sexta-feira, outubro 30, 2009
Decisões importantes.
Arrumar a casa este fim de semana. Fazer a "limpeza de outono", o que se traduz por limpar as gavetas, roupeiros, armários, dispensas, deitar fora o que está a mais, dar roupa a quem precisa. Continuo com esta teoria de que a casa é o nosso espelho, uma metáfora para o nosso estado emocional. Assim sendo, existem mais limpezas a acontecer.
Dias...
Há dias em que precisamos de ter uma epifania. As epifanias não são eventos regulares. Pena...
quinta-feira, outubro 29, 2009
Perdidos e achados
Depois de encontrar o telemóvel e as chaves do carro no congelador há uns tempos, hoje foi a vez de achar a embalagem do desodorizante na gaveta dos vegetais. Que estranha atracção tenho eu pelo frigorífico.
Conversa XXXI
(em plena Avenida da Liberdade)
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Rapaz 1: Cheira a queimado...
Rapaz 2: Se calhar é um daqueles prédios pombalinos cheios de velhinhas que está a arder.
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Rapaz 1: Cheira a queimado...
Rapaz 2: Se calhar é um daqueles prédios pombalinos cheios de velhinhas que está a arder.
Coisas que não percebo
Às vezes gostava de acreditar que existe uma espécie de justiça divina que castiga os injustos e premeia os justos. É a porção católica da minha educação a falar mais alto, mesmo quando sei que não faz sentido nenhum. Deve haver qualquer coisa mais profunda explicada por processos que desconheço. Talvez (segundo as correntes Nova Era) os acordos que são feitos pré-nascimento sobre o que temos de aprender na Terra durante a nossa encarnação sejam responsáveis pela "suposta" incoerência. Deve haver alguma razão para pessoas impecáveis terem vidas muito complicadas e pessoas de carácter muito duvidoso terem vidas excelentes. O que é ser excelente? Pode ser muito relativo. No meio disto tudo a única coisa que levo desta vida é a consciência de ter sido um bom ser humano (mais uma vez, o conceito de bom ser humano é relativo), ou seja, de que vivi com integridade sem pisar em cima de ninguém e com respeito por mim e pelos outros. Mas mesmo assim, não percebo muitas coisas. A minha mente é ainda bastante limitada. quem sabe daqui a uns anos seja capaz de decifrar códigos que agora se apresentam bastante opacos à minha análise.
quarta-feira, outubro 28, 2009
Porquê? Porquê?
A Magda vai ver os Backstreet Boys. Saudades da adolescência. Resultado, canta todas as baladas pirosas dos tipos. Auscultadores nos ouvidos e a jornada de trabalho a cantar. Vai ser assim até sexta-feira. Não gostasse eu tanto dela, já tinha levado com o agrafador na cabeça.
Boa decisão...
A empresa que fornece o café aqui à minha instituição mudou os copinhos de plástico para copinhos de papel. Cool! Isto faz uma grande diferença em termos de poluição.
terça-feira, outubro 27, 2009
Ontem
Fiz a minha primeira videocall via Skype. Estar sentado a conversar com um amigo que está longe, sem estar a dedilhar, foi extraordinário.
O emprego e o dinheiro.
Que raio de emprego tenho eu. Ao fim de 30 minutos de cá estar já me sinto sem força anímica alguma. Esta dicotomia pagar contas/trabalho interessante não andam de braço dado. Adorava poder trabalhar de graça para algumas fundações que fazem um trabalho mesmo interessante. Mas não. É preciso dinheiro e tenho de me sentir grato por ter um trabalho seguro. Contudo, trabalho num sítio que me faz ter vontade de não sair da cama de manhã, que me faz desejar a hora de saída a partir do momento em que meto lá o pé, que me faz entrar em contagem decrescente para sexta assim que saio de casa às segundas de manhã. Provavelmente é a história de 60% da classe trabalhadora, não sei. Gostava de ter dinheiro a sério, para poder trabalhar por gosto. De graça. É que até gosto muito de trabalhar e produzir.
segunda-feira, outubro 26, 2009
Conversa. XXX
Batata: Adoro a Gulbenkian e o jardim, não te dá vontade de te atirares para este verde?
