terça-feira, julho 01, 2025

Amigos no trabalho

Diz a sabedoria popular que é complexo fazer amigos no trabalho. Eu conheci bastantes amigos no trabalho, mas com a pandemia é verdade que as coisas ficaram diferentes no meio onde me movia. No departamento onde voltei, tinha alguns amigos que saíram antes da minha volta e havia um rapaz (que me lembrava muito o meu idealismo na idade dele) que também acabou por sair. 

Digamos que me fiquei a sentir um pouco mais isolado aqui neste instituto por me identificar pouco com as pessoas e o tipo de trabalho que fui obrigado a fazer. Comecei a ver como poderia mudar para outra divisão onde o chefe é um antigo colega de trabalho que respeito bastante. Fui informado de que não me deixariam sair, mas no meio dessa conversa ele informou-me que um antigo colega do meu departamento ia voltar para o nosso instituto, e que por incompatibilidade com os meus chefes ia para a divisão dele.

Ele disse que era um jurista, mas eu nem percebi que era o rapaz idealista que ia voltar. Hoje dei de caras com ele nas escadas, foi uma grande surpresa. O pobre está pele e osso. Eu sempre achei a polícia não era um sítio para alguém que acredita na justiça, nas leis e na melhoria das instituições de direito. 

Quando tiver tempo quero saber o que aconteceu. Já tive outro colega que também abandonou aquela polícia e o que ele contava, em 2011 deve ser o mesmo que se passa agora. Mas tudo isto para dizer, que é bom sentir que existe mais um amigo por perto de novo.

domingo, junho 29, 2025

O match perfeito

O segundo filme da coreana Celine Song é muito bom e está agora nos cinemas. Uma reinvenção da comédia romântica, tendo Nova Iorque como pano de fundo, só poderia resultar bem.

A protagonista Dakota Johnson nem é das minhas atrizes preferidas, mas este papel assenta na medida das suas características de actuação e ela está linda para além disso.

Este filme será uma espécie de Pretty Woman do mundo moderno, em que somos todos um pouco mais cínicos e um pouco mais cépticos, para além de materialistas (o título original).

Também nos mostra como a atração e os grandes matchs podm ser em grande medida matemática pura, probabilidades e em alguns casos, amor. 

15/20

Homem com H

O filme biográfico sobre Ney Matogrosso surpreendeu-me muito pela positiva. Lembro-me do Ney desde os meus 4 anos - ele teve dois grandes êxitos entre 78 e 81 um deles o Homem com H - e foi bom olhar para este artista com olhos de adulto. 

O Ney é um sobrevivente da época dos excessos, do flagelo da SIDA, da censura. Um homem inteligente, um artista gutural. E a vida dele é bonita de ser revisitada. 

A realização está muito boa, a história, e o ator principal Jesuíta Barbosa faz um trabalho de excepção.  Acho que aquilo que não  gostei foi o mesmo que se passou no Biopic sobre Freddy Mercury, o ator foi mais Ney que o próprio Ney, usando demasiado todas as particularidades do biografado. Mas é um belíssimo filme.

16/20

Os Esquecidos de Domingo - Valérie Perrin


O terceiro livro que li da autora foi o menos interessante, o mais morno. Talvez isto se deva a que ela insiste sempre no mesmo esquema de histórias paralelas, no presente e passado, e claro, deixou de ser uma novidade. Mesmo assim esta história, que tem as residências para idosos como pano de fundo, surpreende no final. O fim é muito intenso, pena que seja apenas 1/5 do livro. Mas para quem gosta de ver um mistério resolvido - aconselho.

14/20


sábado, junho 28, 2025

Hoje haverá sessão de cinema

Uma comédia romântica porque a mãe gosta. Quero vê-la feliz. 

