terça-feira, maio 13, 2025

White Lotus - Temporada 3

It sucked big time!
É tudo o que tenho para dizer.

A vida mentirosa dos adultos

O B adora a escrita da Elena Ferrante e adorou 'A amiga genial'. Por causa disso decidi ler uma obra dela um pouco mais pequena chamada 'A vida mentirosa dos adultos'. É uma espécie de "coming of age" passado em Nápoles (que aliás consegue ganhar uma volumetria considerável neste livro) com uma adolescente a descobrir-se enquanto descobre todas as mentiras e contradições que existem dentro da sua família. 

A escrita é interessante, o enredo familiar e cénico é muito bem articulado, mas no final faltou-me qualquer coisa. Não sei se esperava que a personagem principal acabasse por se tornar uma coisa definida. Talvez a metáfora seja isso mesmo: os adultos não são nada para lá de uma imitação de conceitos e representações que têm de si mesmo, sendo que provavelmente é isso que a Giovanna terminará por ser. 

14/20

segunda-feira, maio 12, 2025

Uma das coisas mais bonitas que me dedicaram

“Os outros eu conheci por ocioso acaso. A ti vim encontrar porque era preciso”.
- João Guimarães Rosa

Lembrando-me que apesar da diferença cultural é o respeito, o carinho, o amor e as boas escolhas que fazem o caminhar da vida ser bom.

51

No dia 10 fiz 51 anos. Gosto muito de somar anos de vida. Estar mais velho quer dizer que vou somando tempo usado em aprendizagens, experiências de vida, troca de afetos, vivência de emoções. Basicamente estar vivo é bom quando se usufrui do leque de opções disponível. 

O dia de anos não poderia ter sido melhor, passado com o B e a minha família. O B diz que a minha família é tão funcional que parece estranha. Somos todos muito emocionais, mas gostamos todos muito uns dos outros e somos 6 novamente (o meu irmão encontrou alguém que eu espero que fique). Siga!

sexta-feira, maio 09, 2025

Metáfora: Hunger Games


Este pequeno vídeo é das metáforas mais poderosas e inteligentes que vi nos últimos tempos. Quem viu a trilogia Hunger Games, percebe à primeira. É claro que nós no mundo ocidental não temos de deixar de viver as nossas vidas por causa de guerras extra fronteiras, mas temos uma obrigação moral enquanto seres humanos de nos manifestarmos, de mostrarmos compaixão, de não deixar cair no esquecimento o genocídio na Palestina (e outros espalhados pelo mundo). O valor de uma criança é inestimável e é o mesmo, seja ela branca ou negra ou cristã ou muçulmana. Sinto muita vergonha pela nossa civilização calada perante a bestialidade que ocorre na Palestina e na Ásia e na Africa, mas a Palestina está "escancarada", aqui mesmo na porta da Europa a sofrer os mesmo horrores que os judeus sofreram durante a segunda guerra mundial. Sinto mesmo muita vergonha, pela falta de empatia que vejo na Europa, no meu país e até no meio de muitos conhecidos. Vivemos na suposta era "do conhecimento e da informação" todos conectados através das redes sociais e eu nunca vi tanto individualismo, tanta falta de empatia e de humanidade. Passando a expressão "Pimenta no cu dos outros não deve ser refresco no nosso". Continuemos agarrados a um falso sentimento de segurança, continuemos a pensar que as coisas não mudam, que não interessa o que se passa longe. Num mundo globalizado interessa cada vez mais. Mas mesmo que não interessasse ainda deveríamos ser orientados por um sentimento de justiça, de respeito, de bondade, de evolução. Sigamos a falar de espiritualidade, de energias, de evolução pessoal (temas da moda) e a ser ridículos. Digo ridículos, porque as pessoas tendem a esquecer que uma pessoa não é aquilo que diz, mas aquilo que faz. As nossas ações é que deixam rasto, aquilo que fazemos (na frente e fora da visão dos outros) é que diz quem somos - com as respetivas consequências boas ou más. No final vamos todos deitar-nos com uma consciência tranquila, uns porque têm a sua consciência mesmo tranquila e outros porque têm uma enorme falta de noção. Gostava de terminar com a referência a uma grande ironia. Vivemos na época da imagem, todos (em maior ou menor grau) querem ser bonitos, ter boa imagem e vê-se que a imagem global das pessoas está mais cuidada, mas há um outro tipo de beleza, subtil e interior e existencial, que tem desaparecido. A nossa sociedade está mais feia neste sentido. Quem é capaz de ver a beleza no seu todo, acaba por sofrer com isso. E aqui reside a ironia. Quem tem uma consciência expandida sofre pela degradação da beleza à sua volta, que por momentos também pode ser sua, porque todos podemos ser falhos, mas a sua consciência e sentido de responsabilidade ajudam a melhorar-se e a recuperar o "viço existencial". Quem não tem noção vive bem, porque não percebe (por incapacidade ou vontade) que por trás de todas as justificativas e desculpas arranjadas para não ser responsável pelas suas ações e pela parte coletiva que lhe compete, a falta de beleza da sociedade reside em si mesmo. A sociedade somos nós. É o nosso reflexo.

