Eu sei que somos um país retrógado, sei que alguns dos avanços no campo dos direitos humanos foram impostos pelas directivas da União Europeia e o Governo apenas se limitou a apanhar boleia, mas devia haver limites para a tacanhez. Aliás uma excelente coisa era a tacanhez e pobreza de espírito produzir energia. Portugal seria líder no campo das energias renováveis.
.
Sei também que a história do casamento homossexual ficou atravessada na garganta do português médio, que como é cobarde (e graças aos brandos costumes), reprime. Mas estes brandos costumes são altamente ilusórios. Dentro de um olhar vazio ou indiferente pode esconder-se um ódio extraordinário. A novela Carlos Castro tem revelado isso mesmo. Os comentários a notícias publicadas na Internet são no mínimo execráveis. A última coisa de que tive conhecimento foi algo do género «O Renato Seabra tem de ser absolvido, porque matar gays não é crime». Esta deixa-me completamente à banda. Ainda bem que o tuga é cobarde, senão podia andar gente a ser atacada na rua, o que de vez em quando até acontece. Mas os que são atacados são normalmente mais fracos e indefesos ou estão em número largamente inferior.
.
Apesar de me sentir chocado com tanta estupidez. Fico feliz que a cobardia se mantenha ao nível dos comentários anónimos, páginas de facebook. Não obstante, não deixo de olhar por cima do ombro e a trabalhar os músculos para alguma eventualidade. Mas volto ao argumento principal, devia libertar energia tanta estupidez para poder ser aproveitada para alguma coisa.