sexta-feira, janeiro 03, 2020

Vamos agir?

A Austrália está a arder, tem um governo de merda,  mas também uma flora e fauna que estão a ser dizimadas. A WIRES - NSW Wildlife, Rescue, Infomation and Education Service Inc. É uma organização sem fins lucrativos que salva animais selvagens e os trata até estarem em condições de serem devolvidos à natureza. 

Para terem ideia, já morreram mais de 8000 koalas (entre muitos milhares de outros animais). Nós aqui gostamos muito de dizer que são super fofinhos, mas parece-me hipócrita ficarmos de braços cruzados a vê-los morrer. No terreno, a WIRES está com milheres de voluntários, a tentar salvar o máximo de animais, mas precisa de dinheiro para fazer face às despesas. Eu já fiz o meu donativo 75 dólares australianos (46 euros), mas todos os tostões contam se forem muitas pessoas a doar para o fundo de emergência que pode ser acedido no link abaixo:

Donate to the Emergency Fund at https://www.wires.org.au/donate/emergency-fund

3 comentários:

Mark disse...

Acho mais digno que nos preocupemos em matar a fome a quem a tem, e aqui mesmo em Portugal, antes de se pensar em salvar os koalas e os outros animaizinhos, que coitadinhos também precisam, claro. É apenas o que penso.

silvestre disse...

Caro Mark,

Peço desculpa, mas tenho três reparos.

1º A limitação da tua observação.

O facto de contribuir para salvar a fauna selvagem de um país em situação de calamidade não invalida que também se mate a fome a quem a tem em Portugal. Informo-te que contribuo com 12 euros mensais (transferência bancária) para o Sorriso Solidário que proporciona apoio a crianças e idosos em situação de risco. Como poderás ver não é directamente para comida, mas o facto de existirem contribuidores, permite que as instituições possam usar o orçamento próprio disponível para as necessidades básicas como a alimentação e outras. Com muita facilidade também, sempre que pedem dinheiro na rua, recuso o dinheiro e ofereço uma refeição no café/restaurante mais próximo (que por acaso até me sai mais caro, mas não deixo de pensar que a minha mãe tem 160 euros de pensão de viuvez e se o meu pai não a tivesse deixado com condições, ela estaria na rua de mão esticada e eu gostaria que alguém tivesse a mesma solidariedade com ela).

2º A má aplicação do conceito digno

No meu dicionário digno tem a conotação de honrado e correcto. Nenhum ato generoso ou solidário é indigno e não existe um "ranking de dignidade" para ações beneméritas realizadas de coração puro e de forma altruísta.

3º Alienação do suporte vital

O ser humano encontra-se, neste momento, fortemente alienado do suporte vital da vida - o ecossistema planetário. Nós fazemos parte de um ecossistema que garante a nossa própria sobrevivência como espécie. Não somos superiores a isto (embora petulantemente muita gente pense que sim). Estamos a desequilibrar esse ecossistema e não estamos assim tão longe do ponto de ruptura se considerarmos a idade da nossa espécie.

Mark disse...

Desculpas porquê? Tens direito à tua opinião e eu à minha.

1) Não me referia a ti especificamente. Referia-me ao geral. Eu, a ajudar, preferia contribuir para essa causa, por exemplo, ou outra qualquer, e cá. Também temos muitos problemas com poluição florestal, falta de manutenção, cultivo de espécies não-autóctones, como o eucalipto, olha, que até é da Austrália. É um país riquíssimo. Para apoiar uma causa como essa, não precisava ir à Austrália.

Fazes muito bem em dar comer, e não dinheiro.

2) No meu dicionário, que é o da Porto Editoria, "digno" também significa "nobre", "que vale a pena", e para mim é mais DIGNO, mais nobre, vale mais a pena colocar os seres humanos à frente dos cangurus e dos koalas.

3) Aham, mas ainda nada te li sobre o conflito dos EUA com o Irão, que sobe de tom. Queres estimar o planeta para que um qualquer conflito com uma arma biológica como a varíola, supondo, nos destrua? No meu último post falo sobre isso: prioridades. Queremos muito cuidar dos ecossistemas, mas muito pouco fazemos para fomentar a paz entre os povos.