Ter mãe

Estou em casa da minha mãe hoje. Vim passar o dia com ela. É sempre tão bom estar com uma mãe que é mãe na sua totalidade. Eu reclamo várias vezes da atitude diferencial que a minha mãe tem entre mim e o meu irmão, porque ela acha que tem de proteger o filho mais fraco, mas a realidade é que a minha mãe nunca falta a um filho em necessidade. Com ela nunca falta conforto, proteção, afago, mesmo já sendo uma pessoa de muita idade. Como ela sempre disse, o que a definia como mulher era ser boa filha, esposa e mãe. Mãe é o que ela pode continuar a ser, e da melhor maneira que puder, até ao fim dos seus dias. A minha mãe de 1.52m consegue ser muito grande. 

sexta-feira, junho 27, 2025

I rise




I rise - Madonna

Fawkes

"It's a shame you had to see him on a Burning Day. He's really very handsome most of the time, wonderful red and gold plumage."
                                           
(Albus Dumbledore introducing Harry Potter to Fawkes)

Note to self: Nuff said!

26-06-2025

Jamais esquecerei o dia com um dos embates emocionais mais violentos da minha vida. De tal forma que ainda sigo dormente, até tenho dificuldades em sentir o que for. As estruturas estão todas a ser abanadas, é momento de instabilidade, não obstante, sinto que assim que sair deles, vai ser claro que o destino não está contra mim, antes pelo contrário. As dificuldades fortalecem e estas todas que têm acontecido precisavam acontecer para que eu me movesse. Os touros quase sempre são assim, passam anos na mesma rotina e não analisam a rotina. É um hábito uma coisa que já está ali e sempre esteve, desde não se sabe quando.  

Nunca deixei de sobreviver a nada. Fui sempre demasiado emocional e quis ser sempre um "menino bom", mas apesar disso consegui voltar sempre a estar de pé. O B a dada altura disse-me que a raiva não era má e eu que eu não devia importar-me de expressar a minha raiva e ser mau se tiver de ser. Não sei se alguma vez conseguirei ser mau, mas poderei a libertar a força. 

Eu sinto sinceramente que nada acontece por acaso e tudo isto, vai descascar o que é desnecessário, em especial a intransigência que me caracteriza tantas vezes. A teimosia/inflexibilidade nada mais é que uma forma de imobilidade. Vai iniciar-se uma enorme fase de aprendizagem para mim, novas terapias e novos enfoques, e que bom que a aprendizagem é constante ao longo da vida (tenha ela os anos que tiver). Sempre tive medo da minha força e do que ela podia fazer. Não mais. Vem-me à cabeça partes da letra de uma canção.


Tenho medo destes muros
Pensamentos crus e duros
Sempre prontos a julgar
E eu já nem sei rir direito
Toda a graça é um parapeito
Calma, foi em paz que vim.

Eu já vejo o céu em fogo!



quinta-feira, junho 26, 2025

Baz Luhman e a vida

Em 1998 Baz Luhrmann editou uma canção - com base no ensaio da colunista do Chicago Tribune Mary Schmich - com uma mensagem para os jovens da altura, onde eu me incluía. Essa canção cuja letra deixarei abaixo é uma peça fundamental de sabedoria popular para cada um enfrentar a vida da melhor maneira possível. É curioso como um mundo tão atafulhado de informação faz deixar cair pelas gretas do supérfluo coisas realmente importante de estarem presentes.

As atribulações que tenho vivido nas últimas semanas e o desespero e a confusão em que mergulhei trouxeram-me hoje à cabeça essa canção em particular o trecho «don't feel guilty if you don't know what you want to do with your life…the most interesting people I know didn't know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don't.».

E aos 50, o que é suposto saber? Existe uma métrica? É suposto estar no topo da nossa sabedoria e maturidade? Eu tenho descoberto que não. Sei mais coisas porque vivi um longo período de tempo, mas não ficar no passado e entrar na corrente da vida de modo assumido, faz com que muita coisa seja nova. E na novidade que vivemos somos novamente "virgens", talvez aconselhados pela experiência que tivemos - o que é válido mas não é necessariamente o melhor conselho, porque as experiências que tivemos foi com outros contextos, outras situações, outras pessoas. Há sempre um novidade algo para o qual não estamos preparados e não conhecemos. 

