quinta-feira, dezembro 22, 2022

A Isabel morreu hoje

Se de facto existe Deus, ele já deve estar arrancar a barba pelo facto da Isabel andar a fumar às escondidas na casa de banho dos arcanjos, de ter feito um decote lá no traje do paraíso e de andar a rir-se dos anjos mal arrumadinhos. Ela gostava de pensar que era uma diaba, mas agora a ver-se ali no paraíso deve ter percebido que diaba era só como Diaba Vermelha pela devoção ao Benfica. Ninguém vai para o Inferno por pregar partidas, por viver a vida os prazeres da vida, vai-se sim por se ter mau coração. Portanto, Deus deve estar a rezar a ele mesmo por ter de levar com frontalidade e a energia da Isabel até à eternidade, mas se ele a observou bem, vai saber que apesar de ela não ser de miminhos, quando ele estiver em baixo, ela vai meter-lhe a mão no ombro e olhar para ele de frente com aquela expressão de olhos que diz "estou aqui se precisares de alguma coisa". 

Quanto aqueles que são da Isabel e que cá ficam, coragem a todos para ultrapassar a privação física. Histórias de certeza não vão faltar para relembrar até ao fim das nossas vidas. A Isabel vai ficar aqui por muito tempo.

segunda-feira, dezembro 19, 2022

2023

 Tanta esperança que tenho para este ano, o último desta década em que marcho.

Este Natal

Este Natal vai ser na minha casa e eu não me sentia tão fora do espírito desde 2006. Curioso que nesse ano de caca o Natal também foi na minha casa e mostrou que não importava o facto de não ter nada de natalício para comer, nem decoração, nem nada. A minha mãe dizer-me que bastava eu estrelar uns ovos que estaria bem foi prova de que o Natal é este amor, o estarmos juntos apenas. Acabei por fazer costeletas de porco com molho de pêssego e uma massa com coentros (era o que tinha em casa para cozinhar). Mais um ano em que vou colocar à prova o amor da minha família. Pode ser que ainda consiga fazer a árvore de Natal. 

sexta-feira, dezembro 16, 2022

Mais lenha na fogueira

Mais duas decepções se juntam aos planos que tinha. O lado bom disto é ver que a terapia com a psicóloga está a fazer efeito. Não estou dramático, ou a sentir o fim da linha ou a ausência de caminhos. Isto é como um pena de prisão, tem princípio e fim. Até lá é ir descontando dias.

Badalo

Que grande badalada foi por esta Lisboa hoje. 

O PT fofinho - II

Enquanto fazia sinais com os olhos para apontar discretamente para um tipo que treinava no ginásio, diz-me o PT:

"Olhe este atrás de mim, tem mais de 35 anos, não acha? Não gosta?"

Eu olhei e até gostei, mas tinha sérias dúvidas sobre ele ser gay, veste um bocado de cor, mas penso que é 'as far as it goes'. E expliquei-lhe.

"Olhe, mas com aquele de branco ficava bem servido. Já está no seu intervalo e eu já o treinei e é muito boa pessoa".

Não tenho coragem de lhe dizer que agora mesmo estou mais interessado em estar sossegado e passar tempo comigo do que arranjar um novo namorado. Mas continuo a achar que é terrivelmente fofo, por parte do PT, o querer arranjar-me alguém porque lhe falei das minhas frustrações afetivas durante os treinos. 

quarta-feira, dezembro 07, 2022

Difícil de digerir

A mesquinhez é uma das coisas que me é bastante difícil digerir, especialmente em pessoas de quem gosto ou por quem tinha consideração. 

terça-feira, dezembro 06, 2022

Dia 15

Dia 15 será o primeiro dia do resto da minha vida profissional. Diz-se que não devemos voltar onde não fomos felizes, mas eu volto. Volto porque já não sou a pessoa que era quando saí de lá há 3 anos. As minhas prioridades alteraram e a forma de ver o mundo também. Com esta história da Isabel percebi que ali tenho uma "família" e que não deixei de fazer parte dela. 

Volto a um sítio onde já sei quais são os problemas e, entretanto, descobri um modo de lidar com eles de forma estável. Não ganho mais nem menos e ainda vou poder ter tempo livre para trabalhar para organizações internacionais em regime de voluntariado. Percebi que também não almejo a ser rico, o que tenho é muito confortável e não preciso de voltar a esganar-me mais para ter mais ordenado ou subir na carreira. O efeito aproximação dos 50 anos começa a fazer-se sentir.  

Ansiedade

 É tão bom viver sem ela. 

O PT fofinho

Tenho um PT. Não é algo que desejasse, mas houve um mal-entendido com o rapaz que me fez o plano de treinos no ginásio e depois tive vergonha de dizer que não. Apesar do corpanzil, é um menino de 28 anos, muito discreto e muito querido. Nestes meses complicados acabou por ser um terapeuta também. É quase um coach motivacional (indeliberadamente) com a sua forma simples de ver a vida.

Tem uma relação de 8 anos com a namorada e isso enternece-me, que alguém consiga encontrar a sua cara-metade tão jovem. Agora quer também ver se arranja alguém adequado para mim entre os alunos dele no ginásio. Achei fofinho da parte dele, mas disse-lhe que as coisas não funcionam assim. Está muito otimista. Não obstante, soube bem saber que ele me tem em consideração. Acho que não largo este PT nunca mais, nem que seja pela conversa. 

2022

Não sou uma pessoa dada a muitos balanços anuais. O que é certo é que este ano de 2022 foi dos fortes em termos de provações, provações essas que serviram para me restruturar a cabeça de uma forma que já não acontecia desde há mais de 10 anos.

Outubro e novembro foram os mensis horribilis com a minha mãe doente, as obras da minha casa a darem constantes problemas, a minha saúde a dar problemas, o trabalho a ser a pior desilusão de sempre, eu afastado do meu (gato que não pode estar comigo por causa do problema de saúde da minha mãe), o tumor da Isabel e, last but not least, a minha relação a dar as últimas. Esta foi mesmo a sensação de estar no "olho do furacão".

Mas como sempre o caos resolve-se pelas partes. Acabei a relação, despedi-me do trabalho, investi na saúde. Pude pelo menos mexer naquilo que eu podia controlar e o resto o tempo resolve, na medida do fluxo natural das coisas. 

Percebi que o que realmente importa para mim e como tudo na minha vida deve ser estruturado em torno destas necessidades básicas: paz, estar saudável de corpo e mente, amar e ser amado, desenvolvimento pessoal, viver com leveza e humor. 

É tempo de digerir e tempo de reconstruir o caminho.

segunda-feira, novembro 28, 2022

Isabel a Guerreira

Hoje foi o aniversário da Isabel - 57 anos. Como combinado lá fomos os colegas com balões e estava lá a família e amigos ainda com mais balões e um pudim de aniversário que ela adora. Conheci o irmão da Isabel que me disse que ontem ela quase tinha morrido. Que apagou e que depois de estar a oxigénio lá voltou, mas como se alguma coisa tivesse ficado para trás. Para ele é muito duro o que se está a passar e a ideia de saber que hoje era o último aniversário da irmã. Fiquei também a saber que a Isabel sabe que tem um cancro terminal.

Hoje ela estava um pouco mais apática, a conseguir falar menos. Talvez por isso as pessoas estivessem um pouco mais tristes e a tratá-la mais como "doente". Achei que faltava música, estava um ambiente um pouco taciturno, e disse "Isabel, falta aqui uma musiquinha, hoje é dia de festa!" Uma colega nossa disse-me que o que ela gostaria era de estar no B'Leza a dançar uma kizomba. Eu agarrei no telemóvel e meti "Bo tem Mel" a tocar.  A Isabel começou a mexer os lábios sem que se percebesse o que era. Com a mão que ainda funciona a tentar empurrar a mesa de apoio à frente dela. A cunhada perguntou se ela queria fazer xixi, se queria algo, e queria sim... queria dançar.

