quarta-feira, abril 24, 2024

Dilema

Quando alguém tóxico está presente na nossa vida por estar ligado a alguém realmente central, o que fazer? É que eu elimino tudo o que é tóxico da minha vida. 

Maioridade



Used to be Young - Miley Cyrus

Esta canção tem crescido em mim. Acho que é uma letra com a qual todos nós (de uma forma ou de outra) nos podemos identificar. Eu fui jovem muito tarde, porque sempre fui uma criança e um adolescente "velho". Foi na segunda metade dos 40s que me despedi da vida mais adolescente - não foi assim há tanto tempo. 


Left my living fast somewhere in the past
And took another road.
Turns out crowded rooms empty out as soon
There's somewhere else to go, oh.

You tell me time has done changed me
That's fine, I've had a good run.
I know I used to be crazy
That's 'cause I used to be young.

I know I used to be crazy
Messed up, but, God, was it fun
I know I used to be wild
That's 'cause I used to be young.

Those wasted nights are not wasted
I remember every one
I know I used to be crazy
That's 'cause I used to be young.

terça-feira, abril 23, 2024

Um sério perigo na Madeira

Já é a segunda bebedeira de poncha que eu apanho. Definitivamente não posso beber mais de 3 (e mesmo assim passada uma meia hora só estou demasiado alegre). A poncha à pescador é um perigo sem dúvida nenhuma. 

sexta-feira, abril 19, 2024

Madeira

Mais uma temporada aqui na ilha do Beto.  Desta vez mais pequena, mas vai ser bom na mesma. Não obstante o ideal (porque não posso abandonar Lisboa) era ele vir rapidamente para o continente, mas ele recusa-se a ser apoiado financeiramente por mim enquanto não tiver um contrato de trabalho equivalente ao que tem agora. Vamos ver como corre, tem os seus princípios e eu respeito. Desde o início, sempre estivemos conscientes que existiam duas questões poderiam inviabilizar a nossa relação, o não viver na mesma casa é uma delas. Não aguento relações à distância, aviões e aeroportos. É a minha terceira relação nestas condições. Mas tudo isto é futurologia. 

Agora mesmo o que interessa  realmente são estes 6 dias na Madeira. Desfrutar e ser feliz por cá. Estou no aqui e agora.

quarta-feira, abril 17, 2024

Pessimismo

Fui acometido de algum pessimismo, relativamente à questão Z. O meu mantra de vida continua igual, apenas coisas que contribuam para o meu bem-estar físico, bem-estar psíquico e vibração positiva devem continuar na minha vida. Tudo o resto é dispensável. Aprendi há cerca de ano e meio que nem tudo o que queremos ou gostamos é bom para nós. Agora o que quero e gosto é a manutenção ou elevação do meu equilíbrio e vibração.  

terça-feira, abril 16, 2024

II most wanted



II most wanted - Beyoncé & Miley Cyrus

Gosto mesmo muito desta canção, acho que é uma belíssima ode à amizade. Podia ser um tema do filme Thelma e Louise e acho que a vou adotar como banda sonora da minha vida, há amigos que me passam no pensamento quando oiço:

I'll be your shotgun rider 'til the day I die
Smoke out the window flyin' down the 405
I'll be your backseat baby, drivin' you crazy
Anytime you like
Woah, I'll be your shotgun rider 'til the day I
'Til the day I die...

Coisas que não imaginamos que se possam passar connosco

Este fim de semana, aproveitando que o Beto não vinha, fui ao Porto para estar com amigos que não via há bastante tempo. Um dos meus amigos que está a passar por uma ressaca de uma relação que não acabou bem, depois de beber um bocado, começou a descompensar. Ora chorava, ora tentava telefonar ao ex, ora andava a beijar (ou ser beijado) por uma quantidade de rapazes. Quando saímos da primeira disco, ainda quis ir a outra que fechava pelas 6h. Toda a gente a dizer que ia para casa e claro eu quis ir com ele. 

Quando chegamos a essa discoteca, repetiu-se o mesmo. Eu ficava a uma pequena distância dele, porque ele encontrava pessoas que conhecia e depois era o mesmo, coisas demasiado indiscretas para o meu gosto, mas ia controlando e apoiando o possível. 

A dada altura ele disse  que queria ir embora, mas que eu podia ir para casa que ele ia com um dos indivíduos com quem ele se envolveu, o problema foi quando eu percebi que esse indivíduo na realidade estava num grupo de quatro que tipo matilha esperava lá fora. Aí, meti-me ao meio fui ter com o indivíduo e disse-lhe que acabava ali a cena dele, que o meu amigo veio comigo e ia comigo para casa. Ele ainda tentou agarrar no braço dele a dizer-lhe para ir e eu meti-me mesmo entre os dois, a dizer que o meu amigo estava todo fodido da cabeça e que por isso mesmo não ia a lado nenhum. Se se encontrassem noutro dia, em que eu não estivesse por perto não queria saber mas esta noite que se fosse embora, porque eu não saia dali sem o meu amigo, e que ele não pensasse que o contrário ia acontecer.

Entretanto eles lá foram embora e o meu amigo chateado comigo, que eu não tenho o direito de decidir por ele, que sou um castrador como a família, e ele só queria ir com o rapaz, etc. Lá o levei a pé para a casa, onde eu também estava, para ele levar vento na cara e ver se a racionalidade voltava no caminho. Não voltou; foi durante o caminho a chorar,  a falar do ex, depois a dizer que ia ter com o outro, depois a chorar outra vez. Enfim, cheguei a casa e meti-o na cama.

Não sou um púdico. Apesar de não querer participar nesse tipo de coisas, não tenho nada contra sexo em grupo e orgias. Cada um faz o que quer, mas acho que as pessoas têm de entrar numa coisa dessas sóbrias, a saber o que estão a fazer e não num momento de loucura e cegueira da bebedeira. Aquilo que testemunhei foi claramente um comportamento predador e isso deixou-me o sangue a ferver. Era nítido que ele não estava bem, e fui tentando respeitar a individualidade dele até não ter conseguido mais. Sei lá o que é que poderia ter saído dali. 

Podia ter-me saído mal, porque eles eram uns quantos e eu ainda tinha de acartar com um bêbado? É possível. Mas se não fizermos nada perante este tipo de situações que raio de pessoas somos nós. Fazia isto por um estranho, quanto mais alguém por quem tenho afeto. 

Depois de o meter na cama fui para a cama e acabei essa noite com as lágrimas a correrem-me pela cara abaixo, por ele e pelas pessoas que têm a cabeça feita em trampa por tudo o que já lhes aconteceu. Este fim de semana eu estive ali, em outro já não vou estar. Tenho mesmo muita pena de pessoas que estão meio destruídas emocionalmente e muita raiva de pessoas que se aproveitam de pessoas nestas condições. Foi isso, chorei de pena e de raiva. 

quarta-feira, abril 10, 2024

Dissociação

Ando completamente aéreo. Mas por volta das 18h, depois de sair do trabalho, fico mais focado.

segunda-feira, abril 08, 2024

Passos Coelho e o seu novo livro

É simplesmente assustador "Identidade e Família" é um manifesto que assim muito rapidamente promove o ataque ao direito ao aborto, o ataque ao direito à eutanásia, a legitimação da família tradicional como o único modelo de família válido, o ataque à ideologia de género, etc.

Tem a bênção da igreja e tem um artigo do João César das Neves (aquele senhor que diz que a mulher é feliz como doméstica a fazer a comida para a família e estas novas ideologias querem-lhe roubar isso). Quando pensamos que o Chega com 50 deputados é mau, mais uma coisita.

Tenho acompanhado o Big Brother (shame on me)

A Jacques saiu. Não sei se foi feita uma boa apresentação/explicação do que é ser não-binário, mas o nível de cultura e curiosidade da população em geral é tão baixo, que é até estranho que alguém como um apresentador de televisão não se vá informar corretamente sobre o que é, assim que sabe que tem uma concorrente que é. E que mesmo depois da saída da concorrente ainda faça perguntas muito cretinas. Não obstante, a própria interessada não defendeu bem a sua causa e o seu ponto de vista, diria eu. 

