quarta-feira, abril 15, 2015

Memórias III - Traição ou talvez não... (parte 1)

Parece que o conceito de infidelidade quando se está numa relação é uma coisa muito relativa. Na minha cabeça tenho uma definição que me parece bastante afinada, mas já me deparei com 3 situações em que os visados não sentiam que estavam a fazer nada de mal.

Na primeira situação o namorado foi para Londres com um amigo fazer uma viagem cultural. Depois do amigo ir para a cama com as galinhas porque não gostava de vida nocturna, o namorado aproveitava para ir ele sozinho para as discotecas gay que ficavam à mão. 

Numa bebedeira que apanhou uns meses depois dessa viagem contou que numa das saídas conheceu um taxista que o levou para casa dele onde vivia com o namorado e onde ficaram a noite toda na conversa e trocaram uns beijos, mas só por curiosidade. Não aconteceu nada de mais. Noutra noite conheceu um rapaz negro com um corpo musculado espectacular e foi para casa dele, mas não tiveram sexo só ficaram os dois nus na cama e só se beijaram e tocaram e ele resolveu vir embora antes de ir mais longe. A razão por não me ter contado nada é porque já sabia como eu era e eu ia levar estas coisas muito a sério e ficar chateado. E não aconteceu nada, ele não teve sexo com ninguém. 

Era o meu primeiro namorado e estávamos juntos há 5 anos e meio. Como eu tinha aquela ideia de ter uma pessoa para sempre, acabei por perdoar. Cerca de 1 ano e tal depois ele diz que precisa de tempo para pensar porque acabou de fazer 30 anos e só teve sexo com 3 pessoas na vida. Como a nossa relação era monogâmica e estávamos juntos há mais de 7 anos isso queria dizer que ele não ia ter mais experiências. Diga-se de passagem que tive uma sorte descomunal. E assim acabou a minha primeira relação. Ele arrependeu-se mais tarde e voltou com as armas todas que resultam com um coração de manteiga. O factor sorte foi eu ter conhecido o rapaz que viria a ser o segundo namorado 4 dias antes. Disse não. E a vida começou a desenhar-se muito mais feliz. 

12 comentários:

Miguel R disse...

O que sempre tenho muito presente, é que uma vez traidor, sempre traidor.
Nunca mudam, nunca aprendem, mas voltam sempre passado algum tempo, cheios de lágrimas e arrependimentos.

Eolo disse...

Não sei como reagiria numa situação dessas.

silvestre disse...

@eolo: Na altura eu era bastante totó. e a minha auto-estima também não era das melhores. Mesmo assim, às vezes as coisas não são lineares, como poderás ver quando eu contar a parte 3.

silvestre disse...

@miguelR: disse-me uma amiga que alguém que é apanhado a mentir não muda, apenas aprende a mentir melhor. E sim, as lágrimas são sempre abundantes na hora de jogar os trunfos todos.

o Diógenes disse...

Uma traição deixa sempre marcas! No meu caso, tenho medo de voltar a ser traído e de falhar! Sei que nem todos são assim, mas o medo persiste, o que faz de mim uma pessoa muito insegura.
Não fiz do caso um drama, mas fiquei bastante magoado e triste! Eu sei, eu sei que ainda sou novo, e ainda tenho uma vida pela frente e muito para aprender e namorar!

Ex-Namorado disse...

A minha opinião sobre o assunto já é sobejamente conhecida.

Unknown disse...

O que descreves, para mim, é traição. Não sei como reagiria, se acabava ali ou se perdoaria. Facto é que se perdoasse, a relação ficaria minada de desconfiança e acho que acabaria por desmoronar mais cedo ou mais tarde.

silvestre disse...

@diogenes: no meu caso sou um optimista. fui traído na primeira, na segunda foi bem, na terceira fui traído, na quarta fui bem, na quinta também fui e na sexta não. Agora estou na sétima, para desempatar e vai correr tudo bem :)

silvestre disse...

@goodbadblog: não tenho dúvidas de que foi traição, ele é que tinha algumas lol

Unknown disse...

Pois, imagino que quem traia, se convenca que não é traição para ficar de consciência tranquila :-p

um coelho disse...

Para um gajo de 30 anos e que esteve apenas com 3 pessoas, tinha uma percepção de traição muito definida. Se tivesses sido tu a ter esse comportamento, será que ele considerava traição?

João Roque disse...

Este é o tipo de postagem de que gosto. Falar de nós, sem complexos é muito bom.
Sempre procedi assim.
A questão da fidelidade numa relação tem que ser compartilhada exactamente da mesma forma por ambas as partes, senão não funciona...