Disse-lhe "Isabel se queres dançar não tenhas medo que eu agarro-te, não te deixo cair". Meti-a de pé, agarrei-a com um braço pela cintura e com a minha mão, a outra mão dela que não funciona bem. E ela dançou um bocadinho movendo a anca e os ombros e trauteando a música fazendo boquinhas. Até o cansaço a ter vencido de novo.

Tenho a certeza de que enquanto viver não vou esquecer este dia. Estive sempre sorridente e bem-disposto, mas quando sai do quarto para me vir embora, fartei-me de chorar. A Isabel não desiste. Outra pessoa estaria a deixar-se morrer, a Isabel está a tirar o máximo de cada sopro de vida que ainda lhe resta. Que lição. Só penso literalmente: Foda-se Isabel, que guerreira! Tomara um dia conseguir ser como tu. Que privilégio poder aprender contigo. 


quinta-feira, novembro 24, 2022

Paz

 Só quero paz.

Carma?

Há muitos anos atrás uma pessoa que eu idolatrava fez-me muito mal. O nível da maldade, é inenarrável. Agosto de 2000 mudou-me e ficou para sempre marcado em mim. Lembro-me de desejar que ela recolhesse as consequências de toda a sua maldade gratuita. Soube hoje que teve uma filha deficiente e que a sua vida é bastante infeliz por isso. Não fiquei contente. Acho que no fundo gostaria, apenas, que as pessoas tivessem descoberto a má pessoa que ela era na realidade. Só isso. Tenho pena pela menina, que hoje já será uma adolescente, e até fiquei com pena da mãe. Não consegui deixar de pensar se teria sido o carma. 

Contraproposta

Tenho estado a detestar o meu trabalho, mais do que alguma vez detestei os anteriores. Ao fim de 45 dias decidi ir embora. Hoje a Vice-Presidente soube que eu queria sair e quis perceber porquê, quando eu expliquei tudo fez uma contraproposta - colocar-me a trabalhar com ela acima das minhas atuais chefias e reformular todo o serviço. Fiquei abananado. Já tinha decidido voltar ao lugar onde sou quadro, porque ali (e ainda mais devido à história da Isabel) sei que somos uma família, há amigos a sério. E com tanta confusão na minha vida neste momento, acho que não tenho energia para comprar a luta de renovar o equivalente a uma direção-geral e mudar a cultura organizacional da instituição onde estou. Preciso de sossego. Acho que vou dizer que não. 

Fui visitar a Isabel

Fui hoje visitar a Isabel. Seria o que ela teria feito. Não foi tão mau como eu pensei, foi aliás muito bom. Quando me viu entrar a porta ficou extremamente feliz, não estava minimamente à espera que eu aparecesse ali (não trabalhamos juntos desde março de 2020). Ela estava bonita, bem tratada, apesar de não ter as suas pestanas postiças e a sua maquilhagem do costume. Não consegue falar mais do que algumas palavras e percebe-se a sua frustração por não conseguir dizer uma frase que nitidamente tem na cabeça, mas que não sai pelos lábios. 

Mostrei-lhe fotos minhas em tronco nu (para manter a tradição) e disse que lhe ia arranjar mais cartões, porque os que as enfermeiras deixaram não estavam completos ia levar-lhe: "pindéric@", "malvad@" e o famoso " TAU!". Ela riu-se bastante, não esteve muito desorientada. A colega que foi comigo - e a tinha visitado na segunda-feira - disse que nesse dia a coisa estava mesmo agreste, mas que hoje havia um salto na disposição. 

A colega que foi comigo, e que eu não conhecia bem em privado, disse que estava a pensar organizar uma surpresa de aniversário no domingo (se a minha irmã fosse viva fazia anos no sábado), vamos levar balões com pilas, adereços de princesa, muita coisa cor-de-rosa e purpurinas. Espero que seja outra boa recordação que fica. E vamos ver, tumores no cérebro são erráticos, há falsas melhoras, piora-se, e anda-se neste loop por meses. Enquanto houver vida, marcho para o hospital. Hoje fui importante ali, se posso trazer conforto e alegria, é ali que quero estar. 

Ps. Outra surpresa foi a colega que foi comigo. É uma pessoa extraordinária e eu não sabia. Como as vidas podem ser parvas, com a pandemia (e por estar noutro departamento) ela nem percebeu que eu já não trabalhava com elas. Não importa o que se passou antes, o dia acabou em beleza. 

terça-feira, novembro 22, 2022

A Colega Tiazorra Porreiraça

A Colega Tiazorra Porreiraça (de quem tanto aqui falei no blogue) tem um nome, chama-se Isabel. É uma das pessoas mais vibrantes que já conheci. Viveu a vida como quis sempre rebelde, afetuosa com os que gostava, educada com os cordiais e mordaz e acutilante contra os impossíveis/imbecis.

Custa-me muito que esteja a acabar a sua "ride" espetacular aqui neste lado da vida. Ontem deu entrada no hospital e está nos paliativos, fortemente sedada, com cancro em fase terminal. Gostava muito de ir vê-la, mas estou desfeito e não sei se um choramingas não lhe iria fazer pior nestes últimos momentos.

Estou a escrever este texto porque não quero esquecer-me dela e das particularidades dela, a maravilhosa loira vistosa, que só vestia azul, vermelho, rosa, branco e preto, com saltos impossivelmente altos, calças justas, casacos de cabedal. Benfiquista do mais ferrenho que há. Voz e trato de "tia", mas depois 13 piercings nas orelhas. Era assim como uma Britney Spears Hard Rock. 

Aqueles 2 maços por dia que fumava não caíram bem à saúde, mas viveu como quis. Vai embora ainda nos cinquentas, mas a sua vida foi uma celebração e será celebrada por isso também. Ninguém lhe era indiferente e quando ela gostava de nós fazia-nos sentir, o que era muito bom. No início de me conhecer olhou para mim com alguma desconfiança, observando-me à distância até que me incluiu no grupo dos seus afetos. 

Gostava do facto de eu ser um rapaz sem papas na língua profissionalmente (como ela), e eu fazia-a rir com as minhas piadas secas ou politicamente incorretas e adorava as minhas fotos em tronco nu. Foi muito bom ter sido colega da Isabel e não me vou esquecer daquele dínamo de energia e positividade. O melhor que poderei fazer para celebrá-la é viver a minha vida à altura desta Rock Star. Isabel, gosto tanto, mas tanto de ti. 

Para não me esquecer de tudo o que dizia fui registando e vai ser sempre bom recordar.

«Tiazorra: Já sei que o colega é um moderno, mas quando colar arte na parede, lembre-se que eu sou clássica e tenho de olhar para a sua parede o dia todo. Perdoo-o porque o quadro do Michael Jackson faz-me rir».

«Tiazorra: Você sem barba ninguém lhe dá mais que trinta anos. Mas falta-lhe qualquer coisa. Não fique mais novo senão deixo de gostar de si».

«Tiazorra: Ó colega. Conte lá mais das suas piadas secas que me farto de rir. Você é mau».

«Tiazorra: Olhe, ontem contei na reunião do Jójó aquilo que me ensinou da borboleta sexual. Ninguém sabia o que era. Fiz um brilharete».

«Tiazorra: Tem de vir comer connosco, mas não se esqueça que este lugar é meu. Se alguém se senta aqui fico mais irritada do que quando me chamam Belinha. Vai logo corrido».

