Tal como um cirurgião no ativo não pode sofrer de Parkinson, os lugares cimeiros da vida pública não devem, também, ser ocupados por pessoas de fraca decência ou moral duvidosa. Isto faz-me perder a fé. É assim que se perdem batalhas, porque quem perde a fé retira-se.
Lembro-me muito das palavras da minha professora de inglês do 12º ano. Ela tinha perdido a fé (tinha 48 anos) e precisava de nós (miúdos de 18 anos) para acreditar, da nossa vontade de mudar as coisas. Éramos o futuro. Quase 30 anos depois, tenho menos 1 ano que ela, e se calhar vou mais longe no descrédito.
Contudo, ao contrário dela, não me sinto infeliz por não acreditar nas organizações, por não me rever nos comportamentos de colegas no trabalho, por não me rever no população portuguesa em geral. Há mais vida.
E não me sinto derrotado ou desistente, a minha perda de fé simplesmente me diz que existem outros sítios onde aplicar as minhas energias e o que de melhor puder dar. Não há drama nenhum nisto.
3 comentários:
Só temos de mudar de direcção, fechar a porta e abrir a janela :)
boa metáfora Francisco.
Infelizmente eu estou como a tua professora de inglês.
Porque por mais que se mude de direção o final é sempre o mesmo. Não há volta a dar.
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