quarta-feira, maio 07, 2025

Tanta pena que tenho dos coitadinhos

Tanta gente a falar do que sofreu por causa do apagão. Em Portugal e Espanha... tantos sofridos. A Comissão Europeia saluda o estoicismo do povo ibérico. Talvez devêssemos ser todos um bocadinho mais humanos e pensar no que se passa em Gaza. É um trilião de vezes pior do que se passou aqui a 28 de Abril e dura há muito tempo, há demasiado tempo. Só sinto muita, mas mesmo muita vergonha alheia.  

terça-feira, maio 06, 2025

Os dias do ruído

 

Gostei do universo do livro: as questões do mundo contemporâneo, as redes sociais, as contradições sociais e pessoais que vivemos. Não obstante, senti que a prosa era como um molho que não está apurado q.b., "sabia um pouco a água". Pode ser que a culpa tenha sido de ter lido dois livros antes com narrativas tão fortes e com personagens tão contundentes. Não é caso de dizer que não gostei, li o livro todo, houve partes que até me fizeram sentir algo, mas precisava de mais. Muitas vezes faltava-me caracterização emocional ou densidade emocional na narrativa e nas personagens. Mas pronto, são gostos.

13/20


A palavra que resta

 

Mais um livro que li em PT-BR. A descrição um amor entre dois rapazes - passado na roça -violentamente interrompido pela família é comovente e muito dura de integrar. Foi isso que mais senti, a dureza da aceitação e do preconceito sentidos pela sociedade e pelo próprio personagem principal Raimundo. Do passado este Raimundo guarda apenas uma carta e 52 anos depois resolve aprender a ler para saber o que está na carta. Este livro é sobretudo sobre dor e solidão. Gostei bastante de ser uma espécie de "coming of age" tardio. Mas é bastante duro de ler, com tantos sofrimentos e medos. 

16/20

Tudo é Rio

Foi o segundo livro que li em PT-BR e os receios que tive no início com as expressões idiomáticas logo se esfumaram. Carla Madeira é uma narradora exímia, com um imaginário lindíssimo. As personagens são cada uma delas uma história dentro da história e o livro vai oferecendo surpresas numa malha que se vai tricotando de mansinho até tudo fazer sentido. Este livro fala sobre amor e perdão. A capacidade e incapacidade de sentir e oferecer. É muito muito bom.


19/20


Kobo a render

Fiz uma assinatura do Kobo Plus e finalmente meti-a  a render, depois de pagá-la 3 meses sem ler um livro. Estas férias consegui rentabilizar o investimento ao ler 3 livros e metade de outro. Que bem sabe ler e o leitor de ebooks estranha-se no início, mas depois é bastante prático.

Férias em Itália

A Itália é, sem sombra de dúvidas, o país preferido do B - para ir pelo menos uma vez por ano (no ano passado ele foi três vezes).  Apesar de ser o país onde eu conheço mais cidades, não me importei nada de visitar duas que já conhecia (Milão e Verona) e acrescentar Bérgamo. Gostei mesmo muito de estar nas três.

As viagens são sempre sobre a companhia, que tem de ser boa mesmo que seja a nossa própria. Correu tudo muito bem e fizemos - claro está - imenso turismo gastronómico ou não fosse ele um aficionado da comida italiana. 

Milão que não me tinha surpreendido da outra vez, desta vez foi bastante agradável de viver. Os bares, as pizzarias, as esplanadas. Fiquei atestado em Aperol Spritz para os próximos dois meses.

Verona continua linda, mas notou-se o peso turístico na fila de 200 pessoas para a Casa da Julieta, que a meu ver não é imprescindível. Os vistas, as igrejas, os castelos e palacetes são muito mais apetecíveis. E o gelado sempre delicioso.