A Jacques não defendeu o seu ponto de vista, porque falou de um lugar de privilégio e de solipsismo. Não é somente um problema da Jacques contudo, é um problema social do presente Zeitgeist e, mais concretamente, apanágio das pessoas que nasceram desde segunda metade dos anos 90. É uma coisa muito millennial - todos nós temos direito à nossa individualidade e a fazer apenas o que nos faz felizes e confortáveis. E toda a gente acha que pode fazer tudo e a realidade é que não. 

Todos nós temos direitos. Eu também concordo que todos nós temos direitos. Mas ainda penso que os nossos direitos esbarram nos direitos alheios quando não coincidem com os nossos. Também sou o género de pessoa que continuo a fazer o que acho correto, sem me importar com o que pensam de mim (seja a trautear canções ou dar um passinho de dança em espaços públicos como um supermercado, seja a ir à casa de banho das senhoras se a dos homens está ocupada e eu preciso de ir. 

Percebo contudo que pode ser disruptivo e percebo que tenho de explicar coisas e conceitos sem tentar mostrar às outras pessoas que são burras. No caso da Jacques, em comparação, eu também sei o que são os sofistas, e ainda sei o que são os cínicos, os epicuristas, os estoicos, etc. E continuo a achar que o comportamento dela estava errado. Apesar de ser conhecido por dobrar regras, tenho o senso comum de perceber onde elas são estruturais (como uma parede-mestra) e não podem ser mudadas. Pode sim construir-se uma nova casa com sem paredes-mestras, flexível, mas é uma nova casa. É propormos a mudança de uma casa para a outra. Querer mudar à força a estrutura basilar de algo que não nos diz respeito apenas a nós (como a roupa que vestimos) é ou pueril ou petulante ou uma mistura dos dois.  

Também se muda por revolução, claro. Mas há lugares e lugares. Quando estamos normalmente inserido em meios que nos são favoráveis e em que toda a gente concorda connosco e nos diz que somos o máximo, acabamos por acreditar que temos uma missão quase messiânica de induzir a mudança ara aquilo que consideramos correto. 

Se tudo fosse tão simples, o mundo não era o lugar que é. Não são as Jacques da vida que o vão mudar, mas sim pessoas pessoas em tudo iguais à Jacques que até se vestem da mesma maneira que até defendem as mesmas ideias, mas têm uma visão de chapéu, uma cultura e/ou noção sociológica e antropológica amplas. Pessoas que estão fechadas no "eu", nas "pessoas que conheço", nos "amigos" não vão mudar nada mais que o seu próprio quintal. 

Acredito na mudança. E são pessoas como a mulher que aparece no minuto 5.35 do vídeo abaixo que mudam o mundo. O resto é um "espetáculo do La Féria".


Poesias

Li um post que falava de que quando amamos até somos capazes de escrever poesia. Isso fez-me lembrar de quando me apaixonei tão perdidamente por alguém que até lhe escrevi poemas - três poemas. A minha maior paixão e a minha maior desilusão. Há uma música da Garota Não cuja (parte da) letra me leva sempre para esse acontecimento:

Antes fosse mais calada menos louca e perturbada
Antes não mostrasse tanto, mas dormia o meu santo
E eu sem ter proteção nem medi o coração
Dei-o todo logo ali e ao dar tudo só perdi

Mas como o planeta Terra que enfrentou, pelo menos, 5 grandes extinções em massa, não fiquei estéril; fui "povoado" por outra forma de sentimento, com outras regras e com outra razão. Nunca mais houve poesia, mas há paz, cuidado, alegria e respeito. 

quinta-feira, abril 04, 2024

What What?

Estou com uma soneira brutal. E "clueless".

terça-feira, abril 02, 2024

Não somos santos

O nosso lado justiceiro clama sempre por justiça, seja ela poética ou não, sobre questões pessoais ou sobre questões que se passam no mundo. Quando não consigo fugir às notícias sobre Gaza (como foi o caso de hoje), só me ocorre um pensamento: gostava que o Netanyahu e todas as pessoas que apoiam a sua política sionista (israelitas ou estrangeiros) tivessem uma morte tão lenta e dolorosa, como o sofrimento injusto e gratuito que causam. A Bíblia diz que quem com um ferro fere, com um ferro será ferido, era fixe que existisse uma lei do retorno. Claro que sei que nada vai acontecer e estes agressores continuarão impunes, como o Putin, ou como os militares Birmaneses, ou como os governos ditatoriais Africanos, o Governo sírio, etc. Mas lá que gostava que estava gente fosse banida da face da terra gostava, e que no momento da sua morte percebessem que estavam a ter esse sofrimento por todo o mal que causaram. 

Dia D - Parte 2

A mãe tem uma nova cirurgia marcada. O prognóstico é bom para salvar a visão do olho esquerdo. O olho direito ficou com a visão comprometida para sempre, é sensível a luz e sombra mas sem ver. Interessa que os 9% de visão do olho esquerdo podem ir para valores perto de 80% se tudo correr bem. A esperança é a última a morrer dizem. Gostei muito do médico, deu-me confiança. 

Vidas Passadas

Fui ver este filme coreano um pouco por acaso (aqueles que começam à hora que a gente precisa). Gostei bastante. É um filme lento e filosófico sobre as noções de amor e de destino. Há um conceito coreano que diz que os casais ficam juntos quando há 8000 camadas de encarnações que os levam  aficar juntos para sempre. Nesta vida Nora e Hae Sung, são ideais um para o outro, mas parece que não é ainda o momento. Os dois caminha paralelamente, por vezes reentrando na vida de cada um. Na saída definitiva eles percebem que não é desta vida a sua vida em conjunto e "lamentam" a vida que poderiam ter tido, que em algum momento será a vida que hão-de ter. Serão eles mas não serão eles. Há uma melancolia velada que apenas no final rebenta numa torrente de emoção. O destino quase aconteceu aqui, mas não. 

16/20

quarta-feira, março 27, 2024

Dia D

Há ano e meio a enfrentar uma quase cegueira por motivo de uma operação mal sucedida, amanhã poderá ser o "Dia D" para a minha mãe. Vamos falar com um novo especialista. Pode ser que as coisas tenham solução desta vez. Venha a terceira operação e, se tiver de ser para ficar bem, que venha a quarta e a quinta e a sexta, etc.

Chateia-me mesmo que uma pessoa com 81 anos esteja a passar por isto, quando deveria estar a disfrutar pacificamente e com qualidade do tempo que lhe resta - alguém que não toma um comprimido para nada por ter uma saúde de ferro. Percebi bem a dor da minha mãe quando não conseguiu ver a comida no prato e teve de ser o meu irmão a dar-lhe à boca.

Mas cá estamos para ela porque esta mãe foi daquelas que nos protegeu e que lutou por nós, então vou lutar com ela e por ela. Até à lavagem dos cestos ainda é vindima, por isso nada de desistir. Que amanhã se abram novas perspetivas. 

Que grande molha

Nem com o impermeável me safei. Parecia o dilúvio universal.

Pobres Criaturas

Um filme fascinante. Os filmes de Yorgos Lanthimos são tudo menos convencionais e eu acho que tem faltado este sentido de aventura ao cinema - de um modo geral. Antes de mais, percebo o porquê do Óscar de melhor atriz principle para Emma Stone. A premissa de desempenhar um recém nascido no corpo de uma mulher adulta sendo na realidade mãe e filha e nenhuma das duas é impressionante. E ela conseguiu quase na perfeição oferecer um retrato credível. Voyeurístico e empirista o argumento expõe a natureza humana e o conhecimento do mundo a partir da criação de uma Eva (que se inspira - quem sabe - no Frankenstein de Mary Shelley) verdadeiramente recém-nascida, mas mulher adulta ao mesmo tempo.  As opções estilísticas entre o romantismo, surrealismo e diria até um certo steam punk, complementam na perfeição o ponto de vista filosófico do filme. Gostei muito. 