Silvestre: Não, dá-me comichões. É do arvoredo e do Outono, anda muito pólen no ar e faz-me alergia.
Batata: ...
Silvestre: Não, dá-me comichões. É do arvoredo e do Outono, anda muito pólen no ar e faz-me alergia.
Batata: ...
As boas práticas de Morrissey
Fiquei bastante contente por saber que o Morrissey não dá concertos no Canadá enquanto não for proibida a caça à foca bebé (morta à paulada para lhe retirarem a pele) e que é um acérrimo defensor dos direitos dos animais. Se este tipo de consciência fosse desenvolvido por outros cantores/artistas acho se conseguiria uma força de pressão muito eficaz. No outro dia o Batata perguntou-me «será que as pessoas que vêm actuar ao Campo Pequeno sabem que há tourada aqui?». Não sei, mas algo me diz que a maior parte, mesmo sabendo, se está a borrifar para o facto de andarem a espetar animais com ferros no lombo. Assobia, olha para o lado. Bom, fico contente de saber que o Morrissey não é um desses artistas. Grão a grão...
sábado, outubro 24, 2009
Referendo ao casamento gay? Referendar direitos?
Foi noticiado hoje que os socialistas católicos querem um referendo sobre o casamento homossexual. Dizem que todos os portugueses devem poder decidir. Desde quando é que os direitos fundamentais devem ir a referendo?! Isto é tão escandaloso como não deixarem as mulheres votar em alguns países islâmicos. Também deve ir a referendo o direito de elas poderem decidir sobre o futuro do país do qual fazem parte?
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Estou tão cansado, mas tão cansado destes argumentos estafados (para não dizer um palavrão). Porra dos católicos. Mas quem é esta gente? Preocupem-se mais com evitar os abusos sexuais por parte do seu clero a miúdos indefesos. Preocupem-se com as suas vidas.
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É um direito fun-da-men-tal! O matrimónio é um direito civil. Ninguém quer casar pela igreja. O casamento, infelizmente, traz uma quantidade de benefícios entre casais que não se conseguem de outra forma. Para mais o nosso Estado é laico. Será que os socialistas católicos sabem o quer dizer Estado laico?
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E o argumento dos Bispos de que o casamento homossexual é um erro numa altura em que a natalidade está tão baixa e que há cada vez menos casamentos dá-me vontade de rir, mas para não chorar. Eu, se não casar com um homem, não o vou fazer com uma mulher. Ainda estão na fase em que a homossexualidade se cura? E dizem que a pobreza e o desemprego são prioridades mais importantes, mas permitir o casamento homossexual impede alguma destas coisas? São de uma desonestidade intelectual impressionante.
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A homossexualidade existe e não são 14 pessoas, são milhares, muitos milhares que em Portugal contribuem com impostos, com trabalho, como qualquer pessoa. Se eu tenho obrigações como qualquer pessoa quero ter os mesmos direitos de qualquer pessoa. É muito difícil esta equação? Eu não sei se quero casar. Mas quero ser eu a decidir se o vou fazer ou não. Quero que dizer 'não' seja uma escolha e não uma imposição. Não sou escravo de ninguém. Não sou propriedade de ninguém. Não é um católico que me vai dizer o que eu posso ou não posso fazer. O catolicismo é a religião com mais sangue agarrado às unhas, é a religião que cometeu mais atrocidades e continua a cometer, que moral têm? Quem é esta gente? É só o que me ocorre.
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Vícios...
O Facebook é um mar de vícios. O meu último é o Jewel Puzzle (uma mistura de quatro em linha com tetris). Ontem bati o meu record, fiquei até às tantas a jogar aquilo. Hoje pensei...«JEWEL PUZZLE need it». E a porcaria do facebook está com a minha conta em manutenção vai para mais de 3 horas... portanto o melhor mesmo é ir para a rua e fazer uma coisa saudável como passear ao sol e ler o jornalito numa bela esplanada.
sexta-feira, outubro 23, 2009
Bailarino sofre
Pergunta
O meu telefone de secretária tem uma luz vermelha acesa que insiste em não se desligar. Será que também está a celebrar a vitória do Benfica? I wonder...
