sexta-feira, janeiro 17, 2025

David Lynch

David Lynch faleceu ontem aos 78 anos. Eu que pertenço a uma geração de transição vejo morrer e florescer  o mundo antigo e o mundo novo. O mundo antigo tinha gente muito interessante, grandes visionários e pioneiros, nas artes, nos costumes, sei lá... em tanta coisa. 

Este homem realizou filmes/argumentos maravilhosos que colocavam a questão humana em evidência, a luz e as trevas dos indivíduos, os cantos escondidos da nossa mente. Este homem fez pensar a vida e a humanidade nos ambientes que criou. Nunca me esquecerei de Veludo Azul, Twin Peaks, História Simples. Gostava que ele não fosse esquecido pelo mundo fragmentado que existe hoje e pelos jovens cada vez mais alienados e focados em si mesmos. 

Partiu um grande realizador. A ele o meu obrigado.

Quero casar

É muito claro para mim que encontrei o meu companheiro de vida. Apesar do meu historial desastroso, esta relação tem-me dado fé e esperança de que tudo o que sempre sonhei existe. E ao contrário das outras vezes penso recorrentemente em casar. Não será já, mas já vi localizações, catering, fatos, decorações. Também já sei como pedirei o B em casamento (foi ele que me pediu em namoro, agora calha-me a mim). Pensar nisto faz-me feliz. Quero um casamento relativamente pequeno ( máximo 60-80 pessoas) e sem crianças e adolescentes. Eu lembro-me bem das secas que passava nos casamentos a que os meus pais iam e não farei ninguém passar por isso. As ideias vão se sucedendo, alguma colará em definitivo.

quinta-feira, janeiro 16, 2025

Coisas estranhas

As pessoas ligam mais ao possível significado de um story de Instagram (o que pode querer dizer sobre os estados de alma, experiências, etc. do autor) do que em falar com a pessoa acerca da qual cogitam. 

quarta-feira, janeiro 15, 2025

"E os Ex que lêem o teu blogue? Não te chateia?"

Ora bem. Na realidade acho que nenhum Ex continua a ler o blogue. O último sabia que existia, mas nunca o visitou (ou teve interesse) e os anteriores vão desaparecendo assim que o interesse sobre o que eu poderia pensar deles desaparece. O blogue é tão pessoal que não havendo interesse na pessoa, não há interesse no blogue. Por isso tranquilo do meu lado. De qualquer forma o blogue é público mesmo, por isso não sou ninguém para me queixar.  Estou seguro que nenhum de nós (eu e eles) pensa no que o outro faz ou deixa de fazer. Desejo a todos vidas positivas (verdadeiramente) e é todo o espaço mental que me ocupam. 

Mudanças

Durante muitos anos fui um rapaz apagado, o que se refletia em tudo - decoração da casa, cores que vestia, etc. Quando a acordei para a vida em 2007 (com 33 anos) apaixonei-me por um papel de parede que senti ser a visualização do que eu realmente era e tinha medo de expressar. Esse papel de parede era dourado escuro e depois tinha umas flores em roxo, rosa, laranja e verde. A partir desse papel redecorei toda a minha casa e passei a ser uma pessoa sem medo da cor. Aliás, passei a ser cada vez mais colorido. Em especial nas roupas. 

Curiosamente, aos 50 anos comecei a sentir uma necessidade de ser um pouco mais calmo na roupa. O B é uma pessoa que veste de forma muito discreta e roupa muito monocromática, quase sempre preta. No verão veste tons crus. Ele fez uma grande compra de roupas para o verão e eu fui atrás.  

Comprei 19 peças de roupa e nenhuma delas com padrões e quase tudo monocromático. É certo que ainda comprei um conjunto de calção e camisa verde e outro laranja, mas também abandonei a roupa justinha ao corpo para usar coisas mais fluidas. 