18/20

terça-feira, março 26, 2024

Chamava-se Pedro

O Pedro era um homem do meu ginásio. Era uma pessoa que falava a toda a gente "Boa tarde, como está?". Foi isso que colocou o Pedro "no mapa" para mim, a simpatia e a educação. Nunca troquei nada mais que cumprimentos com ele. Teria 1.90m ou pouco mais, uns 58 anos e bom aspeto. No final do treino comia uma banana. Soube agora que era arquiteto e uma pessoa de bastante sucesso. Tinha um sorriso amável e uma voz calma. O meu PT perguntou-me se eu sabia que o Pedro se tinha suicidado, ao atirar-se da varanda da sua casa (um 7º andar). Eu nem sabia que aquela pessoa com quem eu trocava 'bom dia', 'boa tarde' e 'tudo bem' se chamava Pedro. Sabia quem era, mas não sabia nada dele, nem o nome. É assim a vida, muitas vezes não fazemos a menor ideia sobre quem está no nosso raio de convivência e se estão bem ou mal emocionalmente, mesmo as pessoas mais próximas. Deu-me um sensação de tristeza, pensar no que iria no coração do Pedro, uma vez que na cara nunca ia outra coisa que não o sorriso afável. Que pena. 

segunda-feira, março 25, 2024

Aquaman e o Reino Perdido

 

Tenho apenas uma coisa a dizer deste filme...Blhac! Não gostei mesmo nada. O primeiro tinha sido giro.

7/10

A grande ilusão

Gostei bastante desta série de origem inglesa em streaming na Netflix. Não tive simpatia por todos os personagens, mas à medida que a trama se foi desenrolando, digamos que nem tudo era o que se pensava. Apesar de ter sido um crescendo, eu dira que o final foi um bocadinho um anticlimax. Acho que esperava mais. Não sei se no livro, a ação se passa da mesma forma que na série, uma vez que o argumento é a adaptação de um romance de 2016. Mesmo assim, eu aconselho, a narrativa não é americanizada o que é sempre refrescante nos dias que correm. Deu-me prazer ver. 

Diferença de capitais

Ao haver 18 anos de diferença entre os membros de um casal, é muito provável que os capitais de cada um sejam diferentes (cultura, finanças, etc.). O meu caso não foge à regra, e ambos estávamos muito conscientes disso quando demos o passo de avançar. Mas ao contrário do que me aconteceu em relações passadas, o Beto disse-me que não queria que eu lhe pagasse nada ou mudasse o meu estilo de vida, o que tinha de acontecer era ele trabalhar mais para fazer um vencimento mais parecido com o meu. O resultado é que ele trabalha que se "desunha", para fazer o tal dinheiro extra (após o horário de trabalho normal) e não poupa nada, ao contrário do que costumava acontecer. 

Como em tudo até hoje, ele cumpre sempre aquilo que diz, por isso uma mão tem mesmo de lavar a outra, ou seja, sou mesmo muito consciente de que ele merece ser compensado de todas as formas possíveis por tudo o que investe nesta relação. E o facto de (com ele) ser sempre tudo transparente, torna muito fácil a retribuição. 

Acabamos por viver muito bem com as diferenças nos capitais, nos gostos e nos consumos materiais e culturais, porque nos valores não há diferenças, mas sim comunhão. A vida ensinou-me que é um processo evolutivo e que nada obrigatoriamente permanece igual, por o isso o de hoje pode não ser o de amanhã. Agora mesmo, respeito, empatia e lealdade são valores comuns e facilitam tudo.

Santo da Serra

Este fim de semana tive a experiência madeirense de ir passar "fora lá dentro". O Beto reservou um hotel para passarmos o fim de semana no Santo da Serra, a passear, a fazer piscina, sauna, etc. Não foi uma celebração, ele simplesmente quis dar-me um mimo de surpresa, mas acabou por coincidir com os seis meses de relação e, portanto, é um fim de semana que quero lembrar pelo facto de ser um dois em um. 

Agora quando ele menos esperar trato eu de lhe dar um mimo aqui no continente. Até já tenho uma ideia de onde vai ser. Espero mesmo que ele goste.

sexta-feira, março 22, 2024

35 anos de Like a Prayer

Lembro-me, como se fosse hoje, do momento em que comprei o vinil numa discoteca de Corroios e corri para casa para o colocar a tocar. Tinha adorado o ritmo festivo do anterior álbum 'True Blue' daí que a primeira audição do álbum Like a Prayer tenha sido uma lástima. Detestei aqueles sons mais rock e gospel e não consegui fazer sentido das letras. Aos 14 anos (quase 15) a única canção que fez sentido foi a faixa Express Yourself. 

Não obstante, este viria a tornar-se o meu segundo album favorito de Madonna (perdendo apenas para o Ray of Light). O que não apreendi logo em miúdo foi o que me cativou (não muitos) anos depois, o estilo confessional das letras, a estrutura menos óbvia das progressões de cordas e uma música levemente mais sombria, por vezes, e com maior profundidade mesmo nos temas dançantes.

Os críticos, por oposição ao que se passou com os trabalhos anteriores da cantora,  tiveram por este álbum uma aceitação extraordinária, prevendo que se tornaria um clássico. E sim, dele saíram dois dos maiores clássicos dos anos 80 (Like a Prayer e Express Yourself) e algumas canções que nunca viram "a luz do dia" como singles, mas que são extraordinárias: a estranhíssima Til Death Do Us Part, a introspetiva Promise to Try, a tantalizante Love Song.   

Madonna convertia-se numa artista respeitada a 31 de março de 1989. 


terça-feira, março 19, 2024

Dia do Pai

Que sorte tive em ter tido o meu pai. Que sorte tive em ter tido a capacidade de compreender os anos em que as coisas foram complicadas, porque ele queria que eu fosse forte e não o miúdo sensível e medroso. Que sorte ter tido o exemplo dele como pessoa, continuar a tê-lo como inspiração. 

Os pais não se escolhem, mas obrigado a quem me fez cair na casa onde nasci. Eu acredito que as coisas não são por acaso no caminho da nossa evolução de existência física para existência subtil. Nascer nesta casa colocou-me um passo mais próximo de tudo o que interessa. 

Há 7 anos na Tailândia

Quando estive na Tailândia, fui beber um cocktail e duas senhoras sexagenárias meteram conversa comigo e eu já não as larguei. Eram cunhadas. A mais nova era viúva do irmão da mais velha. Conversa vai, conversa vem, elas estavam a fazer uma viagem de 4 meses pela Ásia. 

A mais velha era diretora de um colégio, tinha sido jogadora de hockey e uma ativista dos direitos dos gays nos anos 70 e 80. Resolveu tirar 6 meses de sabática para a apoiar a cunhada (bancária) que tinha ficado combalida pela morte do marido. 

O que eu mais fixei da conversa foi que a mais nova encontrou o amor da sua vida aos 58 anos. Para o perder 5 anos depois vítima de um cancro. Mas segundo ela, não estava zangada, ainda se sentia triste pela saudade, mas sentia-se grata ter tido a oportunidade de passar 5 anos ao lado daquela pessoa extraordinária. E a mais velha concordou. Disse que o irmão era mesmo alguém especial e que eles tinham tido algo muito bonito os dois.

Gosto desta visão celebratória do amor. Não se lamenta o que se perdeu, celebra-se o que se viveu. A saudade é da pessoa. O amor nunca se perde. Na pior das hipóteses transforma-se. 

Uma casa e um lar

Uma casa pode ser bastante pobre, mas a realidade é que isso é pouco relevante quando as pessoas que nela habitam são solidárias e têm amor entre si. Uma casa que não é um lar é sempre fria, mesmo não deixando entrar chuva ou não deixando aparecer humidade nas paredes. 

É assim a casa da minha "sogra", um lar. Apesar de ser a sogra mais desafiante que já tive, não vou tapar o sol com a peneira, por algumas razões que já elenquei aqui (teve de ser dura para sobreviver e tratar dos filhos e não mais despiu a personagem da guerreira, querendo tudo sempre de acordo com a sua visão e liderança), a casa dela é uma casa quentinha, onde as pessoas recebem amizade e generosidade e o sentimento de que fazem parte da família. 

A família do meu pai também era gente de aldeia, rústica e bruta, mas genuína. Gente verdadeira que é aquilo que é e não finge ser outra coisa. O que é mais refrescante neste contacto com o Beto e com a mãe, é que tudo é aquilo que aparenta ser. É tudo verdadeiro. Já tive a minha cota parte de pessoas que não dizem o que realmente pensam ou sentem. Assim, mesmo tendo sido difícil adaptar-me à personalidade forte da sogra, é bom saber que estou no meio de gente boa. A casa pobre onde venho ficar quando estou na ilha, é um lar e gosto muito de lá estar. Há conforto, há calor humano.