Então fica a questão podemos ser maduros e imaturos ao mesmo tempo? A resposta é sim. A maturidade não é um estado completo e categórico. Fui obrigado a refletir que a maturidade é um conjunto de aspetos e atributos que não são constantes em todas as áreas da vida e em todos os momentos. Se tenho sido muito maduro em relação à minha carreira, aos meus investimentos, à gestão da casa, nem sempre fui maduro nos meus relacionamentos. Acima de tudo porque me faltou inteligência emocional, que definitivamente ela não está desenvolvida em todos os meus processos emocionais em particular quando se me colocam desafios na vida quotidiana. Perante essas situações posso ficar rígido, sem capacidade de adaptação e ao não ter capacidade de lidar com as emoções de ambos, acabo por fazer um desvio (fugas silenciosas ou estrondosas) que me impede de aprender com os erros. Fico apenas animal: reativo, incapaz de lidar com frustração e egocêntrico, porque a minha dor não me deixa pensar em mais. A dor grita e ocupa-me o corpo e a mente - na realidade, mesmo sem ser propositado, o meu nível de empatia desce.

A maturidade é um processo de aprendizagem permanente, com muitos espaços por preencher quando se transportam traumas do passado, memórias que nunca foram renegociadas e ficaram como impressões no cérebro que funcionam como interrupções da condução elétrica nos músculos (já nem sabemos exatamente o que elas foram, mas os seus efeitos ficam, a pegada emocional fica ali, e a emoção do passado é o que volta sempre a ser ativado). Imobilizamos ou caímos até, e fica um espaço por preencher porque a vida avança. Quantos mais anos e experiências mais buracos existem - é um rendilhado - e para piorar há cansaço acumulado que nos momentos de embate aumenta o frustração e incapacidade de reação calma, racional e informada. 

É mesmo muito importante que se reconheçam essas características, as fragilidades que impedem a calma, a empatia, a tolerância/aceitação. Mas mais que tudo é importante tratar as características, mesmo quando o cansaço, o desconforto ou a dor apertam, porque não vale de nada diagnosticar uma doença sem tratamento efetivo.

Voltando ao Baz Luhrmann, a único grande conselho para a vida cientificamente provado é: usem protetor solar

Senhoras e senhores da turma de 99: Usem protetor solar.

Se eu pudesse dar-vos apenas um conselho para o futuro, seria o protetor solar. Os benefícios a longo prazo do protetor solar foram comprovados por cientistas, ao passo que o resto dos meus conselhos não têm uma base mais fiável do que a minha própria experiência... Vou dispensar este conselho agora.

Desfrutem do poder e da beleza da vossa juventude; oh, esqueçam; não compreenderão o poder e a beleza da vossa juventude até que eles se tenham desvanecido. Mas acreditem em mim, daqui a 20 anos olharão para as vossas fotografias e recordarão, de uma forma que não conseguem compreender agora, as possibilidades que tinham à vossa frente e o quão fabulosos vocês eram... Não são tão gordos como imaginam.

Não se preocupem com o futuro; ou preocupem-se, mas saibam que a preocupação é tão eficaz como tentar resolver uma equação de álgebra mastigando pastilha elástica. Os verdadeiros problemas da vossa vida são coisas que nunca passaram pela vossa mente preocupada; o tipo de coisas que os surpreendem às 16:00 numa qualquer terça-feira ociosa.

Façam todos os dias uma coisa que vos assuste. Cantem. Não sejam imprudentes com o coração dos outros, não aturem pessoas que são imprudentes com o vosso. Usem fio dentário.

Não percam o vosso tempo com inveja; às vezes estamos à frente, às vezes estamos atrás... a corrida é longa, e no final, é apenas connosco.

Lembrem-se dos elogios que recebem, esqueçam os insultos; se conseguirem fazer isso, digam-me como. Guardem as vossas velhas cartas de amor, deitem fora os vossos velhos extratos bancários.
Façam alongamentos.

Não  se sintam culpados se não souberem o que querem fazer com a vossa vida... as pessoas mais interessantes que conheço não sabiam aos 22 anos o que queriam fazer com as suas vidas, algumas das pessoas mais interessantes de 40 anos que conheço ainda não sabem.