Bérgamo é uma pequena cidade com uma arquitetura e uma história cheias de interesse para além de uma gastronomia estupenda. Comi a polenta mais fantástica que existe e ainda fui ao local onde inventaram o gelado de stracciatella. Soube bem aproveitar os cafés, os bares, as praças cheias de sombra fresca. Tivemos mesmo muita sorte com o tempo - que foi de verão o tempo todo - e chegamos a Lisboa com um belo friozinho, mas não há nada como chegar a casa. Agora é esperar mais um mês pelas próximas.

quinta-feira, abril 24, 2025

Coisas que não percebo

Eu sou fã do Papa Francisco (ara mim existiram até agora apenas dois papas de relevo João XXIII e Francisco I - se um dia houver um segundo), mas até ontem Portugal era um Estado laico. Portanto adiar o 25 de abril para o 1 de Maio por motivos religiosos, faz-me lembrar que estamos próximos da ditadura. Acho muito triste. 

Sarilhos

O desconhecimento fez com que eu me metesse num sarilho dos bons. Claro que no final tudo funciona e o ser humano arranja maneira de se adaptar a tudo, mas vão ser uns meses bem chatos. Adquiri conhecimentos para a próxima a não cair numa destas de novo. 

quarta-feira, abril 23, 2025

Companion

Um filme bem giro sobre a humanidade e a dela. Muito bem planeado, com vários plot twists e interessante do princípio ao fim. Está disponível no MAX e aconselho a quem gosta de ficção científica. Mais um argumento válido para o debate sobre a inteligência artificial, mesmo sendo ficção.

17/20

Eu até nem gramo a Mariana Mortágua

Adorei ver as cenas do debate entre o BE e o CHEGA. Adorei ver a Mariana usar legos para mostrar os dados reais sobre as importações e dizer ao André Ventura que a taxa de criminalidade na bancada do CHEGA é bem maior que a dos imigrantes, porque é mesmo verdade. O CHEGA tem uma taxa de criminalidade de quase 50% o que me dá muita vontade de rir, porque as pessoas votam num partido com criminosos para impedir a criminalidade (LOL). Também é giro ver que o André Ventura não percebe absolutamente nada de economia, mas percebe imenso de malabarismo político e de manobras de distração (tenho de lhe tirar o chapéu por isso).  

Coisas complexas

A gestão de expectativas nossas e do outro. Das coisas mais complexas que existe. A adaptabilidade deveria ser mais acariciada nos tempos que correm. 

quinta-feira, abril 17, 2025

O B

O B consegue surpreender-me com a sua capacidade analítica e a sua maturidade. Como bom gémeos que é, racionaliza e pensa em tudo baseado numa observação exaustiva e constante; isto que faz com que seja ponderado. Já o ascendente em Carneiro dá-lhe uma impulsividade e uma facilidade em irar-se que podem ser muito problemáticas. Ele tem de fazer malabarismo com estas características e nem sempre é fácil.

Tenho visto ao longo do nosso tempo juntos um esforço enorme para conter a sua impulsividade e para ser "macio" quando algo o deixa incomodado. Eu sou do género "macio" e aprecio a gentileza em todos os momentos. Num casal tem de se ser gentil com o outro sempre (no meu modo de ver as coisas) e não aceito que discórdias e desencontros não possam ser resolvidas com conversa gentil e educada. Tenho muito respeito pelo esforço que ele faz para construir e evoluir em conjunto. 

Até o próprio B está admirado com o que conseguiu neste contexto. Não obstante, fora do círculo íntimo de namoro e amigos, ele continua a dar "paulada" a quem o chatear. 

terça-feira, abril 15, 2025

Ando cheio de vontade de dançar

A última vez que saí para dançar foi em Novembro e "soube-me que nem ginjas".  O B não é nada dado a festas pois a bateria dele acaba entre as 2h/3h da manhã. Mas tenho a esperança de o arrastar para uma sítio qualquer onde se possa dançar até não muito tarde. Pena que não conheço nenhum sítio assim de momento com música pop ou house. Mas a esperança está viva.

Porque é tão difícil para mim?