«Silvestre: Hoje vem vestida para matar, isso é que é dar nas vistas. 
Tiazorra: Claro, é sexta-feira e vou para a farra. Tenho muito tempo para ser discreta quando estiver morta.»

«Colega sensível: Está triste hoje?
Tiazorra: Ó querida deve estar a ver mal. Não há tristeza na minha vida... vá, talvez nos 10 minutos a seguir a uma derrota do Benfica. Mas só durante 10 minutos, percebeu?»

«Silvestre: O Donald Trump é abjecto.
Tiazorra: O menino nem me diga, aquele homem é uma esfera. Não tem ponta por onde se lhe pegue.»

«Tiazorra: O que é isto? Não acredito, esta sala está espetacular. Isto foi uma conspiração dos meninos contra mim. No meu tempo não era nada disto. Estou morta de inveja. Pareço um carapau com três dias de feira já a ficar podre».

«Tiazorra: Olá colega está bom?
Silvestre: Olá, eu estou bem e você?
Tiazorra: Eu estou sempre maravilhosa. Não tenho culpa de ter uma autoestima fantástica, não é?»

«Tiazorra: Ó colega, quero que saiba que o menino está no meu top três dos homens mais estilosos da nossa instituição. É o PC super fashion, o RV super clássico e o menino assim entre o giraço e o bruto.»

«Tiazorra: Ó colega, estou a ter um dia péssimo, mostre-me lá umas daquelas fotografias suas em tronco nu para ver se me fico a sentir melhor.»

«Tiazorra: Vi-me agora ao espelho estou cheia de má vida à volta dos olhos.  Quem pensar que é rugas está muito enganado. São muitas bebedeiras, muitos cigarros e muitas noites mal dormidas.»

«Tiazorra: O menino quer ser transferido porque não o deixam ser eficiente? O menino é um idealista. Eu pedi muitas vezes transferência de serviço, mas só porque me davam mais dinheiro. Eu cá sou como as putas, vou sempre com quem dá mais.»

«Tiazorra: Ó colega já viu, estive de férias 3 semanas na praia e venho branca. Passava as noites todas na borga e a lua não bronzeia, não é. Sou mesmo galdéria. 

«Tiazorra: Estou super infeliz. Aproveitei o domingo para apanhar sol e deixei um anel posto no dedo e fiquei com a marca. Agora parece que sou casada e que tirei a aliança. Vou mandar uma imagem errada aos homens. Vão pensar que não sou solteira. Tenho de meter base.»

«Tiazorra: Ai...morri. O seu namorado é tão giro, adorei vê-lo ao vivo. É bom que o colega continue a fazer muito ginásio para não perder aquilo. A minha vontade era despir-me toda (sim porque o corpinho ainda não caiu), mas como sei que não ia adiantar fiquei vestida»

Adoro esta canção. Absolutamente maravilhosa


Flying :)) - Tom Odell

quarta-feira, novembro 16, 2022

Escreveu o Luís Osório sobre a Dina Aguiar (gostei bastante de ler)

POSTAL DO DIA

O casamento de Dina Aguiar com um homem mais novo é uma notícia importante

1.
Dina Aguiar é jornalista na RTP desde que me lembro de existir.

Quando comecei no jornalismo, há cerca de 30 anos, já apresentava telejornais há mais de dez. Fez parte da célebre equipa do Jornal 2, com António Mega Ferreira e Miguel Sousa Tavares. Aprendemos a vê-la. E a respeitá-la como alguém que faz parte da família.

É engraçado que a Dina nunca foi uma estrela, nunca ganhou mundos e fundos, nunca foi amada pelo povo, nunca estraçalhou audiências. Porém, sempre existiu e sempre foi fiável como alguém que nos lembramos que existe mesmo quando não a vemos há muito tempo.

2.
Talvez algumas pessoas achem que é negativo o que digo. Acho precisamente o contrário.

As estrelas por quem nos apaixonamos têm, com exceções, vidas muito mais curtas. Por tanto as termos “amado”, por tanto as termos seguido, chega uma altura em que nos cansamos com igual intensidade.

Com a Dina Aguiar foi sempre uma relação calma. Certamente que teve e tem muitos seguidores, muita gente que dela gostava ou gosta, mas sem excessos, sem o stress doentio da audiência, sem fogachos ou fogo de artifício.

Também por isso se mantém. Aos 69 anos mantém-se entre os pivots da RTP. Correndo até o risco de exagero, há momentos em que a Dina Aguiar é a prova viva de que a RTP ainda faz serviço público.

3.
Dina anunciou nos últimos dias que vai voltar a casar com o médico que tratou do seu pai e que o acompanhou até ao seu último dia. E foi aí, nessa viagem que terminou como todas as viagens, que Dina o reconheceu. Como se já o conhecesse de sempre.

4.
Não é uma notícia mais importante do que muitas que aqui hoje poderia trazer.

Não é decisiva para o curso da guerra no coração da Europa.

Não ajuda a explicar o funcionamento do Partido Comunista na escolha do novo secretário-geral.

Ou a ignóbil escolha do Qatar para sede do próximo mundial.

5.
Mas é, ainda assim, uma notícia importante. Porque Dina Aguiar tem 69 anos e não desistiu de se iludir com a vida.

De se abandonar à ideia que tem mais passado do que futuro. Não desistiu por já ter o vivido o suficiente, por já ter sofrido o suficiente, por sentir que o tempo fez o seu caminho.

É admirável que se mantenha acordada. Viva. Com mais esperança do que medo. Com vontade de ir a jogo, com vontade de o fazer até ao último sopro da sua vida. Que extraordinário exemplo nos dá. A todos.

6.
E a todas as mulheres para quem o recomeço parece sempre ser mais difícil. Para quem voltar a acreditar parece ser coisa impossível a partir de determinada altura – por não parecer bem, por não parecer próprio, por isto e aquilo.

E que maravilha ele ser mais novo. Dez anos mais novo. Mais um preconceito derrubado, mais uma pedra do muro da vergonha da discriminação.

Por isso, não me digam que a notícia não é importante. Diria até que é a notícia mais importante que a Dina Aguiar nos deu. A que dela ficará para a história.

A partir de hoje, quando a pensar, será a mulher que não desistiu de uma ideia de felicidade até ao último dia da sua vida.

Não é coisa pouca.

terça-feira, novembro 15, 2022

O mundo tem 8 biliões de habitantes

Este marco histórico é terrível. E percebi que ainda devo ser vivo quando chegarmos aos 10 biliões. Mas pronto, a Terra vai sobreviver a uma nova extinção em massa (a primeira provocada por uma das suas formas de vida).

segunda-feira, novembro 14, 2022

Contas feitas

Há umas semanas coloquei-me a considerar os aspetos positivos na minha vida. Deu amigos/família, saúde e finanças. Pois a saúde está oficialmente fora, os problemas de coração voltaram. Fiquei a saber que tenho um coração maior do que o normal. Parece que corações grandes, medicamente, não são bons. Já em termos sociais e emocionais sim. 

quinta-feira, novembro 10, 2022

Desenterrar os anos 80 - 26


What about love? - Heart

Mais sobre amor

 «O amor é como o corta-unhas, nunca está onde a gente pensa».

segunda-feira, novembro 07, 2022

«O amor não sabe matemática!»

Esta foi a resposta dada por Cher aos 'Velhos do Restelo' que a estão a criticar por ter assumido um romance com um homem 40 anos mais novo. Em vez do vitríolo, penso sempre porque não podem a maioria das pessoas ficar feliz por outras pessoas (sobre a vida das quais não temos nada a ver) que estão felizes sem prejudicar ninguém. O mundo não aprende e está pior. Há muita azia e acidez desnecessárias.