Acho que estou naquele ponto em que me apetece calmaria e sofisticação. Se vou continuar a usar t-shirts com bonecos e trocadilhos? Vou sim. Camisas aos quadrados? Vou sim. Camisas estampadas no verão? Vou sim. Mas será mais residual. O B tem realmente vindo a "colonizar-me", mas de uma forma positiva. Sou um Silvestre 2.0 com ele. 

terça-feira, janeiro 14, 2025

A decepção

A deceção resulta da diferença entre aquilo que esperávamos e aquilo que realmente aconteceu (expetativa gorada). Diz-se que devemos fazer da deceção um fator que motive alguma ação que nos permita evoluir, avançar na direção do nosso objetivo, questionar e encarar a realidade como ela é.

O problema que vejo aqui é o aspeto emocional da deceção. Encarar a realidade "como ela é", é positivo e situa-nos - mesmo que seja num ambiente adverso, que teremos de saber enfrentar e reduzir.  Mas... e quando a realidade não é de todo o que gostaríamos que fosse? Acho que vale a pena questionar, mas o tempo perdido na incerteza do que realmente "é", não deixa que a deceção se dissipe. E os efeitos são mais profundos que a frustração. 

segunda-feira, janeiro 13, 2025

A minha mãe sempre me disse

A minha mãe sempre me disse que não devemos dizer a ninguém que estamos felizes, porque há gente qe nos quer mal sem nós sabermos, e que se alguém nos perguntar se está tudo bem, para responder sempre "mais ou menos" ou "vai-se andando". Isto fazia-me muita confusão em miúdo. Porque é que não podia dizer que está tudo bem?

O certo é que me habituei a esta forma de fazer as coisas, mas em 2010 quando tive um namorado espanhol e andava lá pelas terras dele, toda a gente dizia sempre que estava tudo bem e com a cabeça alta e um grande sorriso. Achei que era muito melhor ser assim, do que como a minha mãe me tinha ensinado.

Cerca de 15 anos depois, devolvo um pouco a razão à minha mãe. Não acho que tenhamos, de facto, de dizer que tudo é "assim assim", mas há muita gente que não fica feliz por nós de volta. E a sua reação é uma energia que pode afetar-nos de alguma. Nem que seja o causar de um mau estar momentâneo.

Mas acho que vale a pena dizer sempre o que nos vai na alma, apenas sendo um pouco mais seletivo com o nosso recetor. Nem toda a gente merece saber tudo. 

A reciprocidade

 A reciprocidade é uma coisa magnífica.

sexta-feira, janeiro 10, 2025

quinta-feira, janeiro 09, 2025

Obcecado com a Lola Young



Messy - Lola Young


Passei a manhã toda a ouvir a música desta jovem cantora que tem um pouco de Amy Winehouse, um pouco de Pink e um pouco de Adele e bastante dela própria. Foi a canção Messy que me colocou a atenção sobre ela e por esta forma urbana e visceral de escrever. Os ritmos são ali entre o trip hop, o indie e outra coisa qualquer. Confesso que não gosto de vê-la. A imagem dela não é apelativa para mim (também não gostava de ver a LeAnne Rimes), mas ouvi-la é delicioso. 

quarta-feira, janeiro 08, 2025

Passagem de ano de 2024-2025

Comecei o ano com a minha mãe, irmão e namorado, na Madeira. De facto foi muito bom. Foi uma viagem feliz e não poderia ter estado em melhor companhia. O B integrou-se muito bem na família e adoro o cuidado que ele tem com a minha mãe (que tem a mesma idade da avó dele). O universo foi bom para mim e o futuro ao futuro pertence. Até lá o presente é muito bom.

sexta-feira, dezembro 27, 2024

Como água para chocolate

Esta série inspirada no romance de Laura Esquível (com o mesmo nome) e com a produção de Selma Hayek é uma ode à culinária mexicana, à magia do alimentos e também às mulheres que agrilhoadas pela moralidade rural do início do século XX.  

A série narra as desventuras da heroína Tita de la Garza no seio de uma família conservadora com uma mãe tirana e no decorrer de uma revolução política. Amores e desamores, justiça social, sexualidade, são temas aflorados para além da culinária e da magia.