E viva Portugal
O Benfica ganha 5-0 e hoje toda a gente é benfiquista. Anda tudo com um ar bem-disposto. Quer-se lá saber de quem são os novos ministros e secretários de Estado e o Saramago até já foi perdoado porque ele até é benfiquista.
quinta-feira, outubro 22, 2009
Conversa. XXIX
Silvestre: O Ronaldo vai substituir o Beckham nos anúncios de underwear da Armani.
Magda: Ai é?
Silvestre: Sim, o Beckham já começa a ficar velho.
Magda: Também com uma mulher daquelas, só pode.
Silvestre: Olha que ela diz que eles fazem amor todas as noites.
Magda: O quê?! A mulher é tão plástica, por isso é que está a ficar velho, não sei como consegue. Silvestre: Pelos vistos gosta.
Magda: Ela é uma desmilinguida. Devia era ter mais carne para ele agarrar...
Silvestre: Desmilinguida??...
Magda: Sim, desmilinguida. Não tem jeito nenhum. Não sei como ele aguenta tanta frigidez.
Silvestre: Bem...
Magda: Eu faço logo o filme todo.
Magda: Ai é?
Silvestre: Sim, o Beckham já começa a ficar velho.
Magda: Também com uma mulher daquelas, só pode.
Silvestre: Olha que ela diz que eles fazem amor todas as noites.
Magda: O quê?! A mulher é tão plástica, por isso é que está a ficar velho, não sei como consegue. Silvestre: Pelos vistos gosta.
Magda: Ela é uma desmilinguida. Devia era ter mais carne para ele agarrar...
Silvestre: Desmilinguida??...
Magda: Sim, desmilinguida. Não tem jeito nenhum. Não sei como ele aguenta tanta frigidez.
Silvestre: Bem...
Magda: Eu faço logo o filme todo.
A humilhação do chinelo
Hoje fiquei vermelho de vergonha, porquê? É melhor começar a história pelo princípio. Eu tenho uma prima mais velha, com idade para ser minha mãe, que no Natal insiste em oferecer-me coisas com o meu nome. Assim, tenho canetas, toalhas de rosto bordadas, porta-chaves, um avental e a jóia da coroa que são uns chinelos bordados em ponto cruz. Os chinelos são confortáveis e sempre que os uso à frente de amigos, provocam algumas risadas. Apelidados de foleiros (na melhor das hipóteses), ninguém acredita que eu tenha uns chinelos daqueles.
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Na semana passada lavei-os, mas quando os fui recolher só estava um na corda. Pensei caiu para o R/C. Olhei lá para baixo e nada de chinelo, o meu pensamento seguinte foi que tinha voado. Mas não. Hoje quando desci a escada de manhã, lá estava no corrimão do prédio um saco de plástico com o meu chinelo lá dentro. Como sou a única pessoa com o meu nome do prédio. Toda a gente sabe a quem pertence aquele chinelo com o nome bordado em ponto cruz. Bolas!! Senti-me como se alguém me apanhasse na casa de banho com as calças em baixo. Ninguém merece.
quarta-feira, outubro 21, 2009
Saramago, o vilão
Estão a bater tanto no José Saramago que daqui a pouco ainda começam a dizer que foi ele que escreveu o guião do vídeo da Maitê Proença.
Impossibilidades/aprendizagens
Há dias em que compreendo tão bem o meu pai. E nesses dias a saudade aperta, talvez porque me apetecia voltar atrás, fazer as coisas de modo diferente e dizer-lhe «percebi, desculpa».
Ecografia
Não imaginava que seria tão difícil conseguir uma consulta para fazer uma ecografia de partes moles.
terça-feira, outubro 20, 2009
Coisas pouco inteligentes
Hoje, dia de chuva, calcei uns sapatos com sola de borracha lisa. Pareço um patinador, forçado, mas um patinador.
Ah pois é.
The most thought-provoking thing in our thought-provoking time is that we are still not thinking by Martin Heidegger
segunda-feira, outubro 19, 2009
Chamem-me lamechas...
