da rua, o circo dos saltibancos, gente "suja" com os músculos trabalhados pela própria vida. Tudo se conjuga na perfeição: a beleza tosca dos participantes, os números realizados ao som de Tom Waits, de Kusturica e outros sons entre o jazz e o cabaret de beco (tocados ao vivo pela banda que acompanha o espetáculo), as roupas feitas de materiais poucos nobres, a poesia da narração.
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É o circo da boémia rude, sem lantejoulas, sem luzes e brilhos coloridos. É uma metáfora sobre a incrível luz que pode existir na escuridão, como eles mesmo dizem «não existe escuridão, apenas luminosidade de baixa voltagem». Estão no CCB até dia 31 de Agosto.
17/20
quinta-feira, agosto 28, 2008
Hoje vou ao circo!!!
O que acontece quando «the circus meets the darkside»? Acontece o espetáculo Tabu dos galeses NoFitState. São uma companhia de circo contemporâneo que está no CCB até domingo.
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Hoje apareceu-me um concurso no e-mail, eu respondi e ganhei um bilhete de graça. Portanto é um retorno ao circo, 25 anos depois.
Amarelo Batata
Diálogo telefónico:
Batata: Como está a correr o teu dia?
Silvestre: pfff...
Batata: Já sabes com que cores é que escreves o dia de hoje?
Silvestre: Não.
Batata: Não vais usar nem um bocadinho de amarelo sol?
Silvestre: Não.
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Por causa da nossa conversa resolvi postar amarelo-sol para o Batata, para ele não pensar que eu passei um dia cinzentão. E não é que isto até acabou por trazer amarelo ao meu dia? Assim um amarelo de um tom... Batata. Ele lá me vai dando a volta.
quarta-feira, agosto 27, 2008
Coisas da natureza
«Um beijo é um truque concebido pela natureza para acabar com as palavras quando o discurso se torna supérfluo» by Ingrid Bergman
Famílias Poliamorosas
Ontem vi um programa na televisão cujo tema era o Poliamor e as Famílias Poliamorosas. A abordagem foi bastante ilustrativa e pedagógica. Confesso que fiquei muito curioso sobre o assunto. O mundo das relações interpessoais está definitivamente em mudança.
terça-feira, agosto 26, 2008
Poema de baixo para cima
A lava...
Com rochas por cima.
Rochas magmáticas,
Metamórficas,
Sedimentares,
Por cima.
Com areias por cima,
Com formigas por cima,
Com ervas por cima,
Com arbustos por cima,
Com flores por cima,
Com abelhas por cima,
Com árvores por cima,
Com pássaros por cima,
Com montanhas por cima,
Com as nuvens por cima,
Com o sol por cima,
Com as estrelas por cima,
Com o negro por cima.
O negro vazio,
Sombrio,
Impenetrável,
Por cima.
by Silvestre
Com rochas por cima.
Rochas magmáticas,
Metamórficas,
Sedimentares,
Por cima.
Com areias por cima,
Com formigas por cima,
Com ervas por cima,
Com arbustos por cima,
Com flores por cima,
Com abelhas por cima,
Com árvores por cima,
Com pássaros por cima,
Com montanhas por cima,
Com as nuvens por cima,
Com o sol por cima,
Com as estrelas por cima,
Com o negro por cima.
O negro vazio,
Sombrio,
Impenetrável,
Por cima.
