segunda-feira, abril 30, 2012

Essa é que é essa

Aconteça o que acontecer

Já foi submetido o conto para o concurso da FNAC de literatura. No último dia, mas pronto. O conto é uma ideia muito louca (como algumas das que tenho) e a ver qual vai ser o resultado. Mas cada vez mais me convenço que há que tentar. Há que tentar e mais nada. Pelo menos sei que não fiquei parado a ver a vida acontecer.

Para falar de amor há que senti-lo

A mulher do Miguel Esteves Cardoso (tal como a mulher de muitos outros homens) tem cancro  e está correr mal. E quando muitos homens não conseguem exprimir o que lhes vai na cabeça, no corpo e na alma, o Miguel consegue. Porque ama totalmente e exprime-se totalmente. Eu leio as palavras abaixo e sinto todo o amor que ele sente. Estes amores deviam ser protegidos por decreto-lei. Como não tenho esse poder, posso apenas desejar que o tal milagre aconteça. O mundo precisa destes amores e desta energia.


O meu 1º de Maio realmente sentido

Depois de passar o 25 de Abril e o fim de semana a trabalhar, vem aí o 1º de Maio que vai ser o feriaod mais bonito dos últimos tempos, mal posso esperar para passar o dia todo a dormir.

sexta-feira, abril 27, 2012

I want mom...

Doi-me o corpo todo. Estou super cansado e o que me apetecia mesmo é um daqueles abraços que só a mãe sabe dar.

Patadas no português

Um senhor que queria arranjar trabalho disse à minha amiga que é orientadora profissional «Ó Dra., o que eu queria mesmo é sangrar na vida». Parece que o que ele queria mesmo era singrar, mas há que tomar cuidado com o que diz não vá alguém fazer-lhe a vontade.

quinta-feira, abril 26, 2012

Nina Simone + Amy WhineHouse = Iyeoka?


Simple Falling - Iyeoka

Viver.

Que dia...

Estou cansado. Fazer uma feira é sempre complicado e para mais quando as coisas não estão de acordo com a organização que deveria estar presente. Têm sido momentos de frustração, mas a frustração existe e faz parte da vida. Assim, é com tranquilidade que aceito o tempo que estou a perder e o fim de semana que vou roubar aos objectos do meu afecto. Esta distância faz-me percepcionar com acuidade o quanto os quero e a sorte que tenho em tê-los.  Porque a lembrança me mete um sorriso na cara e quando isto acabar, ali estarão eles à espera, com os mesmo atributos que me fazem gostar tanto deles.

quarta-feira, abril 25, 2012

Eu quero acreditar que sim...

Falta de condições

Não bastasse o facto de ter de trabalhar ao dia de hoje, fazê-lo sem condições é pior ainda. Mais triste é quando as pessoas não cumprem a sua parte. Tenho um stand cujo enfoque é em projecções de vídeos e a minha instituição envia-me um PC cuja saída de som não funciona. Tudo me parece brilhante... quero férias.

Pixel - História 3

Enviei ontem a minha última história para o Pixel sobre temática LGBT dedicada ao tema «Aquele abraço». Não pensava em escrever mais depois da última, mas a redescoberta pelo gosto de pensar personagens e um momento de aborrecimento no trabalho, trouxe-me à imaginação uma história muito dura e feia, sobre um lado outsider do mundo para o qual não se olha. Assim no total, escrevi um drama, uma comédia e uma história noir (tal como está abaixo):

