segunda-feira, junho 27, 2022
Elvis
sexta-feira, junho 24, 2022
Como fazer renascer com brutal sucesso uma música dos anos 80
quarta-feira, junho 22, 2022
O ovo que não é ovo
aqui.
terça-feira, junho 21, 2022
Mortinho, mas...
Desvitalizei outro dente. Hoje dói-me o maxilar e a bochecha. Dormi mal e estou rabuja. Mesmo morto o nervo volta em forma de fantasma para me atazanar.
Ou sim ou sopas?
Situação:
A pessoa X acredita completamente na pessoa Y, mas em situações que tradicionalmente a deixam desconfiada, imediatamente desconfio da pessoa Y.
Análise:
A pessoa X confia mesmo plenamente na pessoa Y ou confia apenas, condicionalmente, contando que não passe por situações que tradicionalmente a deixam desconfiada? No momento, pelo desconforto, a pessoa X desconfia e, mesmo dando o benefício da dúvida, pensa que a probabilidade de estar a ser enganada pela pessoa Y é enorme.
Resposta:
Dar benefício da dúvida quando tudo está bem, não é confiar. A pessoa X limita-se a não desconfiar da pessoa Y quando está confortável com tudo. Portanto, não confia efetivamente, confia assim "mais ou menos" ou, mais precisamente, não desconfia a maior parte do tempo.
Epílogo:
"O cão não ladra por valentia e sim por medo".- Provérbio Chinês
"Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca".
- Provérbio Popular
segunda-feira, junho 20, 2022
Mundo Jurássico: Domínio
Top Gun : Maverick
quarta-feira, junho 15, 2022
Entusiasmo
Cheiros
terça-feira, junho 14, 2022
Quem vê caras...
Limites
Não sei impor limites às pessoas a quem estou ligado afetivamente. Depois acabo por me sentir contrafeito, coagido e restringido, mas sou eu que abro a porta a porta ao "abuso" e o legitimo. Ao procurar agir de igual forma não encontro reciprocidade, porque os outros têm os seus limites bem definidos e a frustração acontece. Não é exatamente simples de reverter, acho que passei uma vida a tentar ser agradável para todos. Mas a meia idade faz-nos pensar. A caminho dos 50 há muita coisa que quero ver mudar.
Breathe in /Breathe out
O quarto de Giovanni
O enforcamento
segunda-feira, junho 06, 2022
Se calhar...
quarta-feira, junho 01, 2022
Metade de uma vida
Atingi a idade em que metade da minha vida foi passada sem o meu pai. Porquê escrever hoje sobre ele? Porque é o dia da criança e enquanto fui criança ele não foi bom para mim; fez-me até sofrer bastante. Aos 14 anos ganhei o respeito dele por mim enquanto homem - e tudo mudou. Começou a construir-se uma relação para lá da raiva e da dor e comecei a ver quem era o homem que tinha por pai. Percebi muita coisa que não passa pela cabeça de uma criança e percebi que, afinal, ele era um homem extraordinário. Quando me tornei homem tive ainda mais essa a certeza, mas nessa altura ele morreu e acabei por não lhe dizer muito do que gostaria de ter dito.
Ninguém é perfeito. Ele não era polido, dizia palavrões, falava alto, não sabia expressar sentimentos (correndo o risco de dar a entender que era era bastante sensível, preferia guardar para ele as suas próprias inquietações, desilusões e medos) e enfiava o guardanapo no colarinho. Mas este homem teve um dia um sonho, criar um família que tivesse tudo o que ele nunca teve - incluindo um pai que providenciasse para os filhos.
Amava-nos muito, mas nessa luta cega de ter dinheiro para nos dar-nos uma casa, um curso, um carro e ainda deixar todos bem de vida após a sua morte, esqueceu-se de estar presente e de mostrar que nos amava muito. Quando estava, estava rabugento, cansado, sem paciência. Nas férias era uma pessoa diferente, mas era-lhe mais fácil estar próximo do filho o que os rapazes fazem e que por isso exigia menos esforço. Isto até aos meus 11 anos. Depois reformou-se e tornou-se bem mais calmo.
Os 10 anos que tive com o meu pai depois de termos feito as pazes como pai e filho foram bons. Havia respeito. Eu passei a exigir-lhe muito mais, porque também percebi que ele gostava de me ver lutador. Por isso quando ele morreu, só tinha uma questão: será que ele sabia o quanto eu gostava dele? Por sermos os dois teimosos e por ele não conseguir verbalizar o amor dele eu também achei que teria de fazer igual, apesar de ser capaz de o fazer. Não obstante, uns dias depois perguntei à minha mãe (a pessoa com quem ele era efetivamente capaz de falar sobre tudo) e ela disse que sim, que ele sabia.
Costumo dizer que não tenho heróis com a excepção do meu pai. É que na realidade ele teve uma vida heroica, de superação, foi primeiro um sobrevivente e depois um conquistador. Embora não dissesse que gostava de mim, ou me desse alguma atenção quando eu era pequeno, cuidou impecavelmente da nossa família e espalhou atos de generosidade por todo o lado. Era um homem bom.
Há uns dias um amigo disse-me que eu branqueei o meu pai, que não tenho a minha relação com ele resolvida, porque ninguém fala assim tão bem de um pai. Não sei como poderei explicar ao meu amigo, que eu não o branqueei, eu fui (re)descobrindo o meu pai e depois compreendendo o que (re)descobri.
O meu amigo também disse que coloco o meu pai acima da minha mãe. Novamente um erro. A minha mãe não teve a vida heroica do meu pai em grandiosidade de feitos, mas talvez tenha feito a coisa mais grandiosa: a abnegação. A minha mãe tem uma qualidade muito bonita - saber amar. Ama totalmente, incondicionalmente e com dedicação. Amou assim o marido, o pai, os filhos e agora a neta. As pessoas que ama têm muita sorte por ter esse amor que não exige nada e que nutre como poucas coisas.
O meu pai dizia "posso ter feito muita coisa na vida, mas não teria conseguido nada sem a minha mulher que foi o melhor copiloto que eu poderia ter desejado". A minha mãe foi a "força motriz" do herói, aparentemente em segundo plano, mas o pilar de todas as coisas.
Não sei como explicar ao tal amigo que apesar da minha mãe nunca me ter magoado e sempre me ter protegido, o meu pai continua a ser a pessoa em que eu gostaria de me tornar. Eu percebi o meu pai e as dores passadas ficaram no passado. Se não o tivesse percebido não o usaria como compasso moral para a vida. Não obstante, deixo sempre uma nota de rodapé, quero ser capaz de amar e ser amado como a minha mãe ama.
Nem toda a gente que nos ouve (ou que nos lê) compreende exatamente o que queremos dizer. Cada leitura é uma história de acordo com a cabeça de cada um e com as suas experiências de vida. Às vezes penso se por ser tão aberto não acabo, eu, por dar material passível de gerar mal entendidos. Se calhar presto um mau serviço aos meus pais, quando falo nas dificuldades que existiram num certo período da minha vida.
Talvez deva falar menos (é uma das coisas que tenho pensado ultimamente), talvez as minhas palavras sejam uma espécie de Gremlin - podem gerar a confusão junto de quem não compreenda a sua natureza. Não obstante, uma coisa é certa - seja eu mal compreendido ou não - sou filho de um bom homem e de uma boa mulher que fizeram o melhor que sabiam e podiam para nos fazer florescer. À luz do que sei tive muita sorte.