Organização

O Beto é incrivelmente organizado. Fico admirado com a quantidade de caixas, micas, organizadores que ele mantém na perfeição. Sabe onde tem tudo. Já eu sei onde tenho tudo se mandar as coisas que tenho sempre para a mesma gaveta, se começo a arrumar com sobriedade, perco o tino a tudo.  Pode ser que vá aprendendo com ele a organizar (entre outras coisas que me vai ensinando). 

sexta-feira, março 15, 2024

A quem é, de facto, bom.


As pessoas realmente boas nunca são condicionais ou estratégicas, não usam a "bondade" como compensação, como elemento de troca ou exercício de charme. É isto.

 

quinta-feira, março 14, 2024

Adorava

Adorava, um dia, ver o Benjamin Netanyahu a apodrecer na prisão. 

quarta-feira, março 13, 2024

Duna: Parte 2

O filme Duna de1984 tem, desde sempre, sido uma das minhas referências em ficção científica. Isso porque a densidade da narrativa era muito contrastante com outras obras do género. Muito filosófico, sem descurar alguma ação. Claro que os meios técnicos da altura não permitiram elevar os efeitos especiais ao patamar da nova versão de Denis Villeneuve.

A qualidade literária da obra original de Frank Herbert encontra na arte poética visual de Denis Villeneuve o encaixe perfeito. É curioso como ele consegue levar a profundidade filosófica ao seu limite com sugestões imagéticas ou simplesmente com luz. Não tenho dúvida de que - visualmente - o que vi foi arte. 

Precisava contudo de algo mais forte para o final, o final deste filme deixou-me um pouco aquela sensação de anticlimax por ser o compasso intermédio de uma trilogia. Normalmente nunca gosto do segundo filme das trilogias porque me deixam frustrado na espera pelo final. Tenho a certeza de que a Parte 3 vai ser extraordinária. 

16/20

Nomadland – Sobreviver na América

Logo à cabeça tenho de realçar a delicadeza com que a realizadora abordou o tema dos "nómadas" sem teto que seguem o fluxo da oferta de trabalho temporário porque estão fora do sistema.  De certa forma, este filme é um docudrama. A história de cada pessoa com quem a atriz principal se cruza (ela própria com os seus motivos e sentimentos escondidos) é uma peça de um puzzle que se vai constituindo numa imagem complexa e muito humana. É uma bonita homenagem aos precários e aos "houseless" que é diferente de " homeless". Como a personagem principal aponta, eles têm um lar não têm é uma casa. 

O filme foi-me conquistando porque tem o ritmo de um documentário narrativo. É introspetivo e lento e no início eu não estava a entrar na "vibe". É uma peça delicada mas árida, tão árida como a vida e os mecanismos de sobrevivência que retrata.

16/20
 

Perseguição Escaldante

Para quem acha graça a ver a Sofia Vergara a fazer o tipo de papel cómico que lhe deu fama na televisão, então este é o filme certo. O filme recorre a piadas muito básicas e a prestação da Reese Witherspoon é sofrível, não convencendo grande coisa. Não obstante a Sofia Vergara consegue levar o filme nos saltos altos. Para mim os momentos altos do filme são todos onde o Robert Kazinsky aparece porque o acho giro como o caraças. E é isto.

11/20

Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan

A "enésima" versão cinematográfica da obra de Alexandre Dumas chegou com o desejo de conferir um maior realismo social e de época à narrativa. Não há nada de novo relativo ao enredo, mas houve definitivamente uma aposta visual na contextualização histórica. Curiosamente o filme ganha e perde com esse cunho mais cru dos personagens. Alguma da mística heroica desaparece no seio daqueles homens crus e sujos e. por outro lado, apesar de serem menos apaixonantes há uma maior credibilidade no perfil de cada um.  É um bom esforço neste sentido. 

14/20


A noite do jogo

Quando se faz uma viagem longa de avião aproveita-se para olhar para a oferta de filmes e ver o que se puder, a verdade é que nem sempre corre da melhor maneira. Este 'A noite do Jogo' tinha tudo para ser uma comédia extraordinária se fosse realizada no "estilo Deadpool", mas não foi e embora o argumento tenha imenso potencial, cheira a comédia americana para a classe média por todos os prismas (não é um elogio).


11/20

segunda-feira, março 11, 2024

Sobre os cancelamentos que estou a ver online

Acho que não se devia ser rápido a condenar quem votou no CHEGA, porque esse grupo é muito heterogéneo: uma parte é fascista ok, mas a maior fatia são pessoas mal informadas, pessoas vítimas da sua frustração com os erros dos "partidos de sempre", pessoas com capacidade de análise limitada e pessoas que nem sequer lêem os programas dos partidos e não fazem ideia do que eles defendem e/ou do que era a vida antes de 1974. Além do mais as pessoas ouvem as palavras fascismo e democracia e nem sabem bem o que isso significa.

A raiva é uma inimiga na hora de decidir e mesmo muita gente caiu refém da sua raiva nestas eleições. O populismo é isto mesmo, líderes bem falantes e manipuladores que sabem mexer com as emoções das pessoas mais vulneráveis no momento da decisão. Em Portugal, jovens, idosos, pessoas com baixo rendimento são vítimas fáceis.  Conheço pessoas de bem que votaram CHEGA, e sinto de coração que não fazem ideia do que significaria um governo CHEGA. Eu que como homossexual seria uma das primeiras vítimas da nova ordem (e sei o que é ser estigmatizado e odiado), não vou ser igual ao ódio que o CHEGA propaga (contra etnias, contra raças, contra estrangeiros, contra gays, contra mulheres, contra quem aborta, etc). Eu não vou ser igual ao CHEGA ou ser vítima da mesma raiva ou ignorância que fez muitos milhares de portugueses votar nesse partido. Somos todos livres de agir, todos. 

Portanto uma certa compaixão e tentar compreender, sem preconceito, o porquê desse voto parece-me mais sensato. E de caminho fornecer informação pertinente. Formar em vez de julgar. Tenho a certeza absoluta (tal como aconteceu com o voto Bolsonaro) que com informação completa muita gente não voltará a votar uma segunda vez. Temos de saber separar o trigo do joio.

E um pouco de Blue Eyed Soul...


You are the best thing - Sophie Faith

Legislativas 2024

Os resultados das legislativas é um retrato muito interessante da sociedade que temos, da desinformação, da falta de capacidade crítica da população, da preguiça intelectual dos principais partidos e do analfabetismo funcional de que tão pouco se fala (caso AD/ADN é simplesmente delicioso). 

Considero que até sou um pessoa informada e, por conseguinte, acabo por pensar o mesmo do meu círculo de amigos e conhecidos. Mas escavando um bocadinho mais, percebo que vão atrás das notícias flash que aparecem nos média, que não vão aos websites dos partidos para ler os programas dos mesmos (na realidade nem sabem bem o que estes defendem). 

Quem está zangado, encontra maior facilidade em votar num CHEGA do que fazer crescer as outras opções partidárias que podem trazer uma lufada de ar fresco (o CHEGA traz apenas o que já vivemos na ditadura, nada de novo). Fiquei muito contente por ter visto o LIVRE a constituir um grupo parlamentar e por ter ajudado e tive alguma pena de não ver o PAN expandir e ver alguns partidos de direita progressista a ganharem espaço. 

Este ano vai ser muito complicado e suponho que o governo vai cair quando chegar a votação do orçamento para 2025. Ou o PSD procura um orçamento muito próximo dos valores do PS ou nada. O CHEGA não ajuda por estar confiante de que pode ser governo e tem interesse em ir para eleições de novo. Eu tenho zero interesse em eleições e por viver num regime de duodécimos. 

Mais um ano de atraso para Portugal e mais um ano de atraso na execução do PRR - algo fundamental para o país e que as pessoas nem fazem ideia do que é (mas sabem que a Cristina Ferreira dançou descalça no Dança com as Estrelas).

Falo com desapego. A fé que perdi no trabalho, também perdi no nosso povo, nas instituições. etc. Limito-me a viver a minha pequena vida e a ser observador. Faço juízos, mas mantenho-me calado e lamento apenas. Não obstante, também não perco muito tempo com isso.  Há muito pelo qual viver.