by Silvestre
Jantares de Turma (Universidade)
Nunca mais fui a um jantar de turma. O último foi em 2006, 8 anos depois de termos acabado o curso. Na altura senti que a máxima «solteiro não se engorda» era mesmo verdade. As meninas estavam com ar de mulher casada, os meninos com uma barriguinha de (não) fazer inveja. Lembro-me que a frase que mais ouvi foi, «ainda estás mais magro e com muito mais pinta do que quando andavas na universidade». Bem, ter mais pinta não é muito difícil porque eu era um "fashion disaster" (os anos 90 não foram famosos com tanta camisa de padrão, calças de pregas e roupa com 1 tamanho acima do ideal). Quanto a manter a boa forma, o ginásio tratou do assunto. Gostava de rever alguns dos antigos colegas. Quem sabe um dia destes não há alguém que dê um passo à frente para a organização de um, alguém que não eu. ;-)
segunda-feira, agosto 25, 2008
Havan e Krishna Puja
Não podia ser mais a propósito, depois da dança Hindu que presenciei ontem, hoje fui convidado para um Havan (cerimónia de oferta das negatividades ao fogo para que sejam destruídas) e um Puja (cerimónia de humildade perante o divino e remoção do ego). No caso o Puja era dirigido ao Deus Krishna.
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Há muito tempo que não me vestia todo de branco. Foi uma sensação curiosa. Em Dezembro há um novo Puja e eu lá estarei.
Trimurti (Três Rostos)
Este sábado fui ver um espetáculo de dança indiana no CCB. Existem 8 tipos de dança na Índia, sendo que o protagonizado pela bailarina Terikavalli é o mais antigo. O bailado em questão chama-se Trimurti (o equivalente à Sagrada Trindade para os cristãos) .
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A dança altamente ritualística é de uma minuciosidade no gesto e de uma expressividade símbólica impressionantes. Sabe bem sair da «casca» da ocidentalidade e aprender outras formas de viver o mesmo mundo.
sexta-feira, agosto 22, 2008
Ainda por causa dos brandos costumes...
Como refer o DN, este ano já morreram vítimas de violência conjugal mais 8 mulheres do que no total do ano passado. Se antigamente isto era típico de escalões etários acima dos 50, a tendência é que pessoas cada vez mais novas cometam o crime, pessoas nos 20 e poucos anos.
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Quando falo com amigos meus eles dizem «O quê? Diferenças entre homens e mulheres? Isso já não existe, isso era no tempo dos nossos pais». Epá, que bom. Somos uma sociedade tão evoluída. Se olharmos para cima, para o lado ou para o chão até é verdade. Se olharmos na direcção das pessoas, já mudo de idéias.
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Sim, existem imensos jovens na universidade. Sim, os tecnologias melhoraram a qualidade de vida e temos mais facilidades e informação. Não, as mentalidades não mudaram assim tanto.
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E das pessoas que lêem o meu blog, algumas irão dizer «Epá, acordaste zangado? Estás deprimido? Gosto mais quando fazes posts com piadas e tal». Bom, adoro rir, adoro as piadas e tal, mas também sou um tipo consciente de que o mundo em que vive não é perfeito e que de vez em quando é preciso falar dele e tentar melhorá-lo um bocadinho. As duas coisas podem coexistir na perfeição.
Ocorrência de brandos costumes
Ontem à hora de almoço enquanto via os saltos do Nélson Évora, na mesa ao lado, um senhor muito bem educado revelando alguma cultura desportiva e metia conversa connosco no espírito da "tertúlia à portuguesa". Não me importei porque até era simpático. Seguiu-se uma prova de velocidade ele disse que ia ganhar 'o branco'. Um dos meus colegas disse «o jamaicano é que vai ganhar». Ao que ele respondeu «nós temos de torcer é pelo branco que é igual a nós». Senti um calafrio interno e não olhei mais sequer para a cara dele (nem sei se os meus colegas se aperceberam disto porque ele falou com entre sorriso). Tive duas certezas: primeiro que se eu lhe respondesse não ia sair coisa boa da minha boca. Segundo, que se o Nélson Évora se não ganhasse não seria mais do que um preto.
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Odeio os brandos costumes portugueses. São estes que fazem acreditar que o racismo não existe, que o sexismo não existe, que a estigmatização cultural e sexual não existe e por aí fora. É tudo muito diluído e quem não está atento deixa passar... sim, a maioria das vezes deixamos passar, brandamente. É o nosso costume. Eu não quis arranjar confusões num restaurante e na minha cabeça achei que tive algum bom senso. Mas a dúvida fica, terei eu sido mais um brando português?
quinta-feira, agosto 21, 2008
quarta-feira, agosto 20, 2008
Fiddle-dee-dee
Fiddle-dee-dee... não, não é um dia de Fiddle-dee-dee. Será que a Whitney largou as drogas de vez? Estou com aquela disposição em que me apetece pensar apenas em coisas perfeitamente inúteis...
terça-feira, agosto 19, 2008
Cansaço...