PS. Eu fiquei contente. Fico sempre quando sei que as pessoas ainda estão vivas em plena 3ª idade, seja a Cher ou o Sr. X que se apaixonou pela Sra. Y num Lar de Idosos em Fornos de Algodres ou outro qualquer lugar esquecido. 

As relações de amor são uma coisa estranha

As relações de amor são uma coisa estranha - pelo menos para mim. Ando nisto há 28 anos e continuo sem perceber nada da dinâmica, da orgânica e da lógica. Diz que sentir é suficiente, mas é mais de o "diz que".

Obras de Santa Engrácia

As obras na minha casa continuam a derrapar e eu vejo-me a viver na margem sul em casa da mãe, a ter o gato em casa do irmão e as minhas coisas plantadas um pouco por todo o lado. É uma caca. Mas do que eu tenho mesmo saudade é do gato ao pé de mim.

As pequenas/médias cidades

A semana que passou estive de férias em Saragoça e depois dei um saltinho a Madrid, mas é sobre a primeira que me debruço. A capital de Aragão e do extinto Reino de Aragão é uma pequena surpresa cheia de história desde os tempos da República Romana - onde se converteu no mais importante porto da península. Ali nasceu a Rainha Santa Isabel e o homem (Fernando II de Aragão) que criou - debaixo da égide do catolicismo - o Reino de Espanha. Para além dos monumentos, ruínas e cultura, a cidade revela ainda uma coisa pouco comum em Espanha, o gosto pela pastelaria e doces. Há muitas lojas de doces e pastelarias por lá. A quem for aconselho vivamente a provar um prato, este salgado, que se chama Modejas, e que consiste em intestino de cordeiro. É delicioso. 

Depois disto já começo a planear uma visita a Toledo, que foi capital espanhola, até Filipe II mudar as cortes para Madrid em 1561. E outras se seguirão...

sexta-feira, outubro 28, 2022

Uma coisa nova

Meti ontem aparelho nos dentes. Digamos que dói um bocadito e ainda é só a parte de baixo. Demorei 15 anos para tomar esta decisão. Vai ser duro, mas não me arrependo. E como disse, tão bem, a Agrado do filme Tudo sobre a minha mãe:

«En estas cosas no hay que ser rácana, porque una es más auténtica cuanto más se parece a lo que ha soñado de sí misma»

Voilá.

quarta-feira, outubro 26, 2022

Letras que ecoam - II

Enjoy your body. Use it every way you can. 
Don't be afraid of it, or what other people think of it. 
It's the greatest instrument you'll ever own.
Dance, even if you have nowhere to do it but in your own living room.
Read the directions, even if you don't follow them.
Do not read beauty magazines; they will only make you feel ugly.

Expressão engraçada

Hoje, a falar com a minha prima sobre o caos em que a minha vida esta neste preciso momento, ela saiu-se com uma expressão que achei bastante piada: "há que fatiar o elefante". É disso mesmo que se trata resolver uma coisa de cada vez. Mas nunca tinha ouvido.

terça-feira, outubro 25, 2022

The Minstrel (supostamente de William Shakespeare)

After a while you learn the difference, the subtle difference between holding a hand and chaining a soul. And you learn that love does not mean leaning. And company does not always mean security. Begins to learn that kisses are not contracts and presents are not promises.

Begin to accept your defeats with your head up and your eyes ahead with the grace of an adult and not the grief of a child.

Learn how to build all your roads on today because tomorrow's ground is too uncertain for plans and futures have a way of falling down in mid-flight.

After a while you learn that even sunshine burns if you get too much time.

And you learn that no matter how much you care, some people simply do not care ... and accept that no matter how good a person, it will hurt you every once in a while and you need to forgive her for that. You learn that talking can relieve emotional pain.

Discover that it takes years to build trust and only seconds to destroy it ...

And you can do things in a moment of which you will regret for life. Learn that true friendship continues to grow even over long distances.

And what matters is not what you have in life, but who you have in life.

And what good friends are the family we choose.

Learn that we do not have to change friends if we understand that friends change ...

Realizes that his best friend and you can do anything, or nothing, and have good times together. Find the people you most care about in life are taken from you so quickly ... so we should always leave loved ones with loving words, may be the last time we see them. You learn that the circumstances and environments have influence on us, but we are responsible for ourselves. Begins to learn that you should not compare with others, but the best it can be.

Discover that it takes a long time to become the person you want to be, and that time is short.

You learn that no matter where it came, but where you're going ... but if you do not know where you're going, any road will do.

You learn that either you control your acts, or they will control ... and that being flexible does not mean being weak, or have personality, because no matter how delicate and fragile the situation is, there are always at least two sides. You learn that heroes are people who did what was necessary to do, facing the consequences. You learn that patience requires a lot of practice.

You discover that sometimes the person you expect to be kicked when you fall is one of the few that help you get up.You learn that maturity has more to do with the types of experiences you had and what you learned from them than with how many birthdays you've celebrated. You learn that there are more of your parents in you than you thought.

You learn that you should never tell a child that dreams are silly ...

Few things are so humiliating, and would be a tragedy if she belived in it.

You learn that when you are angry has the right to be angry, but that does not give you the right to be cruel. Discover that just because someone does not love the way you want love does not mean that someone does not love you with everything you can because there are people who love us, but do not know how to show or live that.

Learn that it is not always enough to be forgiven by someone ...

Sometimes you have to learn to forgive yourself.

You learn that with the same harshness you judge, you will be convicted at some point.

You learn that no matter how many pieces your heart was broken, the world does not stop for you to fix it. You learn that time is not something that can come back.

So plant your own garden and decorate your own soul instead of waiting for someone to bring you flowers.

And you learn that you really can endure ... that is really strong, and can go much farther than you think you can not anymore. And that life really has value and that you have value in life! Our doubts are traitors and make us lose the good we could win if it were not afraid to try.

sexta-feira, outubro 21, 2022

Taylor Swift

Nunca fui muito fã da música da Taylor Swift. Em 7 álbuns gostei de 4 músicas. Achava a composição musical um bocado irritante. Depois vieram os brilhantes Folklore e Evermore - diria mesmo que o Folklore é um dos álbuns da minha vida - e pensei "será que temos aqui cantora?". 

Hoje pelas 24h saiu o novo álbum que ouvi com muita curiosidade e.…achei uma seca. Não gostei de nada. Continuarei a achar que ela é uma letrista estupenda, mas a voz dela tolera melhor um registo indie e a intenção de canto também. Fico grato pelo Folklore e a vida segue.

quinta-feira, outubro 20, 2022

Uma bela canção e um belo vídeo


Andorinhas - Ana Moura

Não é muito normal para mim gostar de música pop portuguesa (seja pura ou de fusão), mas a nova Ana Moura mostrou-me que posso adorar uma cantiga e ainda o seu vídeo. Adoro a canção, cada dia mais e faz-me feliz ouvi-la e ver as imagens oficiais que a acompanham. Não falta ali saúde. 

Letras que ecoam


And they called off the circus
Burned the disco down
When they sent home the horses
And the rodeo clowns
I'm still on that tightrope
I'm still trying everything 
I'm still a believer but I don't know why
I've never been a natural
All I do is try, try, try
I'm still on that trapeze
I'm still trying everything.

Pensamento aleatório

Eu não faço a menor ideia de como lidar contigo. Não te percebo, não percebo os teus humores, as tuas inconstâncias, aquilo que se pode dizer, o que se pode fazer na tua presença. Vivo constantemente na dúvida sobre o que é adequado ou não, sobre o que é admissível. Fiz vários planos sobre como lidar contigo, mas correm todos mal e não tenho confiança em nenhum dos que meto em prática e dos que possa vir a fazer. A minha falta de compreensão da tua pessoa gera-me ansiedade. O problema não és tu sou eu.  

Procurar o que nos dá prazer

Ontem cozinhei uma refeição inteira para a família do namorado. Há muito empo que não cozinhava e foi um deleite poder fazer uma coisa que me dava tanto prazer no passado e que por força de namorar quem gosta de cozinhar acabou por ficar para segundo plano. A entrada foi um pão recheado com queijo, bacon linguiça, depois um frango teriyaki e para sobremesa uma tarte de maçã e uma delícia de côco e chocolate negro. O ponto alto foi a tarte de maçã, mas toda a gente ficou muito satisfeita.

Confesso que ajudou, por um dia, a suavizar parte de insatisfação que me assola. É apenas um paliativo pois o problema é mais estrutural e requerer "tomates" para resolver. Mas é uma pescadinha de rabo na boca - preciso de estabilidade emocional para resolver as questões que me tiram a estabilidade emocional. Portanto, no entretanto, venham mais dias de culinária.

terça-feira, outubro 18, 2022

Desenterrar os anos 90 - 25


Sandalwood - Lisa Loeb

Desenterrar os anos 90 - 24


Doo-Wop -Lauryn Hill

Estará algo podre no reino da Dinamarca?

É melhor passar a ação para a Dinamarca, para tirar os "maus cheiros" aqui da terra nacional. Há uns dias falei com um amigo sobre o início desde blogue e sobre a pessoa que era. Vejo ali um rapaz sempre feliz, mesmo quando emoções ou sentimentos desconfortáveis apertam, mas que fazem parte da vida como elementos naturais. 

Os últimos anos, não têm o mesmo gosto quando os leio. Há ali alguém cansado, desvitalizado, pessimista, entre outras coisas cinzentas. Parece que as minhas decisões desde 2015 não têm sido brilhantes, sinto que não estou a fazer a coisa certa. Imagino que a coisa certa é algo que nos deixa energizados, que nos deixa com uma sensação de satisfação na e pela vida. E não é o caso. Agarro-me ao que posso para ver as coisas positivas, sabendo que tudo isto tem de levar uma volta dos diabos.

Neste dia escrevo de um lugar onde devia sentir um lar, um porto de abrigo e onde apenas me sinto um estrangeiro. O meu refúgio não é aqui. Sinto-me bastante sozinho num lugar onde nada é meu. Meu aqui só o meu corpo, a roupa e os meus pensamentos, que bem posso guardar para mim. Há que aprender a ser invisível e não aceite com graciosidade. Até poder respirar de novo.

Like...damn

Às vezes digo que é bom não falar alto para o diabo não ouvir, mas é quando o tinhoso mais escuta. 

segunda-feira, outubro 17, 2022

Os quatro eixos

Um amigo que muito prezo falou-me sobre um sistema de avaliação da satisfação com os diferentes aspetos da vida (uma espécie de índice de satisfação média) com 4 eixos: amor, amizades/família, trabalho e saúde. Pontua-se cada um destes eixos até 20 e divide-se por 4. Ficamos com a percentagem de satisfação média com a vida. No momento estou em 64. Não é brilhante, mas é o que há. 

sexta-feira, outubro 14, 2022

Sinais dos tempos

Um monge budista com sandálias Croc azul forte. As sandálias de cabedal devem andar pela hora da morte.

quarta-feira, outubro 12, 2022

Até sempre Jessica Fletcher

Morreu a atriz Angela Lansbury que se eternizou como a escritora Jessica Fletcher na série «Crime, disse ela». Teve uma carreira cheia e reconhecida e para além disso era uma pessoa interessante, divertida e serena. É o tipo de pessoa que me sabe bem observar e assimilar. Foi um prazer Angela.

terça-feira, outubro 11, 2022

Sou quadrado

É estranho que a simples brincadeira sobre trios me incomode, no contexto da minha relação. Se um namorado quisesse fazer trios teria de arranjar outros dois participantes e um novo namorado.  Sou tradicionalista neste aspeto, no entanto, sou a favor de todos os modelos de relação, tipos de sexualidade e práticas sexuais, acho que as pessoas têm de experimentar e expressar aquilo que as faz plenas. 

Creio que atribuo às minhas relações amorosas (apenas), uma sacralidade que passa pela união romântica e sexual exclusiva. A culpa é do Walt Disney e vá... dos meus pais que tiveram um casamento que funcionou demasiado bem. Se não é a dois, não quero. Prefiro estar sozinho. 

Mais um perigo na estrada

Quem anda de mota tem de se preocupar com os carros, com as motas, com as bicicletas e as trotinetes, ou melhor, com as pessoas que conduzem os ditos sem ter o menor respeito por regras de trânsito. Mas hoje percebi que também me arrisco, em hora de tráfego pesado, a levar com as beatas que os fumadores deitam pela janela dos carros. Tão século XX.

segunda-feira, outubro 10, 2022

Boa sorte, Leo Grande

É raro encontrar um filme onde uma mulher "de uma certa idade" consiga ter um papel central relevante, mas isso não acontece em 'Boa sorte, Leo Grande' onde Emma Thompson tem a oportunidade de dar corpo a uma mulher viúva de meia-idade, insatisfeita com a sua vida sexual de sempre, que resolve contratar um prostituto para resolver esse problema. Na realidade este encontro será quase uma sessão de terapia para os dois. 

O filme tem mais momento tocantes do que cómicos e poderia ter levado mais longe o argumento e a encenação, uma vez que dispõe do talento da Emma Thompson, mas penso que cria agenda a vários níveis. São muitos os assuntos relevantes que estão subsumidos no argumento, o idadismo, a repressão, a moral, a liberdade sexual, a diversidade, etc. 

O que me deixou fascinado foi ver a coragem da Emma Thompson a fazer um nu frontal, num tempo em que se pede aos atores que sejam sempre jovens e atraentes. Ela mostra-se tal como é, uma mulher de 63 anos que não tem vergonha de o ser. Achei extraordinário esse simples facto aparentemente tão simples, mas com tanto significado. Vale a pena ver. 


16/20

O pai da noiva

Não estava a pedir muito quando resolvi ver o filme. Esperava que fosse algo que pelo menos ia entreter. Mas foi curtinho. É uma comédia de costumes que segue a fórmula americana para entretenimento fácil, mas que acabou por ser como comer algodão doce, não enche, faz mal à saúde e quando chegamos ao fim já estamos enjoados.

10/20

Nunca me tinha acontecido

Comecei o trabalho novo no dia 3 de Outubro e a entrada foi uma deceção na medida em que me colocaram numa sala dos anos 80 que ainda mantém a sua mobília e tecidos e não tem ar condicionado ou ventilação. A única janela dá para dois motores de extração de gorduras. 

Aquilo mexeu um bocado comigo, mas mexeu mais ainda quando comecei a ficar com urticária e passei dois dias a coçar-me. Lá me colocaram num outro posto de trabalho, numa sala com 3 anos, sem ácaros, e com uma janela para a rua. 

Finalmente em condições de trabalhar e feliz de novo. 

segunda-feira, outubro 03, 2022

Expetativas

A luta contra as expetativas é sempre uma luta desigual, mas tem de ser feita. O melhor remédio é mesmo não deixar que alteridade faça das suas.

sexta-feira, setembro 30, 2022

Tranquilidade

Ando há 18 dias a concentrar-me na tranquilidade, a não me importar com coisas que tradicionalmente são importantes para mim. É desafiante porque, em alguns aspetos, é viver de um forma completamente diferente, sem instruções e/ou mapas. O foco é apenas em sair de qualquer tipo de situação/emoção que me rompa o equilíbrio e a serenidade. É um não querer saber programado, em via positiva. 