Odiei aquilo. O filho da puta veio-se na minha boca depois de eu lhe dizer que não queria, mas prendeu-me a cabeça. Não pude fazer nada. Depois riu-se quando me soltou. Qual é a graça, cabrão? Deves pensar que és a última bolacha do pacote. Ando à meia hora agoniado com um gosto a ovos podres e salgados na boca. O que é que o gajo tinha nos tomates? Nojento de merda. Se pudesse cortava-lhe os dois. O gajo até gosta de mim. Com ele estou sempre garantido. E hoje em dia não há muita coisa com a qual podemos contar. Na verdade nunca consegui contar com grande coisa por parte de ninguém. Quando se nasce na merda pouco mais se é que merda e ninguém quer ter merda agarrada aos sapatos. E o gajo está aqui todos os dias, aparece todos os dias sem falhar um. No outro dia deu-me um abraço. Disse-me que me amava enquanto desapertava as calças e me empurrava a cabeça para eu lha chupar. O meu pai também dizia que me amava enquanto me arreava 2 socos no focinho que me faziam espirrar sangue do nariz e da boca. Era para o meu bem, dizia ele. Eu era muito rebelde e esse castigo era amor… Anda tudo fodido dos cornos? Calem-se com a merda do amor. O gajo deve pensar que eu vou ficar aqui a vida toda. Sou puto mas não sou parvo. Daqui a 4 meses faço 18 anos. O meu pai já não me pode deitar a mão e deixo esta puta de vida e os cabrões que vêm aqui para ser chupados. Que morram todos! Mas antes que me encham os bolsos para eu me pirar para Londres… Mas o que é que aquele filho da puta tinha nos tomates. Foda-se.

terça-feira, abril 24, 2012

A classe dominante

Diz Rob Riemen «a classe dominante nunca será capaz de vencer a crise porque ela é a crise». Pois...

Futuro da educação em Portugal?

Grande galo

Quando se mora num 3º andar sem elevador, no topo de uma colina de Lisboa. Esquecer-se da carteira em casa e só dar por isso no metro (quando se percebe que não há passe) já é mau. Mas voltar a casa e não ter a carteira em casa é um bocadito pior. A alternativa é tê-la esquecido dentro do carro o que implica um passeio de mais umas quantas ruas. Cheguei ao trabalho encharcado em suor e agora tenho uma reunião.

Pontos de vista

segunda-feira, abril 23, 2012

Hoje é o dia mundal do livro

Cada mais tenho a certeza de que quero escrever um, publicá-lo e partilhá-lo. O primeiro que escrevi tinha 10 anos, para um trabalho de português. Escrevi a história e ilustrei. A professora ficou com ele. Depois, bastantes anos mais tarde, comecei com a poesia (por oposição a prosa). Tenho uns 300 poemas em casa. Depois comecei com as pequenas história e por fim as histórias para miúdos. A poesia disseram-me que não há interesse em autores de poesia (a não ser que me mova no meio e um amigo "poeta" me recomende), as pequenas histórias disseram-me que não havia mercado em Portugal e com as histórias para miúdos já nem me dei ao trabalho de procurar. Agora tive uma ideia. Escrever um livro de contos sobre um tema que vende. Só para ver se consigo a oportunidade. Porque conseguindo, quem sabe consigo tirar as outras coisas do armário.

Gatinho...




Ter um gato com 18,2 kg. Qual é a ideia? Há coisas que me confundem no mínimo.

A Islândia não é Portugal e vice versa.

Anda tudo aí a falar da Islândia e de como as medidas tomadas por lá deveriam ser tomadas em Portugal para aliaviar os efeitos da crie sobre a população. Eu gostava muito, mas em primeiro lugar a população da Islândia é inferior à população da cidade do Porto. Em segundo lugar, os países do norte têm uma população mais escolarizada e uma sociedade civil organizada. Medidas que se tomama a norte da Europa não podem ser tomadas aqui sem ter a consciência de que este é um país de grunhos. Primeiro há que lidar com a "grunhice" das pessoas. E eu desejo boa sorte a quem tentar...

Selah Sue... Mais uma coisa boa a sair da Bélgica


This World - Selah Sue

sexta-feira, abril 20, 2012

Passivo e Ativo...

