segunda-feira, janeiro 18, 2021

A sociedade do vazio

Não imaginava que iria ver Portugal numa situação de novo confinamento. Já sabia que apesar de hospitaleiros e humildes, etc, etc, somos um povo ignorante e até, em certa, medida estúpido. Não pensava que fossemos um povo egoísta e pouco solidário. A solidariedade era uma das características que nos definia também e das mais bonitas que envergávamos. 

Estão a morrer cerca de 1000 pessoas por semana derivado à Covid, mas como me disse uma amiga «o meu marido teve e cá em casa ninguém teve, então isto[covid] é tudo uma grande mentira». Não obstante, para os familiares dos mortos (e não só idosos) "isto" é mais crua das realidades. 

O egocentrismo e a falta de empatia é o sinal dos nossos tempos. É a frequência da sociedade atual. São muito os atentados à dignidade humana. Cada vez mais homens e mulheres, cada vez menos humanos. 

Ainda me lembro de acharem que a Internet viria trazer a prosperidade, a mitigação das desigualdades, as oportunidades para todos. Quase  30 anos de Internet e de TIC produziram umas das gerações mais individualistas de sempre, mais niilista. É a sociedade do vazio. Sinto uma certa vergonha do meu tempo. 

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