No café ao lado do meu trabalho há uma empregada que já não é nova, terá uns 60/62. Quando atentamos a forma como veste ou mesmo como trata os clientes, há algo que a distingue do usual nestes lugares.
Fiquei a saber que ela foi durante mais de 25 anos contabilista numa empresa que fechou as portas e deixou uma quantidade de pessoas no desemprego. Encontrar trabalho na idade dela provou-se dificílimo, mas como tinha contas para pagar arregaçou as mangas e trabalha um dia inteiro atrás de um balcão a servir.
Disse-me que não é fácil estar tanto tempo de pé (ao fim de anos a servir ainda lhe custa bastante) e tem muitas saudades do trabalho de papelada. Chega a casa morta, mas com um ordenado.
Do meu lado só posso ter a maior admiração pelas pessoas que não desistem. E que não sentem que lhes caem os parentes na lama por fazer um trabalho menos qualificado e mais sofrido.
2 comentários:
Que bela senhora! Muito bem!
Pergunto-me se conseguiria fazer o mesmo.
Abraço.
Desde que não se esteja a ser explorado (ou a ter essa sensação) nenhum trabalho é vergonhoso...
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