A sandes (metáfora)

Um certo senhor quis a sandes que eu estava a comer porque entendia que devia de ser para ele, uma vez que  ele é que estava mais preparado para comer sandes. Pois bem, não só lhe dei a minha como tratei de lhe perguntar se queria mais umas quantas, ao que ele disse que sim (como se eu não soubesse).  Agora acabou por perceber que a boca dele é pequena para tanta sandes. A mim deu-me um jeitaço porque eu não gostava nada da sandes que estava a comer por obrigação. Moral da história fazer boa cara quando se está a comer o que não se gosta, pode ser que venha alguém que cobice. Life is good...

Ela sabe o que faz.

quinta-feira, abril 19, 2012

Johny was a peculiar guy...


I love you - Tanita Tikaram

Whitney meets Michael in heaven...

Coisas que me metem medo

Eu sei que é injusto, mas mete-me algum medo que hajam certoos profissionais capazes de erros grosseiros em certas profissões. Podem dizer-me que errar é humano, mas de qualquer forma se uma costureira estraga um vestido, não é a mesma coisa eu um cirurgião estragar um coração.

Hoje estive com professores e uma das professoras tinha um descurso que me arrepiou. Incomoda-me pensar que aquela pessoa está a educar miúdos. Incomoda-me pensar há crianças expostas àquele raciocínio durante 9 meses. Se aquelas ideias pegarem em 3 alunos dos 180 que tem, já me parece um estrago enorme e uma coisa muito grave. Pela idade ainda deverá estar mais 15 anos no ensino.

Que sonooooooooooo...

E eu a ter de ir dar uma sessão de formação. Espero não adormecer a meio.

quarta-feira, abril 18, 2012

PIXEL - Texto nº 2

Como gosto muito da competição dedicada ao tema «Aquele abraço» e me sinto estimulado pela criatividade das pessoas que têm estado a participar, enviei mais um texto, que reza assim:

Deus, os homens e as mulheres

«A menina quer conhecer a verdade do Amor?» disse-lhe aquela senhora com um ar de solteirona abandonada. «Desculpe?» respondeu a rapariga com um sorriso, abruptamente resgatada dos seus pensamentos. «A verdade do amor único e verdadeiro que encontra em Deus e que...». A rapariga interrompeu «por favor não me leve a mal, mas sou dada a amores mais terrenos… físicos». «Mas o amor dos homens não se compara à glória de Deus, como pode renega-lo em prol da satisfação dos desejos físicos» insistiu a mulher. A rapariga, fez um ar condescendente «agradeço-lhe muito a preocupação, mas também não sou dada ao amor dos homens. Só tenho prazer com o amor das mulheres, assim sendo estou aparentemente fora desse grupo». «Isso é Satanás a falar pela sua boca» contrapôs a mulher com ar horrorizado. «O demónio está instalado no seu corpo». «A que chama demónio? O gostar de sentir o corpo suave de uma mulher contra o meu, os mamilos eretos a roçarem-me a pele enquanto os lábios húmidos me exploram do pescoço aos pés?». A mulher a quem de repente a voz fugiu pelo efeito do espanto e da aversão, respondeu com um guincho entre o infantil e o animal «Senhor Meu Deus, salva esta mulher possuída pela Serpente…». «humm… a serpente…» continuou a rapariga com um ar libidinoso «a minha companheira tem uma língua ágil como uma serpente e dedos hábeis que já conhecem de cor o mapa das minhas pernas e das minhas nádegas e todos os caminhos que levam a serpente à minha…». «Chega!» gritou a mulher, afastando-se meio trôpega e rapidamente por força da cólera. «Já vai embora?» perguntou a rapariga «Nem me dá um abracinho de despedida?».

Primadonna (Marina está de volta)


Primadonna - Marina and the Diamonds

Morte de animais selvagens (protecção de vida selvagem o tanas)

A Agência de viagens do El Corte Inglés, marca viagens para África indicando já os preços que tem de se pagar por matar um animal selvagem: matar uma girafa custa 2200 de multa, babuínos custa só 350 euros, um elefante pequeno 9000 euros e um elefante grande como o que matou Juan Carlos na semana passada custa 70000 euros. Para mim é igual ser o o rei Juan Carlos de España ou Chico da Esquina a matar um elefante. O que a mim me parece asqueroso é que quem tem dinheiro pode fazer o que lhe dá na real gana, e há agências de viagens que endossam esta prática.  Gostava de saber que raio de protecção à selvagem é esta. É tudo sobre o prazer idiota da caça e o poder do dinheiro. Mais informação aqui.

Que raio de sonho...

Sonhar com unhas dos pés a serem cortadas rentes?? Weird.

terça-feira, abril 17, 2012

Um Apple para quem não tem dinheiro

Monogamia ou nem por isso. A cada um o seu.

Fico curioso sobre as interpretações que se dão à monogamia. Acima de tudo acho a monogamia prática. Não penso que o homem seja monógamo, mas penso que a monogamia é um processo civilizacional e, por isso, o ser humano é (ou pode ser) monógamo. A monogamia é uma contradição biológica ao homem (não a centenas de outras espécies), mas pode simbolicamente ser da maior importância, quando situa o objecto dos nossos afectos numa escala de prioridade. Mesmo assim, apenas para aqueles cuja demonstração afetiva passa pela ideia do único. Eu sei que a monogamia não me faz deixar de olhar para outras pessoas e sentir atração sexual por outras pessoas. Faz-me querer estar apenas com um pessoa e partilhar-me fisicamente apenas com uma pessoa. Porque nesse ato de partilha está toda uma construção afetiva que no caso de muitos é mais forte e significativa do que o instinto animal. Mas as duas coisas coexistem. Há que manter as coisas claras. A monogamia, tal como as relações, as amizades e tudo aquilo que foge ao domínio do instintivo, necessita de manutenção. Para muita gente também a questão nem se coloca. O amor livre está integrado nos códigos relacionais que têm. No fim de contas creio que quando as posturas são honestas, claras e produto de uma reflexão consciente, não importa o modelo. Importa ser feliz da forma mais adequada a cada um.

Pop açucarado e...bom.


Cameo Lover - Kimbra

segunda-feira, abril 16, 2012

Uma visão interessante sobre as cidades


Lu Xinjian é um artista chinês que pinta cidades a partir dos seus mapas. São curiosos os decalques obtidos. Fiquei fã. Na fotografia está a cidade de Nova Iorque.

Um gato com personalidade

Estes católicos são loucos... no mínimo.


Sinceramente não compreendo os católicos.

Espelho Meu, espelho meu. Há alguém mais gira do que eu?









O filme resume-se em poucas palavras. Um guarda roupa estupendo. Aborrecido. Sem argumento. personagens planas. Final esquisito sem nada a ver com o resto. Para crianças.

10/20

sábado, abril 14, 2012

sexta-feira, abril 13, 2012

PIXEL 2012

O Blog Good Friends Are Hard to Find promove a segunda edição do PIXEL dedicada ao tema «Aquele abraço». São pequenas histórias LGBT com cerca de 250 palavras. Está aberto a todos os que queiram participar até 30 de Abril. Eu já queria ter participado na primeira edição, mas não tive tempo. Agora consegui com o texto que deixo em baixo. Quem sabe ainda tenho tempo para submeter outro.

