O maior perigo do momento é a desinformação. A receção/perceção fragmentada de mensagens e a hiperbolização dos fluxos de comunicação nas redes sociais, dão cada vez mais lugar a notícias falsas, terias da conspiração.
Os paladinos do medo, da raiva, da amargura, ganharam uma voz que é ampliada também por pessoas bem intencionadas (mas desinformadas ou com pouco sentido crítico) e, deste modo, conseguem que os sentimentos negativos de insegurança, suspeição, segregação e divisão obtenham uma força nunca antes vista.
Por outro lado, a história mostrou que quando a humanidade trabalha em conjunto é capaz de grandes feitos. Entristece-me que num momento difícil da história das civilizações, um dos maiores esforços conjuntos jamais realizados pela ciência mundial esteja a ser desvirtuado por esta campanha de desinformação. Falo do advento das vacinas mRNA (provavelmente a tecnologia mais segura desde sempre no fabrico de vacinas).
As vacinas contra a COVID (na sua maioria, penso) seguem esta tecnologia e a rapidez com que foram fabricadas é um exemplo, sem precedentes, de partilha de dados e de know-how a nível global. Quem não quer tomar a vacina, está no seu direito. Mas espalhar desinformação sobre a mesma deveria ser crime. Por causa dessa desinformação existirão mortes que seriam evitáveis.
A palavra é um veículo poderoso, e nas redes sociais a desinformação está a ser tão eficaz como uma forca ou uma pistola. Deveríamos estar felizes e ao invés andamos a arranjar mais um problema para uma solução.
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