Mas às vezes olho para as pessoas que conheço e sinto-me comovido. Hoje estive num jantar de aniversário e olhando para os meus amigos e alguns colegas pensei na sorte que tenho em ter o previlégio de privar com pessoas que me fazem sentir humilde perante elas, perante a sua qualidade enquanto seres humanos. É tão bom quando as pessoas nos fazem querer ser melhores.
domingo, outubro 18, 2009
Doc Lisboa - Inner Voice
Assisti hoje a um belíssimo documentário sobre a artista Meredith Monk. Mais do que o produto da sua arte, fascinou-me o processo, o seu entendimento do meio e da realidade das coisas. Gostei particularmente do conceito de que toda a matéria tem um som e de que a voz pode expressar corpo e matéria. A sua arte expressa a busca dessa voz interior como uma protolinguagem que é acessível em qualquer parte do mundo a qualquer pessoa. Meredith Monk é, sem dúvida, alguém com uma consciência expandida, um paladino da harmonia. Haja luz assim.
Definição de saudade.
A saudade não está na distância das coisas, mas numa súbita fratura de nós, num quebrar de alma em que todas as coisas se afundam. by Vergílio Ferreira
A tia Elvira
A tia Elvira morreu hoje. Era a última das minhas tias-avó. O meu irmão telefonou a avisar onde ia ser o velório e a minha resposta foi «tenho bilhetes para o DocLisboa, não acho que possa passar por lá». Senti-me mal pela minha resposta. Era a irmã mais nova do meu avô materno, um homem extraordinário, que não iria gostar nada da minha acção se fosse vivo. Mas o convívio não era muito e tenho mágoas com a família da mãe. Não penso que eles têm sido bons familiares para ela, para nós. Não há afecto onde deveria existir e eu não tenho jeito para fingir.
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Isto não invalida que a tia Elvira não faça parte da geração de ouro. Os sete magníficos filhos de uma das bisavós maternas: o sabichão, o belo, o carismático, o poeta, a bela, a simpática e a astuta. Ela era a astuta. Sempre foi uma mulher inteligentíssima. Apesar de analfabeta, conseguia ver um filme em inglês e discuti-lo como se tivesse lido as legendas. E fazer uma quantidade de outras coisas apenas pela observação. Era mesmo astuta, quem lhe deu o cognome não se enganou. Fora este facto, lembro-me de que foi uma excelente avó. Tinha muitos amigos, era muito brincalhona e adorava fazer noitadas até às tantas da manhã nas casas de fado no Bairro Alto, prática que manteve até aos 70 e poucos anos. Teve uma boa vida, teve um grande amor, teve netos e bisnetos, teve uma vida cheia. Fico feliz por isso.
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Não éramos próximos, não a via há uns 7 anos, mas hoje é um dia de luto e se eu fosse ao velório ou ao funeral não ia conseguir deixar de dizer a algumas pessoas que vão estar presentes que não se têm portado bem. Assim sendo, é melhor que fique por casa. A minha mãe e o meu irmão estarão lá a representar a família. Não deixo de ficar triste por não sentir vontade em ir, por não ter vontade de ver ninguém que pudesse lá encontrar, por me sentir demasiado desiludido com eles.
sábado, outubro 17, 2009
Desporto dá saúde? Noooot...
Ora bem. O desporto até é capaz de dar saúde, mas como eu sou um exagerado e resolvi (depois de quase 3 meses parado) fazer exercício à séria, o corpo cedeu. Depois de uma semana de exercício intenso, ontem estraguei uma perna e o abdominal lateral, sem fazer grandes esforços. Doi que se farta e agora é esperar. Diz quem sabe que é são micro-rupturas e que o gelo é bom para isso. À falta de gelo em casa, um saco de feijão verde pingo doce e um tupperware com arroz de marisco fazem a vez sem problemas. Eu sabia que havia uma razão para o arroz de marisco estar no congelador há mais de 8 meses.
sexta-feira, outubro 16, 2009
Mas anda tudo louco?
Um casal agridiu, roubou e sodomizou com uma cenoura pastor de 56 anos. Deixaram o homem ferido, nu e de pés e mãos atados na serra. O motivo terá sido vingança por um comentário de cariz sexual que o pastor em tempos terá feito sobre a mulher do casal.