 

 

quarta-feira, março 06, 2024

Não consigo

Não consigo lidar com as notícias sobre a faixa de Gaza e sobre os atos criminosos de Israel. É tudo muito mau, muito triste, muito dececionante. Dou por mim a pensar que deveria existir justiça divina, mas não há. Não haverá punição, não haverá nada para lá da barbárie. O mundo é bárbaro, nunca deixou de o ser, e eu sinto-me inseguro quando penso no precário equilíbrio da civilização. A hipocrisia, o fingimento, a mentira e a alienação são as varas de sustentação do modo de vida atual. Creio que por isso escolho não ler e não obter informação sobre certos assuntos (prefiro estar alienado de certas temáticas). Pensar é bom bom, mas pensar o mundo em que vivemos, perceber as forças em ação é como um pontapé na cabeça. Nada mais há do que impotência face ao 'macro'. Vivo assim, a minha vida em 'micro', com aquilo que é possível assimilar e transformar em contentamento e satisfação. 

segunda-feira, março 04, 2024

Nem sempre

Nem sempre a nossa maior paixão é quem nos trata melhor ou o melhor para nós. A grande paixão pode não encontrar mais tarde correspondência nas ações e nos valores, convertendo-se em dor apenas, aumentada pelo facto de não nos conseguirmos desligar do que aquela pessoa nos fez sentir. Mas a paixão é nossa, não é do outro. A agenda do outro não tem de corresponder à nossa. E sabendo o que amamos, temos apenas de sair, porque o outro nunca vai perceber a dimensão do que arde em nós, porque os seus códigos não são os nossos. Tranca-se essa paixão e espera-se que a falta de oxigénio apague a chama eventualmente. 

Outras vezes o amor nasce de uma amizade com respeito mútuo e confiança, que de forma tranquila e passo a passo vai sendo cada vez mais especial. Não vem com a excitação e a inquietude da paixão ardente. Vem suave, confortável, discreto. Um dia percebemos que está ali e que o caminho é nutrir o sentimento, porque temos confiança e respeito pelo outro, já sabemos quem o outro é, sabemos o que esperar. É um amor pequenino que vai ganhado peso e dimensão e que é uma criação dos dois. É um amor com responsabilidade partilhada, maduro, perene. Nunca se irá interromper, mesmo admitindo que um dia possa mudar de forma. 

Já vivi as duas coisas.

Descobri hoje esta canção



Easy  - James TW


Enquanto estou a trabalhar, às vezes, vou ao Spotify buscar alguma playlist de baladas soft e meto a tocar como pano de fundo. Gostei muito da sonoridade desta canção quando ela passou e gravei-a nas preferidas. do Spotify. Só há pouco é que fui ver a letra e encaixa que nem uma luva... 


"Look what you done - you just crashed in, you changed my whole life.
Found a way to my heart, now it's like you've been here the whole time.
'Cause you girl make it oh so easy
Oh, so easy to love you
'Cause girl you make it oh so easy
Oh, so easy to love you..."

Futuro

Não faço puto ideia do que será o futuro. De há um ano a esta parte, limito-me a viver o presente porque ele está bom assim.

Coisas que caem bem no ouvido

"Se ainda existia alguma dúvida, esta viagem veio mostrar que és mesmo o amor da minha vida".

Férias em São Tomé e Príncipe

                         

Não estava nos meus planos mais próximos visitar São Tomé e Príncipe. Era uma daquelas viagens que eu dizia "um dia vou lá quando não estiver muito caro". Mas fui "apanhado na curva" pelo facto de ser a viagem de sonho do Beto e em novembro, a ver bilhetes para viagens, vi que os bilhetes estavam mais baratos que o normal e comprei.
 
Nunca tinha visitado um país da África negra e posso dizer que adorei. Foi uma experiência daquelas que nos tornam mais humildes diria. O país em si é um paraíso da natureza, em especial a ilha do Príncipe. As praias são de tirar o fôlego, as cascatas no meio da selva também. Toda a natureza em estado bruto é uma delícia para os olhos. 

O resto é um espetáculo entre o sociologicamente belo e o emocionalmente duro. As pessoas, na sua maioria, vivem numa pobreza considerável, não obstante, a comida não falta porque a natureza dá e tudo o resto será também para ser visto de acordo com outro prisma cultural que não aquele a que estamos habituados. Ali estamos totalmente fora da nossa zona de conforto enquanto europeus e dos nossos hábitos. 

O que me fez alguma confusão a princípio, para aquelas pessoas já foi adaptado e estruturalmente integrado. Não há grandes queixumes, lida-se com o que se tem e faz-se o melhor com o que se tem. Estar ali com as pessoas da terra, é perceber que se calhar vivemos aqui na Europa com coisas a mais, que nos queixamos demais, que não já não estamos em ligação com a nossa terra, para além de sermos totalmente insustentáveis, ao contrário deles, que por necessidade e por ideologia acabam por não agredir a natureza como nós.

O Beto esteve sempre maravilhado desde o início e foi muito bonito de ver como ele se dava às pessoas, como falava a toda a gente, como brincava com as crianças, como fazia perguntas interessado no que eles tinham para contar - de pessoa genuína para pessoa genuína. 

Para nós os dois a viagem funcionou também como um forma de vermos como lidamos um com o outro num clima bastante diferente e, por vezes, stressante devido às diferenças culturais e ao cansaço de muitas horas a conduzir por estradas que de estrada só têm o nome, com o corpo dorido. 

Um dia esqueci-me de trazer um lanche e estava cheio de fome quase a ficar rabugento, mas um guia tinha-nos ensinado que crescem amendoeiras na praia e lá fui eu catar amêndoas na areia e parti-las com uma pedra. A natureza de facto dá o que é preciso.

Esta viagem deu-nos bastante, para além de estupendas fotos. Deu-nos um novo enfoque e perspetiva cultural para olhar a vida, deu-nos a certeza de que nos respeitamos muito como casal e de que a nossa comunicação é mesmo boa. É fácil acompanhar o Beto seja no que for, porque ele é uma pessoa feliz e grata pelo que tem. Espero poder acompanhá-lo em muitas mais viagens porque me sabe bem mostrar-lhe coisas novas, ele recebe sempre tudo com interesse e alegria. Mas nesta viagem em particular foi ele que me deu bastante. 

Alexandre: o Homem, o Deus.

Foi com prazer que assisti a esta série documental, com entrevistas a especialistas e com dramatização de eventos recorrendo à utilização de atores. Do ponto de vista do espetáculo, está feito à boa maneira "americana", o que quer dizer que entretém. Pelo caminho há muitas pontas soltas e informações que são contraditórias com outras disponíveis online. Não obstante, traz ao conhecimento geral a vida de um dos maiores estrategas militares de todos os tempos. Para quem se quer aventurar no conhecimento da história deste rei Macedónio, que espalhou a cultura grega no mundo e destruiu o império Persa, é uma forma leve de entrar. 

sábado, fevereiro 24, 2024

Dois questionários online depois..

Parece que ideologicamente sou mesmo alinhado com o PAN e o LIVRE e oponho-me ao CHEGA. Dois surveys diferentes, o mesmo resultado.

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

Não há fome que não dê em fartura

Tenho trabalho como um condenado esta semana. Mas encontrei uma rede que me deu alento. Finalmente um trabalho que me faz sentir vontade de contribuir. 

terça-feira, fevereiro 20, 2024

Só para chatear

Depois de eu ter falado que o tipo era uma desgraça,  o Pedro Nuno Santos sai-se bem num debate. Só mesmo para chatear... mas a minha opinião não mudou muito. Calado e a sensualizar com o olhar é o seu melhor look.

segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Pedro Nuno Santos

É uma escolha demasiado má para ser verdade, o que estaria a pensar o PS? Quieto e calado é bonito, enfeita e fica bem em qualquer lado. Quando abre a boca, acredito tanto nele enquanto político competente, como acredito no André Ventura a dizer que vai oferecer um chá das cinco à comunidade cigana. 

Coisas tristes

Cada vez que leio uma notícia sobre Gaza, parece que me arranham a pele bem fundo. Como é possível? A minha indignação só é mais pequena que a minha impotência. 