Ingiram bastante cálcio. Sejam gentis com os vossos joelhos, vão sentir a falta deles quando eles se forem embora. Talvez se casem, talvez não, talvez tenham filhos, talvez não, talvez se divorciem aos 40 anos, talvez dancem o "funky chicken" no vosso 75º aniversário de casamento... seja o que for que façam, não se felicitem demasiado nem se censurem demasiado - as vossas escolhas são 50/50, tal como as de todos os outros. Desfrutem do vosso corpo, utilizem-no de todas as formas possíveis... não tenham medo dele, nem do que as outras pessoas pensam dele, é o melhor instrumento que alguma vez possuirão...

Dancem... mesmo que não tenham outro sítio para o fazer senão a vossa própria sala de estar. Leiam as instruções, mesmo que não as sigam. NÃO leiam revistas de beleza, só os vão fazer sentir feios.

Conheçam os vossos pais, nunca se sabe quando eles irão embora para sempre.

Sejam simpáticos com os vossos irmãos; eles são a melhor ligação ao vosso passado e as pessoas mais suscetíveis de ficarem convosco no futuro. Compreendam que os amigos vêm e vão, mas devem agarrar-se aos poucos que são preciosos. Esforcem-se por colmatar as lacunas geográficas e de estilo de vida, porque quanto mais velhos ficam, mais precisam das pessoas que conheceram quando eram jovens.

Vivam em Nova Iorque uma vez, mas partam antes que isso vos torne duros; vivam no norte da Califórnia uma vez, mas partam antes que isso vos torne moles. Viajem.

Aceitem certas verdades inalienáveis: os preços vão subir, os políticos vão fazer demagogia, vocês vão envelhecer e, quando isso acontecer, vão fantasiar que quando eram jovens os preços eram razoáveis, os políticos eram nobres e as crianças respeitavam os mais velhos. Respeitem os mais velhos.

Não esperem que ninguém vos sustente. Talvez tenham um fundo fiduciário, talvez tenham um cônjuge rico; mas nunca se sabe quando um deles pode acabar. Não mexam muito no vosso cabelo, ou quando tiverem 40 anos ele parecerá ter 85. 

Tenham cuidado com os conselhos que compram, mas sejam pacientes com aqueles que o fornecem. O conselho é uma forma de nostalgia, a sua distribuição é uma forma de repescar o passado do lixo, limpá-lo, pintar por cima das partes feias e reciclá-lo por mais do que vale. 

Mas confiem em mim quanto ao uso de protetor solar...

terça-feira, junho 24, 2025

Energia

Fiz ontem mais uma mesa radiónica e a minha energia estava simplesmente nas lonas. Embora o chakra da coroa seja o único que nunca deixa de estar forte, se não estou enraizado sou apenas uma folha ao vento a pensar e a decidir sem orientação. Várias factos interessantes ficaram visíveis ontem como o encolhimento do meu chakra cardíaco, que me tem fechado ao mundo, à fé, à esperança.  No fundo, em virtude de uma exaustão que andava a recusar reconhecer, sou uma cabeça a funcionar sem corpo. O corpo está desligado. Curiosamente o que o irá ligar é a psicoterapia. O holístico foi apenas uma radiografia que expõe questões que necessitam de ferramentas fortes para a cura. Os exames holísticos são bons, a prevenção holística também. Quando algo se instala de modo subtil, mas que cria uma desorganização/enfraquecimento das estruturas é preciso agir com estratégias de maior rapidez. 

O estado do mundo e o stress do (meu) mundo tem tido uma influência nefasta sobre a forma como me ligo (ou desligo) das coisas. Eu não sei ser apenas um expectador e aceitei ser apenas um expectador pela convicção de que sou impotente em vários campos/contextos/situações e de que, faça o que fizer, diga o que disser, não vai adiantar nada. Tenho andado a enganar-me, a fingir que varias coisas não me deixam triste. Deixei de sentir que tenho as coisas na minha mão. E de repente só tensão e ansiedade, mas é claro que tenho de reclamar o meu "poder" de volta. É esse poder, essa segurança pessoal, que acalma na interação com o que nos é externo (pessoas, situações). As emoções, precisam de um fio de prumo, senão somos apenas animais a viver constantemente com noção de perigo e a reagir com espalhafato à dor. Há muito tempo que voltei a sentir-me inseguro, mas sem que isso estivesse interiorizado como uma coisa que se instalou no corpo, achei que era apenas uma perceção mental. Estava enganado e espero que não seja tarde para reconstruir o que tem de ser reconstruído. 