A primeira temporada está muito bem produzida do ponto de vista cénico. Há uma ou outra pequena falha de argumento, mas o carácter mágico da narrativa acaba por fazer-nos esquecer pequenas imprecisões. Estou desejoso pela próxima temporada. 

Natal 2024

Ontem a minha mãe telefonou-me para dar conta de que tinha adorado este Natal em casa do meu irmão. A Leo estava super feliz, o B estava super à vontade. Rimos, brincamos, dançamos, conversamos. Foi um verdadeiro serão em família. 

Eu o B demos 7 presentes a cada um. Tudo surpresa, mas todas as prendas vieram de coisas que fomos apanhando aqui e ali, que soubemos o outro gostar ou precisar. Houve uma grande sintonia ali e deu para ver que a gente se ouve e se compreende nas idiossincrasias de cada um. 

Queria muito que a minha mãe sentisse de novo aquela sensação de família expandida e isso aconteceu. Aos 82 anos, acho que precisa é de mimos e descanso e sentir que os filhos estão felizes. Falta o meu irmão ter também (de novo) a sua pessoa para sermos novamente um sexteto.  Era uma bonita prenda de Natal, o meu irmão encontrar o seu par romântico em 2025.

O próximo Natal será na minha casa. 

sexta-feira, dezembro 20, 2024

Bia e Victor: o amor da minha vida

Esta série brasileira conta a história de dois melhores amigos, com personalidades bastante opostas, mas com sentidos de humor bastante idênticos. A série é cómica, triste, alucinada, real, romântica, surreal. Tem uma quantidade de atributos que a tornam especial. Os atores principais dão uma textura muito grande a todo o argumento com atuações magistrais; constroem personagens mesmo fortes e credíveis (mesmo quando não gostamos dos personagens pelo credível que são). 

Ri muito, emocionei-me, irritei-me, sei lá... Acho que esta série tem um efeito de espelho em todos nós. Não existem vilões e os heróis também não o são. É uma mostra bem conseguida do que é a imprevisibilidade da vida. 

Gostei muito e aconselho a que vejam. Não sei se existe uma forma de ver a série fora do Disney +, mas se alguém conseguir, que aproveite.

La Palma

Esta série norueguesa tem sido uma sensação na Netflix, o que me leva a perguntar: mas anda tudo maluco? O ponto de partida é bastante interessante, mas tudo o resto é bastante fraquinho. Os diálogos, os efeitos especiais, os figurantes (cuja falta de entusiasmo até dá vontade de rir) e a falta de verosimilidade (mesmo tratando-se de uma série catástrofe de ficção). É tudo muito mauzinho. 

quinta-feira, dezembro 19, 2024

Descoberta de hoje



Haunt me - Yana

Coisas que não compreendo

Relatei aqui um caso de assédio no trabalho há dois posts atrás. Qual não é o meu espanto quando no lanche de natal (ontem) abordo uma das testemunhas porque quero fazer queixa e ele mostra-me que normalizou o comportamento do agressor, que as pessoas já sabem que ele "é assim", fica inflamado e diz coisas que não quer porque está nervoso. E que também já sabemos que ele encosta a cara às pessoas se está nervoso. E que se ele perseguiu o rapaz na rua é porque estava nervoso. Mete-me nojo. Apenas isso.

quarta-feira, dezembro 18, 2024

Nunca

 Nunca tive tanta vontade de partilhar a casa e a vida com ninguém como com o B.

Senti uma raiva brutal

Hoje senti uma raiva que não sentia há muito tempo: primária, animal. Quase saí disparado para dar um lambada numa pessoa do trabalho. 

O que aconteceu... Um assessor da direção que tem a minha idade fez bullying a um jovem de 31 anos, que é uma das pessoas mais decentes e mais justas que já vi trabalhar na função pública. Ainda cheio de sonhos de que tudo pode funcionar bem. Ele iniciou a comissão de trabalhadores e está realmente a criar uma estrutura que nos permite lutar contra as decisões opacas da Presidência. 

Esse assessor não quer que ele faça o trabalho que está a fazer dizendo que ele (assessor) já fez no passado, e de forma melhor, o que o moço está a montar. Claro que tal não é verdade (é bastante insuficiente) e o moço disse que iria continuar a montar o projeto em questão. O outro passou-se e encostou-lhe a cabeça à cara e fez-lhe ameaças, o rapaz foi embora e ele perseguiu-o na rua, o rapaz teve de voltar para dentro da nossa instituição.

Eu já sofri muito bullying no passado. Foi muito grave, violência física, violência emocional e violência psicológica. Em parte o corpo musculado que desenvolvi é uma resposta a isso. Preciso de sentir que me posso defender seja de quem for. Sempre que presencio atos de bullying, vem-me uma fúria das entranhas e tenho vontade de partir a cara ao agressor ou de o reduzir a nada com palavras. Já se passaram muitos anos, mas a raiva está latente. 

Com a psicoterapia, aprendi a resolver afrontas à minha pessoa. Como me sinto seguro na minha força e na minha personalidade consigo lidar bastante bem sem ficar alterado ou quase nada. Mas ao presenciar atos de bullying a pessoas indefesas, fico mesmo transtornado e fico um "animal". Até desatei aos gritos. Coisa que não fazia há muito, muito tempo.

Uma outra colega disse-me, "porque é que estás assim" isto não é nada contigo o melhor é não te meteres". Mas é isso que nos tornamos? Indiferentes? Tenho mesmo é de aprender a controlar esta raiva perante o bullying, não a indignação e a tomada de posição. Na realidade se eu batesse no outro, quem levava com um processo era eu. 

terça-feira, dezembro 17, 2024

E no circuito alternativo


Tell me why - Gotts Street Park ft. Olive Jones

segunda-feira, dezembro 16, 2024

Fui visitar mercados de Natal à Alsácia

Fui visitar mercados de Natal à Alsácia durante 3 dias. Esta viagem foi inicialmente marcada para fazer uma surpresa ao Ex, mas as coisas acabaram por ser como já foi relatado aqui e acabei por ir sozinho. Foi a primeira vez que estive afastado do B em quase 2 meses e foi estranho. 

Os mercados são realmente lindíssimos. O Espírito do Natal sente-se intensamente, as decorações, as comidas, os objetos à venda. 

Passei o tempo todo a enviar fotos de tudo o que estava a ver. Queria que ele estivesse ali comigo a partilhar a experiência e a emoção. Os 3 dias passaram rápido e eu voltei para a minha normalidade.

O  B estava à minha espera no aeroporto com um ramo de flores. Eu tinha comentado com ele, em tempos, que acho super triste quem chega a um aeroporto sozinho e não tem ninguém à sua espera, e ele surpreendeu-me. Também comentei com ele, em tempos, quais são as flores de que mais gosto. Foi a primeira vez que alguém me fez uma coisa assim.

terça-feira, dezembro 10, 2024

Madrid

Este fim de semana passei-o em Madrid com o B. Encontrei a minha casa, sem dúvida. Já tinha sido bem tratado e estimado antes, mas nunca assim. Nunca estive envolvido em nada onde a reciprocidade fosse tão fácil. Mostrar uma cidade a alguém que quer vivê-la connosco é muito bom. Há muito tempo que não pegava nuns remos e fi-lo de novo no Parque del Retiro, a apanhar aquele sol do meio dia. A vida é isto. 

quinta-feira, dezembro 05, 2024

Coluna

Tenho a minha coluna feita em pedaços. Hoje fiquei a saber o que se passa com a minha lombar (em toda a extensão do diagnóstico) e adivinha-se uma vida difícil, mas ninguém me prometeu o paraíso quando comecei a vida. Logo, é assim que as coisas são, é assim que as coisas serão e estou cá para aguentar o que tiver de ser aguentado.

2 meses

 Que parecem 1 ano.