quarta-feira, maio 18, 2022

Decisões

Hoje decidi procurar um psicólogo porque acho que necessito de um apoio médico para lidar com alguns estados debilitantes que tenho enfrentado. Como comentei antes, passei por um processo de depressão no ano passado que deixou sequelas. 

Para lá da brutal insatisfação profissional, não posso dizer que tenho outros problemas de relevo. Tenho estabilidade afetiva, financeira e tenho saúde (exceção para um problema lombar), é por isso estranho que em vários dias eu queira levantar-me da cama sem o conseguir fazer e ser acometido por estados sufocantes em que parece que não existe nada para mim, que não há saídas. 

O problema da depressão major resolveu-se com medicação (terminada há meses), situação que não considero sustentável a longo prazo. Não quero viver dependente de medicamentos, não seria o primeiro nem o último, mas queria ver se conseguindo reprogramar o cérebro a coisa vai lá. 

Lembro-me de até perto de 2018 eu acordar sempre com um sorriso na cara, feliz simplesmente por ter um dia para viver. Por volta dessa altura houve algo que me quebrou (ou foi quebrando). Até sei identificar o que me levou à situação do ano passado, talvez tenha feito más opções por amor/respeito a terceiros. Não tive espaço para ventilar e reprimir nunca foi o meu género.

O ruído foi criando lastro e solidificando. Ao analisar o que tinha corrido mal, comecei a incorrer no erro oposto. Se antes tinha tolerância a mais, comecei a ter tolerância a menos e digo não a tudo aquilo que me parece ter potência suficiente para voltar a levar-me a um estado depressivo. 

Quem me dera que a mente fosse tão difícil (ou fácil) de tratar como um joelho (por exemplo). O que sei é que não gosto destes altos e baixos. Tenho um problema em mãos e esse problema tem de ser resolvido. Espero encontrar a pessoa certa. Pelo menos numa coisa não mudei, não baixo os braços perante nada. Quando caímos levantamo-nos e seguimos a marcha.

8 comentários:

Ricardo - Uma Outra Face disse...

Boa! Acho uma excelente iniciativa.

Os terapeutas são como os amores, se não correrem bem à primeira não é sinal de que se deva desistir, mas sim de procurar outro. Até se encontrar o(a) certo(a).

Espero que corra tudo bem. Força! 💪

iLoveMyShoes disse...

Percebo-te perfeitamente...

silvestre disse...

@ricardo: tenho 4 nomes :)

silvestre disse...

@shoes: um homem tem de fazer o que tem de fazer

Green disse...

Coragem...

Lobo disse...

A coragem vem daí. De assumirmos que por vezes precisamos de ajuda. E por vezes, percebemos que afinal não estamos sozinhos!

Anónimo disse...

o europeu é um ser frenético na forma como vê a vida...já os asiáticos, sobretudo os japoneses...têm algo fundamental para nos avisar ou ensinar, a vida deve ser levada ao rubro emocionalmente, mas disciplinada (com mente assente na razão). Se sentes uma emoção, ele deve ser jorrada como a água de uma barragem (um pouco como um provérbio ditado pelos tibetanos: "quando a trombeta está entupida, só temos que soprar mais"). Os budistas dizem que a nossa mente se não for disciplinada, é como um macaquinho...está sempre a desejar coisas que não consegue..coisas impossíveis...a massacrar a nossa mente culpabilizando-nos desnecessariamente. Também já senti o mesmo sobre as decisões erradas, o importante é saber que não controlamos tudo, o nosso inconsciente é poderoso...ou dito de outro modo, há caminhos que já estão traçados...só temos de viver...e dedicar a nossa vida a algo que gostamos, seja uma causa ou alguém...sorry pelo testamento, pareço um padre ahah...tudo a correr bem Silvestre. Ass.: Talos de Minete

silvestre disse...

Sempre gostei da filosofia budista. Pena não a praticar tanto como deveria.