Isto é um caso de supremacia branca sem precedentes, racismo na mais pura forma. Um processo de colonização duríssimo da Palestina por Israel, que toma contornos absolutamente trágicos. Nunca pensei que algo assim, pudesse acontecer em pleno século XXI. Legitimar isto é legitimar que a humanidade se aniquile, que a soberania dos Estados seja ridicularizada. Não fossem brancos, também os ucranianos já estariam aniquilados. Bendita a sua raça pelo menos. 

sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Ubuntu

«Eu sou porque tu és».

Do meu lado digo, a tua felicidade é a minha. 

Panquecas

Nunca pensei que panquecas à americana fossem uma das coisas que mais gosto de cozinhar. O Beto disse-me que gostava muito e eu experimentei fazer uma receita que encontrei na net. Ele gostou tanto que agora o recebo sempre com panquecas quando ele vem da ilha. As de hoje já estão feitas. Em cada semana que faço experimento um acompanhamento diferente (nutella, doce de laranja, manteiga de amendoim, mel, doce de frutos vermelhos, etc.). O grande vencedor até agora é o doce de castanha, mas hoje experimentei comprar um de caramelo salgado e palpita-me que vai ser ali taco a taco. Quando ele prova alguma coisa de que gosta muito faz um som delicioso de ouvir. Vamos ver se será hoje que ouço de novo. 

quarta-feira, fevereiro 14, 2024

Não se mete a colher...

Tenho zero tolerância para pessoas que apostam na chantagem emocional e na manipulação de informação para conseguir simpatia e atenção do outro. A vitimização sobre terceiros pode ser uma coisa tramada. Quando estou perante situações assim e estas não têm diretamente a ver comigo, fico "possuído" mas não posso/devo fazer nada. 

Já usaram esses artifícios comigo, ainda não há muito tempo, e foi uma escola. Ajudou-me a ver muito melhor a verdadeira cara das pessoas. Quem muito acusa, acusa pelo que é capaz de fazer. Tem medo daquilo que faz parte do seu repertório, não tendo noção de que temem aquilo que são. A sorte destas pessoas é que, regra geral, se sabem fazer rodear de pessoas com melhor carácter e sentimentos e que as vão aguentando, ora fazendo as vontades ora desvalorizando e não conferindo muita credibilidade sem que elas saibam. No meio também aparecem as que podem ganhar com isso, fornecendo uma ideia de segurança a alguém que é estruturalmente inseguro.

A mim parece-me triste aquela conversa "A gente finge que sim, já sabes como a pessoa é. lá no fundo não é má pessoa. Se fizermos o que a pessoa quer está sempre bem disposto". A questão é que eu acho que não é boa pessoa, é má. As más pessoas são todas aquelas que lesam terceiros (vingança, más palavras, mesquinhez, etc) quando as coisas não são exatamente como querem, ou quando não correm de acordo com a sua perceção pessoal de correto (e estas pessoas acham que estão sempre certas e que a sua verdade é mais válida que qualquer outra).

A grande ironia é que graças a este tipo de comportamento, estas pessoas vivem com uma grande dose de mentira nas suas vidas, porque amigos/colegas/familiares não têm coragem de lhes dizer a verdade para que eles nunca arranjem problemas e/ou porque outros amigos/colegas/familiares sabem que estas pessoas (de ego frágil) bem engraxadas são bem generosas e podem ganhar bastante com elas. 

No caso que me dizia respeito e que já passou, quando fiquei psicologicamente sóbrio e segui com a vida, fui até capaz de me rir com a ironia de saber quem faz a pessoa de totó sem que ela saiba, mesmo ali debaixo das suas barbas. Mas no outro que não me diz respeito, é como ter uma laranja atravessada na garganta. Custa-me horrores engolir o que vejo. Custa-me horrores ver fazerem mal a alguém decente, mesmo que esta pessoa desvalorize porque não se pode deixar que a outra pessoa descompense e ela até tem bom fundo. E vai aguentado más palavras e desconsiderações, porque aquilo é a voz da frustração e da insegurança. 

Eu acho, ou quero acreditar, que as pessoas podem ser inseguras, mas podem ser verdadeiramente boas, de bom coração e expressar a sua insegurança com educação, com gentileza e não culpando as pessoas que as deixam inseguras por problemas que são seus e por não as estarem a validar constantemente. 

Como vivi isso, agora causa-me arrepios ver seja quem for a ser vítima desse tipo de pessoa insegura. Pior ainda, se for alguém por quem eu tenha genuíno afeto. Mas não tenho nada a ver com isso, a única coisa que faço, é validar as vítimas deste tipo de gente, quando está ao meu alcance. Dizendo-lhes que não fizeram nada de mal, que são humanas e gentis e decentes, e que são apenas um dado colateral.

segunda-feira, fevereiro 12, 2024

Desistências

Começo a perder o vapor para fazer a mega festa dos 50 anos, como fiz a mega feta dos 40 anos. O trabalho que tenho pela frente está a deixar-me "morno" e também poderia fazer a festa dos 51 (argumento que serve de desculpa, até ao momento em que vai ser substituído por 'podia fazer a festa dos 52').

Carnaval na Madeira


Não costumo ligar nada ao Carnaval, mas o Beto ia desfilar e acabei por viver a quadra de uma maneira muito gira, estar ali nos bastidores do desfile foi muito engraçado, pessoas de muitas idades, pessoas com deficiência. Muito inclusivo e todos com uma boa energia. Gostei imenso de tudo e para o ano, podendo, também quero desfilar. Há que aprender as coreografias à distância e vir ensaiar apenas uma vez. Mas com vontade tudo se consegue. Depois foi sair com os amigos e beber muitas ponchas e apanhar uma bebedeira de meia noite hehehe. Há anos que não me acontecia uma daquelas em que ficamos mesmo zonzos. Estava entre amigos e sei que (aconteça o que acontecer) o Beto vai sempre estar por perto para o que for preciso. 

quinta-feira, fevereiro 08, 2024

Sob o Big Brother e ter imbecis como ídolos


É isto que nos dá a televisão e as redes sociais em barda. As pessoas, jovens em particular, seguem estes imbecis como os novos heróis nacionais. Quando isto é o programa de topo nos consumos dos portugueses creio que não há muito mais a ser dito. Lá está, chamem-me antidemocrata, mas como é que o povo (tendo este nível e menos) pode ser chamado a tomar decisões importantes para o país. Devia, sem sombra de qualquer dúvida. Mas em Portugal, como em muitos outros países de nível cultural deficiente, é receita para a desgraça. Eu podia rir disto, mas não consigo é demasiado triste. Fico apenas muito triste por perceber que hoje em dia "somos" isto.

Desenterrar os anos 90 - 29


Cornflake Girl - Tori Amos

terça-feira, fevereiro 06, 2024

Notícias positivas

Quando coloco notícias positivas no Facebook ou no Instagram o resultado é que acabo triste e frustrado. Ainda compreendo que as pessoas não queiram ver posts sobre os problemas do mundo (guerras, genocídios, fome, refugiados, ambiente, etc.), mas notícias sobre feitos inspiradores, pessoas com compaixão também não fazem nada por ninguém.

Resumindo as pessoas reagem a fotos de festas, viagens, namorado da Cristina Ferreira, corpo despido, Big brother. Quanto ao Big brother confesso que me dá quase vontade de chorar quando penso que isto enche o quotidiano de grande parte das pessoas e que ninguém quer saber dos problemas gravíssimos prestes a cair-nos em cima em 70-100 anos. Os filhos e netos dessas pessoas vão cá estar e o problema é deles. É a sociedade que nos tornamos. É mesmo mentira que a ignorância e a burrice são sinónimo de falta de acesso à informação. 

segunda-feira, fevereiro 05, 2024

Desenterrar os anos 80 - 28


The Lovecats - The Cure

Convite

Um estilista da nossa praça abordou-me pelo IG e perguntou-me se eu gostaria de desfilar para ele (mesmo depois de eu ter dito que tenho 1.77m). A minha parte crédula ficou contente, a minha parte cética ficou a pensar se isto é a sério ou se é apenas uma cantada to "get laid". O tempo o dirá.

Anda aí outro

Hoje mandaram-me um TiK ToK  de um gato que toca piano e como se chama ele? Limón, ou seja, Limão como o meu. O meu não toca piano, mas é capaz de pedir comida 24h - não sei se isto qualifica como talento. 

terça-feira, janeiro 30, 2024

Vou votar no...