Porque é tão difícil para mim viver apenas o momento? Será que é porque sou Touro? Tenho uma necessidade enorme de rotina, de consistência e estabilidade. Claro que sei que há muita coisa que é efémera e/ou com carácter único. Mas preocupo-me muito com tudo aquilo que pode ser permanente e que eu gostaria que assim fosse. Os meus investimentos são, sem querer, concomitantes à certeza que possuo sobre uma possível estabilidade. Isso indica que estou mais a viver o conceito da coisa longeva do que a coisa em si mesma, no seu aspeto quotidiano. Mas faz um certo sentido que não viver as efemérides de um processo, pode fazer com que os aspetos perenes nunca solidifiquem. Estou apenas a pensar...

Obras da vizinha

As obras da casa de banho da vizinha de cima já me renderam duas inundações na sala e um buraco no teto. Eles garantiram-me que iam arranjar tudo, mas até lá espero não ter a casa mais destruída. Dedinhos cruzados.

segunda-feira, abril 14, 2025

Aprovado por Bob Trevino

Este filme é uma bela estreia da realizadora Tracie Laymon, que romanceou a sua própria história, transformando-se em Lily Trevino, que abandonada pela família procura o pai online no Facebook e acaba por fazer uma amizade com uma homem com o mesmo nome, que se converte numa figura paterna bem mais forte que a do pai biológico.

É um filme sobre a ansiedade, a solidão, o abandono, mas fundamentalmente sobre o carinho, a empatia e a bondade. Acredito muito nisto, na possibilidade de encontrar pessoas boas. 

O mundo atualmente é um lugar lúgubre, a maior parte das pessoas vive isolada na sua bolha individualista, por isso estes encontros são ainda mais especiais. Vi o meu pai no Bob e vi-me a mim tanto na Lily (quando era mais miúdo e tentava agradar a todos para que gostassem de mim) como no Bob (nos dias de hoje em que falo com qualquer pessoa que sinto que precisa e felizmente fiz dois ou três amigos online porque às vezes o nosso coração e o de outra pessoa estão abertos).

17/20

sexta-feira, abril 11, 2025

Coisas que não pensei ver

O meu pai nasceu em 1934, oito anos depois da ditadura ser instaurada em Portugal. Passou 40 anos da vida dele a viver debaixo de um regime autoritário e fascista, em que o abuso do poder era constante e a liberdade dos cidadãos era nenhuma. Vivia-se no medo. 

Eu nasci 15 dias depois do 25 de abril.  Num país que não sabia muito bem o que fazer com a liberdade, e 51 anos depois ainda anda incerto. A questão é que o papão da ditadura era longínquo até para mim. Pensei que os direitos fundamentais eram já adquiridos e não são.

Em poucos meses de governo no país mais poderoso do mundo, Trump conseguiu fazer renascer o fascismo, o desrespeito pelo bem comum, o falta de desvelo pela lei nacional e internacional. 

Mesmo para mim que tenho 50 anos, a palavra "fascista" era uma coisa de velhos ou de comunistas. Não mais. O Fascismo faz-se sentir no mundo inteiro de uma forma assustadora por via da ação dos EUA. Gostava que continuasse a ser apenas o "bicho papão"  dos comunistas e das memórias de outros tempos, mas não é. São tempos muito perigosos. A Europa está desprotegida, terá de correr ao armamento, com tudo o que isso significa no resto do funcionamento das instituições e da economia. 

O presente é negro e o futuro incerto.

quarta-feira, abril 09, 2025

A reler

“Quando acordaram de manhã, na mesma cama, ela disse-lhe que queria ter um passado com ele. Não era um futuro, que é uma coisa incerta, mas um passado, que é isso que têm dois velhos depois de passarem uma vida juntos. Quando disse que queria ter um passado com alguém, queria dizer tudo. Não desejava uma incerteza, mas a História, a verdade.”

― Afonso Cruz, Jesus Cristo Bebia Cerveja

quinta-feira, abril 03, 2025

Hungria

Eu já corria era com a Hungria da União Europeia. Porquê manter numa aliança um país que não respeita as regras fundamentais dos tratados em que essa aliança se funda?  Não me sinto nada confortável com paz podre.

quarta-feira, abril 02, 2025

Ser assumido ajuda num relacionamento?

Eu acho que sim. Não sei o que pensa cada pessoa, mas definitivamente acho que quem quer fazer uma família com alguém de forma saudável, nunca irá querer fazê-lo com alguém que está dentro do armário. Eu por exemplo, seria um desses casos. Esconder coisas nunca é uma boa solução.

