O calvário da minha mãe com os olhos e a falta de visão não tem data para terminar. São mais de 13 meses em sofrimento e complicações. A terceira operação aproxima-se. Tudo correndo bem será antes do final do ano, mas ainda terá mais umas 2/3 pelo caminho. Custa-me muito que uma pessoa tenha de passar por aquilo que ela está a passar com a idade que tem (81). O peso psicológico de não ver e de se sentir incapaz começa a notar-se. Está cansada, frustrada. Não deixa de seguir com a sua vida, porque não é esse tipo de pessoa e porque não quer pesar a ninguém. Às vezes acho que lhe apetecia chorar, mas não pode. Ainda não se quer resignar à tristeza e à frustração. Então a dor vai-se tornando um coágulo no peito, que dia a dia fica mais empedernido. Só quero que isto acabe, porque mesmo assim e apesar do sombrio e do amargo, para nós ela tem sorrisos. É assim a minha mãe.
2 comentários:
Cada um com a sua cruz
Tudo a correr pelo melhor
Abraço
dedinhos cruzados Francisco. obrigado!
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