Cumpro hoje dois meses de celibato. Desde o final da minha relação que decidi que iria fazer um luto bem feito e que não iria cometer erros do passado. Como já disse aqui antes, decidi não ter sexo ou aproximar-me de um homem no sentido sexual do termo - mesmo que para flirts. Assumi o vazio, e comecei a trabalhar intensamente longe de tudo o que me anestesiasse, que me pudesse dar a ideia de superação. Queria estar sozinho e aprender a ser sozinho, reencontrar-me e ressurgir. Nunca imaginei o resultado destes dois meses - tal como ele se concretizou. Nunca imaginei o resultado sobre o meu ego, sobre o meu crescimento espiritual, sobre a minha aprendizagem.
Há um dito oriental que diz "quando o aluno está pronto o mestre aparece" e apareceu o conhecimento, por intermédio de pessoas, de leituras, de acontecimentos, de olhares atentos para o que antes me passava despercebido. Senti-me cada vez mais falível, mais humilde e isso deu-me uma força enorme e, com isso, veio a paz, a fé, a alegria de estar e de existir. Sou apenas um ponto, uma infinitesimal partícula no quadro geral das coisas, mas posso escolher o tipo de ponto que sou e escolho ser um ponto de luz.
O tempo é a maior das dádivas e as circunstâncias dos últimos meses colocaram-me em movimento e depois desse início de autorreflexão insofismável: dura, crítica, visceral e finalmente perdoadora, me permiti ser sozinho e ter tempo. E usar bem o tempo, mesmo o doloroso. Cresci mais em dois meses (não deixando de lado as reflexões que começaram em julho) do que nos últimos 11 anos. Continuo sem pressa, tudo se vai transformando em compreensão e voltei a caber em mim.
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