Fico curioso sobre as interpretações que se dão à monogamia. Acima de tudo acho a monogamia prática. Não penso que o homem seja monógamo, mas penso que a monogamia é um processo civilizacional e, por isso, o ser humano é (ou pode ser) monógamo. A monogamia é uma contradição biológica ao homem (não a centenas de outras espécies), mas pode simbolicamente ser da maior importância, quando situa o objecto dos nossos afectos numa escala de prioridade. Mesmo assim, apenas para aqueles cuja demonstração afetiva passa pela ideia do único. Eu sei que a monogamia não me faz deixar de olhar para outras pessoas e sentir atração sexual por outras pessoas. Faz-me querer estar apenas com um pessoa e partilhar-me fisicamente apenas com uma pessoa. Porque nesse ato de partilha está toda uma construção afetiva que no caso de muitos é mais forte e significativa do que o instinto animal. Mas as duas coisas coexistem. Há que manter as coisas claras. A monogamia, tal como as relações, as amizades e tudo aquilo que foge ao domínio do instintivo, necessita de manutenção. Para muita gente também a questão nem se coloca. O amor livre está integrado nos códigos relacionais que têm. No fim de contas creio que quando as posturas são honestas, claras e produto de uma reflexão consciente, não importa o modelo. Importa ser feliz da forma mais adequada a cada um.
1 comentário:
E um grande Viva ao "ser feliz"! ;))
Enviar um comentário