segunda-feira, setembro 09, 2013

Música para sempre

Há pouco comecei a fazer listas de reprodução no Youtube. Os meus gostos musicais são variados e já em sete listas. A que me está a dar mais prazer é a de clássicos americanos e standards. Eu gosto bastante de Pop, mas pergunto-me se um miúdo de 20 anos ao ouvir a música que coloquei no post anterior percebe que isto é música a sério e intemporal. Quem pode dizer que a Rihanna, a Lady Gaga ou até a Mariah são grandes cantoras perante a Shirley Horn, a Ella  Fitzgerald, Dinah Washington, Etta James, Betty Carter, Sarah Vaughn ou a maravilhosa Julie London (do post anterior) que canta com uma voz de cama que até hoje ainda não encontrou desafio à altura para tanta sensualidade. Pode parecer uma parvoíce, mas meto a playlist e vêm-me lágrimas aos olhos. A sério. É demasiada beleza junta. Sinto estas cantoras a sentir cada palavra, cada pequeno detalhe da melodia e a expressá-los com uma subtileza e um encanto que fizeram sentido há 50 anos atrás e continuarão a fazer sentido 50 anos no futuro. É música celular, mistura-se no sangue, corre nas veias, e produz uma nova pele. Não sei se toda a gente sente isto. É a minha "trip" pessoal.

3 comentários:

AM disse...

Já não há vozes cristalinas e melodias platinadas como naquela época dourada.

Mark disse...

Acredito que sim. Há vários 'miúdos' que apreciam boa música. Tenho amigos da minha idade, nomeadamente um, que odeiam Pop e nem sequer veneram nenhuma das cantoras da actualidade, preferindo óperas. Sei que a nossa geração está associada ao mau gosto, mas nem sempre é assim. Não sejas tão pessimista :) Eu, por exemplo, aprecio várias das cantoras que mencionaste, sobretudo a Ella e a Etta. :)

Só discordo da inclusão da Mariah junto a nomes como a Rihanna ou a Lady Gaga. Há diferenças. A Mariah, a par da Whitney e talvez da Céline Dion, foi a melhor do seu tempo. Claro, os anos passam e a voz, como tudo no organismo, ressente-se.
O tempo era outro... A Julie London viveu noutras décadas em que o peso da Comunicação Social e do mediatismo era diferente. Hoje tudo é banalizado e associado ao consumo rápido.

Não se trata de ser ou não ser fã, mas a Mariah tem capacidades vocais únicas. É realmente uma excelente cantora e não creio que fique atrás de nenhuma das que referiste, salvo o devido respeito. Os seus primeiros álbuns e várias das performances ao vivo entre os anos 1990 e 1996 atestam o que disse.

silvestre disse...

@Mark: Bom, utilizei a Mariah já como exemplo extremo. Não nego a qualidade dela até 1996, depois aconteceu qq coisa. Até com a voz. Mas o ponto principal não é esse. Não é a capacidade vocal.

Por exemplo, eu gosto de Madonna (a melhor entertainer dos últimos 20 anos, repara que não disse cantora) e outras mulheres e homens do universo pop. Mas quando saem Top lists de votação dos melhores cantores fico um bocado chocado por ver lá Katy Perry, Lady Gaga (que tem tb uma bela voz), Rihanna, etc. E ninguém se lembra das mulheres "realmente" cantoras. A falar com os meus primos nos 20s fico triste. Pensam que a alternativa ao Pop é gostar de música Indie e já está.

Bom a música é um mundo e não se pode agradar a gregos e a troianos. Mas procurar saber um bocadinho mais não faz mal a ninguém e um bocadinho de cultura musical anda a precisar-se. Seja de clássicos jazz, seja de Rock, seja de Soul, seja de Disco ou R&B e Funk.

O Vision of Love fica para a história. É um pedaço de música e não tem que ver com a Mariah, tem a ver com a música. Música tão boas que podem ser cantadas por quem tenha voz para elas. Depois alguns cantores imortalizam as versões.

The first time ever I saw Your face da Roberta Flack, é uma excelente canção. A Celine canta, mas aqueles pulmões não são adequados à subtileza que necessita. O george Michael aí fez uma versão incrível. Bon Iver uma versão Indie sem calor.

Enfim, já me estou a esticar demasidado. Tenho saudades dessas grandes cantoras (que ainda existem nãoe stão é nos top de vendas)e dessas grandes canções intemporais. :)