quarta-feira, março 19, 2008

Diz que...

Quando alguém morre o espírito continua a sua evolução deixando para trás o corpo físico que dentro em pouco esquece, a não ser que tenha completado a sua evolução e, nesse caso, juntado à massa energética superior, a que a maioria das pessoas chamam Deus. Assim, um ente querido que parte, deixa de ser o nosso ente querido para voltar à vida em um qualquer lugar ou ganha um significado muito mais abrangente. A lembrança de nós é uma coisa que já não deve existir como existia até ao momento da sua partida. Conforta-nos o facto da energia dessa pessoa continuar a ser ressonante connosco e mesmo não nos reconhecendo em nome/forma, reconhece-nos em familiaridade. Somos parte.
.
Neste dia-do-pai há muitos pais que já partiram, inclusive o meu, e o meu entendimento finito sofreria bastante se não acreditasse que nunca mais poderia voltar a falar com ele, a rir-me com ele, a pedir conselhos, mesmo que apenas em pensamento. Assim, ao falar com o meu pai, desconfio que ele já não me reconhece na forma do seu filho, mas identifica-me como parte de si. Há um fio invisível que nos une e que nos reconhece como sendo um do outro, sem que saibamos que somos um e o outro. Mas no final sabemos que nos desejamos bem e trocamos o nosso melhor através desse fio que nunca se poderá quebrar. O nosso bem querer há-de alimentar-nos mutuamente e permanentemente. Neste dia só posso desejar tudo de bom a todos os pais e filhos que têm a sorte de descobrir este vínculo. Sabemos do que falo, não é?

Sem comentários: