sexta-feira, janeiro 11, 2013

Memórias de infância

Como eu era o gordo da mesa da frente, marrão e participativo sempre de dedo no ar a dizer «eu, eu, eu...». Havia um miúdo filho de papá com dinheiro, bom aluno mas menos que eu, que não me gramava lá muito. Na verdade, era um bocado rufia, meia leca de gente e super popular. Aterrorizava-me e ameaçava-me. Eu com ele podia bem, mas com os outros do grupo não. E ele era uma espécie de rei mirrado, mas sempre com roupa gira e com os últimos jogos electrónicos. Hoje desatei-me a rir ao lembrar-me que, depois de ser aterrorizado e depois dos graúdos se irem, lhe dizia frases que ouvia nas novelas tipo «tu não vales a roupa que vestes» e pensava que recuperava assim a minha dignidade perdida. Por acaso nunca lhe disse «tu és um cafajeste». Miúdos de 10 anos, enfim...

2 comentários:

Lobo disse...

LOL se calhar hoje é um pobre coitado LOL

Jaime disse...

Olá, ~
eu achei piada porque eu também sofria do mesmo mal mas por outras razões e usava a expressão "não vales a água que bebes" ou então "és um abordo mal feito".

Estas não eram nada ao pé das que usavam para se defenderem de mim! MUAHAHAH (riso maléfico!)