Vou votar no LIVRE. Porquê?

PS e PSD - Partidos cheios de vícios,  demasiado constritos pelos favores internos que cada novo líder tem de pagar para se manter como líder. 

BE - Partido que me faz lembrar uma casa de pessoas sem alegria, que vestem cores escuras neutras, que não põem sal ou açúcar na comida, que não podem sorrir, que têm de ser inteligentes e sérias em tudo o que dizem e que dormem em colchões de madeira. Tudo em nome da moral. 

CDU - É um partido demasiado tradicional, e tão preso ao passado que ainda não percebeu que a Rússia já não é comunista e se transformou numa ditadura de direita. 

CDS - Assim uma espécie de PCP, mas de direita conservadora.

PAN - É uma ideia gira, mas uma ideia que não consegue ganhar raízes e tronco. 

IL - O partido dos liberais é contra toda e qualquer regulação da economia pelo Estado, sendo que as decisões económicas devem ser tomadas pelos indivíduos e pelas empresas. O mercado regula-se a si mesmo e a sociedade a si mesma. A saúde e a educação são privatizadas e o Estado tem intervenção mínima. Em certos países o liberalismo até poderia funcionar, mas em Portugal, com o fraco grau de integração cívica, com elevado grau de analfabetismo funcional (70%) é receita para o desastre. 

CHEGA - É o partido das pessoas mais espertas que já por aqui andaram na política portuguesa. Fazem barulho, criam escândalo, apontam falhas e não fazem trabalho nenhum na Assembleia. O objetivo é capitalizar na raiva que as pessoas sentem contra o sistema, então bora lá fazer as pessoas sentirem mais raiva, para ter um tacho até ao fim dos seus dias. Sensacionalismo puro, para gente burra ou gente zangada ou gente burra e zangada (os mais perigosos).

LIVRE - É um partido universalista, inclusivo, ecológico, progressista e defensor da conciliação. Teve alguns problemas de relações públicas, mas o Rui Tavares apresentou um discurso coerente desde as últimas eleições, e acusou o desgoverno e a injustiça com factos, sem nunca cair no sensacionalismo.  Foi talvez demasiado inteligente nas ironias e metáforas do discurso, o que faz com que metade da população portuguesa não perceba. 

segunda-feira, janeiro 29, 2024

Dei-me conta

Dei-me conta este fim de semana, que embora tenha estado com homens bastante atraentes, para namorado nunca procurei o homem mais rico, o homem mais bonito, mas sim o mais verdadeiro. A ideia de um coração puro sempre me atraiu porque essas pessoas ganham a nossa confiança total e uma relação amorosa é fundamentalmente um exercício de confiança mútua. E uma coisa é verdade, quando a admiração é enorme a atração e o desejo são concomitantes. 

Arripiado

Este fim de semana voltei à casa do Arripiado. Não há dúvida de que é o meu lugar feliz. Adoro aquela aldeia, e estar lá com o Beto é ainda melhor. Aproveitamos para ir dar uma voltinha (antes de regressar a Lisboa) pela Batalha e Alcobaça. Antes ainda deu tempo para limpar a piscina, arrumar a área de lazer, colher couves, alfaces, brócolos e repolhos e jogar Mikado, com o calorzinho da salamandra que acendi pela primeira vez. Foi um belo fim de semana, daqueles que quero que fiquem na memória. 

sexta-feira, janeiro 26, 2024

Mais um medo acordado

As Nações Unidas e o Tribunal Internacional de Justiça tornaram-se instituições simplesmente obsoletas e incapazes de providenciar um enquadramento-chapéu ao regular funcionamento das nações, no estrito respeito e cumprimento dos direitos fundamentais do ser humano e da lei internacional. Ocorre que quando a agressão é perpetuada por nações bélicas, económica e politicamente poderosas tudo passa a ser relativo. Na realidade, tal como na natureza, o mundo é mesmo dos mais fortes. Toda a ideia de civilização ou justiça fundamental é uma falácia. 

terça-feira, janeiro 23, 2024

Ironias

 


É uma ironia que um dos herdeiros do pensamento de Hitler seja Benjamin Netanyahu. Gostava apenas que a lei da retribuição cósmica fosse verdadeira para o ver pagar pela miséria de um golpe falhado. Não acredito por um segundo que os terceiros melhores serviços secretos do mundo não soubessem o que se passava (ataque Hamas), ainda para mais quando foram avisados com antecedência pelos melhores serviços secretos do mundo (EUA), através do Egipto. Também é muito curioso que a fronteira sempre muito bem guardada por soldados estivesse "miraculosamente" sem nenhuma linha de comando por perto. 

Estando este senhor a ser muito contestado no seu país, um ato heroico de resgate de reféns e uma guerra bem sucedida contra o 'inimigo' seria um brutal golpe de relações públicas a seu favor. Não obstante, o peso do ódio e do desprezo rácico falou mais alto. A desproporção da resposta horrorizou até uma grande camada da população israelita, que agora se vê impedida de expressar o que pensa sob pena de prisão, como em qualquer boa ditadura. 

Há muitos anos atrás Israel teve um grande líder chamado Yitzhak Rabin que tentou uma solução humana para todos, alguém que admiro muito, assim como todos os israelitas que se opõem a esta carnificina e que gostariam de ver o conflito resolvido de forma duradoura e igualitária. Pelo contrário, Benjamin Netanyahu sugeriu esta semana que a Autoridade Palestiniana fosse desativada e que na Palestina existisse apenas um Estado - o de Israel. Os palestinianos seriam colocados numa ilha artificial no mediterrâneo. Não sei até que ponto pode ir a insanidade, a maldade e a falta de noção. 

Embora eu não seja um admirador da cultura muçulmana, sou obrigado a ter o mais profundo pesar e respeito pelos palestinianos e pelo senhor Netanyahu e por todos que o apoiam (interna e externamente) não posso deixar de sentir um profundo nojo. 

DAHMER - Monstro: A História de Jeffrey Dahmer

Acabei de ver esta série sobre um dos mais célebres assassinos em série americanos. A primeira questão que me assola é o porquê de existirem tantos assassinos em série nos EUA. Acho que seria interessante fazer um estudo sobre isto, sobre os elementos que eventualmente alimentam estes comportamentos e violência. A série está muito bem feita a explorar os aspetos familiares por um lado, o dilema moral da família relativamente ao assassino, entre os afetos e a procura da responsabilidade material/emocional pela personalidade do assassino. Por outro lado, é chocante o corporativismo da polícia e o racismo latente (e ativo) nos EUA. O pouco valor das pessoas não brancas para os brancos. O final da série também antevê que nada mudou ao longo destes anos para lá de uma modernização da cidade. Não são ainda reconhecidas as vítimas que a cidade tentou votar ao esquecimento e que, apenas com esta série, ganharam para sempre uma cara e um valor humano. Foi a justiça possível. 

Havendo factos que estão encenados para melhor encadeamento da narrativa, a série toca em todo aquilo que é importante e é um importante documento para reflexão.

segunda-feira, janeiro 22, 2024

Truques da mente

Ontem acordei meio assustado porque pensei que o sonho era realidade. Hoje não liguei nenhuma para o despertador no telemóvel porque pensei que era um sonho. É engraçado como a mente prega partidas à nossa perceção nos momentos de transição da consciência. 

Outra frase sobre relações

Não deixemos que os prazeres passageiros coloquem em causa bênçãos duradouras. 

Hoje li algo bastante simples e sábio sobre relações

A química faz juntar. A maturidade faz funcionar.

sexta-feira, janeiro 19, 2024

Entrevista de emprego

Tive na 4a feira uma entrevista de emprego online. A posição era muito boa e estavam bastante interessados em mim. Durante a nossa conversa falou-se de viagens e cidades e ele percebeu o facto de twist porque falando de Lisboa e de história ele disse que eu haveria de gostar de Jerusalém e eu disse que não visitaria, porque não visito, sem ser por obrigação, países que atentam ferozmente contra direitos humanos. Aqui ele pediu para eu concretizar e eu concretizei. Ele deu a sua visão de que 2.3 milhões de pessoas devem ser bombardeadas, crianças inclusive, porque todos apoiam o Hamas. Fiquei azedo e expliquei porque é que Israel era um estado nazi, o que é uma enorme ironia. tenho zero contra judeus, mas tudo contra quem apoia o governo de Israel. 

