segunda-feira, setembro 30, 2024

Tenho vontade de uma coisa real

A minha última relação obrigou-se a perceber que eu tenho um padrão de homem com quem me relaciono e que esse padrão não é indicado para mim. Eu sou (felizmente e infelizmente)  um romântico. tento sempre ver tudo pela melhor luz, mas a melhor luz pode ser apenas algo momentâneo que se agarra à minha memória como uma representação do real, quando não o é.

Tenho por hábito ter relações que são projetos: o projeto de salvar o outro de uma vida agreste em que não é compreendido ou amado ou valorizado e sou eu que vou compensar tudo isso para ele ser a pessoa maravilhosa que apenas eu sei que ele é. Mas se calhar, tenho de ser forçado a pensar que apenas eu sei porque me iludo com o potencial de alguém algo que toda a gente percebe ser outra coisa. 

Ninguém se deve apaixonar pelo que pode ser, mas sim pelo que é. E eu a querer sempre reabilitar o que é menos bom concentro-me no potencial e fico com isso como realidade, que mais tarde rebenta na minha cara. 

Vai daí que agora e também devido ao trabalho feito com a psicóloga, tenho as coisas trabalhadas de modo diferente e isso é bom. Pelo menos fui capaz de abandonar uma má situação ao primeiro sinal incontornável de desrespeito. E não abdico agora e no futuro de ser tratado com reciprocidade. Por isso, a atenção ao que realmente é está aqui e reforçada. Tenho mesmo vontade de uma coisa real e isso está nas minhas mãos. Deixar que, pelo menos, a minha perceção seja eficiente, que é a única coisa que eu controlo. 

 

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