A minha última relação obrigou-me a perceber que eu tenho um padrão de homem com quem me relaciono e que esse padrão não é indicado para mim. Eu sou (felizmente e infelizmente) um romântico, tento sempre ver tudo pela melhor luz, mas a melhor luz pode ser apenas algo momentâneo que se agarra à minha memória como uma representação do real, quando não o é.
Tenho por hábito ter relações que são projetos: o projeto de salvar o outro de uma vida agreste em que não é compreendido ou amado ou valorizado e sou eu que vou compensar tudo isso para ele ser a pessoa maravilhosa que apenas eu sei que ele é. Mas se calhar, tenho de ser forçado a encarar que apenas eu sei disso porque me iludo com o potencial de alguém, alguém que toda a gente percebe ser outra coisa do que eu estou a ver.
Ninguém se deve apaixonar pelo que pode ser, mas sim pelo que é. E eu a querer sempre reabilitar o que é menos bom concentro-me no potencial e fico com isso como realidade, que mais tarde rebenta na minha cara.
Vai daí que agora e também devido ao trabalho feito com a psicóloga, tenho as coisas trabalhadas de modo a ser diferente e isso é bom. Pelo menos fui capaz de abandonar uma má situação ao primeiro sinal incontornável de desrespeito. E não abdico agora e no futuro de ser tratado com reciprocidade. Por isso, a atenção ao que realmente é está aqui e reforçada. Tenho mesmo vontade de uma coisa real/verdadeira e isso está nas minhas mãos. Deixar que, pelo menos, a minha perceção seja eficiente, que é a única coisa que eu controlo.
2 comentários:
Bem vindo de regresso! Que o descanso e a clarividência se mantenham - de facto, ler o teu blog é quase como uma sessão de terapia para os teus leitores, que nos faz pensar! 🙂 Desejo que este novo capítulo seja feliz, o mais feliz possível: não são estas mudanças de vida, de percepção, de comportamento, esses degraus na escada da felicidade? Abraço! Sérgio
Obrigado Sérgio, a escada da felicidade está a ser escalada com determinação e um coração aberto. um grande abraço.
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