Cenas

Tenho andado com muitas dores de cabeça. Há dores que já não chateiam porque se tornaram habituais, mas estas têm incomodado bastante. Se calhar tenho de mudar de óculos. Ser avô é isto.

quarta-feira, junho 18, 2025

Vício piorou

Nestes últimos dois meses vi mais séries de renovação de imóveis no streaming que no ano passado inteiro.

Por mais que deteste o regime do Irão

O Irão foi sempre um país onde jurei não pousar os pés - assim como na grande maioria do mundo árabe por considerar que a maioria dos direitos fundamentais dos homens e das mulheres não são respeitados - e irei continuar a achar abjeto o regime dos Ayatollahs. Não obstante, Israel, um país governado por um governo também abjeto que não respeita nada a não ser a sua agenda e cria nada mais que propaganda enganosa, fez o impossível. Fazer-me ter empatia com o Irão, se não por mais porque temos uma coisa chamado direito internacional que tenta gerir as relações entre os países do mundo de forma a que não volte a acontecer uma guerra mundial. Curiosamente são os países mais poderosos que mais colocam em risco esse equilíbrio precário: Estados Unidos, Rússia, Israel, China. O mundo é cada vez mais um lugar perigoso. Temos bullies e pessoas sem respeito por nada que não seja as suas crenças, sentados nos lugares de poder mais impactantes do mundo e não antevejo nada de bom. A mentira e a desinformação lideram em todos os fóruns e as pessoas que detêm a verdade ou são demasiado pedantes (uns) ou demasiado brandas/democráticas) para defender a verdade ou a razão. Por cada idade de luz há uma idade de trevas. A história repete-se. Nunca iremos aprender nada. Somos todos ainda e apenas animais. 

Uma análise bem lúcida sobre o ataque israelita ao Irão.

terça-feira, junho 17, 2025

Trolls

Trolling behavior online involves deliberately posting inflammatory, offensive, or disruptive content to provoke a reaction and cause distress, often for the troll's amusement. Trolls aim to disrupt conversations, humiliate others, and derail discussions, rather than engaging in genuine communication. Key characteristics of trolling behavior include:

Provocation and Disruption:

Trolls aim to provoke strong emotional responses, often anger or frustration, from others. They may post inflammatory or offensive comments, derail conversations with off-topic remarks, or engage in repetitive actions to disrupt the flow of discussion.

Intentional Malice:
Trolls often have malicious intent, seeking to cause harm or upset others for their own amusement. They may use personal attacks, derogatory language, or spread misinformation to achieve this.

Deception and Anonymity:
Trolls may hide behind fake profiles or use anonymity to conceal their true identities and evade consequences for their actions.

Lack of Empathy:
Trolls often demonstrate a lack of empathy, failing to recognize or care about the impact of their actions on others.

Personality Traits:
Some studies suggest that trolls may exhibit traits associated with the "dark triad" of personality (Machiavellianism, psychopathy, and narcissism) and sadism.

Responding to Trolling:
Ignore and Don't Engage: Resisting the urge to respond to a troll can be an effective strategy, as it prevents them from achieving their goal of eliciting a reaction.

Report and Block:
Most platforms have reporting mechanisms for abusive content and users. Blocking the troll can prevent further interaction.

Collect Evidence:
Documenting the trolling behavior, such as through screenshots, can be helpful for reporting purposes or for seeking support from others.

Decoração

Quando o B se mudou para minha casa, sempre lhe disse que era importante que a casa fosse dos dois. Para isso disse que estava disposto a mudar a decoração, a cor das paredes, para que os dois nos sentíssemos bem. Pois bem, o processo começou ontem com umas cadeiras 'art deco' para a sala, atrás disto virão mais algumas coisas para os quartos, para a sala e para o escritório. A casa de banho e cozinha serão as únicas divisões intocadas. Estou feliz com o processo. 

Não há pássaros aqui - Victor Vidal

Diz a Leya sobre o livro "Com personagens inesquecíveis e desconcertantes, Não Há Pássaros Aqui é uma reflexão madura sobre o modo como aquilo que vivemos na infância determina a nossa vida adulta e como tendemos a reproduzir comportamentos a que assistimos, mesmo quando friamente os condenamos".