Foi há 20h. Apareceu de surpresa à porta do meu trabalho. Ficou parado a olhar para mim com aquele sorriso pateta que lhe chega às orelhas, como se tivesse tido um ataque de paralisia facial enquanto se ria. Perguntou-me «somos melhores amigos não somos»? «Os melhores» respondi. Ele continuou. «Estou tão feliz, arrisquei como me ensinaste. Conheci uma pessoa. Aliás venho agora de casa dele. Não conseguimos deixar de estar juntos. É maravilhoso». Eu sei que me disse que estava feliz, que era maravilhoso, que somos melhores amigos, mas… “de casa dele”, teria ouvido bem? «Ele?» perguntei com ar jocoso para não ficar mal. «Sim, é um “ele”. Mas, sempre me disseste que não importa quem amamos, desde que seja puro e honesto». Gelei. Perdi o sorriso. «É uma brincadeira?» perguntei. Ele gaguejou «não… é a sério… não compreendo». Perdi a calma «Não compreendes?! Que parte é que não compreendes? A de que és um depravado ou a de que és um porco? Tu estás a dizer-me que és um maricas de merda e esperas que fique calmo?». Assumiu um ar confuso e culpado que ainda me enfureceu mais «nunca pensei… eu… pai, por favor…». Estendeu os braços para me abraçar. «Queres abraçar-me? Despedaças os sonhos que tenho para ti, estilhaças a nossa confiança e queres um abraço? És um traidor, metes-me nojo!» Fui-me embora e deixei-o com aquele abraço por entregar. O coma pode ser irreversível disseram-me. Se calhar o acidente foi por minha culpa, porque lhe menti a ele e a mim. Não tenho nojo dele, amo-o desesperadamente e ele é o meu melhor amigo. Quero tanto aquele abraço que deixei por entregar…

Pertenças

O beijo é património do afecto. Somente.

Dia Internacional do Beijo


Toca a exercer o beijo. Bons beijos a todos.



Maria Gadú com cheirinho a Portugal...



A Valsa - Maria Gadú ft. Marco Rodrigues

à procura

E a encontrar pedaços que não serão difíceis de colar. Isso deixa-me feliz.

quinta-feira, abril 12, 2012

Crédito mal parado (literalmente)

O tempo corre em patins

De segunda a sexta os dias passam a correr. É bom ir de fim-de-semana em fim-de-semana num instante. Acontece porém que toda esta rapidez também se aplica aos anos. E se hoje temos 25 quando voltamos a reparar temos 38. O tempo é o recurso mais precioso que há.

Coisas de casal...

Viva a boémia!!


Bohemian Like you - Dandy Warhols

quarta-feira, abril 11, 2012

Amigos no FB

O número dos meus "amigos" do FB começou a baixar. Fiquei  feliz. E vão 5. 

Cantores subvalorizados #1


Why does the wind blow? - Tracey Thorn

Abril...

É um mês que para mim tem o seu quê de esquisito. Nunca soube muito bem o que pensar deste mês em que é Primavera, Verão e Inverno ao mesmo tempo. Depois entra Maio e faço anos. Claro que eu tinha de acusar o toque depois desta esquizofrenia toda.

terça-feira, abril 10, 2012

Bonito.

Homossexuais contestatários - Opiniao - Sol

Homossexuais contestatários - Opiniao - Sol

Não sei quem é este José António Saraiva, mas acho que até prefiro nem saber. Será que ele percebe que a natureza do seu texto nega a própria linha de argumentação? Mais um artigo para juntar aos que estão na prateleira dos disparates.

Palavras

Há tantas palavras disponíveis e tão poucas a uso. Dizem por aí que as emoções são o gatilho das palavras. Poderá isto querer dizer que anda por aí um défice de emoção?

segunda-feira, abril 09, 2012

Também já fui apanhado pela canção do momento...



Somebody that I used to know - Gotye ft. Kimbra

A intenção

Os gestos e as ações são informadas por uma intenção. É preciso ler essa intenção e lê-la na sua língua original, ou seja, a compreensão do outro. O que ele compreende e o que ele encerra é o que temos de compreender.

Angelina Jolie... e o que realmente importa.

Angelina Jolie realizou um filme. Ela é Angelina Jolie a "estrela  mundial", metade do casal mais mediático e bonito do mundo. Mas antes disso é a Angelina Jolie "civil", uma mulher que antes da aquisição do referido estatuto já realizava trabalho benemérito e humanitário e que assim que teve bastante dinheiro começou a financiar projectos de educação e apoio alimentar.

