Sou o primeiro a defender o comportamento exemplar do nosso Governo durante a primeira fase da pandemia. O que se passou no Natal, e de forma alargada durante o mês de Dezembro, foi culpa das pessoas por não serem responsáveis. Verdade, não posso estar mais de acordo. Mas não só. Não gosto quando o Governo se esquecer de reconhecer que não tomou as medidas certas, exatamente porque as pessoas não são confiáveis. O que se passou em Dezembro, passou-se com a conivência Governo e com o desejo de ser popular (num momento em que os dados apontavam para uma descida dessa mesma popularidade).
O Ministro Pedro Siza Vieira falou ao The New York Times como se a conivência do Governo não existisse, pelo menos naquele momento. Esse facto deixa-me irritado. Em tempos de crise, o desejo de ser popular é sempre um mau conselheiro. Este confinamento, em que vivemos agora, é necessário e não é popular. Contudo, não teria sido necessário se os "brandos costumes" tivessem ficado fechados numa gaveta.
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