Não podia concordar mais com o que foi descrito, o livro é bom, mas foi um dos que mais me custou ler porque ali não há nada de bonito. As personagens são invariavelmente pessoas quebradas. É uma história que começa com um mistério, uma interrogação e que volta ao passado para fazer sentido do presente. Ocorre que o passado é feio, vil, doente e pouco a pouco vamos percebendo como os personagens ficaram irremediavelmente contaminados pelas suas histórias. Podia ser uma história de redenção, mas não. Há doenças das quais pode não se querer a cura, mas será que é pela força da doença em si ou porque a pessoa prefere a doença que conhece?

Este livro está muito bem escrito, mas perturbou-me. Cheguei ao final com um gosto amargo na boca. Senti-me apenas mal ao terminar. 

15/20

Pessoas Normais - Sally Rooney

Ora bem. Falaram-me bem da série e eu achei que valia a pena ler o livro da Sally Rooney. A sinopse é a que segue:

Connell e Marianne cresceram na mesma pequena cidade da Irlanda, mas as semelhanças acabam aqui. Na escola, Connell é popular e bem-visto por todos, enquanto Marianne é uma solitária que aprendeu com dolorosas experiências a manter-se à margem dos colegas. Quando têm uma animada conversa na cozinha de Marianne — difícil, mas eletrizante —, as suas vidas começam a mudar. Pessoas Normais é uma história de fascínio, amizade e amor mútuos, que acompanha a vida de um casal que tenta separar-se mas que acaba por entender que não o consegue fazer. Mostra-nos como é complicado mudar o que somos. E, com uma sensibilidade espantosa, revela-nos o modo como aprendemos sobre sexo e poder, desejo de magoar e ser magoado, de amar e ser amado.

O que eu achei do livro... chato, chato, chato, chato, chato. Blhac!

9/20

A Natureza da Mordida - Carla Madeira

Li mais um livro da Carla Madeira 'A Natureza da Mordida', é bem diferente do 'Tudo é rio'. O livro trata do encontro entre duas pessoas: uma professora/psicanalista reformada e apaixonada por livros (Biá), e uma jovem jornalista (Olívia). O carinho e o interesse que desponta entre as duas mulheres, desencadeia uma sucessão de encontros marcados por uma crescente intimidade entre as duas mulheres, que aos poucos vão revelando as suas histórias, uma amizade que começa enquanto as duas se "afogavam na realidade". Este livro é sobretudo sobre sentimentos, perceções e significados. Sobre como a nossa identidade reage ao confronto com o outros e às perdas geradas no confronto com os outros. 

Uma coisa que achei brilhante é que a escritora consegue fazer uma homenagem à literatura e a muitos outros autores incorporando pequenas frases suas para construir a narrativa das personagens, em particular Biá (viciada em livros). O livro joga com a psicanálise, conseguindo ser muito terno e profundo.

16/20

Menorca

Esteve a semana passada de férias em Menorca. Que sítio maravilhoso. A simplicidade do local, as praias de águas azul turquesa e quentinha. Celebramos o aniversário do B e foi bastante bonito. Há muito tempo que eu não ia de férias a conseguir desligar de tudo. Não me lembrei de mais nada. Foi descanso e usufruir do aqui e agora em casal. Ficamos bem perto da Cidadela, que é uma cidade bem bonita, com um centro histórico muito bem conservado. Vim de lá bem feliz, a pensar que a vida presta (não que não pense assim no resto do tempo, mas o sentimento ainda veio mais forte). 

sexta-feira, junho 06, 2025

Saramago disse-o muito bem

"Não é pornografia que é obscena, a fome é que é obscena" - José Saramago

Há que rever muito sobre a moralidade quando se permite que outro ser humano morra de fome ou se tiram os meios de subsistência a outro ser humano. 