Kilts

Durante muito temo desejei ter kilts, agora que os tenho não sei muito bem onde os vestir, onde os levar. Tem de ser a um sitio onde não faça vento e onde eu não vá de mota (andar de perna aberta e de saia não é uma combinação ganhadora).

2a feira

Segunda feira começa o novo trabalho. Aqui às espera das últimas horas num local onde, se tudo correr bem, não voltarei. Se não correr, cá estarei a bater com os costados e também não vem mal ao mundo por isso. Será sempre uma nova experiência.

segunda-feira, setembro 26, 2022

80 anos

A minha mãe fez ontem 80 anos. Acho que ela nunca pensou que iria viver assim tanto (e ainda estará cá mais uns 10 ou 15 anos, estou convencido). Ontem organizei-lhe o jantar de aniversário num restaurante bem giro em Lisboa, com os poucos, mas bons, da vida dela, e ela estava radiante. Sei que lhe fabriquei uma memória excelente e é isto que eu quero que ela tenha nestes próximos anos que - naturalmente - se verão acompanhados por um decréscimo da qualidade de vida, mais não seja pelas artroses - porque de resto tem mais saúde que eu.

Por falar em saúde vou ter de lhe contar da minha. Este fim-de-semana era sobre ela e não quis estar a acrescentar ruído, hoje já ficará com mais uma preocupação.

Deve ser do mercúrio retrógrado

Diz que o Mercúrio retrógrado influencia o funcionamento das máquinas fazendo-as falhar. Parece que este trânsito fez-me falhar a máquina na sexta-feira. Depois da operação há 2 anos pensei que estaria tudo bem, mas, aparentemente, vou ter de repetir o procedimento porque se formou de novo um propulsor de fibrilhação auricular e a minha saúde voltou a estar insegura. Mas acredito que com alguma paciência volte a estar bem dentro de uns meses.

sexta-feira, setembro 23, 2022

Coisas que se ouvem

O meu grupo de amigos do 9º ano reencontrou-se e temos mantido o contacto via whatsapp. Um dos rapazes ao saber que eu era gay - depois de perguntar à minha melhor amiga - teve uma reação curiosa "a minha filha havia de gostar o conhecer, ela é uma adolescente muito esquisita". Na realidade, não quero saber o que isto quer dizer, fica apenas pelo 'curioso'.

Bilhete para o Paraíso

Este filme é uma comédia romântica inócua - o que se pretende que as comédias românticas sejam - que nos traz as peripécias de um casal desavindo ao tentar evitar que a filha case com o seu amor de verão. Não sendo nada de inovador, tem paisagens lindíssimas e podemos perceber o que é "star quality" nas prestações de Julia Roberts e George Clooney. Serão dos últimos dos atores carismáticos. No geral o filme é bastante agradável e entretém. 

13/20

sexta-feira, setembro 02, 2022

Paradise Highway - Perseguidas

Um filme interessante que explora as relações familiares e a fidelidade das nossas emoções. O filme passa-se nos meandros da camionagem, sendo a protagonista uma camionista bem desempenhada por Juliette Binoche que nunca desilude. É quase um road movie policial, mas poderia haver um pouco mais de impacto no expectador, poderiam existir cenas mais "vigorosas" e menos contemplativas. 

14/20

quarta-feira, agosto 31, 2022

Licorice Pizza

Não percebi o "hype" acerca deste filme. Gostei muito da caracterização de época, da cenografia, do facto dos atores principais não obedecerem ao cânones de beleza de Hollywood. O argumento é possível, é um filme sobre o coming of age de um rapaz de 15 anos que se apaixona por uma rapariga bem mais velha. Os anos 70 eram suficientemente loucos para isto, mas não me cativou em nada o filme. Não me prendeu, nem as participações especiais do Sean Penn e do Bradley Cooper. Não me vai ficar na memória.

12/20

O Pai

Este filme não foi fácil para mim. Comecei a vê-lo, por duas vezes e abortei. A fragmentação que me parecia difícil de digerir enquanto "liberdade artística vanguardista" é na realidade a viagem pela demência de um homem de 80 e poucos anos. Este homem teve uma vida, filhas e está a ficar incapacitado. 

No final, faz-se luz para o expectador. Está muito bem feito e exemplifica a luta de quem está a ficar com uma mente frágil e, ao mesmo tempo, a luta de quem acompanha (neste caso a filha). 

É uma viagem emocional pesada. Acho que há bastante tempo não chorava assim no final de um filme. Achei lindo exemplo de conforto final, aquele que nunca deixa de ser o mais bonito dos confortos.

17/20

Desenterrar os anos 90 - 23


Be my baby - Vanessa Paradis

Desenterrar os anos 80 - 25


Physical Attraction - Madonna

domingo, agosto 28, 2022

Para mais tarde recordar

Quando uma (possível) infecção urinária se converte num problema. 

quinta-feira, agosto 25, 2022

Quem disse que as mulheres no mundo ocidental têm o mesmo estatuto dos homens?

Acho inacreditável toda esta novela em volta da Primeira Ministra da Finlândia. Para além de a salutar fronteira entre espaço privado e o espaço público ter sido violada, há muitas outras considerações que devem ser feitas sobre a hegemonia e o privilégio masculino, assim como o duplo padrão de comportamento. É lógico, e lamentável, saber que se fosse um homem nada disto estaria a passar-se. É uma chamada de atenção para o muito que ainda há a fazer em matéria de igualdade de direitos ou de simples cidadania. 

No geral, todo este processo tem-me causado muito nojo.

quarta-feira, agosto 24, 2022

Pensamento aleatório

 Big mess (period).

Descobri uma nova música que acho estupenda


Low Down - Venbee ft Dan Fable

Avisos à navegação




 

KIngsman - O início

O primeiro filme foi engraçado e entreteve, o segundo seguiu uma linha kitch e de certa forma foi um ponto acima, o terceiro filme do franchise soube a pouco. Como era o filme em que se explicava o início, acho que teria merecido mais magia, ter argumentos mais fortes. De qualquer forma não deixou de entreter também, ofereceu doses de drama que talvez não tivéssemos conseguido nos outros dois. Mas desapontou-me de alguma maneira.

13/20

terça-feira, agosto 23, 2022

Adoro a vida no campo

Adoro estar aqui pelo campo. A casa de Lisboa não está habitável e Constância torna-se o refúgio por excelência. Nem preciso sair de casa, tenho tudo nas traseiras da casa. Quem não está a achar piada nenhuma a isto é o Limão que detesta estar fora do poiso dele. Nem lhe vou explicar que vai ser até ao final de Setembro ou ele faz greve de fome.

terça-feira, agosto 16, 2022

14 de Agosto

14 de Agosto deu-me a maior esperança e logo a seguir um murro no estômago. Mostrou-me que tenho muito que aprender, nomeadamente admitir que não controlo absolutamente nada. A única coisa que posso controlar é a minha capacidade de integrar sem sofrimento o que se me depara. Mas não vou embora do acordo que aceitei. É para aprender, então vamos a isso. 

O Homem do Norte

Um filme sobre vikings baseado na lenda de Amleth, escrita pelo historiador dinamarquês Saxo Grammaticus - que inspirou a obra Hamlet. O filme está recheado de estrela e é bom rever Björk no papel de uma das Bruxas Nornas. Este filme épico de vingança está muito bem dirigido e devemos dar os parabéns pelo classicismo associado. Não houve a tentação de americanizar ou modernizar o filme para chegar a mais audiências. Os textos são em linguagem bastante clássica (embora, às vezes, acusem demasiada formalidade), com uma direção de arte a relembrar bem o início do século X. Não gostei do final, mas admito que a história poderá ser o que é. Gostaria de ter visto um dos personagens mais bem desenvolvido, assim como o significado da sua relevância futura. Afinal é o motivo da vingança ter de ser executada.