Para tornar tudo muito engraçado falta apenas dizer que o meu entrevistador - e vice-presidente da empresa - é Israelita. Duvido seriamente que seja contratado. 

quarta-feira, janeiro 17, 2024

Ufff...

Se olharmos bem há guerras espalhadas por todo o mundo. As mais preocupantes, certamente, no Sudão e na Faixa de Gaza. No caso do Sudão ninguém se importa muito porque eles são maioritariamente pobres, negros e muçulmanos; o caso da faixa de Gaza não é muito diferente se trocarmos negros por árabes e os agressores por brancos. Ninguém quer saber muito disso e as Nações Unidas são apenas uma instituição inútil submetida ao ridículo. Falando em ridículo, uma nação agressora (Rússia) continua a ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. 

O mundo sempre foi um lugar selvagem, mas a dada altura foi criada a ideia de que existia civilização e civismo em progresso. A realidade é que somos todos animais movidos por impulsos biológicos que geram aleatoriedade. Sendo dotado de reflexividade um animal como o homem quando movido por maus impulsos pode gerar estragos irreparáveis.

A humanidade não está a correr nada bem. Ufff...
 

segunda-feira, janeiro 15, 2024

CristinaTalks

Este evento é para mim uma das coisas mais constrangedoras do momento. Por um lado temos pessoas a pagar por patranhas, por outro lado temos alguém que está a vender a banha da cobra a gente de pouca cabeça, mas acreditando que tem efetivamente algo para dizer. Isto torna tudo brutalmente deprimente. Preferia que fosse uma charlatã a enganar pessoas deliberadamente, mas é só uma megalómana que acha que pode tudo. Até pode, porque tem visibilidade e uma uma máquina de marketing suficientemente poderosa para se projetar como algo que não é. É um belo exemplo do Portugal pequeno e da glorificação do medíocre. Acho lamentável para todos, para o público, para a própria Cristina que auto alimenta as suas convicções de grandeza e de arauto da palavra do universo. Anda tudo enganado. A única pessoa que ganha com isto é a Joana Marques que fica com imenso material para fazer comédia (mas aposto que até a Joana Marques lá no fundo, como ser inteligente que é, fica constrangida com isto). No meu caso sinto apenas uma profunda pena que este tipo de coisas e pessoas definam o nosso zeitgeist.

domingo, janeiro 14, 2024

Doce Pesar

Outro filme sensação do momento. Esperava muito deste drama comédia, mas na realidade, nem muito de drama, nem muito de comédia. Achei o filme literário e pomposo. Seria um livro muito bonito, mas em ação não sei se resultou da melhor forma. Em muitos momentos foi elitista e pretencioso. Mas ok. É um filme que tem muito valor por falar de arte e de trazer uma visão cosmopolita das vivências. Mas não sei se nos conseguimos relacionar com os personagens de forma direta. Não me pareceu algo que eu conseguisse tornar real ou projetar como real. Achei fraco.

12/20

Saltburn

Um dos filmes sensação do momento tem, em primeiro lugar, uma fotografia maravilhosa e bons atores. Tudo o resto é médio. O argumento é vago e o desenrolar do filme não é harmonioso, mas vamos sendo levados pelos atores que fazer o melhor com o que têm e bem e pelas cores e enquadramentos. Não percebo o "hype".

14/20

quinta-feira, janeiro 11, 2024

PT fofinho - IV

Hoje tive uma partilha muito bonita com o PT fofinho. Eu fiz uma revelação de uma coisa pessoal e ele fez também uma revelação da vida pessoal dele. Creio que ambos passamos a compreender melhor alguns aspetos  na personalidade/comportamento de cada um. Confio imenso nele como pessoa e, apesar dos seus 29 anos, já me ajudou bastante na transição de uma fase menos boa para o renascimento que tive como pessoa em 2023. Sinto-me humilde perante a sensatez e a consistência deste rapaz. Tem sido uma constante ultimamente, este sentimento de humildade perante algumas pessoas que vou conhecendo. Quererá eventualmente dizer que estou a deixar as pessoas certas entrarem na minha vida e que estou disponível para crescer e aprender com elas. Eu e o PT fofinho somos sem dúvida uma amizade improvável, mas ela existe e não há nada melhor que bons sentimentos entre as pessoas. 

Desenterrar os anos 90 - 28


Losing my religion - R.E.M.

quarta-feira, janeiro 10, 2024

Desenterrar os anos 70 - 27


Everything I own - Bread

A respeito da pessoa X

Sinceramente gostava que lhe oferecessem um emprego super bem remunerado na Hungria e que emigrasse para eu não ter de ver ou ouvir mais a seu respeito. Ninguém é de ferro, eu não sou.

terça-feira, janeiro 09, 2024

The curious case of Natalia Grace

Vi o documentário "The curious case of Natalia Grace" sobre a rapariga ucraniana (portadora de nanismo) adotada em 2009 por um casal americano que tentou convencer a opinião pública de que ela na realidade era uma mulher de 22 anos a tentar fazer-se passar por uma criança de 6 anos. É tudo extremamente chocante. Faz-me ter muito pouca confiança na justiça - de um modo geral - porque as atrocidades legais que podem ser cometidas sem qualquer tipo de supervisão são imensas (basta pensar no mediático caso da Britney Spears, que é verdadeiramente inacreditável.

Outro aspeto chocante (talvez o mais chocante) é a incapacidade das pessoas lidarem com o que é diferente e a facilidade com que se geram processos de histeria coletiva. Como se diz em sociologia "quando representações da realidade são tomadas por verdadeiras, elas tornam-se verdadeiras nas suas consequências". E aquele miúda foi vilipendiada e temida, até alguém ter visto apenas o que ela era: uma miúda. O casal que a adotou era no mínimo disfuncional, mas são pessoas profundamente desequilibradas, que ainda por cima apresentam o seu testemunho com a maior falta de noção da sua própria loucura. É tudo tenebroso. Vemos o pior do ser humano não só nos pais adotivos, mas em quase todos que contataram com a Natalia. É de ficar nauseado. Eu fiquei.

segunda-feira, janeiro 08, 2024

Histórias de gente rija

Diz que a necessidade aguça o engenho, mas em alguns casos endurece as emoções. Nos tempos em que a pobreza ainda apertava, a mãe do Beto apanhou óleo na estrada e despistou-se capotando com o carro, que ficou sem remendo. Deixou o filho mais novo no hospital para ver se estava tudo bem e foi a casa lavar o sangue da cabeça para ir trabalhar, mesmo assim, porque precisava do dinheiro do dia para meter comida na mesa. Independentemente de poder ser intensa e mandona, que é, respeito imenso pessoas que nunca olham para trás. Que têm nervos de aço. Às vezes pergunto-me se, nesses tempos complicados, ela seria sempre assim ou se choraria sozinha depois de ter os filhos a dormir. Haveria um momento de fragilidade?Não faço ideia. Os meu pais, apesar de muito mais velhos, são também desta cepa.  

Quando a minha irmã morreu a minha mãe demorou 3 semanas até derramar uma lágrima, porque estava sozinha com o meu pai em Angola e tinha de apoiar o meu pai que trabalhava 14 horas por dia. Muitos anos depois, quando o meu pai morreu, eu e o meu irmão estávamos a acabar o curso e entre dezembro e junho ela esteve sempre ali ao nosso lado a zelar pelo nosso percurso. Quando terminamos a universidade, ela despencou. Permitiu-se sentir e ficou de rastos durante mais de 2 anos. Nessa altura, a realidade da minha mãe era diferente da realidade da mãe do Beto, tínhamos uma boa situação financeira. A minha mãe não ia precisar de trabalhar e agora era connosco, arranjar trabalho e fazer a nossa vida. 

No caso da mãe do Beto, apesar dos tempos sem dinheiro irem longe - trabalha seis dias por semana e tem desafogo - pergunto-me se algum dia ela vai parar para respirar e se, nesse momento, lhe vai saltar à flor da pele os anos de tristeza e sacrifício ou se vai ser sempre assim forte e pronta para a luta. Desconfio que a armadura se colou ao corpo para sempre, ou simplesmente as pessoas que trabalharam desde crianças e/ou sem o "luxo" de poder sentir são mesmo assim: rijas.