Tenho apenas dois primos direitos com menos de 70 anos (a mais velha tem 91) e apenas uma prima tem uma idade parecida com a minha (55 anos, mais 4 que eu). Em jovens não eramos próximos porque eu era um puto para ela, mas há uns 13 anos voltamos a ter proximidade dado ela ter uma filha da idade da minha sobrinha e o meu irmão procurou um contacto mais próximo.
Aconteceu tornarmo-nos amigos, não só familiares. Os últimos 4 anos têm sido bastante próximos, temos afinal algumas coisas em comum e respeito mútuo. Há aqui um gostar que foi crescendo, talvez porque falamos os dois como não conseguimos falar com os nossos próprios irmãos.
Há uns quantos dias atrás aconteceu uma coisa muito problemática para mim, vi-me na contingência de partilhar algo que nunca quis partilhar com ninguém, porque estava numa situação limite. É estranho como quando libertamos um fardo, ele progressivamente se vai tornando mais pequeno.
Hoje falei com a minha prima sobre isso. Uma conversa longa sobre esse facto e outras coisas. As conversas com ela têm sempre um lado B. Ela cresceu comigo. Ela viu-me crescer e interagir. E ela muitas vezes chama-me a atenção para coisas (umas boas outras menos boas), até porque a sua filha mais velha lhe lembra muito a minha personalidade e modo de estar na vida, e mantém-me uma perspetiva aberta sobre a vida. No caso é uma perspetiva focada, como se me prendesse um papel com notas às cuecas com um alfinete de dama. Só podemos estar gratos por alguém que nos conhece desde que somos bebés e que sabe de onde viemos.
Estou a dever-lhe um almoço muito em breve.
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