.notícia aqui
Morrer como um homem
Um filme curioso de João Pedro Rodrigues. Muito conceptual, facto que só se consegue apreciar a posteriori (no meu caso pelo menos). A minha maior curiosidade foi a de ver um filme sobre travestis e transsexuais. Fiquei triste pela marginalidade em que se vive, socialmente e auto-imposta. Sabe-se que não se pertence a lado nenhum. É doloroso ver um triste exemplo disso, em que quase tudo é um sucedâneo do que deveria ser. Na personagem principal vi uma pessoa com sentimentos nobres, mas despojada da hipótese de uma vida "normal". A aceitar qualquer coisa por medo de não ter coisas nenhuma. É assim no amor, nas amizades, etc. É uma vida difícil e desencantada por trás dos brilhos e das lantejoulas, que são a razão de tudo. Onde tudo faz sentido. É a vida num limbo.
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Uma nota positiva para a prestação de Gonçalo Ferreira de Almeida como Maria Bakker. Foi hilariante, poético, alucinante, dramático. É a porção LSD do filme.
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15/20
quinta-feira, outubro 15, 2009
Ontem
Eramos dois sentados na relva. 26ºc na praça de Londres. A luz do holofotes. Conversas importantes. Amizade. Afinal eramos 3, havia também uma tartaruga de peluche.
Em que raio de mundo vivemos nós?
Em França, um emigrante português de 62 anos foi encontrado morto em casa... 2 anos depois. Já estava mumificado sentado no cadeirão onde morreu. A renda era paga por transferência bancária e a electricidade tinha sido cortada. No frigorífico estavam iogurtes com a data de 2007 que ajudaram a indicar a data do óbito. Os vizinhos dizem não ter dado por nada, uma vez que ele era um homem discreto que falava pouco e ouvia mal. A família diz que não sabia dele há anos, a funcionária da gestão do condomínio disse apenas «Nunca demos por nada nem desconfiámos de nada. O senhor era um homem muito discreto. As rendas foram sempre pagas. A nossa preocupação é mais com aqueles que não pagam a renda...».
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A luz tinha sido cortada há quase dois anos, a caixa de correio estava cheia de correspondência e outros, mas os carteiros continuavam a depositar mais e mais. Não consigo deixar de pensar que existem pessoas a viver totalmente isoladas e não consigo deixar de pensar que vivemos demasiado rápido e sem olhar para o lado. Esta história lemboru-me uma outra de quando era miúdo, em Lisboa uma idosa esteve três dias morta à janela. Demorou 3 dias para alguém dar por isso.
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notícia aqui
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quarta-feira, outubro 14, 2009
Amor sem a letra A
Onde és neste momento? Quem és neste momento? Sei-te longe. É tudo o que sei. Fugiste do meu corpo e do meu tempo. Neste cómodo, onde comemos juntos o céu nocturno, vê-se em desterro o leito do nosso bem-querer. Seguiu-te. Deixou-me. Só o escuro se deteve neste compartimento perdido, e eu dei-lhe o meu reconhecimento por me ser fiel. Demoro-me nele e com ele. Ofereço-lhe o meu pus e os meus demónios, os meus lóbulos pungidos. Ofereço-lhe menos do que te dei e, contudo, todo ele é sossego, todo ele me cinge… Porque impedes tu o sossego? Porque me impediste o sossego? Se soubesses um pouco, um pouco que fosse de impulsos nobres desinteressados. Eu sei de tudo isto e de sentimentos precisos, só me coíbo do conhecimento de ti. Onde és neste momento? Quem és neste momento?
by Silvestre
terça-feira, outubro 13, 2009
Quem são os eleitores do Isaltino?
Pelos resultados das autárquicas são muitos. Hoje, fiquei a saber que uma colega minha é eleitora do dito senhor. Porque estava a ouvir dizer «os eleitores do Isaltino não são corruptos, mas são pelo menos muito burros», respondeu «estão a brincar não é? o Isaltino é que pôs Oeiras a mexer, voto nele e vou votar sempre nele, afinal ele não matou ninguém». Olha que bom. Os nossos autarcas podem roubar os cofres públicos à vontade só não podem matar pessoas. Este tipo de discurso vem de uma pessoa escolarizada. No fim das contas cada um faz as suas escolhas de acordo com o seu juízo, mas há alguns juízos que considero muito pobrezinhos.
segunda-feira, outubro 12, 2009
Neste momento...
