Cruzei-me com
A Madonna de Munch e veio-me à cabeça
O Elogio do Pecado - um poema da Bruna Lombardi do qual gosto muito. Não sei porquê, mas achei que podem ser uma ilustração perfeita um do outro. Poema e quadro transmitem-me a imagem da mulher que assume a sua sexualidade e que não tem medo de ser fora das contruções/normas sociais de género. A mulher inteira.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJs8t6Qok_MfwdJm49Lii2j3v93aAEcE2yAzbrxSNqO0QWxvqcUg4ZWXsASe9LEvjbrfFqbnnDjY7A3brvq6pg7654Elou71GJ2KM0dKYUYgtUp3Yq0B4zQZDods1Z2PcPTDxknw/s320/Munch.jpg)
Ela é uma mulher que goza
celestial sublime,
isso a torna perigosa
e você não pode nada contra o crime
dela ser uma mulher que goza.
Você pode persegui-la, ameaçá-la
tachá-la, matá-la se quiser,
retalhar seu corpo, deixá-lo exposto
pra servir de exemplo.
É inútil. Ela agora pode resistir
ao mais feroz dos tempos
à ira, ao pior julgamento.
Repara, ela renasce e brota
nova rosa.
Atravessou a história
foi queimada viva, acusada,
desceu ao fundo dos infernos
e já não teme nada.
Retorna inteira, maior, mais larga,
absolutamente poderosa.