Angelina Jolie, civil, realizou um filme sobre o atentado à dignidade humana que foi a guerra na Bósnia, facto sobre o qual o mundo colocou uma ligadura colorida como que a dizer que está tudo bem, mas por baixo a carne continua em ferida, em especial a das mulheres que serviram como escravas sexuais aos soldados sérvios e a das famílias que viveram a tortura e o extermínio dos seus entes queridos.

Angelina Jolie, estrela mundial, devia ter nome suficiente para suscitar a curiosidade sobre o seu filme e colocar na agenda a regeneração de um país que não se está a fazer e continuação do segregacionismo étnico.

Os média em geral estão interessados na possibilidade de Angelina Jolie ser anorética, na possibilidade de adotar mais um filho, do seu casamento estar em risco, de ter colocado enchimento nos lábios, de deixar que a sua filha mais velha possa vir a ser lésbica e toda uma miríade de coisas que não interessam a ninguém... bom, antes fosse. Interessa às dezenas de milhares de pessoas que compram essas notícias. E essas pessoas não se interessam muito pela Bósnia, nem por direitos humanos.

Os críticos, criticaram. E voltaram a criticar. Grande parte das críticas sobre a pessoa e não sobre o filme. Talvez se ela fosse uma mulher feia, casada com um homem feio, o filme até andasse por todos os festivais de cinema independente a receber louvores. Também os críticos, as pessoas segregam. As pessoas bonitas que fazem filmes comerciais não podem fazer filmes inteligentes e/ou humanitários.

Fico a pensar que se não se consegue olhar para a Angelina Jolie sem segregar a "estrela" da "civil" e sem sobrevalorizar a o sistema sobre a pessoa. Talvez não consigamos nunca resolver o segregacionismo onde ele existir.

Lego

Ego.

Carteira nova

Comprei uma carteira nova que é cor de baba de camelo ou caramelo, a questão é que quando olho para ela não consigo deixar de pensar que é cor de diarreia. Deve ser por isso que achei que ninguém teria uma com esta cor.

Fim de semana no Algarve

Passa-se super bem e acaba-se com um escaldão na cabeça.

quinta-feira, abril 05, 2012

O primeiro a piscar os olhos perde...

You don't understand me.



You don't understand me - Roxette

Cordão umbilical cortado

Cortaram-me o cordão umbilical. Esse dia chega sempre. No caso significa, partir e esquecer. Talvez até um acto de liberdade simbólica e psicológica.

Viver sem dinheiro - Mark Boyle explica como.


Mark Boyle desistiu de usar dinheiro há 6 anos. Numa entrevista ao jornal Guardian, explica como vive uma vida suficiente e sustentável. Toda a notícia aqui.

Fuck the police (literalmente...)

Pessoas e cereais

Shuffling

Baralha e volta a dar.

HUrt mE...



Hurt Me - The Jezabels

quarta-feira, abril 04, 2012

Sabedoria de esquimó

Há que ter calma. Os esquimós não comem as baleias inteiras, partem-nas em bocadinhos.

Concurso de contos

E por falar da escrita que se nos agarra aos dedos vou mandar um conto para o concurso de contos da FNAC. Por sorte tenho um conto de 11 páginas em word. Eles pedem 10 a 15. Tenho de agradecer à Ju que me falou da cena. Os Internautas são quem vota nos que consideram melhores. Se eu consegisse chegar aos 10 finais (quero lá saber de ganhar) já ficava com uma reacção tipo Chihuahua feliz.

terça-feira, abril 03, 2012

I just wanna feel...



Feel - Robbie Williams

Um destes dias...

Volto a escrever poesia. Na 5a feira estive quase quase e depois deixei ir. Quem sabe a escrita não se ma agarra aos dedos de novo.

Happinesssss...

Sentir o cheiro da relva... nããããão!!!