Está uma vizinha bêbada à varanda a despejar todos podres que sabe das pessoas da rua em voz alta. Aquilo é que são pulmões. A julgar pela idade que aparenta, não diria que tinha aquele vozeirão.
Conversa. XXVIII
Magda: Vou-te fazer trabalhar nisso a torto e a direito. Vais acabar essa merda nem que seja a última coisa que eu faça. Isto é só para eu ter o meu nome nos agradecimentos do Doutoramento.
Silvestre: ...
Tempo
Nada é tão precioso como o tempo. Os amigos importantes frisam vezes sem conta a sua disponibilidade.
Coisas que me arrepiam
A quantidade de votos que o Pedro Santana Lopes ganhou em Lisboa. A vitória do Isaltino Morais em Oeiras.
Coisas inesperadas
Nunca pensei que o cabelo loiro comprido me fizesse dar um certo ar ao Kurt Cobain. Ok, a guitarra ajudou. Mais uma bela tertúlia.
domingo, outubro 11, 2009
Nuno Baltazar - Moda Lisboa
Graças à LM (thanx) tive a oportunidade de ir à Moda Lisboa ver o desfile Primavera-Verão 2010 do Nuno Baltazar. Gostei bastante. Para além do desfile, que misturava de forma inteligente tons e formas africanas com o espírito Halston dos anos 70, tive ainda direito a ver ao vivo a Sô Dona Lili Caneças, o Sô Carlos Castro e a Sô Dona Lady com sua dama companhia José Castelo Branco, para confirmar que eles têm mesmo o aspecto com que aparecem nas revistas e que aquilo não é só brincadeira para nos deixar bem dispostos.
Luz
Acredito muito nas energias e há pessoas que emitem luz. São luminosas. Sorriem e enchem uma sala. Ontem fiquei particularmente impressionado com uma senhora de 60 anos com uma energia espantosa, que nos faz sentir bem apenas pela sua presença. Haja simplicidade, jovialidade e coração aberto. Naquele caso posso dizer que os 60s são os novos 30s.
BBC
Fui ontem pela segunda vez ao BBC. Fiquei com a mesma impressão da primeira vez, mas desta feita mais cristalizada. Felizmente sou daqueles que acreditam que o grupo faz a festa. Quando saio é para me divertir e faço-o, mas gosto de ir a sítios onde vejo pessoas com alma, não uma quantidade de gente em que todos são iguais uns aos outros. Achei incrível como um sítio com tanta gente não apresentava diversidade nenhuma. Se calhar aquela "tribo" distingue-se entre si, percebem que um gajo veste riscas diferentes na camisa e que uma miúda tem menos 4 cm de comprimento no cabelo que outra. No geral a atitude era a mesma. Os homens ou eram quarentões instalados, ou betos, ou betos desportivos, todos com o facto comum de se mexerem como troncos de árvore. Depois bebem copos, muitos copos, e riem alto e tiram muita fotografias e tentam parecer cool. As meninas todas com a cor da moda no cabelo e no verniz, também parecem todas iguais e parece que andam a comer comida de hospital há 5 semanas sem sal nem tempero de algum tipo, porque as caras espelham um enjoo total. Os que dançam parece que tomaram valium. É estranho. Não quero que se fique com a ideia de que estou a falar mal, por falar mal. Nada disso. Tive apenas pena. Acho que o sítio tem uma localização espantosa e é um espaço onde podia haver alma. A única coisa que senti foi um ambiente estéril à minha volta. Como é que se pode respirar um vazio tão grande num sítio a abarrotar de pessoas? Valeu pelas pessoas com quem estava.
