O meu coração está com a França onde morreram 132 pessoas, mas antes disso estava (e continua a estar) com os refugiados no Sudão (onde já assassinaram/mutilaram e violaram milhões de pessoas), com os católicos do Iraque (quase exterminados), com as vítimas do Boko Haram na Nigéria, com os cristão sírios e os muçulmanos não alinhados ao Estado Islâmico (milhões de deslocados), com os Rohingya na Birmânia (assassinados pelo Governo), com as largas centenas de raparigas Curdas e Yazidi vendidas como escravas sexuais pelo Estado Islâmico e para quem a comunidade internacional se está a borrifar (não sei se podia dizer cagar). O que me chateia na civilização ocidental é que ninguém se importa com o mal até que ele lhe bate à porta. Os outros são os outros, mas um dia os outros somos nós.
O meu coração está também com os estudantes do Quénia mortos em maior número que em Paris. Mas para os solidários de ocasião e "umbiguistas", não vale a pena chorar por negros em África. Eles que se entendam e os monumentos de Paris ficam melhor na foto do Facebook. A vida caucasiana e ocidental tem mais valor do que as outras infelizmente.
O canção «Imagine» do John Lennon está um pouco mais longe de ser uma realidade, mas continuo a acreditar no sonho e a trabalhar por ele. Nem terroristas, nem governos auto-centrados, nem solidários de ocasião me vão fazer pensar o contrário.
Imagine all the people
Living life in peace
You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one.
3 comentários:
Já várias vezes pensei nisto que dizes e o que me vem sempre à cabeça é que, não sendo na Europa ou nos estados unidos parece que não acontece neste mundo... parece que não tem a mesma importância quando no fundo uma morte e terrorista são o que são seja onde for.
Entristece-me por se considerar que existem vidas humanas de primeira e de segunda. Logicamente não é uma coisa consciente para muitas pessoas, mas mesmo assim. Que raio de mundo este.
Silvestre só o "caso" referente ao ébola demonstrou a perversidade deste tipo de hierarquização. Depois penso se será assim que se pautam as opiniões alheias ... se não será mais a edição informativa que assim manobra o que lhe é mais conveniente para o reforço das audiências.
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