Finitude

Fiquei a saber que a mãe do O está com uma doença complexa, na mesma altura em que o pai do O já apresenta uns leves sinais de demência e tanto ele como a irmã emigraram há muito anos. Isto gera um sentimento de impotência e ansiedade acrescidas no meu amigo. Tenho bastante pena que as coisas tenham de ser assim pesadas para ele, tenho muita pena pelo sofrimento que acarreta uma coisa deste tipo. Claro que para o que for preciso estarei cá. Não poderei faltar nunca a um elemento do trio de amigos que se formou há 36 anos atrás e que para mim são uma espécie de irmãos.

É duro ter confirmações físicas de que a vida dos nossos pais está na sua fase final( a minha mãe incluída), quem sabe mais 10 ou 15 anos, ou num caso mau menos. É incerto. A única certeza que tenho é que os nossos pais se vão sentir amados até ao fim. 

Ser gay também terá compensações

Porque é o mês do Pride um restaurante da moda em Lisboa está a fazer uma ação publicitária em que convida casais gay para lá irem comer de graça, contando que eles depois façam publicidade no seu IG. E assim foi, a gerência viu uma foto do B comigo e convidaram para irmos lá inaugurar o mês. A comida estava simplesmente deliciosa e muito breve voltarei lá só para tomar um Aperol Spritz e repetir aquele crumble de maçã demoníaco. 

Num mundo em que ser-se gay não é exatamente o topo da cadeia das coisas recomendáveis, foi giro ter alguém, no caso uma marca, a querer destacar-se dando visibilidade a casais gay. Gostei muito da iniciativa, do ambiente e da comida. 

terça-feira, junho 03, 2025

Devil in the Family: the Fall of Ruby Franke

Este documentário sobre a ascensão e queda de uma "Mommy Vlogger" quem em tempos foi a querida da América é um documento poderoso sobre o os efeitos das redes sociais nas pessoas, sobre os problemas da religião e dos gurus do conhecimento (cinco cêntimos a dúzia); mas também sobre personalidades e fragilidades. 

Era uma família de oito pessoas (pai, mãe e seis filhos) onde a mãe foi tudo menos mãe, o pai foi completamente omisso no seu papel de guardião da família e os miúdos sofreram demasiado abuso - abuso esse que poderia ter matado as duas crianças mais novas. 

Foi completamente chocante para mim. Aconselho a visualização do mesmo que é um documento muito válido sobre a contemporaneidade social. 

Nunca pensei em citar

Nunca pensei em citar Félix a Bicha Má, mas cá vai:

"Tem gente que é igual a segunda-feira, ninguém gosta mas é obrigado a suportar."

segunda-feira, junho 02, 2025

Yeeiii

Finalmente o primeiro banho de mar completo. Pena ter sido nas praias da linha, mas em pouco tempo estarei a nadar em águas bem mais selvagens e quentinhas. Férias venham já!...

sexta-feira, maio 30, 2025

Sereias

Não sei  muito bem o que dizer desta série. Ver a Julianne Moore é sempre um prazer e uma lição sobre como ser bom ator. A série é bastante terra-a-terra, mas  sugere através da cenografia intencional uma (quase) realidade paralela e uma espécie de ambiente onírico/mitológico que nos impele a pensar que estamos a ver mais do que realmente estamos a ver. Creio ser nesse jogo de perceções que se joga com o "canto da sereia". O espectador é hipnotizado e levado a crer em aspetos que são apenas uma manipulação. Ficamos a perguntar-nos se a realidade é real. No final a resposta é muito simples, e ficamos (ou eu fiquei) com uma sensação de ter sido um pouco tolo e de ter sido "manipulado". Não sendo o que esperava, achei este jogo de manipulação muito interessante e as personagens bastante relevantes em toda a encenação psicológica. 

Está muito bem construído para brincar connosco, porém gostava de algo mais sumarento no final. Não obstante, creio que o que nos querem dizer é que a realidade é assim de seca e crua. Aconselho a ver. 

15/20
 


quarta-feira, maio 28, 2025

Irmãs Blue - Coco Mellors

Nunca tinha lido Coco Mellors e confesso que queria ter gostado muito deste livro, porque li muito boas críticas a respeito do mesmo, mas tal não aconteceu. A ponto de partida era bom. Três irmãs muito diferente vivem vidas complexas a lidar com luto da quarta irmã que - aparentemente - era quem mantinha todas as irmãs unidas. Ter de vender a casa onde essa irmã vivia e rever os seus pertences gera uma revolução interna que expõe os segredos de cada uma às restantes e a si próprias. Um banho de reflexão e de realidade toma conta de todas no encerrar deste luto e na descoberta da paixão pela vida sem o que - aparentemente - lhe dava sentido.

