quinta-feira, maio 23, 2013

Pessoas que me assustam



A homossexualidade como ilusão... é perigoso este discurso. Muito.

12 comentários:

João Roque disse...

Perigoso, só, Silvestre?
Muito mais que isso... é preciso denunciar estas pessoas que do "alto" do seu saber clínico(?) mostram apenas um enorme preconceito homofóbico que não se coaduna de forma alguma com o exercício da sua actividade profisssional.
Vou reproduzir este vídeo no meu blog num âmbito um pouco mais alargado.

silvestre disse...

É muito perigoso, demagógico, manipulador, etc. tens toda a razão por isso me assustam estes discursos

Eolo disse...

Isto é absolutamente pavoroso...


Eu parto de uma ideia de pessoa que é informada e inspirada na antropologia cristão. Pronto vá, isto não me inclui.

Concordo contigo João, altamente demagógico. Isto é daquelas afirmações que fazem o dia a uma série de gente.

jmx disse...

Silvestre, vi o vídeo primeiro no blogue do João Roque e replico aqui o comentário que fiz no dele, que inclui uma citação das palavras do vídeo que colocaste:

Entrevistador: "Isso significa que a homossexualidade é uma espécie de auto-ilusão ou de auto-hipnose em que a pessoa, ao julgar encontrar aí a sua verdadeira identidade, está de facto a camuflá-la e a viver uma identidade outra?"
Psicoterapeuta(?): "É, parece-me muito uma teia de enganos. Pode-se dizer com essas palavras que disse, auto-ilusão, auto-hipnose. Eu diria que é um engano em cadeia, e este meio [homossexual] é um bocadinho persecutório, um meio onde há muita chantagem emocional."

Pensando bem, foi a religião católica que nos impôs estas noções dualistas de nós e os outros, de bem e de mal. Por isso, não é de espantar que esta senhora não consiga entender que existem variantes no campo da sexualidade. Para ela, quem não é heterossexual não regula bem da cabeça.

Mas a verdade é que entre o branco e o preto existem, como diz o livro muito popular mas também "pouco católico", fifty shades of grey! Não compreendo como é que ainda existem homossexuais católicos...

Unknown disse...

Os manuais de psicologia desta senhora já estão um pouco ultrapassados, a definição de homossexualidade dela é mesmo do século XX.
O problema é que este video é convincente, cheguei a um ponto que acreditava nas palavras dela.
É sem dúvida perigoso.

Mark disse...

Eu não sei se esta senhora é psiquiatra, psicóloga, uma mera terapeuta, etc, mas creio que as autoridades deveriam fiscalizar a sua conduta profissional, caso ande por aí a tentar "curar" pessoas homossexuais. É que é ilegal desde há muito. Este discurso, tal como já foi dito aqui, é extremamente perigoso. Eu tenho mais receio destas pessoas do que daqueles homófobos ordinários que apenas sabem destilar insultos.

A par disso, o vídeo é todo ele assustador. A imagem ao fundo, a cara da mulher, a voz do homem... Creepy! :x

iLoveMyShoes disse...

É assustador... :|

silvestre disse...

Todo o quadro é macabro. Mas é bom saber que estas pessoas existem e que lhes dão tempo de antena. Mostra que ainda há muito que fazer no campo da aceitação.

AM disse...

Ok. Vi um bocadinho do vídeo, até perceber a ideia da senhora, depois fechei, tranquilo. É que é cómica a ideia da homossexualidade ou dos homossexuais como seita religiosa - uma delícia de humor. Juro que não compreendo a vossa preocupação. No meu sistema de pensamento, não é por uma pessoa ter um diploma e ser clínica que é boa profissional ou pessoa de valor ou crédito para o corpo do conhecimento científico ou mesmo para uso da população. Eu estudei numa faculdade de psicologia e assisti, ao vivo e a cores, a grupos de estudantes psicólogos, em fase terminal dos seus cursos clínicos, em descontraída cavaqueira homofóbica relativamente a um colega de faculdade. Acham que eu lhes poria nas mãos, um dia, um filho meu com necessidade de psicoterapia? E isto, meus caros, foi numa das melhores faculdades de psicologia do país. Os profissionais são pessoas, e as pessoas têm ideais, e muitas vezes usam a profissão como instrumento do ideal, ou enquadrado no ideal, como é, aliás, natural. Esta senhora não vem ao engano. Ela apresenta-se como clínica, mas também como enquadrada num sistema de ideal religioso de que até o cenário é afirmação. Tenho a certeza que as pessoas que a procuram também virão de igual sistema de crença, e é do direito deles procurarem-na, não obstante a ilusão, esta sim, verdadeira, como os casos reais que conheço e me foram testemunhados (são vidas tristes, opções próprias, admito inconscientes e interiormente pouco evoluídas - sobretudo pouco inteligentes).

jmx disse...

Alex, a minha "preocupação" é saber que "esta senhora" e o seu "ideal religioso" irão continuar a provocar muitas "vidas tristes". Usei palavras tuas, porque me parece que essa também será uma preocupação tua... a mim, pelo menos, não me deixa "tranquilo".

AM disse...

João, eu sou uma pessoa muito pragmática. Se o método da senhora resultar e trouxer paz de espírito aos pobres espíritos que a procuram (duvido ser possível), fico tranquilo. Caso não resulte (como acredito ser universal), a falha do resultado é a prova interior para quem a ela se submete. Mesmo pais que obriguem filhos a esta irrisória tentativa, não terão eterno poder paternal para a continuar. Uma vida triste é uma escolha pessoal (arrisco-me a afirmá-lo até para pessoas sem acesso ao conhecimento ou com pouca capacidade de raciocínio, visto que a questão é jogada ao nível da emoção, do afeto, da atração e do sentimento). Todo o ser humano é auto-responsável. Eu estou mais preocupado com a vossa preocupação (paternalismos à parte).

jmx disse...

Alez, Não me parece que a tristeza seja uma opção individual, acredito que é uma imposição. Não quero calar aqueles de quem discordo, mas sinto o dever de criticá-los, para que quem não queira ser triste saiba que existem outras opções.

PS: as intenções de quem faz mal são, muitas vezes, boas e esse pode ser o caso desta senhora. Quem determinou a castração sexual do génio da computação Alan Turing, pela injeção de hormonas femininas, queria que ele se curasse, mas apenas o levou ao suicídio. A "falha do resultado", neste caso, não ajudou nada o indivíduo nem a sociedade. Exemplos como este são milhões e persistem hoje em dia. Triste? Evitável?