terça-feira, março 31, 2009

A polícia que temos...

Há coisas que me deixam efectivamente nervoso. Oiço com agrado o Presidente da Câmara de Lisboa dizer que vão aumentar o número de polícias, mas preocupa-me a qualidade dos mesmos. Ser polícia não é exactamente uma carreira que toda a gente quer ter. Acredito que haverão alguns polícias que seguiram a «vocação», mas a ampla maioria segue a carreira de polícia porque não precisa de muitos estudos para entrar, por um lado, e os requisitos psicológicos são fáceis de contornar, pelo outro.
.
As vezes que tive de me cruzar com a polícia por ter sido alvo de roubo foram sempre situações surreais. Primeiro: Assaltaram-me o carro há uns anos (numa rua em que estavam 2 polícias, não sei bem a fazer o quê) e o polícia apenas me disse «Assaltaram-lhe o carro? Apanhou-os em flagrante? Então não podemos fazer nada.» Segundo: Assaltaram a casa do meu namorado, fomos dar queixa à esquadra, onde os polícias estavam a jogar às cartas. Tivemos de esperar que acabassem, porque a pessoa que recebia os dados estava envolvida no jogo.
.
Mais surreal ainda é a situação de uma colega minha que foi assaltada com violência à porta de casa. E tem de conviver com os assaltantes (que identificou na esquadra através de fotografia) na rua onde habita. Ainda ontem telefonou à polícia a dizer que eles estavam na rua enquanto ela teve de ficar escondida no café. A polícia disse-lhe que telefonava de volta e não telefonou, nem se dignou a aparecer.
.
Não quero com este post colocar em causa o profissionalismo de todos os polícias, mas a qualidade da maioria deixa muito a desejar. Por isso, vamos mas é melhorar o que temos e não acrescentar mais mediocridade.

3 comentários:

Anónimo disse...

Infelizmente tenho de concordar com esta visão de falta de profissionalismo.
Há 2 anos fui assaltada nas Amoreiras, estilo Brasil, eu dentro do carro e eles partiram o vidro e levaram a mala com tudo o que eu tinha, fiquei só com a chave do carro e porque estava na ignição. Quanto consegui telefonar á policia, lá apareceram passados uns 20 minutinhos ( a esuadra ica 5min), lá fui com os senhores da Autoridade até á esquadra…aqui é que complicou…tive 2 horas basicamente a defender-me! Fui interrogada como se tivesse feito o assalto do meu carro! Achei aquilo completamente fora do normal. Como fiquei sem qualquer documento, inclusive, carta, BI e documentos do carro, pedi que me fosse passada uma simples declaração como tinha sido assaltada, pois, se fosse parada numa operação stop não tinha documentos. Resposta: Não passamos nada, pois não sabemos se realmente tem esses documentos!
Passei-me! Ainda perguntei o que os impedia de multar-me quando saísse da esquadra…resposta óbvia: nada!
Surreal! Lá consegui uma cópia da queixa e andei a rezar para não apanhar uma operação Stop!

AR

J. Maldonado disse...

Acho que o problema não reside na qualidade dos agentes da autoridade, mas no tipo de leis penais que temos. Acho que elas são demasiado formais, irrealistas e em desconformidade com a actual realidade social.
Que moral é que um agente tem quando, depois de prender um delinquente, este é solto com termo de identidade e residência pelo tribunal? Toda a gente sabe o que é que acontece depois de ele estar cá fora...

silvestre disse...

Maldonado, bem visto, esse é mais um problema: a (des)autorização. Se a ele se juntar o problema de que falei e a (des)responsabilização por instâncias superiores temos as diferentes vertentes do que está mal com a eficácia das forças policiais.