sábado, outubro 10, 2009
Rugby Blues II - Joelho Múltiplo
Gostei imenso da experiência, talvez porque entrei mesmo no dia em que as coisas se tornaram sérias e se começou a aprender a placar e a cair. De repente digo «é para continuar». Claro é que se alguém chamar o meu nome direi «my name is Nabo...Rugby Nabo», mas porque não faço grande ideia das regras, ainda. Cheguei a casa em pior estado do que o meu irmão chegava dos treinos de futebol. O meu joelho esquerdo levou um bocado de porrada e pode dizer-se que tenho 3 rótulas em vez de uma, dado o seu aspecto. Nada que amanhã já não esteja ok, espera-se.
sexta-feira, outubro 09, 2009
A necessidade aguça o engenho
O Jardim Zoológico de Gaza depois de perder muitos animais no conflito com Israel e não tendo recursos para substituí-los, está a pintar burros como zebras para atrair as pessoas. Como era demasiado caro comprar duas zebras resolveram contratar um pintor profissional. Mais aqui.
Rugby Blues I
Já comprei as chuteiras e hoje vou ter de moldar a protecção para os dentes, mergulhando aquilo em água a ferver e depois colocando na boca para que se ajuste à dentição. Porque é que algo me diz que me vou queimar?
Barack Obama Nobel da Paz
Fiquei muito entusiasmado com o prémio. Em primeiro lugar pelo que significa em termos pessoais, em segundo lugar pelo prestígio interno que o prémio lhe pode dar nos EUA. Com um pouco de sorte vai ajudá-lo a ganhar mais credibilidade para algumas das mudanças estruturais que ele pretende implementar como a generalização do sistema de saúde ou o reconhecimento de direitos aos casais do mesmo sexo. YES, WE CAN!
quinta-feira, outubro 08, 2009
Ginásio Blues XI - O regresso
Depois da natação de ontem experimentei o hip hop. Gostei muito. Mas é esquisito ser o único homem na classe, para não mencionar o facto de que a média de idade das meninas deve rondar os 17 anos. Saí do hip hop e fui dar o corpo ao manifesto para a sala das máquinas. Estou em forma como uma pipa de vinho. Amnhã devo ter dores no corpo todo.
Bruxelas obriga Portugal a transpor a lei sobre igualdade de género
Bruxelas pode obrigar Portugal a transpor integralmente todas as leis que lhe apetecer, mas daí até elas serem respeitadas ou cumpridas vai um esticão. A lei da igualdade de género no trabalho parece-me, tal como a lei anti-discriminação com base na orientação sexual, muito difícil de fazer-se cumprir. A "portugalidade" é imune a leis evoluídas. Chateia-me brutalmente que as próprias mulheres contribuam para a contínua discriminação que começa em casa e transparece em frases tão simples como «o meu namorado/marido ajuda-me em casa. Tenho sorte?». Ajuda-me?? Quando duas pessoas trabalham em empregos full-time não é natural que (a menos que tenham uma empregada) que ambos dividam todas as tarefas e não que o marido/namorado ajude em algumas coisas?
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Tenho visto através de alguns colegas meus que estão nos seus 20s que a subalternização da mulher continua a ser criada e cristalizada em casa. É preciso muita mudança a este nível. Para que mudar no formato quando o conteúdo continua o mesmo? Temos de fazer mudanças estruturais, no osso e não cosméticas.
A idade e as músicas
Lembro-me muito bem quando a Maria Guinot foi representar Portugal na Eurovisão. Na altura a música parecia-me uma seca brutal, eu queria era as Doce e a malta colorida. Hoje, volvidos 25 anos percebo que a música tinha uma bela letra e que afinal estivemos bem representados nesse ano de 1984 com o «Silêncio e tanta gente».
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Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou
Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar
Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou «Silêncio e tanta gente»
Frases
«I wish I had more hair on my head. Maybe if I sprinkled fertilizer on it, it would grow.» by Kylie Bax (modelo)
Séraphine
A beleza esconde-se nos lugares mais improváveis e mais simples. É esta lição de humildade que pode ser tirada da história de Séraphine de Senlis, uma excelente pintora naïve que tinha uma enorme arte nas mãos que lhe garantiam o sustento a limpando casas e fazendo outros trabalhos domésticos ao domicílio. Já tinha bastante idade quando foi descoberta. Acabou por morrer num asilo, com esquizofrenia. É um biopic feito com delicadeza. A actriz principal transmite emoção em cada movimento. É uma obra bem conseguida e emocionante.
