Existe uma diferença entre ser frontal e ser agressivo. Contudo, a frontalidade acaba, a maior parte das vezes, por ser tida como agressividade. Não sei se isto tem a ver com os brandos costumes portugueses, mas há um certo receio em tratar as coisas pelos nomes, em dizer o que efectivamente se pensa. Acho que a razão se prende mais com o facto de se saber que as pessoas não estão preparadas para ser frontais e, mais, receber uma conversa frontal.
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É muito comum ouvir dizer-se «sim, eu gosto que sejam frontais comigo», o problema é que o que não é referido que a frontalidade admitida é a diplomática. A frontalidade que é exercida com macieza, por portas travessas se tiver de ser. Quem é frontal, arrisca-se a ser tido como mal-educado, agressivo, ofensivo, problemático, provocador. Então é melhor que andemos todos a brincar ao faz-de-conta, a ser politicamente correctos e alinhados a formalismos de etiqueta? Não consigo fazer este papel muito bem. A frontalidade honesta e sem intenção de ser contundente deveria ser sempre bem vinda. Eu acolho-a como agrado, mas isto não é verdade para toda a gente. E o esforço para ser frontal e honesto é apenas uma via para se ser mal-entendido. Às vezes penso «será que vale a pena?».
9 comentários:
Para quem realmente sabe apreciar o valor da frontalidade... vale sempre a pena...
não.
Vale a pena ser frontal, mas o desgaste que isso provoca...uffff...
Vale a pena ser frontal mas como dizes as pessoas confundem muitas vezes frontalidade com agressividade. Não vou dizer que estar com meias-tintas significa falta de carácter mas pelo menos significa que a pessoa não é capaz de assumir aquilo que pensa em relação aos outros. Quer se queira quer não, esta atitude pode criar um clima de suspeição nas relações amorosas, de trabalho, de amizade, etc.. Na dúvida, é sempre melhor ser frontal e esperar que a outra parte tenha a humildade de acolher de bom grado aquilo que dizemos. É também nesses momentos que se conhece a fibra dos amigos, dos colegas, etc..
olha eu sou só frontal para quem já testei a frontalidade caso contrário o silêncio é d'ouro.
Beijocas
I.D.Pena, bem visto.
Olha uma k me aconteceu hoje: fui a casa de uma amiga e deixei a minha filha comer uns cereais na mesa da cozinha dela. quando a minha filha acabou de comer, limpei a mesa e varri o chao pk ja sei como a minha amiga é comichosa com as limpezas. já na rua essa amiga disse-me assim: Olha a mesa tem um tampo de vidro e entre o tampo e o rebordo da mesa fica uma racha k ficou com cereais. Agora nao sei como é k vou limpar aquilo.
Eu respondi: deve haver uma maneira de levantar o vidro para retirar de lá as migalhas. Nao me digas k aos anos k tens a mesa, nunca te entrou pra lá uma unica migalha.
Ela respondeu: por acaso nunca entrou, porque lá em casa temos cuidado com as nossas coisas. tu é k nao podes deixar a tua filha fazer o k quiser... eu respondi ah está bem, e pensei, nunca mais ponho os pés na tua casa minha c****! Fiquei a pensar nisto até agora, se a minha amiga foi frontal de mais ou se fui eu k nao soube aceitar uma critica. ou se, pior, não consegui ser igualmente frontal com ela e responder-lhe k deixar uma criança de 3 anos comer em cima da mesa da cozinha não é deixar fazer tudo. Nao tenho culpa de não saber k a mesa tem uma racha... enfim, pensando bem devia mesmo ter respondido, em vez de ficar sentida e a remoer no assunto... as vezes temos tanto medo de provocar mal estar, k guardamos pra nós o k deviamos dizer na altura. e acabamos por ser quem sofre mais com isso. nao é defeito, é feitio...
Eu sou muito verdadeira, não levo desaforo. Gosto gosto, não não gosto e digo na cara sem rodeios. Não sei se isso é mas essa sou eu... Não sou muito amiga do silêncio, sofro mais ainda.
Só preciso que a minha frontalidade venha doseada de compaixão e misericórdias, só não tolero o cinismo e a hipocrisia.
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