A nossa vida segue e acontece sem que tenhamos muito controle sobre tudo o que advém de uma fonte externa. Fazemos escolhas mais ou menos informadas através da informação que temos e esse é, ainda, filtrada pelas nossas emoções, o que pode funcionar como um filtro de embelezamento ao que assimilamos.
Quando nos deparamos com a avaliação de um ciclo terminado, de um período passado que não se revelou o que esperávamos, uma vez que o tínhamos filtrado largamente por uma boa luz, temos de fazer opções de gestão e creio que essa gestão passa pelo controlo da nossa narrativa. O que narramos para nós. A nossa história é o que a nós queremos que ela signifique para nós. Independentemente de tudo o que ela foi. Se eu quiser escolher que fui muito feliz, posso apagar os elementos da desilusão e focar apenas no que de bom senti. E seguir a minha vida com sensação de gratidão em vez de seguir a vida com uma sensação de amargura.
É certo que tive os melhores 18 meses consecutivos da minha vida. Conseguir isto aos 49/50 anos tem um aspeto muito reconfortante. Quer dizer que ainda há vida pulsar e que o percurso vindouro depende exclusivamente de mim e do mesmo processo que me levou à paz alcançada no segundo e terceiro trimestres de 2023 quando eu era sozinho e me dediquei exclusivamente a cuidar do meu bem-estar físico e emocional.
Eu tenho sido feliz não importa o que me possam ter feito ou não. Consegui ser a melhor versão de mim mesmo, nunca me orgulhei tanto da minha conduta, dos meus valores, é nisso que tenho de me focar. Quando tudo parece ser diferente do que pensávamos, nós continuamos a ser nós. E se no nosso coração fomos empáticos, honestos, generosos e respeitadores, nós fomos felizes (e é para manter).
1 comentário:
Assim é. Lá dizia o Marco Aurélio nas suas Meditações: se removermos os nossos julgamentos de tudo o que pensamos, ou que nos aconteceu, não sofremos. Boa sorte com tudo, que seja o início de outro capítulo, há muita vida para viver, e bem.
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