Hoje um amigo

Hoje um amigo perguntou-me o que acho de um relacionamento em que existe muita diferença de idade. A realidade é que tive muito preconceito até ter tido o primeiro. Hoje e depois de várias experiências, acho cada vez mais que a idade é uma variável importante na medida em que influencia diretamente os gostos, cultura e semelhanças. Em 15/20 anos muita coisa muda numa sociedade e as pessoas desenvolvem-se de acordo com o seu contexto. Não obstante o facto de ser potencialmente mais provável que assim seja, não quer dizer que se concretize. Uma pessoa de 30 anos pode ter tanta maturidade como uma de 50 ou até mais.  Quanto mais próximos forem os seus valores e atitude perante a vida, mais certo essa relação dará. E no fim é apenas uma relação entre duas pessoas. Quando alguém gosta realmente de nós e se sente em casa connosco, não importa se somos feios ou bonitos ou velhos ou novos ou altos ou baixo ou magros ou gordos ou etc. 

No fim somos sempre duas pessoas a construir algo. O que importa é querer exatamente a mesma coisa da vida e de um relacionamento. Não temos de ter a mesma idade para querer o mesmo. A felicidade a dois virá dessa comunhão de propósitos e (inter)alimentará os dois, porque o que um tira o outro dá em equilíbrio.

terça-feira, abril 01, 2025

Anjos vs Joana Marques

Até o momento tinha-me mantido bastante neutro sobre o "caso do momento" : Anjos vs Joana Marques. Independentemente de achar que a Joana Marques é do melhor que o humor tem em Portugal, são artistas que respeito bastante. Os Anjos serão dos grupos portugueses mais consistences e sérios na sua profissão. Cantam afinadamente, têm algumas músicas muito boas, não fazem playback, e um deles tem uma voz enorme (a roçar o excelente).

Este processo judicial poderia ser um movimento político sobre os limites do humor, que acho legítimo e até necessário. A Joana Marques nunca se pronunciou muito sobe o assunto usando-o apenas para algumas tiradas de humor e dos Anjos nunca tinha ouvido falar nada, até ao dia de hoje.

Depois de ouvir os anjos em entrevista no Dois às 10, é-me completamente impossível não ficar do lado da Joana Marques. Não é uma tomada de posição política ou reflexiva. É um processo fundamentado numa ladainha incrível de ressabiamento, pequenez e até alguma desonestidade intelectual. 

Eu vi o vídeo e trata-se apenas de um vídeo com problemas técnicos que estragaram a atuação de uma versão do hino (não muito elegante), mas que não põe a qualidade dos próprios em causa e nem é a produção deles que está por detrás do evento, mas sim a do Grande Prémio. Quem trabalha em música sabe o que aquilo foi e os Anjos têm 25 anos de carreira ao melhor nível, sempre com atuações fiáveis e de qualidade. Ninguém ia deixar de os contratar por isso. Nem com medo dos bullies online que falaram mal deles (então não se contratava ninguém e, por essa ordem de ideias, a pobre da Carolina Deslandes estava a morrer de fome - se há alguém permanentemente alvo de bullying é ela).

O que vi, da parte deles, foi um enorme ressabiamento e um apelo à "caridadezinha" e à "justiçazinha" portuguesas. O Cláudio Ramos até fez algumas perguntas pertinentes e a Cristina Ferreira tentou ser a boa polícia ou foi apenas passiva agressiva por ser uma visada com alguma regularidade da Joana Marques. Achei só triste, mas a minha opinião vale o que vale nisto, ou seja, zero.

Lembrei-me

Há qualquer coisa de Cristina Ferreira na minha chefe.  Aquela esperteza macaca. Mas gabo sempre o jogo de cintura que têm.

quinta-feira, março 27, 2025

Às vezes recebemos uma notícia

Às vezes recebemos uma notícia que nos puxa o tapete debaixo dos pés. Depois de várias notícias felizes, uma delas até relacionada com a minha saúde, eis que entra uma outra que leva tudo à frente (código 6). O que vale é que já começo a ter alguma pele calejada, próprio da idade e de muitas agruras. Respira-se fundo e continua-se a andar.

O segredo

O segredo vai mesmo passar a ser a alma do negócio. Começo a acreditar na minha mãe que diz que as forças negativas não gostam de ver a felicidade e o bem-estar alheios. Então o melhor é mesmo deixar tudo muito bem escondidinho.