Cheguei ao Cais do Sodré e a caminho do trabalho encontrei um jardim. Estava o homem da câmara a cortar a relva. Havia aquele maravilhoso cheiro de erva e terra molhada no ar. Quando comecei a esboçar um sorriso em função da satisfação do momento. Passa a p*** de uma fumadora, a cheirar mal como o caraças e a deitar-me fumo para cima. Estragou-me o quadro e se tivesse um balde de água tinha-lho atirado para cima. Tenho uma raiva de estimação por fumadores que não sabem que o ar livre é também respirado por pessoas que até nem fumam e que não têm de levar com fumo em cima.

segunda-feira, abril 02, 2012

A tia J.

A tia J. era muito pequenina, mas diz-se que era a mais bonita das irmãs. Se a beleza não a deixava ficar mal, não foi por isso que ficou conhecida. Não obstante, quando não havia dinheiro para comer em casa era dessa formosura que se fazia valer. Ia à padaria e dizia ao padeiro que lhe mostraria as pernas se lhe desse pão para levar para casa. Hoje em dia mostrar os joelhos não é grande coisa, mas nos anos 30 era um caso sério de ousadia. Já de adolescente mostrava iniciativa e foram a sua determinação e coragem que se tornaram o seu cartão e visita. Chegou à vida adulta e converteu-se numa operária, como as restantes irmãs. A ditadura não lhe agradava e como era espevitada juntou-se ao partido comunista em nome da liberdade. Foi também em nome da liberdade de direitos que foi presa uma ou outra vez, quando se atirava à porrada aos PIDE que estavam a maltratar mulheres na rua. Levava uns sopapos e era libertada. Tomou parte de greves, fingiu que era líder sindical para desviar a atenção daquela que efectivamente era o cérebro por trás da luta operária na fábrica onde trabalhava.

Foi presa mais uma vez para cobrir uma greve. Teve sorte, o Inspector tinha perdido nessa semana uma filha da idade dela, também com um ar espevitado. Teve pena dela, disse-lhe que arranjasse a vida e se deixasse de comunismos. Ela veio para a rua sem os sopapos do costume. Os comunistas não lhe perdoaram, parece que quem vinha para a rua sem levar sopapos eram os bufos. Ela tornou-se uma espécie de lepra para os antigos colegas de luta. Afinal, não levar porrada tinha sido um azar.  Ganhou-lhes raiva. Depois de todas as pauladas e sacrifícios metiam-lhe fama de delatora. Foi a última vez que quis saber de política e de comunistas. Atazanava muitas vezes o meu avô, que nunca deixou de ser comunista, dizendo que ele fazia parte de um grupo hipócrita que não defendia os seus. Quando o meu avô morreu quis a bandeira do partido sobre o caixão e ela pegou-se com a minha avó porque não queria que a bandeira da porra desse partido fosse no caixão do irmão. A minha avó ganhou.

Apaixonou-se ainda muito jovem por pedaço de homem. Já de casamento marcado, aparece uma outra mulher com um puto nos braços, que era a cara chapada do noivo. Desmarcou, disse-lhe que ele tinha um filho para criar e que era com eles que devia ficar. Sofreu muito, mas na sua ideia uma criança precisava mais de um pai do que ela de um marido. Mais tarde conheceu um senhor, um verdadeiro senhor com fortuna com quem iniciou uma relação. Nâo quis casar. Não era apaixonada por ele. A família ficou em polvorosa. Ela seria oficialmente uma perdida. Estes ânimos acalmaram quando ele a colocou a viver na Av. da Liberdade numa casa de luxo com criadagem e motorista. Viajou, conheceu embaixadores, políticos e manteve a sua reputação de rebelde. Sempre dizendo o que lhe vinha à boca. O seu maior orgulho era o facto de nunca ter dito uma mentira, mesmo que a resposta fosse contra si. Eu testei-a várias vezes. Ela não se importava. Acho que até gostava do choque que provocava quando respondia ao que lhe perguntavam directa e sem o menor pudor. Era uma provocadora, diz a minha mãe, com tudo o que de bom e de mau está associado.

