quinta-feira, maio 13, 2021

O amor

Sempre olhei para o José Raposo e a Maria João Abreu como um dos exemplos mais bem acabados de amor. E por serem pessoas tão cheias de amor, separaram-se enquanto casal e construíram uma família maior ainda, juntando à original os novos cônjuges. Hoje essa família perdeu uma das suas raízes. Tenho muita pena por essa família e pelo amor que se perde. 

Tenho também muita pena pela Maria João Abreu. Há pessoas que admiro de longe e ela era uma delas. Tenho uma fraqueza por pessoas de bem, que espalham carinho, que espalham positividade, que espalham luz. 

Fazemos parte de algo maior, por isso ela vai continuar cá, viva durante muito tempo - tal como o meu pai, vivo nas vidas e memórias de todos os que tocou. Esta realidade conforta-me muito. Foi assim que aprendi a lidar com a morte. O amor fica, as pessoas que espalham amor ficam entranhadas na existência.

3 comentários:

Francisco disse...

De facto, foi um casal muito à frente

andré maia disse...

«...Hoje essa família perdeu uma das suas raízes. Tenho muita pena por essa família e pelo amor que se perde.»

...

Ainda que se perca uma das raízes, a circunstância de outras perdurarem, pode, se calhar, contribuir para que a realidade não se esgote e, por via disso, o amor acaba por resistir, mesmo quando nada mais resta para além da solidão.

silvestre disse...

@starsailor: sem dúvida. "as pessoas que espalham amor ficam entranhadas na existência", e isso é por via de quem fica e acaba, também, por multiplicar em efeito de espelho. num primeiro momento o ego habituado à presença vai ter dificuldade em reconhecer a presença subtil. o amor brotado continua a circular.