quinta-feira, junho 16, 2011

Gay Pride Portugal

Pois que anda aí uma discussão acesa entre gays que participam no Pride em Lisboa e os que não participam. Uns a chamarem folclóricos a quem desfila e os outros a chamar cobardes a quem não dá a cara. Eu do meu lado acho um pouco lamentável que assim seja. Por um lado compreendo que o activismo é necessário, por outro lado acho que a pedagogia no dia a dia acaba por ser um complemento para o que é chamado à atenção com o desfile. Eu que já estive em vários e que não meto lá os pés à uns anos, sei que os meios de comunicação acabam sempre por dar destaque às "aves raras". De facto, se houvesse mais gente com uma atitude descontraída e comum, não se veria tanto o "exótico", mas ninguém pode ser obrigado a cumprir uma via com a qual não se sente confortável (seja por desfilar ou por deixar de ser exótico).


Chamar cobarde a quem não desfila pode (em muitos casos) ser abusivo, uma vez que nem toda a gente que não desfila está no armário. Há muitos homossexuais a realizar trabalho pela igualdade no seu emprego, junto dos amigos da família, junto dos sítios que frequenta com o companheiro(a), etc.


Por outro lado chamar folclórico e radical a quem está a desfilar também me parece abusivo. O papel de que desfila é muito importante para colocar a questão na agenda, dar visibilidade e ser fortificado pelos outros que se assumem como casal no dia a dia e que não participam nas marchas. Eu sei que há quem vá para provocar reacções, mas muita gente (a maioria) vai de coração em prol de direitos iguais.


As duas coisas são importantes. Do meu lado gostava que as pessoas coneguissem sair da sua perspectiva e compreeder a do outro. Acho que se conseguiria algo de estupendo. Quem sabe um dia destes aparecerá alguém com o carisma suficiente para fazer a ligação entre as duas perspectivas e lançar a união e formar uma consciência colectiva. Era bom.

4 comentários:

Unknown disse...

uma discussão destas faz as delícias dos meios de comunicação e do povinho mal formado

Desenhos disse...

quando fizerem estas coisas fora da época de exames/entregas eu posso começar a participar, até hoje nunca ninguém se disponibilizou para me ir adiantando os trabalhos enquanto eu luto pelos meus direitos.
penso q o folclore devia ficar mais para o arraial... mas sei q isso ñ é motivo suficiente para ñ se pôr lá os pés. tvz se fossem na marcha mais concentrados, malta séria mais de um lado, malta mais divertida do outro se calhar era mais fácil de apelar aos gregos e aos troianos. eu sou mais sério, mas sei que ser mais divertido não é uma condição inferior, o folclore é tb preciso, pq tb existe e tb tem q ser aceite.

não acredito que deva existir uma marcha de gays c as plumas escondidas no armário, quem tem plumas q as traga, quem não tem q traga gravata (e eu raramente tenho oportunidade para usar gravata... são as minhas plumas!)

Sérgio disse...

Nunca participei e duvido que participe algum dia.
mas sinceramente há muitos que vão lá para fazer daquilo um Carnaval e não acho que estejam a fazer nada pelos nossos direitos, e terá mesmo o efeito contrário.
dispenso.

Anónimo disse...

Nada melhor do que a opinião destes dois.
https://www.youtube.com/watch?v=slTFyIOVEes