16/20
quarta-feira, outubro 07, 2009
Desejos
Há dias que ando com desejo de comer um dos meus pratos preferidos... frango cozido com arroz branco. Deve ser sinónimo do enorme desejo que tenho de que a minha vida se simplifique novamente.
Mais um para o molho...
Lá estava hoje de manhã para fazer o teste de natação e provar que consigo estar numa piscina sem me afogar. Comecei por nadar estilo livre e depois costas, mas como estou habituado às piscina do Holmes Place (graças às borlas que os amigos me arranjam) não percebi que me ia cansar brutalmente numa piscina semi-olímpica e que ia ter uma paragem de digestão (ainda bem que só comi dois iogurtes). Já cansado e à beira da náusea fiz a última piscina em bruços e sem me mexer demasiado para não ir ao "gómito". Quando cheguei ao fim o professor disse que estava apto para utilização livre, mas se quisesse aulas de natação pura teria de ficar no nível intermédio porque nadava bruços como as velhinhas. Tive vontade de lhe vomitar os iogurtes para o pé. Mas pronto, eu também não queria ter aulas de natação e o que interessa é que estou inscrito e tal.
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Quando me disseram que o meu cartão dava direito a uma aula de classe fiquei sem saber o que escolher. Se já tenho ginásio e natação e rugby tudo o resto me parecia repetitivo, foi então que vi... Hip Hop. Pronto, mais um para o molho e vamos lá experimentar a coisa. Espero que seja bem mexido e que o(a) professor(a) tenha muito groove, ou estou fora em dois tempos.
terça-feira, outubro 06, 2009
Semana ginasticada
As férias acabaram (até Dezembro), por isso toca de recuperar a boa forma. Amanhã começa a natação, no dia a seguir o cardio fitness e na sexta-feira o rugby. No sábado estarei de cama sem sentir o corpo.
District 9
Um filme que vai crescendo de interesse até ao final. Não é de todo o tradicional filme de extraterrestres, bem pelo contrário. Servido ao estilo de filme 'Série B' documentário, «District 9» é um retrato sobre a voracidade humana, ambição, sobre emoções e sobre amor. Curioso como o amor aparece retratado de forma tão pura num filme tão brutal. Gostei mesmo muito.
17/20
Chéri
Brilhante guarda-roupa de época, mas não seria de esperar menos do homem que nos ofereceu o brilhante «Ligações Perigosas» aqui há uns bons anos atrás. A Michelle Pfeiffer é sempre um festim para os olhos e neste filme oferece-nos o retrato de uma cortesã que se apaixona pelo filho de uma colega de profissão uns bons 25 anos mais novo. Compõe um belíssimo ensaio sobre o envelhecimento e a perda da beleza física. Contudo, não consigo deixar de pensar que o filme se perde como um todo. Não tem a intensidade dramática que deveria ter. Talvez o actor principal não me tenha convencido, não sei. Há um clímax final, mas não deixei de me esquecer de alguns momentos em que me aborreci.
14/20
Die Stadt Berlin war Fantastisch
fotos by silvestre
Certamente uma das minhas viagens memoráveis. Berlin é uma cidade extraordinária com um appeal bastante transversal. Tem tudo. Boa comida, boa arquitectura, muita arte, muito espaço para descobrir, grandes espaços verdes, muita música, muitos concertos, muitas festas temáticas, muita diversidade, pouco moralismo e muita ética. Gosto deste tipo de cidades onde se vive sem preconceito e com respeito. Sem dúvida um local a repetir porque nunca se esgota.
quinta-feira, outubro 01, 2009
Nos últimos 4 dias estive aqui...
fotos by silvestre
O tempo estava óptimo e no Alentejo o tempo passa, de facto, mais devagar. Nada como uns dias de praia para saudar o início do Outono. A volta à cidade é que é sempre mais difícil. Mas ficam as boas memórias de um sítio muito calmo, bonito e com uma pizzaria que nos faz estar lá sempre caídos.
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