Maradona não será nem a primeira nem a última personalidade pública com feitos notáveis na sua área profissional, que de tão elevada dimensão servem para branquear as vidas pessoais e as condutas enquanto pessoas. Uma futebolista espanhola, pré-jogo, recusou-se a fazer um minuto de silêncio pelo jogador, afirmando:
"Eu recuso-me a guardar um minuto de silêncio por um violador, pedófilo e abusador, por isso só tinha que me sentar no chão e virar as costas", referiu jogadora que atua no futebol espanhol (...) Há poucos dias, no dia da eliminação da Violência de Género não se realizaram gestos como estes e se um minuto de silêncio não é feito pelas vítimas, não estou disposta a fazê-lo por um agressor (...) Eu recuso-me a guardar um minuto de silêncio por um violador, pedófilo e abusador, por isso só tinha que me sentar no chão e virar as costas. Para ser jogador há que ser primeiro pessoa e ter certos valores, mais do que habilidades, como as que ele (Maradona) tinha, que sabemos que eram grandes qualidades e dons futebolísticos espetaculares"
Gostei que uma miúda de 24 anos não alinhasse em hipocrisias e estivesse informada sobre a vida "menos exemplar" do futebolista. O próprio filho cubano não reconhecido, provavelmente nunca o será porque a mãe dele teve-o ainda menor. O mesmo branqueamento acontecerá a outros grandes desta vida, a menos que mais pessoas como esta miúda coloquem o dedo na ferida.
Nunca deixarão de ser grandes profissionalmente, tecnicamente, mas não misturemos coisas e não demos como grandes exemplos de vida pessoas que não o são. Que se lhes reconheça apenas o que lhes compete.
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