Não imaginava que iria ver Portugal numa situação de novo confinamento. Já sabia que apesar de hospitaleiros e humildes, etc, etc, somos um povo ignorante e até, em certa, medida estúpido. Não pensava que fossemos um povo egoísta e pouco solidário. A solidariedade era uma das características que nos definia também e das mais bonitas que envergávamos.
Estão a morrer cerca de 1000 pessoas por semana derivado à Covid, mas como me disse uma amiga «o meu marido teve e cá em casa ninguém teve, então isto[covid] é tudo uma grande mentira». Não obstante, para os familiares dos mortos (e não só idosos) "isto" é mais crua das realidades.
O egocentrismo e a falta de empatia é o sinal dos nossos tempos. É a frequência da sociedade atual. São muito os atentados à dignidade humana. Cada vez mais homens e mulheres, cada vez menos humanos.
Ainda me lembro de acharem que a Internet viria trazer a prosperidade, a mitigação das desigualdades, as oportunidades para todos. Quase 30 anos de Internet e de TIC produziram umas das gerações mais individualistas de sempre, mais niilista. É a sociedade do vazio. Sinto uma certa vergonha do meu tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário