sexta-feira, agosto 01, 2025

A falar com uma colega

A falar com uma colega de trabalho sobre o trilião de pensamentos que povoaram a minha cabeça, ao exercer espírito crítico sobre mim, em relações de integração iguais a uma complexa equação de física quântica; cheguei à conclusão de que x = respeito (dado e recebido) + amor + paz + humor.

Por trás dos seus olhos.

Está série da Netflix anunciada como um thriller acaba por ser, de certa forma, também de ficção científica. Podia ter 3/4 episódios e ficava muito bem. Trata-se de triângulo amoroso entre um psiquiatra, a secretária e a mulher deste (de modo resumido). O início deixa-nos curiosos, depois torna-se arrastada e chata. O episódio final (que se vê apenas para não dizer que não tinha visto a série completa) acaba por surpreender.  No global não é boa. Satisfaz nos mínimos diria. Bom começo e bom final.

12/20

Clarice Lispector


"Se você se sente infeliz agora, tome alguma providência agora, pois só na sequência dos 'agoras' é que você existe."

Esta frase é belíssima. Fala sobre agarrarmos a responsabilidade da nossa felicidade alterando o 'agora'. O futuro é uma sucessão de 'agoras', é sempre o que se faz no 'agora' que conta. É no 'agora' que somos timoneiros da nossa existência. 

"A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver."

Outra frase belíssima. Dá-nos vida a vida a que pertencemos. Há tanto que ganhamos com essa pertença, quando é uma escolha feita e vivida de forma consciente. 

quinta-feira, julho 31, 2025

Extinção

Anunciou-se hoje a extinção do meu organismo de trabalho. Desde que entrei para a função pública é a terceira extinção pela qual passo. Espero que seja a última. 

Verdade La Palice

 Manter tem muito menos custos que reparar.

quarta-feira, julho 30, 2025

Desafios de cada um

"Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu queria amar o que eu amaria - e não o que é. É também porque eu me ofendo a toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário (...). Eu que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu."

Clarice Lispector
Felicidade Clandestina: Perdoando a Deus

Mantra

Comecei a meditar em segredo.

PhD

Ganhei a bolsa de doutoramento. É uma notícia feliz. 

Pessoas Importantes

O ano de 2024 deu-me duas pessoas que mudaram a minha vida. O B e a Vogal da Direção que se tornou uma mentora e uma amiga. O que levo da influência destas pessoas é inestimável. Não tem preço. Que a vida siga com este nível de positividade. A minha gratidão não tem fim.

terça-feira, julho 29, 2025

Amor

Ontem fiz amor. Puro, profundo, íntimo, com a alma no corpo, com carinho na ponta dos dedos, com querer no abraço. Não quero esquecer este dia. Quase 10 meses depois não tenho a menor dúvida de quem é o amor da minha vida. 

segunda-feira, julho 28, 2025

Luz natural

"A vida não começa aos 30 ou depois dos 40. 
Ela realmente começa quando você deixa de ser besta".

Esta frase parece quase cómica, mas tem um alcance muito amplo. A verdadeira vida começa quando somos capazes de abandonar comportamentos que só revelam falta de inteligência, imaturidade e simplismo. Uma pessoa, certa vez e há não muito tempo, fez-me ver que quem tem onde cair fofo não ganha medo de se aleijar. E quando a ajuda aparece sempre não terá tanto pelo que se responsabilizar, e mesmo inconscientemente, acaba por viver de forma mais inconsequente e/ou displicente. 

Pais ternos produzem adultos mimados? Pode ser que muitas vezes sim, outras não. Tenho pensado muito a este respeito desde o momento em que fui operado, não exatamente pela facto em si, mas por outro que aconteceu paralelamente. Quando a queda não é fofa o que se faz? Quando não há mimo o que se faz? Tem de se pensar a sério na realidade das coisas. As ações e as razões para a queda, porque é que dói o que dói, o que é que se faz para não cair, o que é que se faz para recomeçar mais forte e melhor equipado. É de repente começar a processar factos e acontecimentos a uma velocidade enorme e de uma forma que ainda não tinha sido feita. Como quando um suporte importante morre e temos de nos alterar para ser a nova estrutura de suporte e aprender isso à velocidade da luz. 

A resposta agregada é deixar de ser besta. Não sejas besta. Não ser besta faz-te ser consciente e presente. Não há mi-mi-mis. Consciência e presença. O ser presente e consciente tudo pode. 

"Imagina ler um livro em que nunca podes voltar à página de trás.
Com que atenção lerias esse livro? Assim é a vida."

A vida não anda para trás e o que fizeste quando eras besta não podes mudar. Mas podes definir o teu momento de mudança e começar a viver assim (presente e consciente). No início contar-se-ão dias, depois semanas, depois meses e anos. No final vai ser um modo de vida e sabes que a tua vida começou ali. 

Um dia ao fechar os olhos e partir desta terra vou saber onde começou a minha vida e contemplar o que vivi e o bem que vivi para mim e para os outros. Mas também me vou lembrar com grande lástima do que perdi antes desse momento. Algumas coisas são um preço demasiado alto para se deixar de ser besta. 

Que a abertura da nossa consciência para o significado da luz natural não seja demasiado tardia, que a abertura da minha consciência para o significado da luz natural não tenha sido demasiado tardia. 

quarta-feira, julho 23, 2025

Quero-te

Quero-te mesmo. Como sei que te quero? Porque estou a dar-te permissão para que me destruas se quiseres. Só a quem muito amamos damos esse poder.

Decidi

Começar a escrever um livro. Um novo projeto.

Pensamentos aleatórios

Disse a um bom amigo que estou a passar pelo meu "COVID". Durante anos ouviu-se que era impossível desenvolver certas coisas, que criar certas tecnologias demoram muito tempo, que implementar novas culturas sociais e organizacionais são processos muito longos, que o teletrabalho representava a redução da produtividade. Pois bem, veio a pandemia e dois anos avançou-se trinta anos. Porquê? A necessidade. A necessidade imperiosa é um potenciador da ação, um multiplicador de efeito. Por isso digo que estou a passar pelo meu COVID.

Deu-me para pensar

Deu-me para pensar nas coisas que eu gostava muito de fazer: desenhar, pintar, escrever, cantar, cozinhar, fazer gorros e cachecóis, renovar móveis. Durante muito anos desenvolvi uma atividade inútil que me roubava muto tempo. Terminei essa atividade, mas não a substitui pelas minhas coisas de sempre. Há coisas que somos nas coisas que fazemos e, mas por alguma razão muitas vezes perdemos o que é importante ou perdemo-nos do que é importante. O mundo é um caos de informação e há que redimensionar e voltar a ter pontos focais fortes.

21 de julho

Dizem os médicos que a operação ao coração correu bem. Que ele vai aguentar mais uns bons anos sem necessidade de ser intervencionado. É uma boa notícia.

domingo, julho 20, 2025

Beth Moore

Sometimes a storm in your life is what will

blow you to the place you are longing to be.

- Beth Moore -

sexta-feira, julho 18, 2025

A vegetariana

Não tinha lido ainda nenhum livro da vencedora do Prémio Nobel da Literatura de 2024 - Han Kang. 

A vegetariana é sobre uma mulher assustadoramente normal e mediana que decide, um dia, deixar de comer, cozinhar, servir ou ver carne. Isso terá um impacto diabólico na estrutura das relações que mantém com os diferentes membros da sua família e nos próprios membros da família e inclusive sobre o seu projeto de vida. 

Nem sei bem como descrever este livro, é sobre sexo e erotismo, é sobre violência física e simbólica, é sobre loucura, é sobre metamorfose espiritual e sentimental. É um livro perturbador que nos desafia o pensamento, mas muito bem escrito e muito gráfico. Estou pronto para ler mais dois livros da autora.

17/20

Quando é a dois

Tudo é a dois quando é a dois. O bom e o mau.

quinta-feira, julho 17, 2025

Irantzu

Já aqui tinha escrito sobre a Irantzu. Um ser de luz extraordinário que conheci em 2006, na república Dominicana, e que morreu o ano passado de um tumor raro e muito agressivo. A Irantzu chegou a mim para me lembrar de quem sou, o que ela me disse em dezembro de 2006 mudou o rumo da minha vida. 

A notícia da morte dela, fez-me lembrar de novo as palavras dela, numa altura muito complexa. Recebi a notícia 22 dias depois da morte dela, num dia em que lembrar-me dela mudou novamente o rumo dos acontecimentos nesse Agosto de 2024. 

A mãe da Irantzu mandou um postal de lembrança a todos os amigos que ela mais considerava, para chegar no dia 28 de Junho (o aniversário dela). Mais uma vez, eu só tive acesso ao postal esta terça feira. Numa altura crítica em que as palavras dela, novamente, me enchem de alento. 

Eu sempre achei a Irantzu mágica, quase mitológica. Nunca conheci ninguém assim sempre feliz, sempre com a alma aberta sem reservas, com uma luz que iluminava tudo. Por isso acho que há uma intenção mística, quando recebo algo que a traz de novo ao meu pensamento. Sinto que é ela a não deixar que eu me esqueça e me perca. 

A mãe escreveu-me num bilhete que juntou ao postal de recordação: "Irantzu te lleva en el corazón, pues la unión que teníais era de tanta belleza y pureza, que permanecerá para siempre ayudándote del paraíso celestial donde se encuentra ahora".

E eu não tenho dúvida nenhuma disso. 
Obrigado querida Irantzu. 

quarta-feira, julho 16, 2025

Kylie (after)

O espetáculo da Kylie foi maravilhoso. Não é um espetáculo meticuloso e sem falhas como um show da Madonna, mas é um espetáculo alegre e honesto, em que se dá tudo de forma pouco calculada e abnegada. A energia foi ótima, dela e da plateia, e eu dancei e cantei como um perdido a maior parte do tempo.

terça-feira, julho 15, 2025

Kylie

Hoje vou ao concerto da Kylie na Meo Arena. A última (e única) vez que a vi foi em 2009 quando se estreou em lisboa. Acho que vai ser giro. Nunca estive num concerto sentado, vamos ver como é a experiência. Sei a maioria das músicas, pelo menos muita cantoria vai haver.

Coração independente

Segundo tomo da história da arritmia. Muito convencido de que será uma minissérie. 

Não fossem as sílabas do sábado

Estava muito ansioso por ler este livro de Mariana Salomão Carrara. O B disse-me que tinha ouvido falar coisas excelentes dele. É um ensaio sobre o luto, sobre a solidão e sobre o desespero intimo. Talvez seja este tom intimo da narrativa, a cabeça de Ana (a personagem principal), que fez com que eu achasse a prosa muito bonita, mas o livro chato. e a culpa não é do livro. É a culpa do luto. Aquele luto é um luto negativo, que não deixa partir, que não deixa avançar sem dores, que repisa. Que não deixa ninguém ser verdadeiramente feliz ao redor do sofredor. Como se todos tivessem de sofrer o sofrimento do sofredor. O B diz que o livro é sensível e intimista e muito bonito. E eu não discordo. Apenas não consegui acompanhar o luto de uma pessoa que demora quase 13 anos para deixar-se viver e deixar viver os que estão colados a si. 

14/20

sexta-feira, julho 11, 2025

Pensamentos aleatórios

A direção é mais importante que a velocidade.

Há que aprender a fatiar o elefante.

And just like that

Como fã da série 'O Sexo e a Cidade' tenho seguido a sequela 'And just like that'. é incrível como se pode de ir rapidamente de "cool" a "cringe". Fico desconfortável de presenciar um argumento tão mau e, por vezes, atuações ridículas. Porque é que continuo a ver então? Pela esperança de ver algo que retorne esta sequela à velha glória. A cada episódio estou ali à espera de que seja melhor, mas até agora ainda não aconteceu.

Pecadores

Estava com muita vontade de ver este filme. Gosto muito dos anos 20/30 e filmes sobre a dinâmica musical da época, o nascimento do Jazz, dos Blues nos clubes improvisados pelos negros vítimas de um apartheid dissimulado e de um racismo organizado (KKK). Havia também algo de sobrenatural no trailer que me fez ter ainda mais curiosidade.

No final o filme é sobre demasiadas coisas e nenhuma sai bem concretizada. É sobre sobrenatural, mas também sobre ocultismo, música, racismo, amor, religião, lendas, crime. Enfim, muita coisa que (a meu ver)  nunca consegue ser aprofundada em condições. E o filme acaba. Deixa um gosto de vazio.

12/20

quinta-feira, julho 10, 2025

Icónico

Recuperei uma canção do último álbum de originais do George Michael, um cantor icónico, na voz e no estilo musical, que infelizmente deu menos ao mundo do que poderia ter dado, devido a inúmeros problemas pessoais e contratuais. Tenho pena de que se fale pouco deste génio do "blue eyed soul". 

O Spotify hoje relembrou-me de como ele era estupendo e brindou-me com uma música da qual me tinha esquecido. Aqui fica.


Through - George Michael

quarta-feira, julho 09, 2025

Para mais tarde recordar

Um ténue fio de luz desengana-me o corpo.
Revive a esperança do cessar das horas ímpares. 
O que será a madrugada? 
A lembrança dos teus sinónimos...
e de que vida comparece no calor da primeira claridade. 
Neste enlaçamento, sem garantia de defesa, 
a escuridão acede a dissolver-se e transmutar-se. 
São extraordinários os atos que se urdem num ténue fio de luz.

Oportunidades

Eis que surge uma bela e nova oportunidade. Que bom clima. 

terça-feira, julho 08, 2025

O CHEGA é apenas um conceito nojento

Fiquei chocado com a pobre atuação de André Ventura no Parlamento citando nomes estrangeiros de crianças culpando-as de tirarem lugares às crianças portuguesas. Os portugueses têm uma memória curta. Se em Portugal somos 10.5M mas existem 16M de Portugueses no mundo, isto quer dizer alguma coisa. 

Ainda há 50/40 anos os nomes das crianças nas escolas da Suíça, Alemanha, França, Canadá, Luxemburgo, Inglaterra e Estados Unidos era Pedro, Manuel, Paulo, Luísa, António, Conceição, José, Anabela. Hoje os seus filhos são cidadãos desses países, alguns deles em posições notáveis. Todos saem a ganhar.

Despropósito

Uma colega de trabalho, a passar um mau bocado por doença grave do pai, passou um sinal vermelho (sem ter reparado) e seguiu caminho para ir visitar o pai ao centro médico. Quando de repente se deu conta, viu que tinha 6 polícias em moto em torno do seu carro a pedir-lhe que encostasse e parasse numa bomba de gasolina. Ela entrou meio em pânico, e eles informaram-na que tinha passado um vermelho, uma infração gravíssima. Ela do estado de nervos em que se encontra quebrou num pranto. Não conseguia falar, não conseguia mexer-se.

Pergunto-me o porquê de 6 polícias numa zona residencial irem atrás de um carro que passou um vermelho. Sei lá... quatro destes polícias não poderiam estar a fazer rondas em ruas onde há crime, onde as pessoas estão realmente inseguras? Parece-me excessivo para uma mulher de meia idade, sozinha num carro. Já assisti a crimes na via pública, já me roubaram o carro e nem polícia por perto. Se calhar estão em grupos de 6 a mandar parar senhoras que passam vermelhos a 50km/h.  

Virgin

Confesso que embirro um bocado com a Lorde como pessoa, mas gosto de algumas músicas dela mesmo muito (em geral baladas ou ritmos trip-hop). Este domingo disse ao B para ouvirmos o novo álbum dela, um bocado naquela de estarmos a vir da praia para Lisboa, mesmo que fosse mau não se perdia nada. E não perdeu mesmo porque o álbum é bom. Achei muito consistente, sem ser repetitivo, uma eletrónica familiar, mas ao mesmo tempo intrigante e moderna. Polegares no ar. 

Acho que 'Virgin' é o primeiro album dela que eu digo que gosto, normalmente gostava assim de umas 3/4 músicas por álbum. 

Rompimento

Rompi com a empregada de limpeza. Foi uma relação longa de 20 anos. Eu dava-lhe mais benefícios porque queria e ajudas porque queria. Mas ela (este ano em Abril) tratou-me com desconsideração e eu fiquei bem desconfortável com isso, depois ela esteve um mês de baixa sem vir trabalhar e em junho eu disse que acabava com parte dos benefícios, ela disse que ia embora, que não merecia e que eu não tinha coração, mas que ficava até ao final de julho, depois ia de férias. Quando chegou o final do mês e eu paguei menos, ela disse para eu lhe fazer as contas imediatamente e uma quantidade de impropérios, a que respondi: eu até estava a pensar em dar-lhe os extras do ano por inteiro, mas só por essa conversa leva o respeitante ao que trabalhou. 

Acho realmente que as pessoas nos tomam por certos, e até nem me importa quando a consideração é bidirecional. Mas tenho aprendido que se não há consideração ou noção, não há recompensa.  

segunda-feira, julho 07, 2025

Coincidência gira

Ontem o B colocou uma música que me disse gostar bastante e foi engraçado porque era exatamente uma música que eu tinha descoberto no Spotify e gostado bastante também. As sintonias inesperadas fazem-me sentir feliz. 


Nice to each other - Olivia Dean