A sua fortuna continuou a crescer, dona de uma casa de espetáculo e de um restaurante conhece o amor da sua vida, um jogador de póquer. Um apostador inveterado, mas o amor é o amor. E ela era daquelas que dava o que tinha. O amor, o dinheiro,  a casa. Ficou com muito pouco. Manteve a casa e uma pequena renda. O resto foi embora. Um dia viu-se uma mulher madura e sozinha. Casou com o seu segundo marido, o seu melhor amigo. Era isso que queria, um amigo e alguém que lhe aturasse a boca sem filtro.

Os anos passaram e a tolerância à sua rebeldia e provocação decresceram com a sua conta bancária. A família passou a apelidá-la de inconveniente, ainda mais quando em alguma festa bebia um copo a mais e começava a destilar todo o dinheiro que tinha dado a toda a gente que agora não tinha paciência. Mas ainda havia alguma paciência. Na sua casa, agora antiga e velha, continuava a haver peças de mobília originais de valor extraordinário e as pessoas da família tinham as peças prometidas e alguma paciência ainda teria de existir.

Eu habituei-me a gostar dela. De ser destemida e de provocar os nervos a toda a gente com perguntas que as pessoas politicamente correctas não fazem. Tive pena de morarmos longe e de não fazer parte daquela família que estava sempre perto. Mas a minha mãe nunca quis peças de mobília originais de extraordinário valor. E nunca teve feitio para se colocar em bicos de pés. Gostava muito quando a tia telefonava para dizer que vinha passar o fim de semana. Eu já sabia que isso significava que iria haver pombo guisado com ervilhas para o almoço de domingo e a tia ia comer apenas as asas dos pombos com o meu pai a queixar-se de que ela era um pisco a comer e que assim passava fome. Ela apenas respondia que só fazia o que lhe dava prazer e era as asas que gostava de comer, duas ou três.

A tia J. tinha um espírito feito de betão. Lembro-me quando nos anos 90, já com setenta e picos anos, desatou a discutir com uns polícias que foram visitar o seu prédio armados. Nunca deixou de ter um certo desprezo pela autoridade e por aqueles que supostamente deviam defender-nos e nada fazem. As ruas estavam inseguras com imensos assaltos e eles eram uns cobardes disse-lhes. Ameaçaram-na de que não se calasse a levavam presa. Ela respondeu que só lhe mostravam o cobarde que eram e que não seria a primeira vez.

Um dia recebemos a notícia de que a tia J. tinha morrido. Eu não estava em Lisboa e tive muita pena de não poder ir ao funeral. Tenho uma fotografia da tia J. em casa. Fui eu que a tirei quando tinha talvez uns 19 anos. Ela está sentada no sofá da nossa sala de estar e tem aquele olhar imponente, quase de imperatriz, a desafiar-nos. Quase nem se nota que só tem metro e meio. Sente-se o fogo que ardia dentro dela, o ardor provocatório às convenções e às regras sociais que não servem a ninguém.

Quando eu era adolescente o meu pai dizia «tenho muito medo pelo futuro deste miúdo porque ele não se cala a ninguém, tal e qual a tia J. Um dia ainda se sai mal.». Infelizmente sou uma pálida sombra da tia J., calo-me muito. Há dias em que, como hoje, sinto o meu espírito quebrado. Não sei se ela alguma vez esteve, mesmo que por momentos,  sem esperança. Gostava de lhe perguntar. Como sempre tenho a certeza de que não mentiria. Hoje não consigo pensar em outra coisa senão na tia J., no seu olhar ardente e nos seus punhos sempre prontos a erguerem-se para defender aquilo em que acreditava.

Piada Seca XXV

O que é um traço cor-de-rosa no céu?
Uma gayvota.

domingo, abril 01, 2012

Este país não é para gente sem dinheiro...

Os irmãos Cohen podiam vir cá e fazer a adaptação do «Este país não é para velhos»... seria um êxito.