Este filme conta a história dos últimos dias de uma actriz da velha Hollywood, Gloria Grahame que nos anos 40/50 teve bastante sucesso e chegou a ganhar um Óscar. O argumento baseia-se na biografia escrita pelo seu último "amante" (28 anos mais jovem) que relata os últimos três anos da sua vida em comum.
Já li uma crítica do público que apelida o filme de rotineiro porque uma figura ímpar como a Gloria Grahame merecia outro tratamento. Estaremos a falar da mesma Gloria Grahame que sobreviveu a fazer teatro em pequenas produções e filmes de segunda categoria, completamente esquecida por Hollywood e pela maioria do grande público?
O que eu vi ontem foi um filme simples, intimista, com uma magistral interpretação da Annette Bening e uma excelente interpretação do Jamie Bell (que depois do Billy Elliot não me tinha voltado a impressionar). Há ali uma mulher a viver o crepúsculo vespertino da sua beleza e dos seus dias e um jovem homem que ama essa mulher.
O filme vai crescendo. Parece inócuo no inicio e vai crescendo em intensidade com a metamorfose da personagem principal e a revelação da intensidade contida do amor do seu parceiro.
Quem gosta de filmes americanos não vai encontrar aqui as luzes, o brilho, o espectáculo. É um filme sobre identidades e relacões. E eu achei maravilhoso porque senti tudo isso, o amor demonstrado e sentido. Foi cinema a que assisti. Uma realidade em que acreditei e da qual gostei mesmo muito.
18/20
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