13/20

quarta-feira, agosto 10, 2022

Mais uma mudança

Um homem pode aguentar - até certo ponto - um manancial de mudança, começo a ficar levemente mareado. Quero manter a fé de que falei outro dia num outro post. Desta vez acontece uma mudança não por crença, mas por deixar de acreditar em algo e de ser incapaz de estar num lugar em que não acredito - a fingir que sim. Quando percebemos que caímos num círculo vicioso do qual não conseguimos fugir temos de ter a coragem de tomar decisões difíceis que a razão já interiorizou, mas que a emoção ainda não reconheceu. 

“Provavelmente só se separam os que levam a infecção do outro até aos limites da autenticidade, os que têm coragem de se olhar nos olhos e descobrir que o amor de ontem merece mais do que o conforto dos hábitos e o conformismo da complementaridade.

A separação pode ser o ato de absoluta e radical união, a ligação para a eternidade de dois seres que um dia se amaram demasiado para poderem amar-se de outra maneira, pequena e mansa, quase vegetal

Só eles dois sabem que o que se sente não se trata — e é em nome deste intratável que um dia nos fez estremecer que agora nos separamos. É uma forma de amor inviável, que, por isso mesmo, não tem fim."

by Inês Pedrosa

A cidade perdida

Mais um comédia romântica de ação que tem alguns momentos engraçados. Curiosamente foi uma das cenas onde é relatada a razão da lenda de um amor antigo que mais me cativou. A Sandra Bullock a fazer o que costuma fazer e um Brad Pitt em bom como sempre. Posto isto, pouco mais. 


12/20

Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo

Mais um filme sobre a temática do multiverso que pretende ser uma comédia e tudo em todo o lado e ao mesmo tempo. Resultado, uma grande porcaria. 

7/20

segunda-feira, agosto 08, 2022

O quadro maior das coisas

Este fim de semana que passou estreei a nova casa de família, um refúgio no campo a 1h20 de Lisboa, perto do rio e com piscina. Foi num dos períodos em que estava na boia a apanhar sol que tive uma espécie de epifania - como a epifania do ovo estrelado há anos atrás - sobre como as coisas se estavam a organizar na minha vida apesar das dores provocadas pelas mudanças dos últimos 3 anos. 

Já consegui mais dos meus objetivos do que aquilo que inicialmente pensava. O novo (e desejado trabalho) também está aí à porta. E as coisas que não estão vão sendo aceites com uma nova calma que o regresso à boa forma física/psicológica me tem proporcionado.

A vida está a acontecer e tenho de aproveitar as bênçãos que aparecem - nem sempre visíveis num primeiro olhar.  Estou a ganhar fé de novo. Tomara que se mantenha este sentimento. 

segunda-feira, julho 18, 2022

Desenterrar os anos 70 - 25


In the summertime - Mungo Jerry 

Ando aqui de coração apertado

Para saber qual o resultado dos concursos a que concorri. Sei que agora é uma fase de férias, mas há ali dois ou três onde gostaria bastante de ficar. Parece-me que poderia ser feliz por ali, um deles até me daria mais uns 200 euros limpos ao fim de 1 ano, porque implica mudança de carreira na função pública. Quem sabe, quem sabe. 

É continuar à espera. 

Era uma vez...

Um rapaz com uma brutal moca de sono porque anda a dormir pouco por causa de uma dor de dentes que, estando a ser resolvida, mói como o caraças. 

sexta-feira, julho 15, 2022

The Gray Man - O Agente Oculto

Gostei do trailer e fui ver o novo filme do Ryan Gosling, recheado de ação e com um Chris Evans num papel que não é assim tão normal a mostrar um certa versatilidade. O filme em si não é extraordinário, mas é uma história que segue um desenrolar coerente e com muita ação, humor e bons efeitos especiais. Passei muito bem a noite. Diverti-me.

14/20

Já diz a Maria Bethânia

O primeiro amor passou,

O segundo amor passou,

O terceiro amor passou,

...

O coração continua!

As boas pessoas podem ser manipuladoras?

Podem sim. A questão é saber defendermo-nos disso. Quando uma pessoa é objetivamente má é mais fácil termos as "antenas" em funcionamento, mas quando a pessoa é querida, fofa... é mais complicado. 

Li hoje um artigo bastante interessante sobre manipulação exercida por pessoas que não têm má índole, mas que mesmo assim podem infligir danos complicados no outro e na sua forma de ser e de estar.

Eu tenho a tendência para atrair manipuladores e ainda não percebi bem porquê. Pessoas que são boas, mas que têm um "lado B". O meu problema é quando o manipulador é alguém que eu gosto muito, aí estou efetivamente desprotegido (porque eu e os meus afetos somos uma desgraça) acabo por perdoar tudo vezes demais ou sofrer algum gaslighting.

Será que nunca poderemos ter uma relação com alguém que é manipulador ou apenas temos de saber lidar com as suas manipulações? Penso que ultimamente estou mais preparado para isso, para não ceder.

E quando somos arrastados..

E quando somos arrastados para o break up do amigo com o namorado e não podemos tomar preferências (porque a preferência não seria favorável ao amigo e ele não tem capacidade para interiorizar uma crítica construtiva porque se vai sentir mal e não consegue aguentar essa emoção)?

quarta-feira, julho 13, 2022

Os 40

Muito se fala da ternura dos 40,  mas no meu caso entraram com a suavidade de pregos a escorregar pela garganta e arriscam-se a sair como vidros a passar pelo rabo. Mas numa nota positiva diria que esta década poderá ser apenas uma década de purga e que os 50 entram perfeitinhos e acaba-se a turbulência.

Na realidade os meus anos mais felizes foram ali entre os 33 e os 40, com especial ênfase para os 36-40. Mal sabia eu que aqueles seriam (até agora) os anos mais felizes, mais excitantes e mais ternos da minha vida. 

quinta-feira, julho 07, 2022

Fernando Pessoa e o gato

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

-Fernando Pessoa

Coisas que me fazem rir

O Chega publicou uma fotografia do seu líder com o hashtag #orgulho. Imediatamente as redes sociais assumiram as cores do Pride LGBT e ele andou a ser replicado nas redes associado ao orgulho gay. Adoro! Esta fez-me rir. 

Política sucks!

Rosário Farmhouse é uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. De nomeação política em nomeação política é um exemplo de compensação por ligação ao aparelho PS, já a competência e o brilhantismo cof...cof... Não estou com isto a dizer que o PS é o único a compensar "amizades", chegue o PSD ao governo e é vê-los a sair de debaixo das pedras. 

terça-feira, julho 05, 2022

Coisas que me fazem pensar


Como é que ele conseguiu desapertar as calças?

 

Comparações




 

Redução de ansiedade

O trabalho com a psicóloga começa a dar alguns frutos. A ansiedade que algumas situações me provocam foi bastante reduzida e consigo de alguma forma travar o pensamento que provoca a escalada de emoção. Não sabia que uma emoção dura apenas até 90 segundos. São os pensamentos que as alimentam. Se matamos o pensamento matamos a emoção. Isto é bom para ser aplicado a todas as emoções desconfortáveis. 

segunda-feira, julho 04, 2022

Quem me havia de dizer...