Pensei "uau que profundo, que existencial". Mas no final achei que a escrita da autora era um bocado "escrita de gaja". Deixem-me acrescentar que eu distingo gajas de mulheres. Adoro mulheres em geral, mas a "gaja" é assim um subtipo de mulher que me deixa cansado e nada em êxtase. Este livro poderia ser um dramalhão familiar pungente se tivesse sido escrito, sei lá, pela Isabel Allende. Assim, é apenas um livro sobre "gajas com problemas". Lê-se e não ficará na memória. 

13/20

Vidas frustradas

Por exemplo, acho que já referi aqui que não sou um fã da Cristina Ferreira, não acho as intenções dela sinceras e acho que existe um aproveitamento (inteligente, é certo) sobre as camadas mais populares da população, para quem ela é uma referência. 

A questão é, não é porque não gosto da "persona" Cristina Ferreira que vou às suas redes sociais procurar o que ela faz e ofendê-la ou criticá-la. Isto poderia ocorrer por duas razões:
  • ou porque tenho mau íntimo e gosto de ofender/perseguir todas as pessoas que eu não considero à altura do que estou convencido que é certo e correto;
  • ou porque tenho uma vida tão vazia que tenho de a ocupar com pessoas que não gosto, porque a alegria, a felicidade, a realização pessoal não ocupam muito espaço na minha vida e tenho de recorrer até às pessoas que não respeito para ter algo que fazer.
Em qualquer dos casos acho que haveria aqui uma frustração pessoal muito grande. As pessoas frustradas acabam sempre por ser perigosas para si mesmas ou para alguém, dependendo de quão patológica é essa frustração. 

Acho que é por isto que desejo bem a toda a gente e felicidade a toda a gente. Não porque sou um santo, mas sim porque acho que pessoas felizes não chateiam nem fazem mal a ninguém. Depois há aqueles casos, como já referi aqui, de alguns líderes políticos, pessoas muito perigosas, que não me suscitam nada para lá da indiferença e se algo mau ou bom lhes acontecesse, para mim seria igual. 

Mas falando apenas das pessoas comuns, tenho a dizer: procurem encontrar motivos para se sentirem felizes, ocupem-se com coisas positivas, procurem as pessoas que gostam e se não gostarem de ninguém, gostem de vocês mesmos. Percam tempo a mimar-se e não a chatear terceiros.

terça-feira, maio 27, 2025

Bem tentei

Estive na praia este fds e deu para aproveitar o sol, mas foi tudo. Bem tentei dar um mergulho, mas a água estava gelada. Completamente gelada. Ainda não foi desta o meu banho de mar.

segunda-feira, maio 26, 2025

Triste

Uma das coisas que aprendi na terapia foi deixar as emoções serem experienciadas no corpo e não as recusar, em especial as emoções desconfortáveis como a raiva, o medo, a tristeza. Não há mal nenhum dado o carácter impermanente de tudo, a constante mudança.

Estou triste. Nâo estava assim triste há bastante tempo, mas esta emoção não está aqui para ser "eternalizada", é um indicador apenas que que algo está mal. O meu trabalho é perceber o quê. Digamos que é uma espécie de detetor de fumo. 

Tenho agora de analisar, compreender o foco (ou focos), reagrupar e seguir caminho com o tipo de esperança e de otimismo que me é natural. 

sexta-feira, maio 23, 2025

Eu e as Jacarandás

Adoro Jacarandás na natureza, quando estão em flor é um espetáculo delicioso. Na cidade odeio Jacarandás nos passeios (nos jardins ok) porque as flores começam a cair e existe uma gosma que cobre absolutamente tudo e que se pega aos sapatos e que suja e que é o horror. A rua do meu trabalho é toda ladeada por Jacarandás e a minha mota já pede socorro de tanta cola em cima.