O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço... .........................................................«Álvaro de Campos»
a
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço... .........................................................«Álvaro de Campos»
a
segunda-feira, agosto 18, 2008
Wall-E
Batman - O cavaleiro das trevas
Tinha um medo ao ir ver este filme, que o Joker de Heath Ledger tomasse conta do filme na sua totalidade. Fiquei contente porque acho que tal não é verdade. O último do franchise Batman não é nada mau, não sei também se é muito bom. É um filme de acção que não pode fugir muito aos seus moldes, mas, mais uma vez, Christopher Nolan oferece-nos uma contextualização filosófica que permite uma maior profundidade ao filme. O filme perturba por se ver que existem homens que são mais do que heróis (são aquilo que o mundo precisa para sobreviver) e homens que são mais do que malfeitores, mas teóricos do caos. E no meio destes muitos homens que não sabem do que são feitos, uma vaga matéria cinzenta com um largo potencial de corrupção (ou não). Quem fica de pé no fim?
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15/20
Voltei de férias...
Dia esquisito este. Voltar à rotina de todos os dias. É uma mistura de tantas coisas... fácil, seguro, desmotivante, aborrecido. Não creio que o mal esteja no voltar de férias, o mal está na rotina de todos os dias. É esta que poderia ser diferente, desafiadora, excitante. Algo está mal com a minha rotina, melhor dizendo, algo está mal com o que faço. Tudo parece uma pasta de água e farinha de trigo. Mãos. Está tudo nas minhas mãos.
quinta-feira, agosto 07, 2008
quarta-feira, agosto 06, 2008
terça-feira, agosto 05, 2008
Imitação da Vida
Não creio ter palavras que consigam fazer justiça ao filme. A Imitação da Vida é tido como o melhor filme de Douglas Sirk e é um excelente filme com 50 anos. Sem dúvida um dos melhores retratos sociais, e da vida, que já vi. Quem pensa que não anda a imitar a vida é melhor que se desengane. Todos nós, em alguma altura, vivemos o que pensamos estar a viver e não aquilo que realmente somos. Mas quando não queremos encontrar a verdade, ela encontra-nos a nós.
18/20
Saudades...
Tenho imensas saudades do tempo em que era criança, quando o sol só fazia sentido para mim se estivesse acompanhado de um sorriso. Havia sempre erva fresca em todos os desenhos e uma flor também. Acho que hoje foi a primeira vez que desenhei um gato. Já não consigo ter vontade de desenhar reis e princesas. Desenhar num computador é mais rápido, mais perfeito, mas não se sente o cheiro dos lápis, não ficamos com restos dos materiais nos dedos, é tudo muito mais "esterilizado" e estéril. O tempo não volta mesmo para trás.
E outra frase...
"I've had recurring nightmares that I was loved for who I am and missed the opportunity to be a better man" by Muse
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segunda-feira, agosto 04, 2008
Frases...
"I want to be like Gandhi and Martin Luther King and John Lennon – but I want to stay alive," by Madonna Ciccone
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Directamente do baú de recordações
Uma das melhores coisas que acontecem na vida é quando colegas se tornam amigos. Há uns anos atrás o Silvestre, o Ponte e a Pepa arrasavam por estas bandas. Fundamos um blog quando ainda não se ouvia falar nisso e eu já me tinha esquecido do nosso bom aspecto na altura. Hoje abri um baú de recordações (bem... foi mais uma pasta antiga do computador) e encontrei as nossas fotografias de perfil. A vida dá voltas, os caminhos separam-se, mas o coração continua cheio. You rock people!!!
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