segunda-feira, dezembro 02, 2013

Amores rotos

De muito usar o amor rompe, diz uma canção. Conheço mais um amor roto. Em algum ponto foi um amor, deixou de ser há algum tempo. As pessoas afeiçoam-se ao hábito creio e não se importam de continuar com uma coisa coçada que tem tantos buracos que já nem conforta ou acalenta. É uma lembrança do que foi, e uma fonte de desconforto. Há sempre uma sensação de falhanço associada, mas na realidade o que é falhar quando se fala de uma relação que acaba? Pode não ter falhado. Atingiu o limite de validade. Eu acredito nisto. Tempos de validade. Uns são longos e acompanham-nos até ao fim da vida e outros nem por isso. Não tem de ser mau. As coisas devem terminar quando perdema  validade em nome da qualidade. Esta relação talvez até já tivesse passado o seu limite de validade e andavam as duas pessoas a alimentar-se de sabores amargos. Não vale a pena. Eu vejo tudo isto como uma oportunidade. Contudo, emocionalmente será sempre muito complicado. Se eu tiver de passar por isso um destes dias, espero manter a lucidez que me acompanha neste post. Já passei uma vez por isso. Os dois a ter de dizer «isto não funciona», mas o gostar do outro ali presente a fazer das suas. Foi duro, foi de virar as entranhas para fora. Mas eu tinha 32. Hoje com 39 penso que estou um bocadito mais lúcido. O medo do desconhecido, em particular, é o que faz ter mais dores e querer agarrar-se ao que se tem. A falta de esperança também. Quando acabei o meu último relacionamente estava cheio de esperança na vida, no futuro. Doeu, mas eu sabia que a seguir a um amor vinha outro maior ainda. E veio. Já houve sinais de que também este amor pode ter a sua validade determinada para não muito mais longe do que este momento em que estou, por coisas que não envolvem amores rotos. Talvez porque quando os amores se tornam muito importantes é muito complicado não os poder viver todos os dias e isso é que traz dor. Não acredito na dor. Não acredito que estamos cá para sofrer. Não sou nada católico nisto. Sou mais budista. Estamos cá para caminhar no sentido da tranquilidade, do conforto espiritual. Como eu costumo dizer «sou um rapaz feliz por dentro». Espero que estes dois que terminam agorem encontrem o seu «eu feliz por dentro». E que depois de um amor, venha um amor maior ainda.

2 comentários:

AM disse...

Tenho uma perceção mais ou menos na mesma linha de entendimento, incluindo, como é óbvio, a minha experiência.

Lobo disse...

Mas não deixa de ser mais fácil por isso.