segunda-feira, dezembro 25, 2006

A Consoada...

Passamos os dois sozinhos, os três. Foste sensível ao facto de este ano quase não ter existido Natal, ao facto de eu não ter organizado nada como é meu costume. Disseste-me que não fazia mal o facto de eu não ter bacalhau ou os ingredientes necessários para fazer uma refeição típica dos teus Natais. Disseste-me que nem que comêssemos ovos estrelados, o importante é que estávamos juntos. Foi o suficiente para eu querer fazer ainda mais um esforço, para eu querer inventar um prato delicioso, criar um momento especial para ti. Disseste-me no fim que esta consoada tinha sido especial. Rimos, chorámos, brindámos à vida, aos vivos e a ele. Abrimos as prendas, conversámos e adormeceste no sofá com os óculos postos. Acordei-te e fui-te deitar. Disseste «até amanhã» e sorriste aquele sorriso quentinho que conheço há tantos anos. Fechei a porta do teu quarto e fui deitar-me. Adormeci também.

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