Carolina - Taylor Swift 

Se me dissessem há 3 anos que eu me ia tornar fã da Taylor Swift eu dizia que era impossível. Mas entretanto aconteceu o soberbo Folklore e o (um pouco) menos soberbo Evermore em que a Taylor mostrou que é extraordinária contadora de estórias e com um fluidez impressionante. E essas estórias casam lindamente com a melodia, que acaba por também contar parte da história. Mais tarde ou mais cedo ela deverá voltar ao pop, mas entretanto vou aproveitando o momento que é bem especial como a canção acima. 

segunda-feira, junho 27, 2022

Elvis

O Elvis Presley é um estranho a ninguém. O artista a solo mais bem sucedido de todos os tempos faz parte da cultura popular, mas do homem pouco se sabe. Sabemos muito do ídolo e da figura pública. O filme do Baz Luhrmann vem mostrar um pouco do que está do "outro lado do espelho" e satisfaz. É de certa forma um forma triste, deixa um sabor amargo no fim. É, contudo, fiel à história do mito que também deixou um sabor amargo no final. Vale a pena recordar as músicas e o talento. O filme é...Baz Lurhmann total em estilo. O resto é uma história bem contada. 

15/20

sexta-feira, junho 24, 2022

Como fazer renascer com brutal sucesso uma música dos anos 80


Criar momento em torno da progressão melódica e da letra, com resultados épicos.

quarta-feira, junho 22, 2022

O ovo que não é ovo

A Plantalicious, empresa portuguesa, criou o happieggs, uma alternativa 100% vegetal ao ovo de galinha. Sem conservantes e produzido a partir de extratos vegetais, entra no mercado nacional no próximo semestre. A notícia
aqui
.

terça-feira, junho 21, 2022

Mortinho, mas...

Desvitalizei outro dente. Hoje dói-me o maxilar e a bochecha. Dormi mal e estou rabuja. Mesmo morto o nervo volta em forma de fantasma para me atazanar. 

Ou sim ou sopas?

Situação:

A pessoa X acredita completamente na pessoa Y, mas em situações que tradicionalmente a deixam desconfiada, imediatamente desconfio da pessoa Y. 

Análise:

A pessoa X confia mesmo plenamente na pessoa Y ou confia apenas, condicionalmente, contando que não passe por situações que tradicionalmente a deixam desconfiada? No momento, pelo desconforto, a pessoa X desconfia e, mesmo dando o benefício da dúvida, pensa que a probabilidade de estar a ser enganada pela pessoa Y é enorme. 

Resposta:

Dar benefício da dúvida quando tudo está bem, não é confiar. A pessoa X limita-se a não desconfiar da pessoa Y quando está confortável com tudo. Portanto, não confia efetivamente, confia assim "mais ou menos" ou, mais precisamente, não desconfia a maior parte do tempo. 

Epílogo: 

"O cão não ladra por valentia e sim por medo".
- Provérbio Chinês

"Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca".
- Provérbio Popular

"Dê sal primeiro às vacas gordas"
- Provérbio Brasileiro

segunda-feira, junho 20, 2022

Mundo Jurássico: Domínio

Que seca descomunal! Encerrar uma trilogia deveria deste género deveria envolver mais cuidado com o argumento, com a ação e por aí fora. Deve ser o equivalente cinematográfico à última temporada do Game of Thrones. Nem olhar para o Chris Pratt durante duas horas e meia salva aquilo. 

11/20 

Top Gun : Maverick

Fui ver um bocadinho pela nostalgia. Tinha 12 anos quando saiu o primeiro e andávamos todos malucos com aquilo (talvez eu andasse mais maluco com o Val Kilmer de 1986, mas pronto) e, claro, é quase como a obrigação de ir visitar a tia-avó que voltou do estrangeiro.

Fiquei muito surpreendido pela positiva. O filme está muito bom do ponto de vista dos efeitos especiais, mas tem um argumento credível, tem um desenrolar escorreito e faz sentir bem. Consegue oferecer o que um filme de ação clássico oferecia, mas apelando ao moderno e tecnológico. 

15/20

quarta-feira, junho 15, 2022

Desenterrar os anos 70 - 24


Born to Run  - Bruce Springsteen

Desenterrar os anos 90 - 22


Live Forever - Oasis

Entusiasmo

Fazer uma surpresa a alguém carrega um misto de entusiasmo, expectativa e receio. Para já a minha expectativa é que o namorado goste muito da surpresa. Andava a "mastigá-la" há algum tempo. E se ele não liga nada a aniversários, eu acho são sempre uma data feliz. Para já estou super entusiasmado.

Cheiros

Comprei um novo perfume. Desde Setembro já foram quatro, mas apenas dois deles é vieram para ficar. Bleu Noir de Narciso Rodriguez e Phantom de Paco Rabanne (os outros dois espera-se que acabem). E pronto é a isto que cheira o Silvestre. 

terça-feira, junho 14, 2022

Monument



Monument - Röyksopp feat. Robyn

Quem vê caras...

Disse-me a mãe de uma amiga em tempos:

- Nem posso acreditar que aquele querido fez uma coisa daquelas, tu é que tens ar de cabrão. Se tivesse de imaginar que um dos dois era assim dizia logo que eras tu. 

Mas já cantava o Caetano "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Parece que a minha imagem passa muitas ideias erradas. 

Limites

Não sei impor limites às pessoas a quem estou ligado afetivamente. Depois acabo por me sentir contrafeito, coagido e restringido, mas sou eu que abro a porta a porta ao "abuso" e o legitimo. Ao procurar agir de igual forma não encontro reciprocidade, porque os outros têm os seus limites bem definidos e a frustração acontece. Não é exatamente simples  de reverter, acho que passei uma vida a tentar ser agradável para todos. Mas a meia idade faz-nos pensar. A caminho dos 50 há muita coisa que quero ver mudar. 

Breathe in /Breathe out

Ontem aprendi a estar presente através da respiração e de programação neurolinguística. tenho de treinar e fazer a técnica ser eficaz nos momentos em que não quero saber e abandono tudo para não me chatear ou ficar ansioso. 

O quarto de Giovanni

Nunca tinha lido James Baldwin até agora e estava bastante expectante. Comecei por este livro porque o tinha à mão e percebi um pouco daquilo que dizem ser o tema recorrente da sua obra inicial, a luta enclausurada de cada um para encontrar o seu lugar numa sociedade cheia de preconceitos e de regras marginalizantes. Há uma certa claustrofobia e uma negação do "eu" para conseguir gerir a realidade e as restrições. Mas 'O quarto de Giovanni' fala sobretudo das consequências dessa negação. 

É peculiar o romance ser totalmente "branco" e "europeu", às vezes até em demasia. Não sei se foi intencional, como que eximindo a raça negra da linha de ação que caracteriza os personagens. Mas o que fica é claustrofobia e a noção da causa/efeito num sentido negativo. É uma leitura escorreita, que às vezes até parece demasiado rápida para os padrões de hoje. Mas mais uma vez não sei se foi intencional, de forma a mostrar uma certa "superficialidade" das personagens no âmbito da trama.

  

O enforcamento

 

O Nagisa Oshima foi um cineasta que trabalhou muito bem a questão da violência e a forma como ele está presente na nossa sociedade ou como ela afeta públicos em específico.

Tendo a possibilidade de ver esta reposição aproveitei e gostei bastante do tema, a pena de morte, e todas as questões que se colocam acerca da mesma e do Estado como garante do cumprimento das regras, aqui o Estado como o agressor. 

O filme está feito de forma satírica e às vezes quase surrealista com planos paralelos, mas é muito interessante. O único problema que lhe encontrei foi a forma clássica de atuar dos orientais (o filme é de 1968) quando fazem comédia, parece tudo a fingir, quase pantomina. Mas admito que seja um problema de relativismo cultural. 

No geral é um bom ensaio filosófico.


14/20